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Eles querem best-sellers

  • Criador do tópico Criador do tópico Anica
  • Data de Criação Data de Criação
Eu entendi Tauil, só não concordo, porque essa primeira transição, mesmo que forçada, é sempre complicada. Porém não faz da pessoa um pseudo leitor.
A verdade é que cada um tira lições de onde quiser, e os livros de auto ajuda estão ai para validar essa idéia. Se uma pessoa tira uma super lição de vida dos livros da série HP ou do Crepúsculo, quem somos para descordar? A literatura, assim como as outras nove artes, no fundo depende da interpretação pessoal, porque não adianta o cara fazer cinco anos de faculdade e no final só aprender as técnicas e como interpretar "socialmente" o significado do livro, tem que haver um ganho pessoal. Trazendo essa idéia para o que estávamos dizendo, acho totalmente possível uma pessoa afirmar que tirou proveito psicológico de livros como Crepúsculo e não é pela falta de profundidade aparente do livro que eu devo me guiar.
 
Eu estou fazendo isso com a minha irmã e não acho ruim. Eu deixei com elas todos os meus clássicos, mas ela simplesmente não os lê. Então decidi que vou dar a série inteira de Crepúsculo para que ela se interesse mais pela leitura, e parece estar funcionando. Acho a idéia ótima e boto fé que dê certo. :sim:


Pessoalmente eu não tenho nada contra best-sellers, não os prefiro nem os odeio, os leios se a história me interessar, assim como os clássicos.
 
Mas vai funcionar mesmo, Ariane!
É muito raro alguém começar a ler com clássicos. O problema é quando a pessoa fica só nos bes...

Ah, não vou falar mais também... :)
Já repeti aí meu argumento umas cinco vezes, quem quis entender, entendeu. Quem ainda acha que sou contra best-sellers, azar.
 
Tauil disse:
Mas vai funcionar mesmo, Ariane!
É muito raro alguém começar a ler com clássicos. O problema é quando a pessoa fica só nos bes...

Ah, não vou falar mais também... :)
Já repeti aí meu argumento umas cinco vezes, quem quis entender, entendeu. Quem ainda acha que sou contra best-sellers, azar.

É isso aeeeeeeeee...... =P

Eu entendi sua posição, depois de 5 vezes fica meio obvio né? rsss
Creio que nossa opinião só varie no termo pseudo-leitor, de resto tudo certo
 
Palazo disse:
Começaste pelos clássicos por obrigação ou por curiosidade mesmo?

Na cagada. "Nossa! O Médico e o Monstro! Parece legal! Imagina um médico voando com o bisturi pra cima do monstro e retalhando ele!!! LOL!" Peguei, li e gostei.

Na verdade, eu acabava descobrindo depois que se tratava de clássicos. O Dom Quixote eu li numas férias na casa da minha avó em São Paulo, perguntei se tinha alguma coisa de aventura pra ler, ela me passou Dom Quixote.

Admirável Mundo Novo eu fui atrás por conta da música do Maiden e, por increça que parível, porque eu lembrava que, alguma vez, na Globo, eu cheguei a ver um filme meio interessante com um nome igual.

E aí fui lendo, sem problema algum. Porém confesso que Machado só me encantou durante meu cursinho e, hoje em dia, sou fã do cara.

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Ah... o politicamente correto...

Tirar lição e forças de algum lugar realmente não me interessa, tem quem tire até do Entei. Tá tudo bem agora.

A questão é que a escrita de best-sellers é ruim e bastante deficiente em sua imensa maioria. Existem os bons best-sellers, porém são raríssimos e, na maioria das vezes, não são lidos como deveriam ser lidos. Alguém que só lê best-sellers e não consegue fazer uma leitura de um livro clássico como ler Dom Casmurro e se preocupar se Capitu traiu ou não, ou ler Dom Quixote e dizer que o livro trata apenas de um doido é, sim, um pseudo-leitor.

Ou, se preferirem, posso alcunhar de outras maneiras: leitor fraco, não instruído, sem profundidade erudita, sem conhecimento clássico e bagagem cultural rasa.

Breno C. disse:
no fundo depende da interpretação pessoal, porque não adianta o cara fazer cinco anos de faculdade e no final só aprender as técnicas e como interpretar "socialmente" o significado do livro, tem que haver um ganho pessoal.

