• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

[Desafio] Quanto vale uma imagem?

  • Criador do tópico Criador do tópico Palazo
  • Data de Criação Data de Criação

Palazo

Mafioso Literário
Muitos já ouviram a clássica frase, "Uma imagem vale mais que mil palavras".

Mas será que é possivel medir o valor de uma imagem?

Pensando nisso, e aproveitando que hoje (19/08) é o dia mundial da fotografia, eu e a Kika após e-mails e mais e-mails trocados decidimos medir o valor de uma imagem através das palavras.

Como? É muito simples.

Publicaremos semanalmente neste tópico imagens, e cada um postará um texto em prosa sobre a imagem, indicando o numero de palavras que contém o texto. Este número será o valor da imagem.

Os textos podem ser descritivos, filosóficos, histórias, etc, etc, etc... desde que seja inspirado na imagem em questão. A idéia é cutucar aquele incomoda falta de inspiração e ver o efeito que uma imagem causa em cada um. Como se fosse um exercício de inspiração, de criatividade ou simplesmente uma oportunidade para escrever mais textos.

Calma! Não precisa ficar contando as palavras do seu texto, basta colocar o texto nesse site que ele calcula para você.

Resumo das Regras
1. Imagens serão publicadas semanalmente (Quartas-feiras)
2. Qualquer um pode participar, com o texto no tamanho que sua imaginação e inspiração permitirem. Liberdade é a palavra de ordem aqui (pegando carona na idéia do JLM)
3. Publique somente textos inspirados nas imagens e em prosa.
4. Lembre-se de indicar o número de palavras que contém o seu texto.
5. Para contar o numero de palavras do texto clique aqui.

As regras iniciais vão moldando-se aos interesses daqueles que participarem do tópico, assim como a dinâmica e escolha de imagens. Então fiquem a vontade para criticar, opiniar e dar idéias.

Assim vamos melhorando o tópico.
 
E para começar, vamos a primeira imagem...

h2919773763.jpg

Fonte: Big Picture - Boston.com

E que venham os textos.
 
Cinzas caídas em retalhos de uma civilização perdida, o homem olha, não pensa, mas apenas observa, absorve o caos dos entulhos e o vazio do negrumo cinza diante de seus olhos. Vozes e vidas anuladas nos entulhos de um prédio que teimou em manter-se de pé. De olhos fechados, imagina os gritos de vítimas que esvaíram-se no ar, o retumbar de tiros que perderam-se no tempo. Tenta imaginar as ranhuras nas cápsulas de aço encravadas nas paredes de concreto, nos riscos dos ricochetes fincados nas vigas de metal. Nos cacos de vidro que se assomam às toras de madeira partida sob seus pés. Estaria ele pisando sob um pedaço de pano que outrora fora um lenço florido na cabeça de uma pequena garota? Caso vasculhasse, encontraria por baixo do entulho restos de um caminhão de plástico? Bolas de gude perdidas? Algum fragmento de osso, tira de pele ou músculo. Um olho humano? Pedaços de porcelana quebrada? Plaquetas de identificação militar? Enxerga a roda de uma bicicleta solta, parte de uma cadeira quebrada, uma mesa de boticário desmontada, um muro caído. Enxerga uma fotografia impressa em sua retina. Pisca os olhos mas ela continua lá. As cores drenadas pelo preto-e-branco de sua mente. Com a perna dobrada em um passo iminente, pensa em continuar caminhando, mas para. Olha ao redor. Para o prédio, novamente. Leva a mão na testa, aperta os olhos, distingue no horizonte algumas árvores chamuscadas, a silhueta de uma cidade destruída e volta a encarar a cúpula em cima da construção. Pensa em Deus, desenhado no teto. Pensa em um pesado órgão. Em repartições públicas, escritórios e secretárias e datilógrafos e pilhas de documentos e generais pesados atrás de escrivaninhas imponentes. Pensa em uma bomba. Caindo pesada e sem temor. No avião que a soltou. No piloto que apertou o botão. Na ordem transmitida em ondas de rádio, de outros escritórios, de outras escrivaninhas. No rombo que a bomba deve ter aberto no teto, trespassando a imagem do Todo-Poderoso, abrindo buracos através dos andares, até finalmente cair e parar no chão de concreto firme. E explodir. Pensa na nuvem de fogo e fumaça. No estrondo. Pensa que estaria neste mesmo lugar, na mesma posição. Olharia atônito a seu redor, veria seus camaradas de guerra vibrando com tamanho exemplo de destruição, empunhando seus rifles no ar, pulando em câmera lenta, abrindo sorrisos de satisfação. Esqueceria os companheiros mortos e simplesmente se admiraria com a explosão. O calor e a fuligem nos olhos. Sorriria com a vitória momentânea. Mas, agora que está aqui, e não resta nada que não o silêncio, sente-se triste pelo vazio da paisagem, pela distância e aparente impossibilidade de um recomeço, pelo eco em seus ouvidos, pelas cinzas que vêm com o vento.

