Deriel disse:
Ué, então refute aqueles argumentos. Terei o maior prazer em publicar sua refutação na Valinor. Ficar esperniando que "ninguém vê a sua verdade" não adianta de nada. É só sentar, gastar meia horinha e escrevr um ensaio refutando os demais ensaios.
Não estou "esperniando" Deriel, só quero realmente uma boa e rica discussão. Não um papo com portas. Se era o que você queria quando abriu o tópico, a louvação à SUA verdade, deveria ter me avisado antes que aí eu não tentava mostrar a MINHA verdade.
Segundo, não precisa publicar absolutamente nada do que eu escrevo aqui, não valeria a pena. Não vou entrar no seu jogo e perder meia horinha escrevendo e repetindo o que eu já passei quase dois anos escrevendo e repetindo, sempre sem ninguém contestanto.
Mas.... vejamos, o texto "
Balrogs", é na verdade uma simples ficha catalográfica, uma peça de enciclopédia e não esclarece nada além do óbvio. Não fala nada de asas.
Seguindo em frente, o texto "
A Questão das Asas de Balrogs, sob o Ponto de Vista da Obra Literária do Autor" comete de primeira uma série longa de erros e limita as suas "críticas" à dedução inicial do autor de que as asas dos Balrogs seriam apêndices de vôo, como os apêndices de galinhas ou de águias. Isso é um erro porque um Balrog não é uma galinha ou uma águia, um Balrog é um ser de chamas e de sombra que tem a capacidade de moldar essas chamas e essas sombras ao seu redor. As asas não eram apêndices de vôo, mas sim apêndices de medo e opressão da mesma natureza que o chicote de fogo, a espada de fogo, sua lingua vermelha e sua cabeleira de fogo esvoaçante. Tudo isso para ele parecer maior e mais amedontrador. Ou você acha que o cabelo do Balrog era pra ele ficar mais bunitinho......
Outro erro que o autor do referido texto comete é o erro que a grande maioria das pessoas cometem que é de dar muito valor à metáfora o que acaba por reduzir J.R.R.Tolkien ao mesmo nível de um escritorzinho de quinta categoria.
"
swiftly they arose, and they passed with winged speed over Hithlum, they came to Lammoth as a tempest of fire."
Essa é a frase originalmente escrita por Tolkien e que foi publicada nO Silmarillion de uma maneira modificada e simples que não vem ao caso. Existem tantas referências ao ato de "voar" nessa frase (swiftly they arose; passed with winged speed over Hithlum; as a tempest of fire) que pensar que todas essas referências são pura e simples metáforas e símiles é tornar o Autor um medíocre que não sabe realmente escrever um texto com o mínimo de consistência literária.
Existem duas maneiras de interpretar essa frase, uma delas é a totalmente metafórica, o que torna a frase basicamente inútil. Se for assim Tolkien não está dizendo nada nessa frase. Só que os Balrogs foram de Angband até Lammoth passando por Hithlum. Não diz de que maneira, não diz a que velocidade, não diz com que aparência, não diz nada. É uma frase exageradamente medíocre e absolutamente incompleta.
A outra interpretação é rica embora satisfatoriamente direta em sua descrição, uma característica do estilo literário de J.R.R. Tolkien. Os Balrogs alçaram vôo de Angband e com uma velocidade impressionante sobrevoaram a região de Hithlum e chegaram até a região de Lammoth como uma coluna de fogo nos céus para resgatar seu mestre Melkor da fome terrível de Ungoliant.
Bem, continuando no mesmo texto nós esbarramos em mais um erro do autor (já mencionado por mim neste mesmo tópico aliás) em concluir que o "
[...] and the shadows about it reached out like two vast wings [...]" representa nada menos do que outra (sic) metáfora. Mas ele se esquece completamente do "
[...] It was like a great shadow, in the middle of which was a dark form, of man-shape maybe, yet greater [...]. Se o
como de "
duas grandes asas" na primeira citação acima invalida a existência dessas asas então o
como de "
uma grande sombra" na segunda citação acima também invalida a existência dessa sombra, logo ela não poderia ter se espalhado "
como duas grandes asas" e nem se aberto "
de parede a parede".
