Bem, o romantismo simples tem a opção de podermos procurar referências de autores por país. Aqui no Brasil A Moreninha do Joaquim Manuel de Macedo é um dos livros que inaugura o período. Nele há espaço para histórias paralelas mas é algo mais leve, é um romantismo light bem idealista.
Na vibe européia trágica estilo Romeu e Julieta tem o Goethe com Os Sofrimentos do Jovem Werther. Nele o romântico é um exagerado patológico e por isso as descrições de ambientes e atmosferas são sempre muito detalhadas e ricas e sempre de forma bem natural e instintiva. Em Goehte vale muito a impressão que os personagens causam e o escritor evita o descritivismo didático.
Em Hamlet há a exploração do tema da passividade e da adoração, em que adoração de anjos se confunde com a adoração das musas uma vez que para o romantismo a ilusão adquira o nome de "sonhos" ou mesmo fantasias. No romantismo o amadurecimento pode ser um "pecado" e ou o alvo do desejo alcança a felicidade ou desaparece em meio a lágrimas dentro de uma cúpula de cristal.
É muito comum estarem queimando no fogo da própria paixão e ainda assim estarem dormindo, caminhando por aí como sonâmbulos, em sono profundo mas de olhos abertos. O período vitoriano na Inglaterra, nas pinturas se retratavam meninas olhando plantas novas, como se elas estivesse olhando a si mesmas e seriam meninas que nunca cresceriam (como Peter Pan).
Em suma, penso que tem que investir no mundo de ilusão ao redor do personagem principal e é aí que se abre espaço para outros personagens e para o tema de qualquer tipo de abuso ou doença, todos eles com as cores fortes dos sonhos e delírios do romântico se a narração for na voz do personagem principal. O apaixonado fica naquele estado meio febril e pouco consciente e não percebe relações de apego e dependência.