Para quem tem alguma conexão com a vida acadêmica, o pastiche desse tipo de discurso na voz de Zampanò é absolutamente hilário, incluindo as picuinhas idiotas entre as fontes que ele cita, mas entendo que alguns leitores possam não ter paciência para isso. O que eu posso dizer é que essas enrolações são uma técnica para controlar o ritmo, e a ansiedade faz parte do processo. Tem um capítulo inteiro de impressões, em que a Karen mostra uma gravação da casa para personalidades variadas, incluindo Camille Paglia, Harold Bloom, Stephen King, Stanley Kubrick e Jacques Derrida, a fim de coletar o que cada uma dessas figuras pensa disso. Para quem não conhece ou não liga para esses nomes, o trecho deve ser um tédio, mas quem sabe vagamente quem são vai dar umas boas risadas. No mais, dá-lhe listas e mais listas, menções a clássicos literários, da Bíblia e do Épico de Gilgamesh a Milton e Borges, citações de Derrida e Heidegger no original (que deixam Johnny possesso de raiva), etc. Eu entendo o leitor que possa não ter paciência para isso, mas não vejo como algo gratuito. Faz parte do projeto