Isso não acontece. Quando acontece é o tipo de pessoa que chamamos de... pseudo-leitor. Ou a arte te toca ou não te toca.

É muito divertido e bem mais confortável achar que a interpretação pessoal é a determinante num livro quando ela é o fator menos importante no resultado final de uma obra de arte.
 
Pescaldo disse:
Isso não acontece. Quando acontece é o tipo de pessoa que chamamos de... pseudo-leitor. Ou a arte te toca ou não te toca.

Já é a segunda vez que caímos nessa conversa e eu bato na mesma tecla: a Literatura pode ser uma ciência, mas antes de tudo é uma arte e a arte depende única e exclusivamente da interpretação pessoal. Se você bate palmas para um músico que considerou ruim só porque outras pessoas dizem que ele é bom, então você não tem opinião. É da mesma coisa com a literatura como arte.

Você pode achar a escrita de um cara foda sem precisar que as outras pessoas concordem, mas é óbvio que também não podemos excluir a "técnica", que nesse caso sim deve ser avaliada e estudada comparando com outros autores.

Pra mim é uma atitude boçal limitar um assunto a "isso ou aquilo" (mesmo que as vezes eu seja obrigado a agir assim e me tornar um boçal também) e entendo que existe o estudo das técnicas que compõem uma arte, porém é um ato de confirmação de boçalidade ver tudo como ciência e esquecer o âmbito artístico.

OBS: não estou ofendendo ninguém (ou pelo menos assim espero)
 
Breno C. disse:
Já é a segunda vez que caímos nessa conversa e eu bato na mesma tecla: a Literatura pode ser uma ciência, mas antes de tudo é uma arte e a arte depende única e exclusivamente da interpretação pessoal.

Sim, antes de tudo ela é arte e, por isso, que a interpretação pessoal não é determinante numa obra artística. Como eu disse em outra conversa, é uma ciência humana e, como tal, está sujeita a modificações radicais e a interpretações bastante diferentes. Porém nunca que a carência de técnica tornou alguém artista.

A interpretação pessoal é determinante para o gosto ou a importância que aquela obra vai ter na sua vida, mas pra obra per se pouco importa. Ela já existe, independente da sua interpretação pessoal ou do seu gosto, por isso que a arte transcende o gosto pessoal e a interpretação pessoal.

Breno C. disse:
Se você bate palmas para um músico que considerou ruim só porque outras pessoas dizem que ele é bom, então você não tem opinião. É da mesma coisa com a literatura como arte.

Eu bato palmas prum músico que eu considero ruim. Eu gosto de coisas ruins como todo mundo gosta, porém, ao contrário dos demais, eu não fico forçando uma interpretação pessoal ou buscando pêlo em ovo pra dizer que ele é fantástico por isso ou aquilo. Porém, aplaudo com prazer alguém que seja bom e eu não goste, como, por exemplo, Pollock. Eu não gosto, mas o cara é bom, vou fazer o quê contra isso?

Gosto é pessoal, técnica não. Simples assim. Aquela técnica pode não me agradar (que é o caso do abstrato), mas ela existe e o cara aplica bem.

Breno C. disse:
Você pode achar a escrita de um cara foda sem precisar que as outras pessoas concordem, mas é óbvio que também não podemos excluir a "técnica", que nesse caso sim deve ser avaliada e estudada comparando com outros autores.

Pra mim é uma atitude boçal limitar um assunto a "isso ou aquilo" (mesmo que as vezes eu seja obrigado a agir assim e me tornar um boçal também) e entendo que existe o estudo das técnicas que compõem uma arte, porém é um ato de confirmação de boçalidade ver tudo como ciência e esquecer o âmbito artístico.

A ciência artística está diretamente ligada com o âmbito artístico, se não o fosse ela não seria uma ciência artística. O domínio da técnica de um escritor é intimamente ligada com a beleza e a forma que aquelas palavras estão arranjadas no texto, o que é o objeto de estudo da ciência literária.

É exigido um grau bem alto de sensibilidade pra fazer a análise da técnica de alguém e, assim, transcender o gosto. É bem cruel, mas é bem verdade: você tem que se sacrificar pra arte ser o que é e isso inclui o seu gosto. Aceitar que o seu ego, a sua vontade e o seu tesão é menor do que a técnica artística é bem difícil, mas é necessário.