456 palavras
 
Lelo: 130 palavras.

Desabafo de um arquiteto...

Há poucos dias passava por aqui e uma bela cidade branca se erigia. Mulheres elegantes acompanhadas de cavalheiros distintos passeavam pelas alamedas, hoje coberta pelos destroços. Onde hoje piso a terra nua, abaixo dos escombros, descendentes de Salomé mesmerizavam os visitantes. As memórias de um sonho construído de suor e sangue coberto de cal e iluminado de forma a vexar o dia, hoje resta o nada. Apenas uma lembrança daquele que era o prédio principal, no qual as maravilhas do mundo novo se estendiam numa fantasia palpável, num sonho. Sonho devastado, cujas réstias permanecem sob meus pés, e o esqueleto de uma fantasia ao fundo, teimosa memória da glória passada. Calco aos pés os cacos do sonho branco, fruto humano de um esforço sobre-humano, agora arruinado, devastado pelas mesmas mãos... humanas.

Deixo para trás, ainda relutante, os últimos fragmentos do mundo de fantasia que ajudei a construir, com a dor de pai ao ver o fim dos seus, cedo demais...Levo comigo cores, cheiros e sabores, luzes, música e risadas, momentos e deslumbres... deixo para trás a devastação em branco-e-preto, que um dia foi meu sonho...

187 palavras
 
Prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, prédio, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, bomba, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, fogo, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, entulho, desilusão.
 
farfael: 83 palavras.

Não se esqueçam de postar o número de palavras do texto (tem um link ali no primeiro post...)
 
Muito bom isso aqui! Bela iniciativa Palazo. Interessante como cada um buscou uma temática e um estilo totalmente diferente pra mesma imagem, ainda que não houvesse como escapar do tema da destruição. Parabéns! Espero ver mais gente por aqui ainda.

E pensei, a gente podia fazer um para músicas também. Vocês concordam? Eu poderia criar o tópico, e atualizar, sei lá, às quinta-feiras. O que vcs acham?
 
O texto:

Depois que a poeira baixa, ficam apenas os corpos para contar. Minha função como O anjo da morte é ir atrás das almas perdidas em meio ao processo de destruição. Nem sempre sou mais do que um vulto ou uma sombra estatelada no meio dos entulhos que ficam como a memória crua do acontecido, porém as vezes gosto de vagar pelos campos desérticos que as bombas deixam para trás, fingindo ser uma valkiria que sai a procura de valorosos Berserk que comporão a ultima sonata de um Odin viciado em guerrear. Mas isso tudo não passa de uma doce ilusão criada pela mente cansada de um trabalho de expropriação do que por direito pertence ao corpo que lutou até o fim com afinco e determinação.

A verdade é que me sinto um lixo; muito pior que esse vejo espalhado pelo chão ainda úmido de sangue e lágrimas. Não posso criar. Não posso destruir. Não posso me rebelar. Vivo apenas uma constante de resignação funcional, onde: cato, separo e reenvio, esperando e rezando para cada um daqueles que passam pelos meus dedos brancos, pois não me importo se são “bons” ou “maus”, para mim são apenas humanos, que tem a dádiva que só terei quando o ultimo deles cair: o descanso.

palavras: 210


Acho que qualquer projeto/desafio desses é válido e construtivo.
 
Muito boa essa participação, e continuem postando, em breve vamos vir com mais novidades...

