Elrond Meio-Elfo disse:
Bom, não me lembro de ter acontecido nenhuma votação ou plebiscito que o elegeu Supremo Rei de Todos os Elfos mas se algo do tipo ocorreu ele deve então ser o mais adorado de todos os elfos. Se ele foi eleito pela maioria ele deve ser gostado e idolatrado pela maioria, ou ao menos reconhecido, honrado e respeitado pela maioria.
Mas isso não anula ou impede que ele seja inexpressivo.
Elrond Meio-Elfo disse:
Como eu duvido que tenha havido uma eleição e duvido mesmo que Ingwë ou os Vanyar tenham simplesmente inventado o título do 'nada', eu acho (e posso estar errado) que esse título, ou ao menos o reconhecimento para tal, foi dado a ele pelos Valar em reconhecimento de sua pureza e nobreza e muito prontamente reconhecido por todos os outros elfos.
Primeiro ponto é que: eu duvido muito que os Valar se encontrassem no direito de determinar os líderes dos elfos; foram os próprios elfos que escolheram Ingwë, Finwë e Elwë como embaixadores e líderes. E se ocorreu de Ingwë ser o mais velho, e fosse considerado Rei Supremo só por isso? É uma possibilidade bastante crível; ainda mais considerando o ideal hierárquico dos elfos.
Segundo ponto: independemente da forma como Ingwë foi considerado (ele era
considerado Rei Supremo; não era efetivamente o Rei Supremo) ou do por que, nada tem a ver com sua postura
posterior. Ele podia ser um cara extremamente poderoso e de liderança no passado, de opinião respeitada e de atitude louvável. Podem ter sido estes os fatores que o fizeram atingir o estágio de consideração como Rei Supremo.
Entretanto, porém, todavia, contudo, outrossim, isso não impede e nem anula, de forma nenhuma, que Ingwë tenha se tornado inexpressivo mais tarde, tendo descaso para com aquela mesma raça que, no passado, o considerou Rei Supremo por suas habilidades. Não estou questionando a honra, a sabedoria, a força ou a beleza de Ingwë; atributos que, obviamente, o fizeram ser considerado Rei Supremo! Estou questionando sua atitude frente a decisões importantes e também, é evidente, frente a seu próprio povo (calma que já vou discutir isso logo adiante).
Elrond Meio-Elfo disse:
Obviamente entretanto esse título era puramente simbólico e nominal não efetivo no dia a dia dos elfos do mundo todo. Ou seja, ele não era uma figura de liderança mas uma figura simbólica, um ícone, como a Rainha da Inglaterra.
Concordo. Não obstante, da mesma forma que a opinião da Rainha da Inglaterra pode pesar muito, também ocorreria com Ingwë.
Elrond Meio-Elfo disse:
Por essa razão ele não tinha obrigação nenhuma de abandonar o seu reino e povo (o qual efetivamente governava) para lutar em guerras que tinham pouco ou nada a ver com ele. Fez até demais em permitir que seus súditos (a força bruta avassaladora da Guerra da Ira) fossem à Terra-média.
Não disse que ele deveria partir de Valinor; não disse que ele deveria acompanhar os Noldor; em momento algum. Ele não tinha obrigação de cuidar dos noldor ou dos teleri, não tinha mesmo; mas como você pode ver; eu, pelo menos, não expus esses argumentos.
Segundo: a Guerra contra Morgoth, bem ou mal, querendo ou não, diz respeito sim a TODOS os povos de Arda; os Vanyar inclusos. Ou seja, ficar no bem-bão todo mundo quer, mas eu queria ver lutar pra ter o bem-bão; isso ninguém quer, não é? A força bruta da Guerra da Ira não eram os Vanyar; eram os Noldor comandados por Finarfin que, mesmo sendo apenas uma parcela do povo total, superava a força dos Vanyar (os noldor eram no mínimo 3 vezes mais numeroso que os Vanyar) e os Edain que lutaram também. A força dos Vanyar não era dispensável, mas não era, também, a mais forte.
Terceiro: o fato de Ingwë ter "permitido" que os vanyar fossem até Beleriand demonstra uma nuance, um lapso do senso de responsabilidade e dever que ele provavelmente tinha antes; atributo que auxiliaria na sua elevação à consideração de Rei Supremo. Mas, se achassem que deviam, os Vanyar lutariam, Ingwë querendo ou não. Acontece o seguinte: o cara não se dignou nem a comandar o próprio povo; foi um descaso do tipo "Se vocês quiserem ir, podem ir, mas eu não vou"; típica atitude daquele que quer "tirar o dele da reta". Não estou dizendo que um rei, por ser rei, deve dar a cara a tapas; mas um rei que dignifique deve mostrar um mínimo de consideração para com aqueles que ele governa. E digo isso não da relação Ingwë - todos os elfos, mas sim da relação Ingwë - vanyar mesmo. Ele largou o povo dele à revelia. É como se ele pensasse: "Querem lutar? Vão e lutem, mas não me encham o saco".
Kalring ¥ disse:
Concordo, amigo Elrond. Mas ainda assim vem uma pergunta: Por que escolhe-lo embaixador para ir a valinor? Acho que, paar isso ele deveria ter alguma caracteristica notavel, não concorda?
Novamente, o fato de ele ter tido descaso para com os próprios Vanyar nada tem a ver com isso. Ninguém disse que Ingwë não tinha nem nunca teve atributos notáveis; é óbvio que ele tinha; tão óbvio que foi eleito pelos vanyar como seu embaixador, e foi considerado pelos elfos em geral como seu Rei Supremo; mas, novamente reitero: isso não relega ou anula o fato de que, mais tarde, ele foi inexpressivo, que teve descaso para com seus próprios súditos.