Esse tipo de estudo parece restritivo, mas é exatamente o contrário. Ele aumenta a sua visão de forma bastante significativa e faz você transcender a satisfação do seu ego e fazer com que se admire coisas que você nunca admiraria em outras épocas. A linha entre a admiração de uma técnica e o gosto pessoal é muito tênue e, na maioria das vezes, nem é enxergada.

Claro que você vê alguns literatos fãs empurrando leituras bizarras goela abaixo da galera só porque ele gosta extremamente daquilo, mas isso é bem fácil de identificar. As leituras forçadas existem aos montes e até de obras já consagradas, mas é só ficar um pouco mais atento para perceber a situação triste que é.

O seu gosto é determinante pra sua vida, porém a técnica artística é determinante para a arte. Você pode admirar alguém que quase ninguém admira porque você gosta daquilo, mas daí a dizer que ele é fantástico e extremamente competente em beleza artística é fazer seu gosto valer pela técnica.

No final das contas, cada um ler o que quer e que sejam felizes do jeito que lhe convierem. Pra mim, a catarse não é suficiente, para outros o é, para esses outros eu dou o nome de pseudo-leitores. Geralmente o leitor de best-sellers (e apenas eles) é exatamente assim, entretanto eu conheço inúmeros leitores de clássicos que não entendem patavina do que tá escrito e ainda fazem pose de super-caras. Aquele velho exemplo de entrar numa galeria de arte moderna, não entender nada e sair embasbacado, sabe? É como ler Saramago e fazer uma leitura digna de um livro do Paulo Coelho.

Concluindo: pseudo-leitores, leitores fracos, incompletos e afins não são apenas aqueles que leêm best-sellers, porém a tendência nesses é maior. É necessário ler e tirar coisas de obras clássicas e tidas como profundas pelos teóricos e coisa do tipo? Se você procura algo que te apenas uma Epifania, não, se você quer ir além e realmente se entregar à arte, sim.

O processo é sem volta e, nem sempre, eu tenho certeza se ele valeu à pena.

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Sobre a frase que eu coloquei, Brenoca, eu quis dizer o seguinte: aqueles que passam cinco anos numa faculdade estudando à exaustão técnicas artísticas e coisas do tipo e não ter nenhum ganho pessoal nesse processo todo é impossível. Ou a arte te toca, ou ela não te toca: como afirmei acima, os estudos artísticos denotam uma sensibilidade muito grande, não há como você aprender a fazer as leituras técnicas sem ter um ganho pessoal, se não o tem, a leitura, provavelmente, é errônea.

Ai ai, coisa triste demais...
 
Pescaldo disse:
Ou, se preferirem, posso alcunhar de outras maneiras: leitor fraco, não instruído, sem profundidade erudita, sem conhecimento clássico e bagagem cultural rasa.

Por que essa busca por rotular o leitor de best-sellers?
Fraco, sem conhecimento, sem bagagem... isso é bobagem!

O ciclista de FDS é fraco por nao treinar arduamente e não participar de competições? O estudante que adora um rastapé, um forró universitário, e bagagem cultural rasa por não saber todos os estilos? O corredor amador é fraco por não ter tempos competitivos como os profissionais?

Qual a diferença entre eles?
Os profissionais trabalham e estudam esses aspectos, por que desejam e querem, por que tem essa ambição pessoal.
E os amadores? Ajudam a divulgar o esporte, a dança e a cultura pelo simples fato de praticarem.
Então se alguem quer ser apenas leitor de best-sellers é por que ele assim quer, e eu apoio pq isso ajuda a promover a leitura.

Obvio que podemos e devemos indicar outras obras, outros estilos, fomentar a cultura e a sede de conhecimento dos leitores.

Afinal, assim como disse o Tauil.. os best-sellers são ótimos para iniciantes na leitura, e por isso que discordo de qualquer tipo de rótulo de pseudo-leitores, ou coisas do genero...

Somos responsáveis por fomentar a leitura nesse país, e a melhor forma disso é incentivando e principalmente respeitando a ambição de cada leitor.
 
Pescaldo disse:
O seu gosto é determinante pra sua vida, porém a técnica artística é determinante para a arte. Você pode admirar alguém que quase ninguém admira porque você gosta daquilo, mas daí a dizer que ele é fantástico e extremamente competente em beleza artística é fazer seu gosto valer pela técnica.

