Biden escolhe para Secretaria do Interior deputada indígena que promoveu moções contra Bolsonaro
Deb Haaland, que se envolveu algumas vezes em temas bilaterais Brasil-EUA, será a primeira pessoa dos povos originários dos EUA a ocupar um cargo ministerial no país, caso seu nome seja confirmado pelo Senado
O Globo
17/12/2020 - 17:07 / Atualizado em 17/12/2020 - 19:44
O presidente eleito Joe Biden escolheu para ser sua secretária do Interior Deb Haaland, uma das congressistas mais ativas em propostas legislativas contra o governo de Jair Bolsonaro, disseram fontes próximas à equipe de transição do governo à imprensa americana. Responsável pelas terras públicas federais e reservas naturais, ela será a primeira pessoa indígena a ocupar um cargo ministerial na História dos EUA.
Embora o cargo que Haaland ocupará caso seu nome seja confirmado pelo Senado não tenha relação direta com a política externa dos EUA, a escolha reforça a ênfase que o futuro governo Biden pretende dar a temas como os direitos dos povos indígenas, a
questão climática e o meio ambiente.
Em julho deste ano, Haaland liderou um grupo de deputados democratas, alinhados à ala progressista, que se mobilizou para
dificultar a implementação de dois acordos entre Brasil e Estados Unidos. Os alvos dos congressistas eram o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que viabilizava a utilização pelos EUA da Base de Alcântara, no Maranhão, e os acordos derivados do reconhecimento do Brasil como aliado preferencial extra-Otan dos Estados Unidos.
Contexto:
Ala progressista do Partido Democrata cobra implementação de programa após mobilização por Biden
"Os Estados Unidos não devem se alinhar a um líder que, repetidamente, coloca seu povo em risco, destrói o meio ambiente e viola os direitos humanos", afirmou a deputada por e-mail ao GLOBO na época.
Não foi a a primeira vez em que Haaland se envolveu em temas bilaterais Brasil-EUA. No ano passado, quando
chegou a se reunir no Congresso com representantes da oposição do Brasil, a congressista apresentou uma emenda ao Orçamento de defesa americano para obrigar o governo Trump a fazer um relatório sobre os direitos humanos no Brasil. Após revisões, a emenda foi aprovada,
e o texto sancionado pelo presidente americano.
Ela também foi signatária de uma carta pedindo que o Congresso brasileiro não aprovasse o projeto de lei conhecido como "PL da grilagem", por legalizar a posse de terras em áreas indígenas e protegidas.
Se a nomeação for confirmada pelos senadores, Haaland terá autoridade sobre um departamento que emprega mais de 70 mil pessoas e supervisiona mais de 20% da superfície do país, incluindo terras tribais e parques nacionais como Yellowstone e Yosemite.
Fonte.
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É isso, aí, João Bidê!