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Novo Coronavírus (COVID-19)

Quanto tempo a pandemia ainda dura?

  • Dois meses, no máximo (até maio/2022)

    Votos: 0 0,0%
  • Três ou quatro meses (até julho/2022)

    Votos: 1 14,3%
  • Seis meses (até setembro/2022)

    Votos: 1 14,3%
  • Um ano ainda (até março/2023)

    Votos: 2 28,6%
  • Não vai terminar nunca! (vira uma endemia, mas com número de vítimas similar ao de mar/2022)

    Votos: 3 42,9%

  • Total de votantes
    7
  • Votação encerrada .
Aqui na minha cidade foi uma dessas situações: quando não tínhamos nenhum caso, ficamos fechados por duas semanas (todo o comércio fechado, em teoria, era pras pessoas ficarem em casa, o que não ocorreu). Agora, de conformidade com as determinações estaduais, o comércio está aberto, academias funcionando, restaurantes e parques abertos - supostamente deveriam estar seguindo todas as medidas de segurança e distanciamento, bem como, a orientação é pra que só se saia de casa em caso de necessidade - a realidade é que está cheio de gente passeando - pode ser visto por qualquer um que passe de carro no centro da cidade (galera olhando vitrine, fazendo compras e por aí afora), gente com criança pequena andando na rua, gente sem máscara, gente fazendo festinha e churrasquinho em galera. Aí o que aconteceu? Em questão de 2 dias dobrou o número de casos noticiados - isso porque algumas empresas estão pagando exames pra seus funcionários. O que ocorre na prática é que temos uma subnotificação gigantesca, porque muita gente não está fazendo exame (não sei como está nos demais estados - aqui tem que pagar R$ 300,00 pra fazer o exame, se você não estiver com sintomas agravados, não sei como está a situação do pessoal que está tendo que internar), a doença está se espalhando e o pessoal que reza na frente da prefeitura continua nem aí.
Eu estou tendo que sair de casa pra trabalhar todo dia porque, aparentemente, cartório é serviço essencial (vou só comentar por cima que o estado nos considera essenciais quando é pra botar no cu da gente, pq vivem querendo enfiar mais serviço ao mesmo tempo que tiram dinheiro dos cartórios - fora os projetos de lei pra "acabar com essa burocracia e roubo de dinheiro que são os cartórios"). As crianças estão sem aula, a princípio até dia 31/05, mas a pressão pra reabrir as escolas está tão grande que eu tenho quase certeza que o governador vai ceder e a partir de começo de junho retornam as aulas. Acho que depois desse textão não preciso nem falar sobre a pressão psicológica, o medo e a tensão que estou passando, né?
 
E paralelamente a tudo isso, existem pequenas cidades de interior que nem tiveram ainda casos de covid-19, mas foram obrigadas por decisões estaduais a fechar o comércio, quando nesse caso poderia haver o mínimo de bom senso permitindo que se abrisse com acesso controlado, somente a entrada nas lojas utilizando máscaras e limitando a entrada de pessoas, como ocorre em outras pequenas cidades que conseguiram na justiça o direito de maior autonomia sobre as decisões locais e do que tenho acompanhado essas tem conseguido manter bem a situação sob controle. Logicamente isso seria inviável em Sampa que tem regiões de comércio que são elevados pólos de aglomeração de pessoas como o Brás, Rua 25 de Março, Santa Ifigênia entre outros.

Sinceramente essa falta de maior alinhamento entre estados e municípios (onde todos mereciam ter mais autonomia de acordo com a sua realidade local), fora a ausência total do governo federal é que levou o Brasil a essa triste situação.

Concordo que a gestão da crise deva obedecer a recortes regionais, mas ao mesmo tempo eu acho que muitos municípios reagiram com os instrumentos e as informações de que dispunham. Parte do problema é mesmo de falta de coordenação política, quando o presidente da República se recusa a assumir um esforço de coordenação com estados e municípios no enfrentamento à crise sanitária (antes buscou sabotar) e já demitiu dois ministros da Saúde, recusando sustentação política a decisões técnicas.

Logo, os governadores assumiram a tarefa de gestão da crise. E aí seria preciso avaliar caso a caso como a questão foi enfrentada em tal ou qual estado, considerando as suas especificidades.

_____
Trazendo pra esfera do município aqui: eu moro numa cidade de pouco mais de 100 mil habitantes, no interior de Minas. Como primeiras medidas, ali por meados de março, o prefeito a princípio restringiu o comércio - adotando regras de acesso a estabelecimentos comerciais - mas logo mandou fechar tudo (exceto supermercados e farmácias, que mesmo assim, tiveram alguma regulamentação).

