• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Fëanor, Por que vocês ODEIAM tanto ele?

  • Criador do tópico Criador do tópico bechara
  • Data de Criação Data de Criação
Ao pedir as Silmarilli, os Valar pediam que Fëanor sacrificasse sua obra prima apenas para restaurar a obra prima de Yávanna. As Árvores eram boas, bonitinhas, mas assim como as Silmarilli, eram apenas obras de arte, e nada além disso. Salvar as árvores não iria salvar o mundo.

Fëanor não fez coisas só para seu próprio uso. Ele criou os caracteres feanorianos, criou novos e melhores jeitos de usar os materiais, bem como criá-los.

E convenhamos, em Valinor, os Eldar estavam sendo "cordeirinhos" dos Valar.
 
Ao pedir as Silmarilli, os Valar pediam que Fëanor sacrificasse sua obra prima apenas para restaurar a obra prima de Yávanna. As Árvores eram boas, bonitinhas, mas assim como as Silmarilli, eram apenas obras de arte, e nada além disso. Salvar as árvores não iria salvar o mundo.

Não, mas eram muito mais importantes que as Silmarilli. As jóias, por mais espectaculares que fossem, eram apenas um ornamento, enquanto que as Árvores davam luz a Arda, traziam alegria e desafiavam a sombra de Morgoth.

Fëanor não fez coisas só para seu próprio uso. Ele criou os caracteres feanorianos, criou novos e melhores jeitos de usar os materiais, bem como criá-los.

O que não anula o fato de que ele era extremamente egoísta e foi em grande parte por ganância e teimosia que cometeu aqueles atos.

E convenhamos, em Valinor, os Eldar estavam sendo "cordeirinhos" dos Valar.

Como assim? Eles vivam à vontade em Aman, em liberdade, e faziam o que queriam - dentro do racional, é óbvio que os Valar não aceitariam rebeliões só para eles não se sentirem pressionados. Podiam partir quando quisessem, os Valar apenas os desaconselhavam disso, não os impediam. Se quando os Noldor partiram foram "amaldiçoados" por Mandos foi pelas suas terríveis acções em Alqualönde e pela sua cegueira ao se deixarem levar pelas palavras de Melkor, não porque os queriam reter em Aman contra sua vontade.
 
Não, mas eram muito mais importantes que as Silmarilli. As jóias, por mais espectaculares que fossem, eram apenas um ornamento, enquanto que as Árvores davam luz a Arda, traziam alegria e desafiavam a sombra de Morgoth.

Tens razão, exagero meu dizer que eram apenas ornamentos. Mas no fundo elas são apenas uma criação, bem como as Silmarilli.

O que não anula o fato de que ele era extremamente egoísta e foi em grande parte por ganância e teimosia que cometeu aqueles atos.

Sim, ele foi egoísta. Mas será que poderíamos considerar ganância simplesmente querer de volta o que é seu? Mas de qualquer modo, minha frase foi apenas para refutar o comentário que ele seria um tolo.

Como assim? Eles vivam à vontade em Aman, em liberdade, e faziam o que queriam - dentro do racional, é óbvio que os Valar não aceitariam rebeliões só para eles não se sentirem pressionados. Podiam partir quando quisessem, os Valar apenas os desaconselhavam disso, não os impediam. Se quando os Noldor partiram foram "amaldiçoados" por Mandos foi pelas suas terríveis acções em Alqualönde e pela sua cegueira ao se deixarem levar pelas palavras de Melkor, não porque os queriam reter em Aman contra sua vontade.


Ora, mas a própria levada dos Eldar a Valinor foi uma intercessão violenta no livre-arbítrio dos elfos. É claro que eles podiam escolher permanecer avari, mas a opinião de seus líderes foi fortemente influenciada pelos Valar, e na hora de escolher, a maioria acreditou nos líderes. Seria a mesma coisa que viver em uma colméia de abelhas. Tens tudo de que precisa, mas está preso, mesmo assim, à ordem natural do lugar.
 