Não quero ser chato...
Mas isso não soa como uma briga entre parnasianos e simbolistas?

Pescaldo disse:
No final das contas, cada um ler o que quer e que sejam felizes do jeito que lhe convierem. Pra mim, a catarse não é suficiente, para outros o é, para esses outros eu dou o nome de pseudo-leitores. Geralmente o leitor de best-sellers (e apenas eles) é exatamente assim, entretanto eu conheço inúmeros leitores de clássicos que não entendem patavina do que tá escrito e ainda fazem pose de super-caras. Aquele velho exemplo de entrar numa galeria de arte moderna, não entender nada e sair embasbacado, sabe? É como ler Saramago e fazer uma leitura digna de um livro do Paulo Coelho.

Concluindo: pseudo-leitores, leitores fracos, incompletos e afins não são apenas aqueles que leêm best-sellers, porém a tendência nesses é maior. É necessário ler e tirar coisas de obras clássicas e tidas como profundas pelos teóricos e coisa do tipo? Se você procura algo que te apenas uma Epifania, não, se você quer ir além e realmente se entregar à arte, sim.

Concordo quando você fala de uma pessoa que não conhece a técnica e quer falar dela, esse deve mesmo ser colocado no seu lugar... ou até mesmo provocado a aprender mais sobre as tecnicas usadas, e a arte em si.

Porém discordo do termo "pseudo-leitores, leitores fracos e lalala... isso depende da ambição do leitor, e não do simples fato dele apenas ler esse ou aquele tipo de obra. Muitas vezes ele desconhece a existencia dos clássicos, da tecnica e etc... pelo simples fato de ler por puro e simples prazer de se envolver com uma bela história.

Pescaldo, isso depende da ambição do leitor.
 
Palazo disse:
Não quero ser chato...
Mas isso não soa como uma briga entre parnasianos e simbolistas?

Não. Parnasianos tinham uma necessidade de apenas serem estetas, que, aliás, era uma ambição bastante falha, visto que o grande poeta parnasiano (Olavo Bilac) nem parnasiano é quando em sua melhor forma. Uma poesia descritiva não é nada a não ser... descrição.

A questão do Simbolismo ser uma poesia de reflexão do eu não quer dizer que o que eu afirmo como o oposto da técnica seja o Simbolismo. A apreciação técnica é feita, de forma mais violenta, pelos próprios Modernistas que aboliram as formas e transcenderam a poesia em diversos aspectos.

A técnica nunca deixou de ser moda, nem mesmo quando ela foi "abolida", afinal, os Modernistas criticavam não a aplicação tecnicista, mas sim a má utilização dessa técnica.

Palazo disse:
Concordo quando você fala de uma pessoa que não conhece a técnica e quer falar dela, esse deve mesmo ser colocado no seu lugar... ou até mesmo provocado a aprender mais sobre as tecnicas usadas, e a arte em si.

Porém discordo do termo "pseudo-leitores, leitores fracos e lalala... isso depende da ambição do leitor, e não do simples fato dele apenas ler esse ou aquele tipo de obra. Muitas vezes ele desconhece a existencia dos clássicos, da tecnica e etc... pelo simples fato de ler por puro e simples prazer de se envolver com uma bela história.

Pescaldo, isso depende da ambição do leitor.

E eu falei que depende da ambição do leitor:

Pescaldo disse:
No final das contas, cada um ler o que quer e que sejam felizes do jeito que lhe convierem. Pra mim, a catarse não é suficiente, para outros o é, para esses outros eu dou o nome de pseudo-leitores. Geralmente o leitor de best-sellers (e apenas eles) é exatamente assim, entretanto eu conheço inúmeros leitores de clássicos que não entendem patavina do que tá escrito e ainda fazem pose de super-caras. Aquele velho exemplo de entrar numa galeria de arte moderna, não entender nada e sair embasbacado, sabe? É como ler Saramago e fazer uma leitura digna de um livro do Paulo Coelho.

Concluindo: pseudo-leitores, leitores fracos, incompletos e afins não são apenas aqueles que leêm best-sellers, porém a tendência nesses é maior. É necessário ler e tirar coisas de obras clássicas e tidas como profundas pelos teóricos e coisa do tipo? Se você procura algo que te apenas uma Epifania, não, se você quer ir além e realmente se entregar à arte, sim.