Acho que, a princípio, essas medidas foram importantes. Não sabíamos bem como essa pandemia evoluiria e ainda tínhamos poucas informações. O prefeito criou um comitê de gestão da crise e buscou apoio técnico na Universidade Federal que temos aqui. Chegou um ponto em que os números ficaram estáveis - apenas 7 casos confirmados na cidade, durante vários dias, sem nenhum caso de contaminação comunitária. Então, o prefeito começou a relaxar as restrições - também por conta da pressão dos comerciantes, é claro. O comércio reabriu, as padarias, os cafés - com alguns cuidados obrigatórios - inclusive os bares podem abrir por 4 horas (e estão ficando bastante lotados).

Até o momento, temos 13 (treze) casos confirmados e contamos 3 óbitos (sendo que 1 foi de paciente de outra cidade, transferido pra cá). Um município vizinho, de porte aproximado, não fechou o comércio e está hoje com 81 casos e 3 óbitos registrados (dados de ontem).
 
o problema de liberar para cidades pequenas que não tem casos é que basta uma pessoa para ferrar tudo, vide esse caso aqui:

Caminhoneiro pode ser foco da Covid-19 em cidade com pico de casos no MS
Os funcionários que tiveram contato direto com ele foram colocados em isolamento

Guia Lopes da Laguna, cidade a 233 km de Campo Grande (MS), de 10.366 habitantes, tornou-se preocupação no estado por conta da disseminação do novo coronavírus. Na semana passada, em apenas dois dias, a cidade passou da 17º posição ao 1º lugar no ranking de incidência, em crescimento vertiginoso que começou em um frigorífico e foi agravado pelo hábito cultural da roda de tereré.

“Uma pessoa levou a Covid-19 a Guia Lopes e fez com que [a doença] se espalhasse e alcançasse esse número: ela contaminou 4, que contaminaram 19 e, agora, os 98”, resumiu o secretário de estado da Saúde Geraldo Resende.

Nesta terça-feira (19), novo boletim apontou 106 casos, a maior incidência no estado.

Sem UTI para casos graves, a cidade está no segundo lugar do ranking em números absolutos, atrás apenas de Campo Grande, com 188 casos. No total, o Estado tem 642 casos confirmados e 16 mortes.

A pessoa é um caminhoneiro que passou por Guia Lopes no fim de abril para fazer entrega no frigorífico de carne bovina Brasil Global. Ele teve contato direto com funcionários do setor de descarregamento. O assessor jurídico da empresa, Eduardo Mânica, disse que o homem ligou no dia 29 de abril, avisando que havia contraído o vírus.

Os funcionários que tiveram contato direto com ele foram colocados em isolamento e, no dia 1o de maio, um deles relatou sintomas compatíveis com o novo coronavírus, sendo submetido ao exame. O resultado foi positivo.

Em pouco tempo, outros relataram sintomas, evidenciando que o vírus já havia se espalhado na empresa. Nas primeiras semanas, dos 311 funcionários, 19 tiveram exame positivo para a doença. No dia 7 de maio, o frigorífico resolveu suspender as atividades e pedir que todos ficassem em isolamento domiciliar.

No dia seguinte, quando parte desses exames ainda estava em processamento e a cidade tinha 12 casos confirmados, a prefeitura decretou “lockdown”, o bloqueio total de circulação nas ruas. Pelo decreto válido até esta segunda-feira (18), a saída é permitida apenas duas vezes por semana, condicionada ao mês de nascimento e somente para quem precisa ir ao mercado, farmácia ou posto policial.

“A receita é ficar em casa, não tem o que fazer” disse o prefeito Jair Scapini (PSDB). Desde o dia 8 de maio também está em vigor o uso obrigatório de máscaras nas ruas e toque de recolher das 20h às 5h.

A preocupação é que os números não param de crescer. Foram somente 11 dias entre o primeiro e os atuais 98 casos confirmados. O secretário municipal de Saúde, Marcelo Gonçalves, conta que estão sendo monitoradas mais 280 pessoas, entre funcionários do frigorífico e familiares. Todos estão em isolamento domiciliar. Hoje, 90% dos infectados fazem parte deste grupo.

Hoje, a incidência é de 990 por 100 mil habitantes, número “catastrófico”, nas palavras do secretário estadual. É o maior índice em Mato Grosso do Sul.

Um hábito que pode ter contribuído na contaminação, na opinião de Resende, é bastante difundido no estado: o tereré, bebida à base de erva mate, semelhante ao chimarrão, mas que se serve com água gelada e normalmente em roda, com compartilhamento da cuia e da bomba. “É cultural na região e acabou propiciando esse alto grau de contágio”.

