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[Desafio] Quanto vale uma imagem?

  • Criador do tópico Criador do tópico Palazo
  • Data de Criação Data de Criação
Desafio - 2ª Semana

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As vezes é díficil entender e aceitar a perda. Isto fica mais evidente quando perde-se o companheiro de todos os momentos. João era meu inseparável companheiro, um dos quatro mosqueteiros. Os outros dois eram nossas bicicletas. Em cima delas rodávamos a cidade toda organizando, articulando e executando nossos planos diários.
Com ele conheci a diversão, a noite, as mulheres, o roubo, a fuga, a prisão e a maconha. Sempre estávamos juntos em todos os momentos. Mamãe costumava dizer que se ele se jogasse da ponte eu também o faria.
Está ai um fato curioso.
As autoridades disseram que João se jogou da ponte e morreu. Nenhuma evidencia de luta foi encontrada em seu corpo. Apenas alguns miligramas de drogas e alcool em seu organismos.
Causa da morte: Suicídio.
A vida perdeu a graça sem o fiel companheiro.
Por ser fiel, resolvi seguir os mesmos passos de meu comparsa e fui até a mesma ponte em que João supostamente se jogara.
Parei a bicicleta, e me joguei.
Na bicicleta um recado: "Mamãe, você tinha razão"

Palavras: 167
 
Todos os dias eu a via em sua bicicletinha. Passeava pela cidade, balançando os seus longos cachos cor de mel. Por vezes desejei tocar esses leves fios, que bailavam em sintonia com a brisa primaveril.

Parado em frente à padaria, eu a observava sempre que passava. E, enquanto isso, minha mente viajava, percorrendo todo o seu corpo e suspirando a cada curva.

Noites passei velando-a em sonhos, pedindo a Deus sua proteção, mas coragem o bastante para lhe dirigir algumas palavras eu jamais possuí. Esperei que ela me percebesse a sua espera, porém esse momento não chegou. E, foi em um dia, de tarde ensolarada, talvez a mais bonita que eu havia presenciado, que eu a vi, como de praxe, em sua bicicleta. Radiante, estava ela. E, ao seu lado, provavelmente a razão da sua euforia. Passeavam os dois juntos, cada um com sua bicicleta, trocando olhares e sorrisos confidentes. Enquanto se iam, eu entrei em minha padaria, permanecendo lá até o final dos meus dias.

Palavras: 165

(Adorei o texto do Palazo ^^)
 
Peguei na minha bicicleta e pedalei, sem destinatário ou sentido só queria neste momento pedalar, esquecer todo o mundo e toda a gente, eu só queria sentir o ar a correr pelos meus cabelos, a bater me na face deixando-a rosada com o frio, pedalar na minha bicicleta é solução para tudo. Depois de zangas e lutas, pedalo! Depois de tristezas e corações partidos, pedalo! Depois horrores e stress, bem eu pedalo! Como é bom sentir o ar enquanto estou a pedalar...
Mas hoje foi diferente, parei na ponte sozinho, mas rodeado de tanta gente, sentei-me no muro e respirei, porque é que hoje o pedalar não me retirava estas memórias? Hoje não estava a ter o mesmo efeito de sempre, não me fazia esquecer, e eu queria esquecer! Tanto ao ponto de me sentir insano, tirei a mão da minha bicicleta e deixei-me cair da ponte. Dizem que a vida nos passa à frente antes de morrer, mas a mim apenas passou uma coisa, a minha bicicleta e eu a andar nela. E deitei uma última lágrima não porque estava a morrer afogado, mas porque não tinha levado a minha bicicleta comigo.

191 palavras
 
Palazo disse:
Causa da morte: Suicídio.

só um detalhe, vc nunca vai encontrar como causa da morte o suicídio. afogamento? sim. falência múltipla dos órgãos devido a queda de uma grande altura? tb. suícidio encaixa mais como motivo ou fato gerador e ñ como causa.

lembra a questão da aids. ngm tem como causa da morte em sua certidão de óbito aids, mas as complicações q ela traz, como tuberculose ou outra infecção oportunista.
 
JLM disse:
Palazo disse:
Causa da morte: Suicídio.

só um detalhe, vc nunca vai encontrar como causa da morte o suicídio. afogamento? sim. falência múltipla dos órgãos devido a queda de uma grande altura? tb. suícidio encaixa mais como motivo ou fato gerador e ñ como causa.

lembra a questão da aids. ngm tem como causa da morte em sua certidão de óbito aids, mas as complicações q ela traz, como tuberculose ou outra infecção oportunista.

