Gerbur Forja-Quente
Defensor do Povo de Durin
Uma das cenas que mais gosto nos filmes (e nem mesmo está nos livros) é a morte de Haldir. É para mim uma cena encantadora, o som da batalha desaparece logo depois do zumbido da lâmina que lhe corta as entranhas, os olhos e a boca esbugalham, a transpiração, o momento em que se dá conta que existem outros rostos mortos no chão enquanto você cai. Você era um guerreiro e lutava sobre os mortos, mas agora está de joelhos e caindo para se tornar um deles e outros lutarão em cima de ti. O elfo Haldir prova da dádiva que Ilúvatar concede aos homens: a morte.
A morte sozinha já é incrível, algo que existia... deixa de existir. Ela é tão incrível quanto o seu oposto, o nascimento, ambas as idéias são por demais abstratas até mesmo para nossos cérebros pensantes e não é a toa que é tema de todas as religiões e mitologias, além é claro da própria ciência, da literatura (e da arte, de uma maneira geral) e de muitas das infinitas esferas da humanidade.
O que eu gosto dessa cena é que além de ser a morte, é a morte de um eldar. Um dos do belo povo, dos sábios, da representação do ser humano como ele deveria ter sido se não fosse ganancioso, corrupto e se soubesse estabelecer uma relação melhor com a natureza. Os elfos são para os homens, como Gandalf é para Saruman.
A morte então para eles tem um efeito ainda mais incrível que para nós. Quando Théoden morre eu fiquei chateado, ele era (e ainda é) o meu herói de O Senhor dos Anéis. Mas não fiquei completamente chateado, isso era previsível, além disso ele queria isso, ele tentou morrer em combate no Abismo de Helm, o seu grito de guerra é justamente a "MORTEEEEE", ele não teme nada, ele inspira medo nos orcs (que pensam que Théoden é na verdade o valar Oromë cavalgando em sua direção, nada menos que um deus - [imortal?]) e vejam que orc é a palavra latim para morte. Dessa forma, quando Théoden morre, feliz, "partindo com orgulho para os palácios de seus antepassados, cujo em grande companhia não se sentirá envergonhado", eu fiquei em parte feliz, pois sabia que Théoden estava cumprindo seu "destino", enquanto mortal.
Mas a morte para os elfos é algo ainda mais estupendo, pois enquanto para os homens a morte é (lamentavelmente) natural, para os elfos é algo impensável, intangível, uma vez que quando a "casa cai" na Terra-Média, eles sempre podem pegar seus navios e partirem para o Oeste. Fugindo do terror da condição humana.
No livro, a relação da morte com os elfos ficou a cargo de Arwen e não de Haldir. Arwen corajosamente (embora sem compreender direito sua decisão em todas as esferas) decide ficar ao lado de Aragorn Elessar, e assim prova o amargo sabor da dádiva dos homens. Esse momento é descrito a partir da metade da página 349, nos apêndices do Retorno do Rei.
"... melancólica entre as tristezas daquela Era foi a despedida de Arwen e Elrond, pois os dois foram separados pelo Mar e por um destino que ultrapassava o fim do mundo"
Magníficas palavras as do professor, ele define bem a dádiva dos homens: "o fim do mundo". É o fim para os que morrem, mas certamente é também o fim para os que vivem, pelo menos em parte, e não a menor delas.
A morte é tão absoluta, que nem mesmo o mestre Elrond Meio-Elfo ela poupou. Não pôde tomar-lhe a vida, mas tomou a vida de seu irmão (Elros) e de sua filha (Arwen). Elrond escolheu a vida dos eldar, mas a morte se fez presente para ele mesmo assim. A morte é absoluta, imperiosa, como só ela sabe ser.
A morte também foi cruel com Arwen, ela não teria "apenas" que morrer, mas vivenciar a morte em todas as suas instâncias, antes de morrer ela teve que conhecer o luto, a perda.