Obviamente, a sombra existia e por consequência as asas também existiam e não eram um mero fenômeno óptico. Eram asas de sombra.
A conclusão é que o momento do encontro com o Balrog, muito modificado por Tolkien no processo de criação de O Senhor dos Anéis, terminou por incluir um ainu maia Balrog a enfrentar a Sociedade do Anel em sua versão final, e esse Balrog moldou suas sombras a assumir a forma de duas asas no momento de enfrentar o portador da chama de Anor na ponte de Khazad-dûm.
Finalmente, o último erro do autor foi novamente já apontado por mim mesmo aqui neste tópico: "
for until that day no creatures of his cruel thought had yet assailed the air.". Obviamente tanto os Balrogs quanto Sauron e
Thuringwethil, que de fato voaram sim antes da Guerra da Ira e de fato eram sim seres ameaçadores pois todos eram MAIAR!!, não eram seres do cruel pensamento de Morgoth.
Bem, continuando então para o texto "
...E Será Que Balrogs Possuem Asas?. Ele entra novamente no mesmo mérito da metáfora que eu já tentei debater incansavelmente aqui. Ele relembra o "
Gandalf veio voando escada abaixo e caiu no chão no meio da Companhia" o que obviamente é uma metáfora já que Gandalf não voa, mas comete o erro de dizer que a existência óbvia dessa metáfora, algumas páginas antes do evento final, implica também na existência das metáforas que descrevem o Balrog. O argumento do autor é, "oras, se ele usou uma metáfora aqui, então alí também é obviamente outra metáfora". Só que ele esquece muitos e muitos e muitos outros momentos que podem ou não ser tidos como metafóricos mas que não o são, são obvios como a própria existência das sombras do Balrog em "
[...]Não se podia ver o que fosse: era como uma grande sombra, no meio da qual havia uma forma escura, talvez humanóide, mas maior;[...]".
Bem, o texto continua com as mesmas indagações bobas de "se Balrogs têm asas reais, porque eles não as usam" ou "como ele passou pelas portas da câmara de Mazarbul", etc. Primeiro que o Balrog de Moria não queria ou não precisava usar as suas asas e mesmo que quisesse voar ou que ele ainda tivesse algum poder para voar, após todos aqueles milhares de anos dormindo embaixo da terra, ele não iria usar de apêndices de vôo para tal visto que é uma criatura angelical com capacidade de se locomover pelo espaço à velocidade do pensamento. E segundo que as asas somente aparecem quando o Balrog se revela completamente na ponte da Khazad-dûm e não no momento da câmara de Mazarbul.
Bom, então é isso.... eu acho, acho, que esses são os principais textos que se referem às ditas cujas dos fulaninhos. E vejam que não perdi mais do que 5 minutos pra escrever isso tudo não. Vapt-vupt!
Só pra coroar a minha pequena "dissertação" quanto às Asas dos Balrogs eu gostaria de postar aqui alguns trechos finais de O Silmarillion:
"
E agora, rapidamente eles se ergueram, e eles passaram com velocidade alada sobre Hithlum, eles chegaram a Lammoth como uma tempestade de fogo"
"
E tão súbita e desastrosa foi a investida dessa terrível esquadrilha, que o exército dos Valar foi forçado a recuar, pois a chegada dos dragões veio acompanhada de fortes trovões, relâmpagos e uma tempestade de fogo."
Intrigante o fato de Tollkien utilizar a mesma expressão
tempestade de fogo para definir a investida dos Balrogs e dos Dragões
Alados.
Deriel disse:
Tá estressando de bobo. Se ler o primeiro post vai ver que a idéia é só dar uma visão geral das Asas de Balrog no mundo e nem de longe propor qualquer solução. As portas têm dois lados, pelo visto.
Ahhhh, ou você é ingênuo ou é hipócrita em achar que abrindo um tópico sobre as Asas dos Balrogs não vai levantar nenhuma discussão sobre o assunto, não vai trazer as respostas cretinas, as perguntas imbecis, abrir as antigas feridas e fechar as velhas portas. É ingenuidade achar que tudo vai ficar limitado às piadinhas e às indiretas, mesmo quando essas piadinhas e essas indiretas escondem por trás as mais ferrenhas e imutáveis opiniões sobre o assunto.