Seiko-chan
Retardada
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Temos aqui um ser de complexidade inimaginável, que mantém uma relação de amor e ódio com a luz: Ungoliant se alimenta dela, num processo perpétuo de busca de preencher seu vazio interior - que pode ser interpretado como um vazio existencial, pois quando foi criada, Melkor não tinha uma real utilidade para ela, ou físico, uma espécie de dimensão vazia, uma 'zona morta' ou até mesmo um buraco negro, que suga toda e qualquer forma de energia e a converte em energia própria, ou em antiluz:
Buracos negros apenas sugam energia, inclusive energia luminosa que se perde em seu interior, mas ela 'metabolizava' a luz absorvida em forma de veneno ou 'antiluz' - as nuvens e teias de escuridão perene que frequentemente envolviam a ela e ao seu covil não seriam de fato somente 'escuridão', mas sim a completa ausência - ou utilizava para aumentar o tamanho de seu invólucro físico. Veículo este que, por sorte, separa o mundo material de ser sugado por este 'vazio suspenso' em seu interior.
As questões são:
A natureza de Ungoliant pode ser atribuída realmente a um 'buraco negro' possuidor de um 'invólucro' vivo e dotado de consciência?
Qual seria o comportamento de gemas de luz perene como as Silmarilli, se engolidas por ela? Seria ela finalmente saciada em sua fome terrível?
Ou, sendo Ungoliant composta de energia negativa, projeção direta do canto dissonante de Melkor - e consequentemente, uma 'figura-pensamento' composta da maldade em estado puro - seria ela destruída pelo choque quântico derivado do contato com uma energia diretamente antagônica à dela?
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"Os eldar não sabiam de onde ela teria vindo; mas alguns diziam que, em épocas muito remotas, ela descera da escuridão que cerca Arda, quando Melkor pela primeira vez contemplara com inveja o Reino de Manwë, e que no início ela fora um dos seres que ele corrompera para seu serviço. Ungoliant, no entanto, renegara seu Senhor, por desejar ser senhora de seu próprio prazer, tomando para si todas as coisas a fim de nutrir seu vazio. E ela fugira para o sul, escapando às investidas dos Valar e aos caçadores de Oromë, pois a vigilância destes sempre fora dirigida para o norte, e o sul ficara por muito tempo negligenciado. De lá ela se arrastara na direção da luz do Reino Abençoado; pois ansiava pela luz e a odiava.
Numa ravina, morava ela sob a forma de uma aranha monstruosa, tecendo suas teias negras numa fenda nas montanhas. Ali, sugava toda a luz que conseguia encontrar e passava a tecê-la em redes sinistras de uma escuridão sufocante, até que nenhuma luz conseguiu mais chegar à sua morada; e ela estava faminta."
Temos aqui um ser de complexidade inimaginável, que mantém uma relação de amor e ódio com a luz: Ungoliant se alimenta dela, num processo perpétuo de busca de preencher seu vazio interior - que pode ser interpretado como um vazio existencial, pois quando foi criada, Melkor não tinha uma real utilidade para ela, ou físico, uma espécie de dimensão vazia, uma 'zona morta' ou até mesmo um buraco negro, que suga toda e qualquer forma de energia e a converte em energia própria, ou em antiluz:
"E, naquele mesmo instante, Melkor e Ungoliant atravessaram apressados os campos de Valinor, como a sombra de uma nuvem negra ao sabor do vento que passa veloz sobre a terra ensolarada. E os dois chegaram à colina verde de Ezellohar. Então a antiluz de Ungoliant subiu até as raízes das Árvores, e Melkor de um salto escalou a colina. E, com sua lança negra, atingiu cada Árvore até o cerne, ferindo todas profundamente. E a seiva jorrou como se fosse seu sangue e se derramou pelo chão. Contudo, Ungoliant tudo sugou; e, indo de uma Árvore a outra, grudou seu bico negro nos ferimentos até que as esgotou. E o veneno da Morte que ela continha penetrou em seus tecidos e as fez murchar, na raiz, no galho, na folha. E elas morreram."
Buracos negros apenas sugam energia, inclusive energia luminosa que se perde em seu interior, mas ela 'metabolizava' a luz absorvida em forma de veneno ou 'antiluz' - as nuvens e teias de escuridão perene que frequentemente envolviam a ela e ao seu covil não seriam de fato somente 'escuridão', mas sim a completa ausência - ou utilizava para aumentar o tamanho de seu invólucro físico. Veículo este que, por sorte, separa o mundo material de ser sugado por este 'vazio suspenso' em seu interior.
As questões são:
A natureza de Ungoliant pode ser atribuída realmente a um 'buraco negro' possuidor de um 'invólucro' vivo e dotado de consciência?
Qual seria o comportamento de gemas de luz perene como as Silmarilli, se engolidas por ela? Seria ela finalmente saciada em sua fome terrível?
Ou, sendo Ungoliant composta de energia negativa, projeção direta do canto dissonante de Melkor - e consequentemente, uma 'figura-pensamento' composta da maldade em estado puro - seria ela destruída pelo choque quântico derivado do contato com uma energia diretamente antagônica à dela?
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