Calímion, você chegou perto
DEMAIS na primeira pergunta. E o caminho é bem esse mesmo. Mas os dois amaldiçoados em questão, dentre os sete, não são os que você citou.
A resposta pra segunda pergunta ainda não é a que estou procurando também: repense o que é a pena do destino e o que é a separação de sua sorte (coisa que contraria o que diz a primeira estrofe, que diz que juntos andaram e juntos morreram... dica, hein?).
A terceira resposta está correta! Diz respeito justamente à morte de Amras, que dormia em um dos barcos incendiados por Fëanor e Curufin. E está intimamente relacionada com as duas anteriores.
Bom, acho que aqui já entreguei a adivinha, de modo que vou explicá-la de vez.
A primeira estrofe diz respeito a Amras e Amrod, os gêmeos, filhos de Fëanor. A tradição (o Quenta Silmarillion) trata os seus destinos como algo imbricado. São os únicos dois filhos de Fëanor que não podemos distinguir em termos de personalidade, porque o texto faz menção a todo momento a "Amras e Amrod". No texto do Silmarillion, Christopher Tolkien manteve a versão mais antiga dos manuscritos do pai, em que ambos morreram no ataque aos Portos do Sirion.
Com isso, acho que já indiquei o sentido da segunda estrofe. A pena do destino é justamente Tolkien, afinal, é o autor que constrói o destino de seus personagens. Num de seus manuscritos posteriores, presente no final do Shibboleth of Fëanor, no volume 12 dos HoME, o destino de Amras e Amrod é separado. O texto diz que um deles era muito próximo à mãe, Nerdanel, enquanto o outro era mais próximo ao pai. Nerdanel costumava chamar a ambos, sem distinção, de Ambarussa (que significa "topo ruivo"). Fëanor pediu que ao menos possuíssem nomes diferentes, ao que Nerdanel pressagiou que um deles seria chamado Umbarto (que significa "destinado"), mas que só o tempo diria qual deles seria. Fëanor não gostou do presságio que o nome carregava e alterou para Ambarto (que significa "Exaltado"). Quando Fëanor desafiou os Valar e resolveu partir à caça das silmarils, Nerdanel pediu a ele que deixasse os gêmeos com ela (ou pelo menos um deles). Fëanor recusou, acusando-a de estar sendo influenciada por Aulë (lembremos que ela era filha de Mahtan, que era próximo ao vala). Nerdanel então pressagiou que um deles jamais poria os pés nas Terras de lá (está aí o sentido de "profética separação de sua sorte"). Fëanor não deu ouvidos.
Nessa versão da história, um dos gêmeos teria permanecido dormindo nos navios para evitar o desconforto. O texto inclusive sugere que isso teria sido um pretexto, sugerindo que o elfo ficara pesaroso com os atos do pai e tencionava usar o barco para voltar para o Oeste. A queima dos barcos foi o crime planejado. E a morte do filho o crime não pretendido. Após o ocorrido, Ambarussa diz o seguinte ao pai:
- Então destes o nome correto para o mais jovem de vossos filhos, e Umbarto "O Destinado" era sua forma verdadeira. Cruel e desvairado vos tornastes.
Cálimion segue com o jogo!!