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Jane Eyre (Charlotte Brontë)

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Como preâmbulo, cumpre-nos informar que a escritora e poetisa Charlotte Brontë (1816 — 1855) foi a mais velha das três irmãs Brontë que chegaram à idade adulta e cujos romances são dos mais conhecidos da literatura inglesa. Nasceu em Thornton, Inglaterra, no dia 21 de abril de 1816. Escreveu o seu romance mais conhecido, Jane Eyre com o pseudônimo Currer Bell.

O romance Jane Eyre, que leva como subtítulo uma biografia, foi lançado originalmente em Londres, em 16 de outubro de 1847, em três volumes. O livro aborda diversos temas da época vitoriana, compondo diversas críticas sociais que envolvem a condição da mulher naquela época, em particular da preceptora. A obra não deixa de contestar valores vitorianos que reforçavam a sujeição da mulher enquanto “aquela que deveria ser domesticada”. Temas como o classismo, a sexualidade e a religião aparecem de forma central em Jane Eyre.
 
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Belzinha comentou no Twitter que leriam Jane Eyre na Valinor. Como sou apaixonada pelo livro, dei uma passadinha por aqui. E pensei em chamar a Anne (Anne with an E ) para ler conosco, porque ela adora o livro, mas acho que isso despertaria comentários pouco aprazíveis sobre a minha sanidade.
 
Belzinha comentou no Twitter que leriam Jane Eyre na Valinor. Como sou apaixonada pelo livro, dei uma passadinha por aqui. E pensei em chamar a Anne (Anne with an E ) para ler conosco, porque ela adora o livro, mas acho que isso despertaria comentários pouco aprazíveis sobre a minha sanidade.

Legal @Melian que você irá participar e veja se consegue convencer mais gente a ler esse romance. Quanto mais gente participar da leitura melhor para trocarmos ideias e impressões sobre o livro.
 
Nossa Jane continua passando por poucas e boas no internato. Ainda bem que encontrou a Helen e a professora Temple.
 
  • Amei
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E aí @Bel ? Como está sua leitura? O que está achando?

Eu já li 10 capítulos; depois de passar 8 anos no internato, como aluna e professora, Jane vai partir para outra fase.
 
To lendo devagar por causa de problemas pessoais, Jane ainda ta se adaptando ao internato...

Mas não é a primeira vez que leio, então sei o que acontece :g:
 
To lendo devagar por causa de problemas pessoais, Jane ainda ta se adaptando ao internato...

Mas não é a primeira vez que leio, então sei o que acontece :g:

Também estou lendo devagar, pois vou lendo outras coisas ao mesmo tempo. Por outro lado, espero que você resolva os seus problemas pessoais para poder usufruir com mais tranquilidade a leitura.
 
Como está com a leitura @Bel? Como disse anteriormente, tendo em vista que acabo lendo várias coisa ao mesmo tempo, estou um pouco atrasado com a leitura. No momento, peguei também a biografia do escritor Jack Kerouac para ler.
 
  • Amei
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Eu me esqueci de que tinha falado que iria reler o livro. Será que ainda dá tempo? :oops:
 
Eu me esqueci de que tinha falado que iria reler o livro. Será que ainda dá tempo? :oops:

Dá sim. Como estou lendo outros livros concomitantemente, li somente 15 capítulos de Jane Eyre. Não sei o progresso da @Bel, mas por mim, quanto mais pessoas participarem da leitura, melhor.
 
Eu li mais!!

Não lembro o número do capítulo, mas o Rochester apareceu, deu match com a Jane e alguém botou fogo na cama dele :hihihi:
 
Uma das coisas que eu gosto demais da conta em Jane Eyre é o fato de que, mesmo com as amarras da época em que foi escrito, ele fala claramente sobre a Igreja como mecanismo de controle, sobretudo, como mecanismo de controle das mulheres. Não é uma nem duas vezes que a Jane é acusada de ser uma menina má, e de ser advertida de que seu comportamento faria com que ela fosse para o inferno. Mas ela era sagaz e respondia que, para não ir para o inferno, era só cuidar para ter uma boa saúde e não morrer. Então, entra outro mecanismo de controle das massas: colocar a inteligência como algo ruim, mas substituir essa palavra por uma com significado pejorativo: astúcia. Associa-se à astúcia a ideia de enganação, de esperteza de quem objetiva fazer maldade. E isso é repetido por tantas vezes que a pessoa acaba por introjetar isso, acaba por se considerar como uma pessoa má. Então entra o último prego do caixão: a culpa. Jane era maltratada pela tia, mas quando decidiu se defender, se insurgir contra as palavras da tia, que dizia que ela era mentirosa, ao invés de sentir uma irrestrita felicidade, foi logo tomada por um terrível sentimento de culpa. Em um mundo no qual os adultos, que deveriam defendê-la, atacavam-na, ela se sentiu culpada por se defender.
 
