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Editora Carambaia está lançando em abril (já está em pré-venda) o livro
Tempestades de aço do escritor e filósofo alemão
Ernst Jünger. Trata-se, provavelmente, de um dos mais impactantes relatos do
front da Primeira Guerra Mundial.
A experiência nas trincheiras desse premiado autor alemão é o tema do
Tempestades de aço, um dos mais conhecidos relatos sobre o conflito, traduzido por Marcelo Backes, também responsável pelas notas e o posfácio.
Segundo a escritora canadense Margaret Atwood, a obra é
“O relato definitivo da Primeira Guerra Mundial do ponto de vista alemão.”
Ernst Jünger nasceu em Heidelberg, Alemanha, em 29 de março de 1895. Tomado pelo ardente militarismo que sustentaria durante toda a vida, aos 18 anos se alistou na Legião Estrangeira. Um ano depois,
Jünger se voluntariou para lutar na frente ocidental da Primeira Guerra. Sua bravura lhe valeu a
Cruz de Ferro e o mais alto galardão militar da Alemanha, o
Pour le Mérite.
Tempestades de aço foi publicado logo depois, em 1920, o que possibilitou, com ajuda de anotações feitas no calor da hora, um testemunho minucioso da vivência nas trincheiras, em luta contra franceses e ingleses. O impacto do livro foi imediato, tanto na Alemanha quanto internacionalmente, graças à descrição desassombrada dos combates, apenas com momentos isolados de lirismo ou horror. Cabe lembrar que
Jünger foi catorze vezes ferido durante a guerra.
Depois da guerra e da publicação de
Tempestades de aço, o escritor voltou-se para estudos universitários de entomologia e botânica. Pela mesma época, publicou mais três livros inspirados em sua experiência de combate. Na década de 1930, ele visitou vários lugares em todo o mundo, incluindo uma excursão costeira pelo Brasil, descrita no livro
Viagem atlântica. No âmbito interno,
Jünger nunca chegou a apoiar o nazismo, tendo publicado uma alegoria da devastação de uma nação pacífica no romance
Nos penhascos de mármore.
O escritor publicou mais de 60 livros, entre eles
Heliopolis (1949) e Gläserne Bienen (1957), distopias de um futuro ultramecanizado. Morreu a poucas semanas de completar 103 anos, em 17 de fevereiro de 1998.
Deve-se salientar que
Jünger manteve uma filosofia consistente ao longo de sua vida. Ele se opôs ao que era e é comum a todas as ideologias modernas, a opressão espiritual do homem e a visão do homem como máquina, como instrumento para fins utópicos.