O Snaga fez um comentário no tópico do "Maiores Heróis" que me fez pensar exatamente nessa questão... Engraçado até existir um tópico (com mais de 500 respostas!) falando sobre...

Dizia sobre ele não se enquadrar no perfil de "herói". Se for olhar no contexto, no significar da palavra herói, em grande parte a questão se responde.
Não é necessário "odiar" Fëanor, mas, quem gosta de um personagem que não é um herói? Fëanor não foi como Fingolfin, Húrin, Túrin, Aragorn, Gandalf etc. Ele apenas fez umas joias(as Silmarils, as lanternas fëanoreanas etc.), mas nada fez de bom para os outros. Sempre arrogante, sempre infantil, sempre inconsequente.

Quem leu O Silmarillion sabe quão alto foi o preço dos atos deles. Quantos morreram por causa do Juramento. E o pior é que o filha da mãe nem vivo mais estava! Ele não sofreu como merecia, para que, quem sabe os leitores se compadecessem dele. Ele simplesmente fez as besteiras dele, traiu o povo em Aqualonde, traiu a segunda hoste dos noldor, e morreu em uma luta estúpida contra Balrogs.

Não dá pra gostar de um personagem desses... ele não tem... carísma.
 
Eu gosto de personagens que não são heróis. Até porque ser um verdadeiro herói exigiria uma dose de altruísmo que não cabe à maioria dos heróis supracitados. Eles foram pessoas boas e tal, mas desses, o único quase totalmente herói foi Gandalf.
 
Concordo com o Alucard. Ele não viveu tempo suficiente para pagar pelas besteiras que fez e falou. Não dá pra gostar dele, além de ser egoísta e corromper quase todos os Noldor, traiu seu povo. Acho que ele não deveria ter morrido, e sim, ter sofrido mais antes..
 
Aldamar disse:
Tens razão, exagero meu dizer que eram apenas ornamentos. Mas no fundo elas são apenas uma criação, bem como as Silmarilli.

Sim, ele foi egoísta. Mas será que poderíamos considerar ganância simplesmente querer de volta o que é seu? Mas de qualquer modo, minha frase foi apenas para refutar o comentário que ele seria um tolo.

Você acaba assinalando outro dos problemas do Fëanor. Ele fez as Silmarilli, teve a mestria e perícia para conseguir colocar a luz das Árvores nas jóias, logo tinha um certo "direito" sobre elas. Mas a luz, que era a essência das Silmarilli, não era sua, tinha sido criada pelos Valar. Ele apenas as colocou dentro de um um objecto seu, mas aquilo que lhes dava vida e beleza não lhe pertencia. Um dos Valar, Yavanna, chega a comentar isso, dizendo mais ou menos que ele se deixa levar pelo seu egoísmo e se esquece de a quem deve a graça das suas obras.

Por isso, quando os Valar lhe pediram para devolver as Árvores à vida (sendo até simpáticos demais talvez) ele tinha a obrigação de aceder ao pedido.

Ora, mas a própria levada dos Eldar a Valinor foi uma intercessão violenta no livre-arbítrio dos elfos. É claro que eles podiam escolher permanecer avari, mas a opinião de seus líderes foi fortemente influenciada pelos Valar, e na hora de escolher, a maioria acreditou nos líderes. Seria a mesma coisa que viver em uma colméia de abelhas. Tens tudo de que precisa, mas está preso, mesmo assim, à ordem natural do lugar.

Oiça, isso não faz sentido algum. Eles tinham total liberdade de escolher se iam ou não, mas por os Valar os tentarem convencer de que era melhor partirem estavam a interferir na sua liberdade?

Quando eles chegaram podiam fazer o que bem lhes apetecia (dentro das leis naturais e democráticas que há em qualquer lugar civilizado), podiam até partir que em circunstâncias normais os Valar não levantariam um dedo contra isso.

A comparação a uma colmeia também não tem grande lógica neste contexto, o que insectos cujo comportamento é exclusivamente determinado pelos genes têm a ver com os seres sábios e habilidosos que são os Elfos? Não percebi.