"Arwen tornou-se uma mulher mortal, mas apesar disso seu destino não era morrer até perder tudo o que ganhara" pois Aragorn lhe disse depois de 120 anos: "... meu mundo está se acabando. Eis que acumulamos e gastamos e agora a hora do pagamento se aproxima!"
Interessante essa analogia de "pagamento". Os antigos gregos tinham que de fato pagar uma moeda ao barqueiro que os transportavam para o mundo dos mortos para não se tornarem almas penadas. As famílias que não colocassem uma moeda embaixo da língua de seus mortos (ou duas sobre suas pálpebras fechadas" eram penalizadas pela Pólis, a cidade-Estado.
O homem atual continua pagando a morte... se não pagamos mais moedas ao barqueiro, com certeza pagamos a morte com a nossa vida e felicidade.
Arwen sabia que Aragorn sendo quem foi, tinha recebido a dádiva de escolher o momento de sua morte. E quando Aragorn escolhe esse momento ela implora como uma reles mortal (e não mais como uma altiva eldar) para que ele fique mais um tempo, para que ele não vá, como uma mortal Arwen barganha com a morte. Quem nunca fez o mesmo quando um ente querido está num leito de hospital?
E Aragorn é realmente corajoso, afinal ao escolher o momento de sua morte ele parece criar a eutanásia da Terra-Média. Mais do que isso, ao escolher morrer antes de se tornar velho e decrépito, Aragorn parece escolher o suicídio. Resolve morrer sem passar pela velhice e seus desprazeres: Visto que Arwen lhe questiona: "Iria, meu senhor, antes de seu tempo...?" e Aragorn responde: "Não antes de meu tempo, pois se não for agora irei em breve, à força". Desculpe Aragorn, com exceção dos suicidas, todos nós vamos "à força" e de certa forma... "em breve", faz parte da condição humana que Eru amaciou pra ti.
Outra fala bonita é a de Aragorn ajudando Arwen a aceitar essa condição dizendo: "... a hora é realmente difícil, mas ela foi feita no mesmo dia que nos encontramos sob as bétulas brancas do jardim de Elrond, por onde agora ninguém caminha"
Esse texto é recheado da ausência que é a morte. Fala sobre jardins vazios. Não é isso que dizemos às crianças quando seus avós morrem? "Ele está descansando num lindo jardim, meu filho". As pessoas desaparecem em meio as flores no fim da vida, e é justamente isso que levamos para elas em seus túmulos, flores.
Aragorn continua: "E sobre a colina de Cerin Amroth, quando rejeitamos tanto a Sombra como o Crepúsculo, foi este o destino que aceitamos".
Eles reijataram tanto à Sombra de Mordor, quanto o Crepúsculo de Valinor, rejeitaram tanto o Céu como o Inferno, escolheram viver uma vida mortal, vívida, mas finita, obscura, misteriosamente sombria, como há de ser para todos nós. Sem garantias, aos homens mortais apenas restam crenças e superstições para aliviar esse momento aterrorizador que é a morte em sua plenitude.
Aragorn continua: "Aconselhe-se consigo mesma, minha amada. E pergunte-se se realmente gostaria que eu esperasse até cair do meu alto trono sem virilidade e sem razão."
A morte faz isso com os mortais... tira nossos tutores, temos que nos tornar nossos próprios tutores, temos que nos aconselhar apenas conosco, porque aqueles que amamos se vão. E com os que vão, a morte lhes despi inteiramente, rouba-lhes o corpo, a virilidade, a saúde, a matéria como um todo, mas não só. Rouba também a mente, a razão, o entendimento. Aos velhos só restam as chacotas dos mais jovens pouco antes da morte, pois eles são "devagares" em todos os sentidos, e não compreendem o que é "youtube" e se compreendessem não saberiam pronunciar. A morte tira-nos tudo, identidade, papel e ser.
Arwen compreende por final, embora não aceite: "... só agora entendo a história de seu povo e de sua queda. Desprezei-os como tolos mizeráveis, mas por fim, sinto pena deles. Pois, se realmente esta for, como dizem os eldar, a dádiva do Um concedida aos homens, é uma dádiva amarga de receber".