Como você disse: ambição do leitor. Para mim, que se entrega de corpo e alma à arte e é bem mais ambicioso do que os demais em uma leitura, considero aqueles que não saibam fazer leituras dignas das obras (ou que só ficam nas leituras fáceis) como leitores medíocres.

Sobre o post anterior seu: sim, o atleta de final de semana é medíocre. Se fosse bom não seria atleta de final de semana, seria um profissional, ou se treinasse arduamente ele seria um profissional (não necessariamente bom, mas seria um profissional, escritores profissionais ruins temos aos montes). Sobre o estudante universitário que curte forró: não posso afirmar que tem bagagem cultural fraca porque não conheço o contexto que ele foi inserido. Muitas vezes alguém pena pra entender alguma coisa numa obra mais profunda porque não tem uma bagagem cultural forte. Mas isso não te impede de gostar de porcarias (e que, nem sempre, forró é porcaria), como eu mesmo gosto.

Os clássicos não são necessariamente chatos como gostam de afirmar. Temos livros clássicos que são fantásticos em sua velocidade de narração e no mundo que é inserido. A desculpa de que são livros "difíceis" e que precisam começar "por baixo" não cola, com toda a sinceridade que possa ferir alguém. Assim como acredito que cultura se molda pelo conflito, ser conflitado com algo é a melhor forma de se aprender alguma coisa, por isso deve ser exigido uma leitura mais complicada. Também não gosto de pensar que eu sou "uma excessão da regra" por ter começado a ler clássicos e gostar de ler mesmo assim. A única pessoa que pode me achar especial é mamãe e, talvez, o médico.

Mediocridade dá margem à idolatria e o que menos quero no mundo é leitor iconolátrico, aqueles que veneram um escritor e o colocam acima de qualquer falha, como frequentemente acontece com Gaiman, HP, Paulo Coelho e, num nível quase acadêmico, Saramago e Machado de Assis (pra citar dois que eu gosto bastante e o Gaiman lá atrás também é legal).

Mas, se quiser manter o politicamente correto, recomendo o termo "menos favorecido literariamente". :calado:

Respeito a ambição de cada um como leitor, apesar de parecer que não, porém, se alguém vier conversar sobre um conto do Machado de Assis comigo terá um problema bem grande em ter uma visão como a minha. Talvez por que eu seja um estudioso do assunto? Provável. Porém, garanto que se eu for bater uma bola com o Ronalduxo Fofômeno ou discutir táticas futebolísticas com o Felipão, eu tomaria um baile tremendo. Talvez por que eles são profissionais e estudiosos do assunto? Provável. Entretanto a minha ambição em relação àquela área é essa: entretenimento. E, na minha opinião, isso faz de mim um boleiro medíocre ou pseudo-boleiro.

Agora vou voltar à minha monografia, to gastando muita escrita por aqui (não que seja inútil o exercício, mas que é o trabalho é urgente).
 
Pescaldo disse:
A questão é que a escrita de best-sellers é ruim e bastante deficiente em sua imensa maioria. Existem os bons best-sellers, porém são raríssimos e, na maioria das vezes, não são lidos como deveriam ser lidos. Alguém que só lê best-sellers e não consegue fazer uma leitura de um livro clássico como ler Dom Casmurro e se preocupar se Capitu traiu ou não, ou ler Dom Quixote e dizer que o livro trata apenas de um doido é, sim, um pseudo-leitor.

Fora uma adaptação para crianças do monteiro lobato, ainda não li Dom Quixote... Aliás, vou logo ler. Mas eu ouço muito isso de ele ser só mais um doido. Gostaria de saber sua opinião sobre ele um dia... :P

Só uma dúvida que fiquei quando a isso de dom casmurro. Você quis dizer que é pseudo-leitor quem lê Dom Casmurro só pensando se ele traiu ou não, ou quem não pensa se ele traiu ou não? :P

Vou ler o resto da discussão. Sempre gosto das discussões do pescaldo e do breno... :P E agora tem o palazo e outros no meio :P
 
Pescaldo disse:
Mediocridade dá margem à idolatria e o que menos quero no mundo é leitor iconolátrico, aqueles que veneram um escritor e o colocam acima de qualquer falha, como frequentemente acontece com Gaiman, HP, Paulo Coelho e, num nível quase acadêmico, Saramago e Machado de Assis (pra citar dois que eu gosto bastante e o Gaiman lá atrás também é legal).