E afinal, todos nós vivemos num mundo com uma certa "ordem natural". Têm de existir regras, senão cada um faz um que quer. E Valinor não era excepção a isso, aliás, até teria menos "leis" que outros sítios, uma vez que durante muito tempo não houve mal no lugar e se vivia em harmonia.

E diz, em relação à viagem dos Elfos para Aman, que "a maioria acreditou nos líderes". Como se os estivessem a convencer a fazer algo mau: "Vamos para a terra da luz, onde a escuridão de Melkor está ausente, onde poderemos prosperar e viver em bem-venturança." Nessa altura, aqueles a quem a ideia agradou foram, aqueles que preferiam as florestas de Beleriand ou as planícies escuras para lá das Montanhas Nebulosas ficaram. Simples, sem obrigações ou restrições à sua vontade.

Eu gosto de personagens que não são heróis. Até porque ser um verdadeiro herói exigiria uma dose de altruísmo que não cabe à maioria dos heróis supracitados.

O "herói perfeito", digamos, é altruísta e faz tudo o que pode em defesa dos outros. Mas a maior parte dos heróis não tem necessariamente essa característica. Pelo contrário, muitos são movidos por questões egoístas como vingança. O que os distingue é que se preocupam em lutar contra o mal e injustiças, em trazer o bem a outros (mesmo que às vezes dêem prioridade ao que lhes interessa pessoalmente). Fëanor não era assim; para além do egoísmo dos seus motivos, tomou partido em actos terríveis e claramente maus como matar os da sua raça e deixar o seu povo ao abandono numa terra em que eram exilados.

Não dá pra gostar de um personagem desses... ele não tem... carísma.

Atenção que também não é bem assim. Não gosto dele de jeito nenhum enquanto "elfo", a sua personalidade é demasiado desequilibrada e os seu actos demasiado nocivos e prepotentes. Mas é um óptimo personagem, um dos melhores do legendarium. E era um indivíduo bastante carismático sim; não é à toa que conseguiu convencer milhares de Elfos a tomarem parte nas suas atitudes.
 
Concordo com grande parte da discussão, no entanto, não pode-se dizer que havia liberdade em Aman para os eldar.
Eles eram condicionados pelos Valar, havia uma "leitura direcionada" da vida sendo feita ali, o desenvolvimento dos eldar em Endor difere, e muito, daqueles que habitaram Valinor. O maior responsável pelos atos funestos da Primeira Era foi justamente a ruptura com o "livre arbítrio" que ocorrera neste momento.
 
Essa também é minha visão. Eles seriam meio "alienados" pelos Valar, pois não tinham que lidar com nenhum grande problema. Nunca tiveram que lutar por nada, e isso, ao meu ver, é uma forma de condicionamento. Por isso a analogia dos "cordeirinhos", eles eram "tratados" pelos Valar.
 
Um dos Valar, Yavanna, chega a comentar isso, dizendo mais ou menos que ele se deixa levar pelo seu egoísmo e se esquece de a quem deve a graça das suas obras.

Na verdade foi Tulkas quem disse isso e levou uma bronca de Aulë. =]

Ninguém obrigou os elfos a continuarem lá. Eles viviam junto com os Valar numa terra sem corrupção, livre de todos os problemas da Terra Média e se os Valar queriam que os Eldar ficassem em Aman, era pra proteger eles. Eles sabiam que lá era melhor do que a TM.
Não acho que os elfos fossem cordeirinhos. Eu também tive essa impressão quando li o livro, de que eles viviam só na paz, na sombra dos Valar. Mas se fossem os homens que tivessem sido guiados até Aman e conhecessem toda a maravilha que era lá, uma terra sem perigos ou mal algum, acho que eles também desejariam estar lá para sempre.