Sim, certamente. Amarga de receber... é mais fácil desprezar os tolos humanos que travam guerras contra os deuses (e atualmente contra a ciência com muitos cremes e academias) pela busca da vida e do prolongamento da juventude, quando se é uma elfa imortal. Não é dos homens que você sente pena, Arwen, mas de si mesma, em sua condição mortal.
Sim, Eru concedeu aos homens a dádiva de não estarem para sempre presos aos círculos do mundo, mas quem disse que os homens querem essa "liberdade"?
Par finalizar, Aragorn Elessar, em seu leito de morte, era a "imagem do esplendor dos Reis dos Homens, numa glória que não se apagou antes da destruição do mundo". Sim, para todos nós, nossos entes queridos são gloriosos, e a lembrança deles é triste e linda, mas mesmo ela morre conosco um dia. Visto que nem mesmo nós nos lembramos de nossos bisavós e tataravós (nem mesmo seus nomes, seus últimos registros em vida), que são nossos familiares e ascendentes, pois mesmo as memórias deles já foram consumidas não só pela morte, mas pelo silêncio e o esquecimento. Triste é o Destino dos homens, pois a morte não mata apenas nosso corpo e nossa mente, mas também o nosso nome, e com ele toda a nossa existência.
Arwen escolheu a morte e sofreu. Poderia a elfa calcular o tamanho de nosso sofrimento sendo que nós não a escolhemos, mas vamos sofrê-la mesmo assim, e de diversas formas? A morte é tão absoluta que nos transforma a todos em condenados com a mesma sentença no final. E é isso que nos distinguem enquanto espécie, sabemos de nossa finitude, sabemos que nossos dias nesse mundo estão contados e que no final seremos espectros esquecidos, sombras e pó. E é isso que nos faz acordar de manhã e botar o pé gelado no chão. Temos um tempo curto para buscar a imortalidade ao menos para o nosso nome, não podemos nos contentar com as coisas presentes do mundo de Eru, temos que reinventá-las, aprimorá-las, nos tornar um pouquinho deuses também, porque no final, nós retornaremos ao barro querendo ou não. Entre outras palavras, o ser humano é (para o bem ou para o mal) porque um dia deixará de ser.
Desculpem pelo imenso post.
A morte sozinha já é incrível, algo que existia... deixa de existir. Ela é tão incrível quanto o seu oposto, o nascimento, ambas as idéias são por demais abstratas até mesmo para nossos cérebros pensantes e não é a toa que é tema de todas as religiões e mitologias, além é claro da própria ciência, da literatura (e da arte, de uma maneira geral) e de muitas das infinitas esferas da humanidade.
O que eu gosto dessa cena é que além de ser a morte, é a morte de um eldar. Um dos do belo povo, dos sábios, da representação do ser humano como ele deveria ter sido se não fosse ganancioso, corrupto e se soubesse estabelecer uma relação melhor com a natureza. Os elfos são para os homens, como Gandalf é para Saruman.
A morte então para eles tem um efeito ainda mais incrível que para nós. Quando Théoden morre eu fiquei chateado, ele era (e ainda é) o meu herói de O Senhor dos Anéis. Mas não fiquei completamente chateado, isso era previsível, além disso ele queria isso, ele tentou morrer em combate no Abismo de Helm, o seu grito de guerra é justamente a "MORTEEEEE", ele não teme nada, ele inspira medo nos orcs (que pensam que Théoden é na verdade o valar Oromë cavalgando em sua direção, nada menos que um deus - [imortal?]) e vejam que orc é a palavra latim para morte. Dessa forma, quando Théoden morre, feliz, "partindo com orgulho para os palácios de seus antepassados, cujo em grande companhia não se sentirá envergonhado", eu fiquei em parte feliz, pois sabia que Théoden estava cumprindo seu "destino", enquanto mortal.
