Minha visão do que poderia ser a representação de Sauron-Annatar na série numa Primeira:
Após a derrota e expulsão da ilha de Tol Sirion (embate Huan e Lúthien), Sauron fora "deserdado" (e desertou também) do comando e do pronto fornecimento dos poderes de Melkor. Após o estarrecimento com a destruição da Guerra da Ira e o voto de arrependimento à Eonwë, vejo Sauron utilizando-se dos "seus poderes originais" - shapeshifter, conhecimento técnico/artístico (elementos da época da tutelagem de Aulë), mas com a manutenção de aspectos ligados à Morgoth: trapaça, enganação, atuação, lábia divina.
Temos então os séculos de decadência e obscuridade na T.M, com os homens em estado primitivo , haja vista o cataclismo em Beleriand e a natural perda do conhecimento, ou seja, uma civilização ou belle Époque sofrem uma catástrofe de grandes proporções sendo um sinônimo de obscuridade e primitivismo tecnológico - uma espécie de Dark Age na T.M.
Os primeiros séculos da 2ª era, seria a época do Sauron andarilho. A situação geopolítica se pautava na formação dos reinos élficos e uma espécie de renascimento da estirpe Noldo em Eregion. Mas os monstros, orcs, feras e demais servos de Morgoth estavam dispersos e sem liderança. Em relação aos homens, Sauron deve ter se utilizados da 3ª Lei de Clarke:
Neste cenário de decadência, obscuridade e primitivismo, um "deus benevolente" chega e traz ensinamentos de cunho tecnológico que impacta no desenvolvimento social, econômico e político das sociedades que interagem com essa divindade andante - na melhor das hipóteses Sauron já estava pensando à longo prazo, ou seja, fortalecimento militar, submissão e dependência tecnológica dos homens pré-históricos para uma futura conquista aos bolsões opositores que ficavam no noroeste da T.M - principalmente em Eriador - isso equivale a uma interferência no desenvolvimento normal de uma cultura ou sociedade, tolhendo-se toda e qualquer liberdade ou inovação (social, tecnologia, governo, etc) que pudessem atentar ou questionar esse falso Prometeu. Isso me lembrou um aspecto tratado em Star Trek - a Diretriz Primária.
Nesta demonstração de milagres e poderes (na minha visão era o uso de tecnologias e conhecimentos de sua época com Aulë), os homens ignorantes passaram a entender isso tudo num sentido estritamente religioso - transmutando a produção tecnológica em rituais, impondo dogmas para evitar questionamentos do que seriam esses conhecimentos (como se fossem cultos de mistérios, em que apenas a elite sacerdotal pudesse ter acesso) - mais ou menos o que o
Planeta Terminus fazia na
trilogia Fundação de Isaac Azimov, quando monopolizava o conhecimento e fornecia os aparatos aos planetas incultos que entendiam tal conhecimento como sendo magia ou favor divino.
Em termos de aparência, eu sempre imaginei Annatar mais ou menos assim:
Ver anexo 92544