Mas, se quiser manter o politicamente correto, recomendo o termo "menos favorecido literariamente". :calado:

Respeito a ambição de cada um como leitor, apesar de parecer que não, porém, se alguém vier conversar sobre um conto do Machado de Assis comigo terá um problema bem grande em ter uma visão como a minha. Talvez por que eu seja um estudioso do assunto? Provável. Porém, garanto que se eu for bater uma bola com o Ronalduxo Fofômeno ou discutir táticas futebolísticas com o Felipão, eu tomaria um baile tremendo. Talvez por que eles são profissionais e estudiosos do assunto? Provável. Entretanto a minha ambição em relação àquela área é essa: entretenimento. E, na minha opinião, isso faz de mim um boleiro medíocre ou pseudo-boleiro.

Agora vou voltar à minha monografia, to gastando muita escrita por aqui (não que seja inútil o exercício, mas que é o trabalho é urgente).

Desculpe interromper sua monogafia, mas só algumas colocações para aquecer a discussão.

Me corrija se eu estiver errado...
O uso dos termos "leitor mediocre", "pseudo-leitor" ou "menos favorecido literariamente" não me soam adequadas no contexto do leitor de best-sellers ou de um leitor iniciante, ou do leitor de fim de semana...

Creio que é válida tão "classificação" (ou rótulo), caso o leitor tenha o intuito de analisar a obra a fundo, discutindo com outros estudiosos literários. Se ele tem esse intuito, mas não tem conhecimento e capacidade para fazê-lo, sem dúvida este é medíocre.

Porém se o intuito (lê-se ambição) é apenas ler uma boa história, conhecer um autor X ou Y sem se aprofundar no estudo literário, ele não é um leitor medíocre, ele é um leitor como você ou eu...

Porém se quiser ser um estudioso do assunto, provavelmente fará uma análise medíocre do tema.

Talvez meu conceito de mediocricidade e do termo pseudo-leitor esteja falho, mas não poderiamos então chamar o leitor "comum" de estudioso medíocre?

LucasCF disse:
Vou ler o resto da discussão. Sempre gosto das discussões do pescaldo e do breno... :P E agora tem o palazo e outros no meio :P

Opaaa, venha para a discussão... aprendemos muito com elas.
 
O Pescaldo falou por nós.
Amém, meu caro, e obrigado por proferir tudo aquilo que por falta de técnica e por preguiça não soubemos exprimir.
 
Pescaldo disse:
Os clássicos não são necessariamente chatos como gostam de afirmar. Temos livros clássicos que são fantásticos em sua velocidade de narração e no mundo que é inserido. A desculpa de que são livros "difíceis" e que precisam começar "por baixo" não cola, com toda a sinceridade que possa ferir alguém. Assim como acredito que cultura se molda pelo conflito, ser conflitado com algo é a melhor forma de se aprender alguma coisa, por isso deve ser exigido uma leitura mais complicada.

Amém a isso.

De fato, do modo como colocam as coisas, parece que os clássicos são necessariamente "difíceis" e, via de regra, "impossíveis", em qualquer nível, e que isso "com certeza" acaba minando qualquer chance de diversão, "velocidade de leitura" ou qualquer outra emoção possível que se possa ter com eles como se tem com os best-sellers.

Besteira.

É possível ter tudo isso com os clássicos também. Só depende do quanto a pessoa realmente quer ler tais livros, caso já não esteja condicionada a olhar torto para os clássicos justamente por terem esse rótulo de "clássicos", algo que na cabeça da maioria se traduz (erroneamente) como "chato e difícil". O costume é de fato colocar tais livros de lado por causa desse rótulo sem antes nem mesmo tentar lê-los. Tal atitude certamente não depõe a favor de tais pessoas para que sejam consideradas não-pseudo-leitoras.

Claro que também é possível que uma pessoa simplesmente não consiga ler e/ou desfrutar de tal livro por alguma incapacidade, que geralmente tem a ver com uma falta de bagagem cultural que seria necessária para uma leitura realmente boa do livro. O problema é que a maioria geralmente fica estagnada nesse estado de "falta" e não tenta adquirir essa bagagem depois, contentando-se eternamente com o que chamam de "leitura fácil" - que na verdade se traduz por texto raso.