Mas a morte para os elfos é algo ainda mais estupendo, pois enquanto para os homens a morte é (lamentavelmente) natural, para os elfos é algo impensável, intangível, uma vez que quando a "casa cai" na Terra-Média, eles sempre podem pegar seus navios e partirem para o Oeste. Fugindo do terror da condição humana.
No livro, a relação da morte com os elfos ficou a cargo de Arwen e não de Haldir. Arwen corajosamente (embora sem compreender direito sua decisão em todas as esferas) decide ficar ao lado de Aragorn Elessar, e assim prova o amargo sabor da dádiva dos homens. Esse momento é descrito a partir da metade da página 349, nos apêndices do Retorno do Rei.
"... melancólica entre as tristezas daquela Era foi a despedida de Arwen e Elrond, pois os dois foram separados pelo Mar e por um destino que ultrapassava o fim do mundo"
Magníficas palavras as do professor, ele define bem a dádiva dos homens: "o fim do mundo". É o fim para os que morrem, mas certamente é também o fim para os que vivem, pelo menos em parte, e não a menor delas.
A morte é tão absoluta, que nem mesmo o mestre Elrond Meio-Elfo ela poupou. Não pôde tomar-lhe a vida, mas tomou a vida de seu irmão (Elros) e de sua filha (Arwen). Elrond escolheu a vida dos eldar, mas a morte se fez presente para ele mesmo assim. A morte é absoluta, imperiosa, como só ela sabe ser.
A morte também foi cruel com Arwen, ela não teria "apenas" que morrer, mas vivenciar a morte em todas as suas instâncias, antes de morrer ela teve que conhecer o luto, a perda.
"Arwen tornou-se uma mulher mortal, mas apesar disso seu destino não era morrer até perder tudo o que ganhara" pois Aragorn lhe disse depois de 120 anos: "... meu mundo está se acabando. Eis que acumulamos e gastamos e agora a hora do pagamento se aproxima!"
Interessante essa analogia de "pagamento". Os antigos gregos tinham que de fato pagar uma moeda ao barqueiro que os transportavam para o mundo dos mortos para não se tornarem almas penadas. As famílias que não colocassem uma moeda embaixo da língua de seus mortos (ou duas sobre suas pálpebras fechadas" eram penalizadas pela Pólis, a cidade-Estado.
O homem atual continua pagando a morte... se não pagamos mais moedas ao barqueiro, com certeza pagamos a morte com a nossa vida e felicidade.
Arwen sabia que Aragorn sendo quem foi, tinha recebido a dádiva de escolher o momento de sua morte. E quando Aragorn escolhe esse momento ela implora como uma reles mortal (e não mais como uma altiva eldar) para que ele fique mais um tempo, para que ele não vá, como uma mortal Arwen barganha com a morte. Quem nunca fez o mesmo quando um ente querido está num leito de hospital?
E Aragorn é realmente corajoso, afinal ao escolher o momento de sua morte ele parece criar a eutanásia da Terra-Média. Mais do que isso, ao escolher morrer antes de se tornar velho e decrépito, Aragorn parece escolher o suicídio. Resolve morrer sem passar pela velhice e seus desprazeres: Visto que Arwen lhe questiona: "Iria, meu senhor, antes de seu tempo...?" e Aragorn responde: "Não antes de meu tempo, pois se não for agora irei em breve, à força". Desculpe Aragorn, com exceção dos suicidas, todos nós vamos "à força" e de certa forma... "em breve", faz parte da condição humana que Eru amaciou pra ti.
Outra fala bonita é a de Aragorn ajudando Arwen a aceitar essa condição dizendo: "... a hora é realmente difícil, mas ela foi feita no mesmo dia que nos encontramos sob as bétulas brancas do jardim de Elrond, por onde agora ninguém caminha"
Esse texto é recheado da ausência que é a morte. Fala sobre jardins vazios. Não é isso que dizemos às crianças quando seus avós morrem? "Ele está descansando num lindo jardim, meu filho". As pessoas desaparecem em meio as flores no fim da vida, e é justamente isso que levamos para elas em seus túmulos, flores.