A disseminação do vírus em Guia Lopes também é fator de preocupação para municípios vizinhos. Jardim fica a apenas 6 km de distância, e vários moradores trabalham em uma cidade e moram na outra.

“Não tem como separar uma cidade da outra”, disse o prefeito de Jardim, Guilherme Monteiro (PSDB) –ele diz que várias ações estão sendo feitas em conjunto, como o patrulhamento no toque de recolher. A cidade também adotou uso de máscara obrigatória. A cidade tem 20 casos confirmados.

Bonito, a 67 km de Guia Lopes, com 14 casos confirmados, também adotou medidas restritivas. As atividades turísticas estão suspensas até maio, mas os empresários do setor organizam a volta das atividades em junho.

Os três municípios não têm leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Caso haja pacientes com sintomas graves, precisarão ser transferidos para Hospital Regional em Campo Grande, a unidade de referência. A taxa de ocupação ainda é baixa no estado -até a semana passada, eram 152 leitos estaduais públicos para a Covid-19, com 2,6% ocupados.
 
Eu acho bastante complicado a gente pensar que as cidades em que não há casos podem flexibilizar o isolamento. Isso porque essas cidades não são totalmente autossuficientes. De uma maneira ou de outra, elas têm conexões com outras cidades. Pessoas que vivem nessas cidades trabalham em cidades que têm casos. Por exemplo: muitas das pessoas que vivem na cidade em que moro, trabalham em BH, o epicentro da doença em Minas.

Eu não tenho mais forças para classificar as falas da Bolsonaro. Eu não tenho mais forças para comentar a postura que ele tem adotado desde o início da pandemia. Eu fui tomada por uma desesperança sem fim. O Bolsonaro é um dementador. Toda vez que ele abre a boca, eu penso que nunca mais voltarei a ser feliz. E não há chocolate no mundo que faça essa sensação passar.

E, antes que os bonitinhos do "E o Lula?" apareçam por aqui: o Lula falou pouco, mas falou merda. Eu até poderia fazer uma ginástica retórica para dizer que entendo o que ele quis dizer, mas a verdade é que eu prefiro focar no que ele efetivamente disse, e não foi nada legal. Eu espero, sinceramente, que ele se retrate.

Na cidade em que vivo, eu não posso negar que o prefeito tem tentado, na medida do possível, agir com responsabilidade diante da pandemia. E isso não é passada de pano. Eu não votei no prefeito, e não tenho a pretensão de votar. Mas se ele está fazendo o papel que os gestores deveriam fazer durante a pandemia, eu não posso ser injusta. Em abril, fechou tudo (menos farmácias, supermercados e padarias). Agora, já reabriu, com os devidos cuidados (que são parcamente seguidos pela população; que continua debochando, dizendo que isso é invenção dos comunistas para atrapalhar o governo do Mito; dizendo que isso é coisa do demônio; usando máscaras no pescoço, na mão, entre outros), mas eu acho que é provável que, em breve, tenha de fechar novamente.

Conforme a Secretaria de Saúde do Município, os dados daqui são os seguintes:

• Notificados de Síndrome Gripal: 3.766
• Descartados: 880
• Confirmados: 41
- Recuperados: 27
- Em acompanhamento: 10
- Óbitos: 4

Ontem, na cidade em que vivo, faleceu um rapaz de vinte e três anos (e, não, ele não tinha agravantes, como histórico de doenças crônicas; então, não caiam naquela história de que "só idosos e doentes crônicos devem ficar em isolamento"). Há rumores de que o número de óbitos foi superior ao noticiado pela Secretaria de Saúde, o que não duvido, porque a subnotificação é uma realidade.

Desde o dia 18 de março, nós, professores, estamos em casa. Primeiro, tivemos as férias de julho antecipadas. Agora, não sei mais como faremos para pagar esses dias, mas isso não é importante, no momento. Primeiro, a gente vai tratar de sobreviver. Depois, a gente vê como faz. Mas isso é o que as pessoas não querem aceitar. Os pais estão pressionando absurdamente para que as aulas voltem. E a Secretaria de Educação tem lançado propostas que não são adequadas à realidade da rede. Grande parte dos alunos não tem acesso à internet e, mais do que isso: não tem computadores. "Ah, mas tem celular!" Claro.

Pedagogicamente falando, se já é quase impossível fazer com que os alunos consigam se concentrar nas aulas presenciais, imaginem que delícia será fazer com que eles vejam vídeos de aulas no celular. Além disso, boa parte desses alunos usa celular dos pais, cuja internet é, em muitos casos, a do plano de telefonia. Como conseguir um cronograma de atividade que funcione com uma situação tão inconstante? Além disso, tem o fator de que a maioria dos alunos da rede é pobre e seus pais mal têm recursos para sustentarem suas famílias. Além disso, muitos desses pais também não têm o menor domínio sobre o uso das tecnologias. Como eles farão para auxiliar seus filhos?