Os elfos sempre tiveram liberdade pra morar em qualquer parte de Aman e de fazer o que bem entendessem. Dizem que a desgraça de Fëanor foi causada pela intervenção dos Valar, mas os Valar sabiam o que era melhor para os elfos, no entanto foi o próprio Fëanor que proferiu uma maldição nos Noldor, além de ser um mal agradecido, chamando os Valar de 'invejosos'. Ele diz coisas horríveis no seu discurso, quando diz que os que moram em Aman são covardes e que os Valar estavam mantendo eles cativos para os homens dominarem a Terra. Ora, os Eldar vieram por vontade própria. Fëanor foi iludido e iludiu outros elfos. Ele tinha o poder de arrebatar outras pessoas com as palavras. Ele foi o causador da própria desgraça. Não desmerecendo nada do que ele tenha feito. Ele era um elfo que se destacava entre os outros, mas ficou cego pelo orgulho. Na verdade, ele tinha tantos defeitos quanto qualidades. =]

Os elfos não eram alienados, apenas não tinham motivos melhores pra sair de Aman. =]
Melkor fez com que pensassem assim, mas eles não tinham seu direito de escolher como queriam viver interferidos por qualquer Vala.
 
Mas o fato é que essa questão de: Os Valar sabem o que é melhor para os elfos, fere o livre-arbítrio dos Eldar. Os Valar deveriam ter feito a Terra-média, Aman e ter rapado o pé depois de derrotar Morgoth. Se Fëanor é culpado por desgraçar alguns elfos com sua maldição, a razão de tal maldição veio justamente da intereferência dos Valar em tentar abrigar os Eldar do perigo e dos males.
 
Eu não entendo a relação que vocês fazem entre livre-arbítrio e os elfos em Aman. Os elfos nunca foram obrigados a permanecerem em Aman, tanto que muitos não foram, e muitos que quiseram ir embora, foram. Eles eram completa e totalmente livres.

Livre-arbítrio é ter capacidade de auto-consciência e liberdade de ação; na prática, para que esse livre-arbítrio possa ser exercido, é preciso que os seres possam efetivamente tomar suas decisões. Os Valar sempre garantiram isso aos elfos. Yavanna nunca tomou as Silmarils do Fëanor: ela pediu, e ele negou. Fëanor teve liberdade pra negar, para matar e para sair de lá.

Uma outra coisa é o fato de os Valar terem criado Aman. Eu concordo que os Valar não deveriam ter criado um continente cercado e deixado a Terra-Média meio esquecida. O correto deveria ser derrotar Melkor de uma vez (eles deviam acreditar que isso era possível), e tornar a Terra-Média habitável aos elfos. Mas isso é outro assunto, não interfere no livre-arbítrio. Só quem queria subjugar vontades era Melkor.
 
Uma outra coisa é o fato de os Valar terem criado Aman. Eu concordo que os Valar não deveriam ter criado um continente cercado e deixado a Terra-Média meio esquecida. O correto deveria ser derrotar Melkor de uma vez (eles deviam acreditar que isso era possível), e tornar a Terra-Média habitável aos elfos. Mas isso é outro assunto, não interfere no livre-arbítrio. Só quem queria subjugar vontades era Melkor.



Peraí...

Há um engano creio eu.


"Disse então Manwë aos Valar: - Este é o conselho de Ilúvatar no meu coração: que devemos reconquistar o domínio de Arda, a qualquer custo, e libertar os quendi da ameaça de Melkor."(...)

E assim foi feito.


Lembra-te que após a destruição de Almaren, e do fim da primavera de Arda a intenção deles, e era realmente se afastar da sombra de Melkor que se alastrava?! ... Mesmo por que: " (...) E, como Melkor estava de volta a Terra-Média e eles ainda não tinham como derrotá-lo, os Valar fortificaram sua morada e, junto ao litoral, ergueram as Pelóri, as montanhas de Aman, as mais altas de toda a Terra." (...)

Porém eles não abandonaram Arda. E Manwë, junto a Varda em seu trono, vigiava o que era feito além dos confins do oeste.