Aragorn continua: "E sobre a colina de Cerin Amroth, quando rejeitamos tanto a Sombra como o Crepúsculo, foi este o destino que aceitamos".
Eles reijataram tanto à Sombra de Mordor, quanto o Crepúsculo de Valinor, rejeitaram tanto o Céu como o Inferno, escolheram viver uma vida mortal, vívida, mas finita, obscura, misteriosamente sombria, como há de ser para todos nós. Sem garantias, aos homens mortais apenas restam crenças e superstições para aliviar esse momento aterrorizador que é a morte em sua plenitude.
Aragorn continua: "Aconselhe-se consigo mesma, minha amada. E pergunte-se se realmente gostaria que eu esperasse até cair do meu alto trono sem virilidade e sem razão."
A morte faz isso com os mortais... tira nossos tutores, temos que nos tornar nossos próprios tutores, temos que nos aconselhar apenas conosco, porque aqueles que amamos se vão. E com os que vão, a morte lhes despi inteiramente, rouba-lhes o corpo, a virilidade, a saúde, a matéria como um todo, mas não só. Rouba também a mente, a razão, o entendimento. Aos velhos só restam as chacotas dos mais jovens pouco antes da morte, pois eles são "devagares" em todos os sentidos, e não compreendem o que é "youtube" e se compreendessem não saberiam pronunciar. A morte tira-nos tudo, identidade, papel e ser.
Arwen compreende por final, embora não aceite: "... só agora entendo a história de seu povo e de sua queda. Desprezei-os como tolos mizeráveis, mas por fim, sinto pena deles. Pois, se realmente esta for, como dizem os eldar, a dádiva do Um concedida aos homens, é uma dádiva amarga de receber".
Sim, certamente. Amarga de receber... é mais fácil desprezar os tolos humanos que travam guerras contra os deuses (e atualmente contra a ciência com muitos cremes e academias) pela busca da vida e do prolongamento da juventude, quando se é uma elfa imortal. Não é dos homens que você sente pena, Arwen, mas de si mesma, em sua condição mortal.
Sim, Eru concedeu aos homens a dádiva de não estarem para sempre presos aos círculos do mundo, mas quem disse que os homens querem essa "liberdade"?
Par finalizar, Aragorn Elessar, em seu leito de morte, era a "imagem do esplendor dos Reis dos Homens, numa glória que não se apagou antes da destruição do mundo". Sim, para todos nós, nossos entes queridos são gloriosos, e a lembrança deles é triste e linda, mas mesmo ela morre conosco um dia. Visto que nem mesmo nós nos lembramos de nossos bisavós e tataravós (nem mesmo seus nomes, seus últimos registros em vida), que são nossos familiares e ascendentes, pois mesmo as memórias deles já foram consumidas não só pela morte, mas pelo silêncio e o esquecimento. Triste é o Destino dos homens, pois a morte não mata apenas nosso corpo e nossa mente, mas também o nosso nome, e com ele toda a nossa existência.
Arwen escolheu a morte e sofreu. Poderia a elfa calcular o tamanho de nosso sofrimento sendo que nós não a escolhemos, mas vamos sofrê-la mesmo assim, e de diversas formas? A morte é tão absoluta que nos transforma a todos em condenados com a mesma sentença no final. E é isso que nos distinguem enquanto espécie, sabemos de nossa finitude, sabemos que nossos dias nesse mundo estão contados e que no final seremos espectros esquecidos, sombras e pó. E é isso que nos faz acordar de manhã e botar o pé gelado no chão. Temos um tempo curto para buscar a imortalidade ao menos para o nosso nome, não podemos nos contentar com as coisas presentes do mundo de Eru, temos que reinventá-las, aprimorá-las, nos tornar um pouquinho deuses também, porque no final, nós retornaremos ao barro querendo ou não. Entre outras palavras, o ser humano é (para o bem ou para o mal) porque um dia deixará de ser.
Desculpem pelo imenso post.
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