Valeu JLM, eu realmente desconhecia esses detalhes... :timido:
 
Só para não perder o foco, e como mudou a página vou repetir o desafio...

Desafio - 2ª Semana

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Resumo das Regras
1. Imagens serão publicadas semanalmente (Quartas-feiras)
2. Qualquer um pode participar, com o texto no tamanho que sua imaginação e inspiração permitirem. Liberdade é a palavra de ordem aqui (pegando carona na idéia do JLM)
3. Publique somente textos inspirados nas imagens e em prosa.
4. Lembre-se de indicar o número de palavras que contém o seu texto.
5. Para contar o numero de palavras do texto clique aqui.
 
Naquele dia havia recebido uma missão simples: pedalar até a ponte com cinco quilos de C4 amarrados ao corpo, esperar o crepúsculo, momento em que havia mais turistas observando a paisagem, e por final detonar todas as cargas em meio a maior quantidade possível de pessoas. E essa era um das missões mais fáceis que já havia recebido, porque as anteriores envolviam armar os explosivos em um local que não chamasse atenção, para depois, de uma distancia segura, detonar tudo com algum gatilho elétrico, sendo que essa simples “instalação” exigia todo um conhecimento do local escolhido, logo eu tive que estudar todos os prédios a volta e o local propriamente dito.

Dessa vez as coisas eram um pouco diferentes. Não havia tempo para estudar o ambiente em que estaria e nem tempo após a explosão para voltar e ajudar os bombeiros a contar os mortos. Esse era a primeira e ultima missão sem volta.

Não, eu não estava com medo. Meu corpo já não ligava se a causa pela qual estávamos lutando era verdadeira ou não. Era a mente que me mantinha fiel a ideais que já não sabia mais serem corretos. Havíamos matado mais inocentes do que o próprio exercito que ocupava a vila, mas mesmo assim minha cabeça dizia que eu deveria detonar sem questionar, porque assim é a vida, detonamos todos os dias como se fossem os últimos ou vivemos em um completo estado de “pré lançamento”, fingindo uma calma hipócrita que no fundo só mostra que a vontade da alma é se rebelar contra tudo que está a volta. Por que? Porque somos soldados e é assim que somos criados, executando ordens que nos são dadas.

Pedalei até o ponto que haviam indicado como o local certo, justamente onde havia a maior concentração de turistas, o centro da Ponte. Ainda era quatro da tarde, então achei que deveria esperar ali mesmo o momento certo, admirando a vista que em prováveis três horas, seria manchada pelo sangue de pessoas que eu nunca havia visto antes.

Parado, congelado pela cena que via, me mantive de pé encostado nas muretas que separam o corpo de uma queda no rio gelado e sujo. A princípio não conseguia entender o motivo de aquelas pessoas estarem ali horas antes de um fenômeno da natureza, até muito comum, começar. Ouve comentários sobre aquele ser o por do sol mais lindo do mundo, mas mesmo assim ainda não entendia que diferença fazia ver o por do sol em uma ponte ou na sala de casa. Talvez porque nunca havia tido uma casa ou nunca havia parado para prestar a atenção nos fenômenos naturais de pouca relevância.
Acabei cometendo o primeiro erro básico de um agente terrorista, deixei que o cansaço tomasse conta do corpo. Encostado na mureta estava, encostado na mureta dormi. Não tenho vergonha de dizer que minhas pálpebras ficaram pesadas, mas fico triste de ter cometido um erro tão simples e tão primário.
O despertar de um soldado não é muito diferente com o passar dos anos. Você sempre vê as situações por um mesmo lado do prisma, pensando quais serão as próximas ordens e quem deverá satisfazer naquele dia. Porém dessa vez foi diferente.

Acordei com os gritos que a multidão fazia. De pronto minha mão foi até o gatilho da bomba. Aparentemente eles estavam se juntando para ver o sol se juntar ao mar, manchando de um púrpura vivo e um vermelho alaranjado, a cena que antes eu iria dar a tonalidade cinza fumaça e vermelho sangue. Naquele momento eu soube que não apertaria o botão, não puxaria mais um gatilho e que não lutaria mais por algo que minha mente não tivesse a certeza maior de realidade quanto a que tive no momento em que vi o por do sol pela primeira vez.