E eu preciso postar o meu....rs

Wilson disse:
Muito bom isso aqui! Bela iniciativa Palazo. Interessante como cada um buscou uma temática e um estilo totalmente diferente pra mesma imagem, ainda que não houvesse como escapar do tema da destruição. Parabéns! Espero ver mais gente por aqui ainda.

E pensei, a gente podia fazer um para músicas também. Vocês concordam? Eu poderia criar o tópico, e atualizar, sei lá, às quinta-feiras. O que vcs acham?

A iniciativa é minha e da Kika...

E como disse o Breno...
Acho que qualquer projeto/desafio desses é válido e construtivo.

Então bora lá Wilson...
 
Wilson, gostei da sua idéia também... e acho q vc não precisa pedir permissão.. faz ué! eu participaria...
 
JLM disse:
só ñ se esqueçam dos velhinhos! façam uma visitinha de cortesia num final de semana qualquer q eles se sentirão revigorados! :sim:

velhinho 1

velhinho 2

Fiz minha visitinha (ainda estou lendo o de terror para continuar), agora ficaria bemmm feliz se vc contribuisse com suas palavras sobre a imagem... ^^

(em outras palavras: up )
 
JLM disse:
só ñ se esqueçam dos velhinhos! façam uma visitinha de cortesia num final de semana qualquer q eles se sentirão revigorados! :sim:

velhinho 1

velhinho 2

Opaaaa.. e parece que essa onda de desafios deu um up no pessoal no tópico de prosa, nunca vi tantas publicações novas....

E é verdade, queremos sua contribuição aqui JLM...
 
Após me recuperar das invariáveis lesões causadas pelos sucessivos dias de combate eu voltei ao vilarejo onde nasci. Ouvi dizer que fora destruído por uma bomba, mas precisava ver com meus próprios olhos. Ao chegar, só encontrei devastação. Porém um fato me surpreendeu, a antiga casa onde eu nasci resistia, com parte de sua estrutura intacta. Faltavam janelas e parte da estrurura, assim como alguns cômodos habiam sido devorados pela tempestade de bombas. Porém era a única que ainda estava parcialmente de pé. E lembro das palavras que papai pronunciava sempre, "essa é a casa mais forte do vilarejo". E não é que ele tinha razão?

Palavras: 105
 
Me via sobre escombros. Escombros de vida, de amor, de esperança.
Tudo estava destruído, acabado. E não fora somente o meu lugar que se acabara. Meu coração estava partido em mil pedaços. Toda a segurança que eu tivera até aquele momento estava no chão, como os restos do lugar no qual um dia fui feliz.
Não havia mais ninguém. Tudo a minha volta era deserto. A única alma viva era eu mesmo. O silêncio predominava. O vazio que habitava aquele lugar me machucava. Ao ver o fim, lágrimas escorriam por meu rosto. Não restava mais ninguém. Não havia mais nada. Tudo acabara. Eu agora era o último sobre a Terra.

palavras: 107

Muito boa a proposta.
 
Vejo: Fantasmas negros como lágrimas de sangue roxo-escuro através dos veios de concreto aberto.
Ouço: O clamar de dez mil crianças mortas, de espíritos lânguidos, viúvas soturnas a zumbirem em silencio.
Sinto: O calor do fogo dissipado, o toque frio da névoa desgastada, a ausência de algo sagrado que venha depois, de qualquer coisa maldita que já existiu.
Degusto: O azedo do vazio salivado, dentes ásperos corroídos, uma lingua sem sabor.
Cheiro: O vazio do chao queimado.
Pressinto: Nada.

Mas se absorvo a destruicao, o fogo que derrete as fundacoes de aco se tornam parte de mim, no passado, no presente, e para todo o sempre, amem.

100 palavras
 
valeu pelo convite, gente.

pena q esses dias tô sem tempo pras coisas agradáveis daqui do fórum. mesmo assim, entre um lapso e outro consigo ler alguns posts. qdo eu ressucitar com certeza vou dar a minha contribuição.
 
Resumo da semana - 1ª imagem: 1378 palavras, sendo (em ordem de postagem)

Wilson - 456 + 100 palavras
Lelo - 130 palavras
Kika - 187 palavras
Farfael - 83 palavras
Breno C. - 210 palavras
Palazo - 105 palavras
Amandinha - 107 palavras
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.644,79
Termina em:
Back
Topo