Lembra-te que eles estavam cansados da labuta de construir enquanto Melkor destruía?! E quando os quendi despertaram, eles foram para a luta, e capturaram-no, aprisionando-o por 3 longas eras?!...Pois é.

E tudo o que Fëanor dizia era senão fruto das sementes que Melkor havia plantado; não havia verdade nas palavras dele.
Ele só concluiu isso por ter se sentido injustiçado perante os Valar e por ter perdido as Silmarilli e o pai.

“(...) Longo foi seu discurso, e ele insistia para que os Noldor o acompanhassem, e com sua própria força, conquistassem a liberdade e territórios imensos na ]s terras do leste, antes que fosse tarde demais. Pois ele repetia as mentiras de Melkor, de que os Valar os haviam iludido e queriam mantê-los cativos para que os homens dominassem a Terra-Média”. (...) Pág 93


Eis minha conclusão.

Agora vamos agumentar!!! :cerva:
 
Eu não entendo a relação que vocês fazem entre livre-arbítrio e os elfos em Aman. Os elfos nunca foram obrigados a permanecerem em Aman, tanto que muitos não foram, e muitos que quiseram ir embora, foram. Eles eram completa e totalmente livres.

Livre-arbítrio é ter capacidade de auto-consciência e liberdade de ação; na prática, para que esse livre-arbítrio possa ser exercido, é preciso que os seres possam efetivamente tomar suas decisões. Os Valar sempre garantiram isso aos elfos. Yavanna nunca tomou as Silmarils do Fëanor: ela pediu, e ele negou. Fëanor teve liberdade pra negar, para matar e para sair de lá.

Uma outra coisa é o fato de os Valar terem criado Aman. Eu concordo que os Valar não deveriam ter criado um continente cercado e deixado a Terra-Média meio esquecida. O correto deveria ser derrotar Melkor de uma vez (eles deviam acreditar que isso era possível), e tornar a Terra-Média habitável aos elfos. Mas isso é outro assunto, não interfere no livre-arbítrio. Só quem queria subjugar vontades era Melkor.

Essa "liberdade" que cita acima é condicionada em suas bases, eles foram moldados em Aman, e não poderiam escolher quaisquer outras formas de vida, e quando isso ocorre, ocorre de forma catastrófica.
Existe mais de uma maneira de se matar alguém, em certos momentos homens combatiam em campos de batalha, usando armas, com sangue nas mãos do vencedor - no entanto, pode-se hoje perpetuar uma barbárie impessoal; milhões de pessoas podem ser mortas indiretamente - a guerra moderna.
Deve estar pensando: o que tem isso com a nossa questão?
Bem, da mesma forma que impessoalmente se mata, ideologicamente se escraviza - e é essa a questão em foco.
Não penso o livre arbítrio teológico, mas sim prático, como certa vez pensou Immanuel Kant acerca da esperança - da liberdade de fato.

Abraços.
 
Fëanor pode ter sido o libertador dos elfos, mas tbm foi aquele que os fez sofrer, pois toda liberdade tem seu preço. Quando uma porta se abre outra se fecha!!!
 
Concordo com grande parte da discussão, no entanto, não pode-se dizer que havia liberdade em Aman para os eldar.
Eles eram condicionados pelos Valar, havia uma "leitura direcionada" da vida sendo feita ali, o desenvolvimento dos eldar em Endor difere, e muito, daqueles que habitaram Valinor. O maior responsável pelos atos funestos da Primeira Era foi justamente a ruptura com o "livre arbítrio" que ocorrera neste momento.

Essa "liberdade" que cita acima é condicionada em suas bases, eles foram moldados em Aman, e não poderiam escolher quaisquer outras formas de vida, e quando isso ocorre, ocorre de forma catastrófica.

Não percebo o que quer dizer com "não podiam escolher outras formas de vida." Eles faziam o que queriam, dentro, como já disse, dos limites racionais e democráticos mínimos impostos em qualquer sociedade boa e funcional. Só se quiser dizer que era mau os Valar os impedirem de ser marginais, lutar, ou se juntarem a Morgoth, porque as alternativas andam à volta disso.