Muitos dizem que tem hora é só querem "desligar o cérebro" e "se divertir" lendo um livro, e que não seria possível fazer isso com um clássico. Mas já disse acima que é possível, sim. Nem todos os clássicos são necessariamente as mais profundas e complexas elocubrações da psique humana e não requerem tanto "esforço" mental assim a ponto de o leitor se sentir "cansado". Basta ter vontade de ler que a diversão virá com esses livros.

O problema é ter a leitura passiva como padrão de leitura. Qualquer um que faça isso é por definição, sim, um pseudo-leitor. Todo e qualquer processo de leitura envolve um mínimo de esforço mental, e se a pessoa quer evitar fazer isso talvez seja melhor que ela faça outra coisa, como ouvir música, caminhar ou dormir.

Também não gosto de pensar que eu sou "uma excessão da regra" por ter começado a ler clássicos e gostar de ler mesmo assim.

Não é. Comecei a ler esses livros cedo não por serem "clássicos", mas simplesmente por me interessar pelos temas que abordavam. Ler obras como a Ilíada e Crime e Castigo nessa fase, por exemplo, sem dúvida ajudou a mudar a minha vida, e para melhor. Tive um crescimento intelectual e humano que pode ser visto como precoce. Mas quem define que tem hora para crescer de tal forma?
 
Gente,sem querer participar e/ou gerar uma discussão,eu acho que as pessoas são livres para lerem o que querem,sei lá se a pessoa gosta SÓ de best-seller,deixa ela,ela é que tá perdendo a oportunidade mesmo...
Agora o foda é (o que eu acho que todo mundo pensa enquanto tá nessa discussão aki)quando o cara escolhe um livro péssimo só pq é modinha e fica defendendo quando vc fala que não é aquela coisa maravilhosa que todo mundo diz,aí jah começa com aquela coisa:Ah vc tem é inveja pq a Stephanye Meyer(ou sei lá oq) é famosa e blábláblá...
Esses sim são pseudíssimos-leitores,pois além de não saber aceitar a opinião alheia,se prendem a um único tipo de livro so pq quer pagar pau de intelectual e mostrar que leu livrinho que a escola não mandou ler...
Fazer oq gente,tem pessoas que preferem viver na ignorância do que sair dela.Eu proponho que deixemos elas pra lá e vivamos nossas vidas,discutir não adianta pq eles são teimosos como mulas e todos sabemos disso,agora,se a gente continuar a tentar dizer a eles o que ler e o que não ler,todos nós vamos virar pessoas como a minha prima, que mandava eu ler livros construtivos(e com construtivos ela quer dizer tiroteio,pessoas morrendo, guerras e etc) eu falava pra ela que eu tava afim de fantasia clássica e ela ficava me ORDENANDO variar e que num sei oq e blábláblá.
Enfim,essa é a minha opinião geral,e espero não ter ofendido ninguém expondo ela aqui...
 
Graças a deus de volta :calado:

Realmente, concordo cm o felipe, falei isso três vezes aqui e não deu em nada
a questão é n é de importância geral a questão da leitura de clássicos, e sim individual, cada um cm seu problema, n vejo a sociedade entrando em crise por causa disso ;)


Felipe Sanches disse:
Eu proponho que deixemos elas pra lá e vivamos nossas vidas,discutir não adianta pq eles são teimosos como mulas e todos sabemos disso,agora,se a gente continuar a tentar dizer a eles o que ler e o que não ler,todos nós vamos virar pessoas como a minha prima, que mandava eu ler livros construtivos(e com construtivos ela quer dizer tiroteio,pessoas morrendo, guerras e etc) eu falava pra ela que eu tava afim de fantasia clássica e ela ficava me ORDENANDO variar e que num sei oq e blábláblá.
Enfim,essa é a minha opinião geral,e espero não ter ofendido ninguém expondo ela aqui...