634 palavras
 
[align=justify]Uma vez conheci um homem prestes a desistir de sua vida.
Havia muita tristeza no mundo, ele costumava dizer. Mesmo que eu construísse uma casa de tijolos vermelhos, suas paredes não a poderiam conter. Eu a construiria em cima de uma ponte, sobre um pequeno rio cristalino, onde eu pudesse ouvir o barulho da água escovando as pilastras de pedra, o arrulhar de pombas brancas como as nuvens que cagariam por todo lugar - ele riu. Ainda assim, não seria o suficiente.
Eu disse a ele que aquilo o faria mais feliz ao menos.
Ele disse que eu provavelmente estava certo.
Ele compraria uma bicicleta azul e passaria em frente à casa todos os dias, com o vento em seu rosto e o cheiro morno de uma padaria próxima.
Ele disse que aquilo parecia ok. Ele sorriu e virou o rosto de lado para olhar o horizonte. Ele disse que gostaria daquilo. Estaria tudo bem. Seria uma boa vida para se viver.[/align]

156 palavras
 
Tijolos ásperos. Olhos esbugalhados. Olha só aquela menina! Rói os dentes e mastiga as unhas. Tamborila na parede. Ri. Uhuhuhuh. Como o Coringa. Dá pequenos pulos de alegria e grandes gargalhadas mudas. Hahahaha. Passa alguém de bicicleta e ele coloca o pé para que caia. Cortes vermelhos e sangue na cara. Cara, olha só aquela menina, ele aponta. E ri bem alto. HAHAHAHAHA!!! Abraçando a barriga, apertando o peito, se joga no chão e se põe a rolar no cimento feito um maluco. Filho da puta, diz o outro. E lhe dá umas bicudas. Toma seu corno! Filho da mãe desgraçado. Hahahaha... Aaah, ele para de rir e suspira olhando para o céu azul bem no alto. Que vontade de tomar um café... A brincadeira perdeu a graça... Pois é, o outro se levanta meio manco e acende um cigarro encostado no parapeito. Filho da puta, diz bem baixo, e conta suas costelas para saber se estão todas ali. Uma, duas, três... O outro descansa. Se levanta. De pé sobre o parapeito, mergulha no rio. A água está gelada!, grita lá de baixo. E se põe a nadar. Foda-se, diz o outro. E apaga o cigarro. E sai correndo pela rua feito um louco varrido. O outro nada alegremente, dando braçadas estilo costas. Assobiando don`t worry be happy. O doido salta um carrinho de maçãs, estapeia uma criança para fora do caminho, passa a mão na bunda de uma loira que fotografava andorinhas, cuja saia levanta com o vento, derruba câmera e diz: uh-la-la, com a boca fazendo bico e a mão tampando a boca. Eu pego esse filho da puta é agora. O maluco dá a volta no quarteirão e para do outro lado da ponte. Sobe no parapeito mas um viking chega por trás dele e lhe corta as pernas fora com um machado que acabara de roubar de um museu. O ex-ciclista perde o equilíbrio obviamente. E cai no rio. E se afoga até morrer. E o outro cantarola. Don`t worry, my friend, be happy. E acena para o viking lá de baixo. Bela jogada meu amigo! E assobia para a loira de saia esvoaçante, que acabara de tirar a blusa fora e que também acena para o viking e pergunta por quanto ele lhe venderia o machado. Mas o viking não consegue ouvir devido ao barulho da bomba que acabara de cair.