Volto a perguntar: qual foi, concretamente, a ruptura com o livre-arbítrio?

Existe mais de uma maneira de se matar alguém, em certos momentos homens combatiam em campos de batalha, usando armas, com sangue nas mãos do vencedor - no entanto, pode-se hoje perpetuar uma barbárie impessoal; milhões de pessoas podem ser mortas indiretamente - a guerra moderna.
Deve estar pensando: o que tem isso com a nossa questão?

Bem, da mesma forma que impessoalmente se mata, ideologicamente se escraviza - e é essa a questão em foco.

Acho que sugerir uma escravatura ideológica por parte dos Valar, se foi isso que quis dizer, é no mínimo rebuscado. Em Aman, os Elfos se adaptaram a um determinado estilo de vida, mas em momento algum os Valar os condicionaram a pensar ou a agir de forma pré-estabelecida. Sim, viviam um estilo de vida diferente dos outros Elfos na Terra-Média - e então? Pelo que sinto ao ler as obras, até viviam melhor. Parece até que sugere que um povo tem de viver em guerra e conflito para saber como estar a vida, caso contrário são há uma escravatura ideológica por parte dos seus soberanos e se tornam uns incapazes.

Não penso o livre arbítrio teoló certa vez pensou Immanuel Kant acerca da esperança - da liberdade de fatogico, mas sim prático, como.

Abraços.

Por favor, explique melhor.

Essa também é minha visão. Eles seriam meio "alienados" pelos Valar, pois não tinham que lidar com nenhum grande problema. Nunca tiveram que lutar por nada, e isso, ao meu ver, é uma forma de condicionamento. Por isso a analogia dos "cordeirinhos", eles eram "tratados" pelos Valar.

É como referi acima: um povo que não viva guerras ou crises é um povo incapaz e subjugado? Francamente discordo. Pelo contrário, a paz e prosperidade vivenciada pelos elfos em Aman é um modo de vida ideal, e ao que me parece, invejado pela maior parte dos outro povos.

A guerra endurece, torna os indivíduos mais sérios, mas não traz maior iluminação ou entendimento. Pelo contrário, traz intrigas, sofrimento, problemas sem fim. Quanto mais, aprendem a lutar melhor, mas não aumenta o seu livre-arbítrio (pelo contrário, restringe, conflitos estão associados a diminuição da liberdade individual).
 
Última edição:
É como referi acima: um povo que não viva guerras ou crises é um povo incapaz e subjugado? Francamente discordo. Pelo contrário, a paz e prosperidade vivenciada pelos elfos em Aman é um modo de vida ideal, e ao que me parece, invejado pela maior parte dos outro povos.

A guerra endurece, torna os indivíduos mais sérios, mas não traz maior iluminação ou entendimento. Pelo contrário, traz intrigas, sofrimento, problemas sem fim. Quanto mais, aprendem a lutar melhor, mas não aumenta o seu livre-arbítrio (pelo contrário, restringe, conflitos estão associados a diminuição da liberdade individual).


Sim, de fato o estilo em que os elfos viviam em Aman era a perfeição. Mas ao mesmo tempo eles estavam vivendo daquele maneira pois os Valar retiraram da sua frente problemas que eles supostamente deveriam ter que enfrentar, como fome, guerra e, é claro, o envelhecimento do mundo. Os Valar interferiram na questão dos Eldar, e até mesmo eles admitem terem ferido o livre-arbítrio dos Quendi quando não fizeram a mesma coisa com os humanos, decidindo manter apenas uma relação distante.

Eu não sei se estou passando a minha forma de ver, mas é que eu percebo que, sutilmente, o ato dos Valar em mostrar um lugar melhor para os Elfos acabou desencadeando a série de eventos posteirores.