Pois é Felipe, o mesmo aconteceu comigo, cm meu pai falando as besteras dele --
Falou o mesmo comigo, disse que o q eu necessitava n era LITERATURA e sim informação, realmente é de se incoformar cm tal questão, mas sejamos realistas, em certa parte é oq mais necessitamos (informação), mas esse pode se servir de exemplo para o preconceito que sempre existiu cm a literatura fantástica e o romance
 
Como usar Harry Potter para o bem dos clássicos

(Tem um infográfico interativo bacaninha nesse link, que inclui outros best-sellers juvenis.)

Não adianta: para eles, há os livros "legais" e os livros "chatos", sendo estes últimos aqueles exigidos pelos professores. Ler com interesse e até compulsão, só os best-sellers, como os da série Harry Potter e Crepúsculo. São, em geral, livros estrangeiros amplamente divulgados por estratégias de marketing e que acabam virando filme, série de TV e até vídeo-game.

Mas ler é sempre bom, certo? Sim, como afirma a professora Wilma Maria Sampaio Lima, supervisora do 3º ao 7º ano do Colégio Rio Branco, de São Paulo: "Pela leitura, o homem conversa com o homem". No entanto, ler apenas narrativas superficiais e limitadas do ponto de vista linguístico pode ser pouco enriquecedor para a formação dos jovens. Isso não significa, porém, que pais e professores devam combater os best-sellers, pelo contrário. "Quem se coloca contra uma leitura querida pelos jovens pode perder a oportunidade de lhes mostrar outras leituras mais interessantes do ponto de vista estético", alerta a professora Juliana Loyola, do curso de Letras e da pós-graduação em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP. "Nem que seja pelo valor mercadológico, já vale a pena. Esses livros dialogam com o jovem, ou porque mimetizam a velocidade da TV e da tela de cinema, ou porque abordam temas do universo dele. O problema é quando o leitor só tem contato com esse tipo de livro", completa.

Diante desse quadro, pais e professores podem seguir dois caminhos: incentivar jovens leitores a se interessarem também por uma literatura mais consistente e, ao mesmo tempo, aproveitar a leitura deles de best-sellers para abordar temas em casa e na escola. A seguir, veja dicas de como estimular o jovem expandir sua experiência literária.

1) Seja mediador de seu filho ou aluno
Sem o exemplo, é difícil a criança adquirir o hábito da leitura. No caso dos professores, é muito importante mostrarem-se apaixonados pelos livros, para despertar nas crianças a curiosidade de ler. "Se os próprios professores não lerem, como vão conseguir incentivar?", questiona Fernanda Mecking, coordenadora dos projetos de leitura da Secretaria de Cultura de Maringá. "Às vezes, apenas um comentário apaixonado do professor sobre um livro já empolga o aluno", lembra a professora Juliana Loyola.

"Sozinhos, não acredito que esses livros conduzam a uma leitura melhor. Para que isso aconteça, é preciso que haja um bom mediador. Da mesma forma que os críticos são um mediador para os adultos, pais e educadores devem desempenhar esse papel entre os jovens", explica a psicóloga e educadora Ana Carolina Carvalho.

2) Contextualize a leitura

Para que a criança e o adolescente vejam sentido naquela leitura, é preciso formar pontes entre ela e a realidade deles. "Às vezes, precisamos voltar ao passado e vir trazendo o texto para o presente, mostrando nele elementos do hoje", observa a professora Wilma Maria Sampaio Lima, do Colégio Rio Branco, em São Paulo (SP). Em sala de aula, o trabalho deve enfatizar, principalmente, os livros que os alunos não conhecerão por si mesmos. "Isso não significa, porém, que não possamos abordar best-sellers, afinal há aqueles que são considerados clássicos hoje que já foram textos de leitura popular na época de seu lançamento", diz Wilma.

3) Entenda por que o jovem se interessa por outras leituras
"Se o professor entender por que determinado livro é um fenômeno entre os alunos, talvez ele possa, a partir disso, mediar outras leituras que despertem a mesma natureza de interesse", argumenta a professora Juliana Loyola, da PUC-SP. Como o professor é mediador de leituras na escola, é importante que ele entenda quais são os elementos que chamam a atenção dos alunos em determinados livros. Se é pelo gênero maravilhoso, por exemplo, que eles se interessam, contos de fada dos irmãos Grimm e de Hans Christian Andersen e contos de suspense e terror de Edgar Allan Poe podem também atraí-los. Os pais podem fazer o mesmo.

Fonte: educarparacrescer.abril.com.br
 

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