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Reactions: Bel
comecei a ler esse livro também.
Li dois capítulos no busão agora de manhã e parece ser muito bom. A Jane já tá sofrendo bastante na mão dos primos e criados :tsc:
 
comecei a ler esse livro também.
Li dois capítulos no busão agora de manhã e parece ser muito bom. A Jane já tá sofrendo bastante na mão dos primos e criados :tsc:

Meu ritmo está um pouco lento. Então não tem importância que você esteja no começo.

Quanto mais gente para conversar a respeito melhor.
 
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Que bom que mais pessoas decidiram ler esse livro maravilhoso!

(Gente, eu amo Jane Eyre demais da conta, e é muito bom poder reler um dos meus livros preferidos e conversar sobre ele).

Como o ritmo de leitura não está acelerado - o que eu até gosto, porque como não estipulamos um prazo para conversarmos sobre o livro, podemos ler e refletir sobre ele com mais calma e liberdade - vou pontuar algumas coisas contextuais.

Quem já ouviu falar sobre Jane Eyre, deve ter se inteirado do fato de que há inúmeros estudos associando esse livro ao feminismo. Obviamente, não se trata de um livro panfletário ou coisa do tipo. O que se pretende dizer é que, em seu livro, Charlotte Brontë abordou algumas das características que, a partir dos anos 60, seriam claramente associadas à primeira onda do feminismo, isto é, o livro faz um panorama da opressão por que a mulher inglesa passava na primeira metade do século XIX.

Esse romance vitoriano assume o contorno de uma obra autobiográfica, porque a personagem principal parece querer relatar os perrengues pelos quais passou na vida. Mas ela o faz com um grau de indignação tão grande que, por vezes, sua narrativa parece ser o manifesto de uma mulher que, de algum modo, tenta se insurgir contra uma gama de opressões. A primeira delas é a noção de que a mulher é inferior ao homem e, por isso, deve se contentar com o pouco de que lhe é permitido desfrutar.

"É de esperar que as mulheres sejam muito calmas; contudo, elas têm os sentimentos iguais aos homens. Elas necessitam exercitar suas faculdades mentais exatamente como seus irmãos requerem; elas sofrem de um constrangimento excessivo, de uma estagnação completa, semelhante àqueles que os homens sofreriam; é muito oprimente ouvir seus colegas masculinos dizer que as mulheres devem se restringir a fazer pudins, cerzir meias, tocar piano e bordar sacolas. Não é justo condená-las ou pô-las ao ridículo se elas tentarem fazer mais ou aprender mais do que tradicionalmente se concede à sua condição feminina." (Tem como não amar a Jane, minha gente?)

Outra das características da primeira onda feminista que podem ser depreendidas do romance de Charlotte Brontë é a da independência financeira. Vinda da situação de orfandade, Jane sabe que precisa se manter, trabalhar, se sustentar, enfim. E, naquela época, só eram ofertadas duas opções de trabalho para mulher: ser professora ou governanta.

Jane é uma personagem que foge à regra do estereótipo submisso: ela é uma mulher forte, decidida, cheia de opinião, justa e que sabe se defender. Ela não aceita o papel de submissão que todos - a tia, a Igreja, o diretor do orfanato, entre outros - tentam fazê-la aceitar.

"Você é boa com aqueles que são bons com você. É o que eu sempre quis ser. Se as pessoas fossem sempre gentis e obedientes para com aqueles que lhes são cruéis e injustos, as pessoas más sairiam sempre ganhando. Não temeriam nada e, assim, nunca se transformariam. Ao contrário, só iriam piorar. Quando somos agredidos sem razão, devemos agredir de volta, e com toda a força. Estou convicta disto: com força suficiente para ensinar à pessoa que nos agrediu a não fazer aquilo de novo".

Acho esse trecho interessante porque ele fala sobre um contexto de opressão e ensina que, enquanto o oprimido não reagir, o opressor continuará agindo livremente. Além disso, quando se fala sobre reagir ao invés de tratar bem quem te agride, fica bastante claro que isso pode funcionar como um reforço para a atitude do agressor. Se toda vez que ele te atacar, você aceitar o ataque como se o merecesse, ele nunca achará que precisa rever suas ações.

P.S.: Não sei se vocês veem "Anne with an E", mas, no primeiro episódio, Anne diz que ama "Jane Eyre" e, no segundo, acho, ela cita, integralmente, uma fala da Jane que eu adoro: "Mesmo que o mundo inteiro detestasse você e a achasse má, se sua consciência a absolvesse de qualquer culpa, você não estaria sozinha".
 
livrinho bom mesmo hein..
como essas irmãs Bronte eram inteligentes.
Li o Morro dos Ventos Uivantes da outra irmã e gostei muito também. Mas essa Charlotte vou te falar.. que culta!
Vontade de morar naquela Inglaterra daquele século e trocar uma ideia com ela.
 

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