395 palavras
 
Não lembro da onde vinha. Esqueci. Lembro bem que vinha devagar, sem pressa. Havia sido um dia bem quente e brilhante. O sol amarelado das cinco da tarde me ofuscava mesmo quando fechava os olhos. Tudo era brilhante por baixo das pálpebras. Na minha bicicleta azul deslizava devagar.
Vários meninos passaram correndo por mim, quase me desequilibrando. Gritavam eufóricos. Chegaram na ponte e debruçaram no beiral de onde, olhando para baixo, gritavam e apontavam. Outras pessoas estavam na amurada da ponte.
Desci da bicicleta e procurei ao que toda aquela gente estava vendo.
Seguindo a corrente, uma mulher de uns vinte e poucos anos nadava suavemente no rio.
Ela, meio que flutuando, nadava de costas. Olhava fixamente para o céu, como se ela também, assim como aquela gente toda, seguisse algo. As pessoas a ela, debruçadas na ponte ou andando pelas margens, e ela a alguma coisa num ponto indefinido no céu.
O rio como todos da região, de águas negras, mas limpas, e os cabelos negros dela se confundiam com ele. Ela vestia uma saia raiada que a fazia parecer mais uma folha das muitas que desciam o rio nesta época do ano.
Na ponte do lado norte havia muita gente que também observava a mulher se afastar pra então ou ir embora, cuidar da vida, ou a seguiam pela margem enquanto ela nadava calma e prazerosamente.
Não parecia estar correndo perigo, tanto que a ninguém ocorreu ligar para a policia ou os bombeiros. Ela também não pediu ajuda, ao contrário, ignorou a toda aquela multidão como se a atrapalhasse. Mas eu precisava chegar perto, saber quem ela era ou porque estava fazendo aquilo. Encostei minha bicicleta na amurada e, com algum esforço, agarrei numa escada cimentada no pilar da ponte e desci até quase a água.
As pessoas dividiram sua atenção, se perguntando se eu seria capaz de salvá-la.
Ela se aproximou devagar, enquanto meu coração acelerava.
Quando chegou perto vi seu rosto e lhe estendi a mão: “Segure por favor!”
Ela apenas olhou para mim e me deu um sorriso educado, mas não fez menção de segurar a minha mão. Estendi novamente:
“Por favor!”
Desta vez ela nem mesmo me olhou, não me viu, assim como não via a ninguém ali. Continuou nadando despreocupada enquanto sumia na escuridão da ponte.
Permaneci alguns segundos com a mão estendida, sem acreditar que ela realmente não a segurou. Sua aproximação tão demorada, eternamente longa e angustiante, culminou numa passagem de bem menos de um segundo.
As pessoas agora corriam para o outro lado da ponte para vê-la sair da escuridão e continuar seu caminho.
Subi novamente até a ponte. As pessoas e a mulher se afastavam. Fiquei só. Eu e minha bicicleta, silenciosos.
Nunca mais aquela ponte para mim foi a mesma, nunca mais passei despreocupado, nem calmamente por ela. As águas, hoje não tão limpas assim, estão ainda mais negras.
Me pergunto se ver a mulher de novo terei coragem de me atirar à água e segui-la para onde quer que seja que ela for.



506 palavras
 
Muito bom pessoal, gostei dos textos. Vamos ao resumo da semana e a próxima imagem.

Resumo do Desafio - 2ª semana (em ordem de postagem)

Palazo - 167 palavras
Anne - 165 palavras
A. Moura - 191 palavras
Breno C. - 634 palavras
Wilson - 156 + 395 palavras
Vail - 506 palavras

Valor da imagem - 2214 palavras
 
Desafio - 3ª Semana

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Fonte: Numaga

Resumo das Regras
1. Imagens serão publicadas semanalmente (Quartas-feiras)
2. Qualquer um pode participar, com o texto no tamanho que sua imaginação e inspiração permitirem. Liberdade é a palavra de ordem aqui (pegando carona na idéia do JLM)
3. Publique somente textos inspirados nas imagens e em prosa.
4. Lembre-se de indicar o número de palavras que contém o seu texto.
5. Para contar o numero de palavras do texto clique aqui.
 
Wilson disse:
Muito bom Vail! Uma prosa pacífica eu diria.

Brigado... Como assim pacifica?
Todas estão muito boas. Gosto desse negócio de tema. Muito boa a idéia deste post. Pode parecer limitador, mas eu acho um bom desafio para sair do lugar comum, se bem que quanto a isso a suas histórias e a do Breno são fora de série
 
Tranquila, eu acho. Uma prosa que corre tranquilamente para o leitor. Sei lá... foi o que eu pensei na hora. XD

E realmente a ideia desse post é muito boa! Gostei tanto que estou fazendo isso no meu tumblr. Imagens são sempre ótimas formas de se inspirar. Às vezes pela sensaçao que ela te passa ou pelas histórias que ela te fazem imaginar.
 
Se conheciam a vida toda, sem se conhecer... Seus caminhos se cruzavam numa frequência que sugeria as mãos do Destino em seu caminho. Mas, não importavam os sussurros das esquinas, os gemidos das calçadas e os uivos dos paralelepípedos, seus olhos nunca se cruzavam.

Anos passaram, os caminhos ainda cruzando, inconscientemente. Suas sombras lembravam o único vislumbre - Nos anos loucos, ela saindo esbaforida de uma festa, o vestido rosa e o cabelo magnificamente frisado, num sorriso infantil e debochado, ele vindo do clube de senhores, numa linda cartola e num fraque de corte alinhado, na corrente do relógio um luxo inesperado. Lindos. Apaixonados. Distraídos.

E em todo esse tempo de distração inconsequente, nasceu um amor improvável: desde o primeiro esgar, as sombras agora unidas se cruzavam e se amavam,rodopiando ao som dos passos que se afastavam, num momento congelado no infinito

E hoje incautos, seus passos se cruzaram novamente, sem a menor idéia de que suas sombras são amantes...

156 palavras
 

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