Fazendo uma porca e batida analogia: Seria como ter duas crianças: uma é criada fazendo apenas o que gosta, vivendo em um mundo ideal e nunca sendo cobrada, devendo apenas permanecer fiel a seus pais. A outra cresce em uma família normal, devendo ir à escola, fazer seus deveres, estudar para conseguir uma boa formação, etc.

A primeira criança se desenvolverá muito mais rápido, pois terá acesso a tudo o que precisa, mas haverá um momento em que seu progresso ficará estancado, e ela não irá mais se desenvolver, pois faltaria a ela o senso crítico e a avaliação de experiências para que coloque em uso suas habilidades, criando novas situações.

Já a criança que passou por dificuldades teria um desenvolvimento mais lento, mas no fim acabaria por criar muito mais coisas e se desenvolver ainda mais que seu colega, pois teria uma base em que se apoiar na hora em que fossem requisitadas suas habilidades.

Pergunto eu: Em caso de uma crise, quem se sairia melhor, os Rebeldes ou os Vanyar, por exemplo?

Ao meu ver, ser privado de dificuldades é, sim, uma forma de alienação.

Espero ter deixado clara minha visão do assunto...
Abraços.
 
O ponto em questão não está nas guerras, nem na vida sem conflitos (o que inexiste).
A liberdade em si, não existe, existe apenas o fenômeno o qual chamamos de "liberdade"; e a isso me refiro. Os elfos foram concidionados desde o momento que Oromë se prostou perante eles - como sendo o portador do caminho do bem - o convite existiu, e neste momento a liberdade estava "por um fio", mas quando o convite é aceito - ela se finda.
Nenhum ser que esteja sob uma coordenação hierárquica é livre - nenhum elfo poderia, por expontânea vontade, virar-se contra a forma de governo dos Valar. Fëanor o fez, sua negação mostra isso - mas a resposta foi imediata - os Valar não proibiram sua saída, mas profetizaram sua ruína.
A simples existência da moral restinge a liberdade, a limita ao caráter de inexistente - livre é agir para sanar seus extintos - a vida em sociedade não é livre (mas não entrarei nesta questão a menos que seja de seu interesse 10º).
Mas a dominação dos Valar (mesmo que isso seja rebuscado) é um processo ideológico; eles moldam os eldar à sua imagem, fazem-os aprender a viver em Aman - apartando-os das outras "terras" de Arda (pois Aman é um local a parte, a maior intransigência dos Valar foi levantar as Pellóri).
Os eldar em Aman nada mais são que marionetes, os "brinquedos" dos Poderes de Arda, que criam seu mundo em detrimento a realidade de Arda. Essa é uma atitude covarde frente as manifestações de Melkor - e essa atitude consiste na ruptura com o "livre arbítrio" (termo que abondono, pois liberdade é menos teológico).

Quanto a questão de Kant, creio que seria deveras complicado resumir o conceito de esperança em Kant; pois, através deste conceito Kant afastou a fé das proposições morais - a crença é substitúida pela espera, espera-se que determinadas atitudes tenham uma função teleológica (visando um fim - algo melhor) - como é tratado em seu texto O Fim de Todas as Coisas; que no entanto entende a escatologia como um final nada bom.
 
Só me é estranho que, a todo momento, Aracáno, você não leva em consideração as mentiras espalhadas por Melkor.

E mais ainda, como eu havia dito (nas citações do Silmarillion), não foi uma prisão o que os Valar ocasionaram ao convidar os Elfos.

Diga-me, se ainda ostenta esta idéia, qual impedimento os Valar impuseram a Melian, ou a Thingol e seu povo? Por ela ser Maia ela possuía um "livre-arbítrio" maior? E a qualquer Moriquendi|?

Enfim, a questão não recai ai.

A questão hierárquica apresentada é perfeita, e isso gera automaticamente impedimentos, mas ainda assim... os eldar possuíam um destino diferente, certo? Sendo eles presos diretamente a Arda, (e sendo os Valar os poderes de Arda) cabia aos Valar resguardar os Eldar do mal que acometia Endor, ate mesmo poupando-os.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.704,79
Termina em:
Back
Topo