Aí entra o fato de que os professores da rede são, majoritariamente, mais velhos (Muitos deles, pertencentes ao grupo de risco). Para vocês terem uma ideia, na escola em que estou trabalhando, dos professores PII eu sou a mais nova (e eu tenho 34 anos!). Isso significa que a geração deles é aquela que não teve tanto contato com as tecnologias quanto a nossa. E isso é visível até mesmo quando eles precisam preencher formulários online. A formação deles foi outra. Eles são de outra época. E não é que eles não estejam dispostos a tentarem preencher essa lacuna. Estão, porque professores fazem tudo o que podem para mediarem o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Mas, quando falarmos sobre o treinamento necessário para que os professores possam oferecer aulas online, é importante nos atentarmos ao seguinte: como ocorrerá esse treinamento? Presencial: quebraria o isolamento. Online: seria inviável já que há trabalhadores em educação que não têm conhecimentos tecnológicos suficientes para conseguirem fazer uma formação online sobre os recursos necessários para que essa modalidade de ensino seja ofertada. Enfim, são muitas incógnitas, muitos desafios, e nenhum deles é mais urgente do que o de fazermos o possível para continuarmos vivos.
 
Mas isso é o que as pessoas não querem aceitar. Os pais estão pressionando absurdamente para que as aulas voltem.
Então, a realidade aqui é essa também, por um lado, eu entendo os pais: muitos, como eu, estão tendo que ir trabalhar e não tem nem com quem deixar os filhos. Aí entram nessa de pedir pra reabrir tudo, sem levar em consideração que serão os filhos deles que estarão em risco todos os dias.
As minhas crianças estudam na rede pública e a solução até o momento está na aula online (para as famílias que não possuem acesso à internet, a escola faz a entrega das atividades uma vez por semana). Como tenho criança em idade de alfabetização, estou com jornada tripla: trabalho, casa e "professora". Jamais vou reclamar. Embora esteja sendo difícil, prefiro isso do que mandar pra escola. A diferença é que eu tenho essa escolha, embora esteja trabalhando. Muita gente não tem. Um amigo do Rodrigo comentou que estava torcendo pra esposa ser demitida, pq assim ela ia receber a saída e podia ficar em casa com os filhos, aí é que se vê o nível de desespero que as pessoas estão.
 
Trazendo pra esfera do município aqui: eu moro numa cidade de pouco mais de 100 mil habitantes, no interior de Minas.

Você é da região de Lavras né?

Eu moro em uma de cerca de 35 mil habitantes bem na divisa MG/SP que desde que começou a Quarentena, foi um pouco mais ousada implantando o chamado "Toque de Recolher" noturno proibindo circulação das 18:00 as 6:00hs do dia seguinte, exceto aqueles que trabalham na área da saúde ou comprovarem necessidade pra entrar ou sair da cidade. Aí nesse período a taxa de isolamento é elevadíssima.

Já fora desse período o comércio está razoavelmente flexibilizado, mas na minha opinião feito com o mínimo de responsabilidade, desde o início não entrando absolutamente ninguém sem máscara e tendo funcionários nas portas controlando o número de pessoas.

Mesmo sendo uma cidade que até agora já teve 3 óbitos e 61 casos registrados de acordo com o boletim mais recente, ultimamente vem tendo maior número de casos recuperados do que novos casos e o número de testes na população gradualmente vem aumentado. Sinceramente acho que a política adotada de acordo com a sua realidade local está sendo minimamente adequada.

E bastou São Paulo ter decretado megaferiado, pelo fato de Extrema estar apenas 100km de distância da capital, na rota da Rodovia Fernão Dias e ter se tornado nos últimos 10 anos um importante roteiro turístico, a prefeitura imediatamente decretou um bloqueio nos mesmos moldes adotados pelas cidades do litoral paulista, só permitindo entrar e sair quem tenha residência comprovada na cidade.
 
Então, a realidade aqui é essa também, por um lado, eu entendo os pais: muitos, como eu, estão tendo que ir trabalhar e não tem nem com quem deixar os filhos. Aí entram nessa de pedir pra reabrir tudo, sem levar em consideração que serão os filhos deles que estarão em risco todos os dias.
As minhas crianças estudam na rede pública e a solução até o momento está na aula online (para as famílias que não possuem acesso à internet, a escola faz a entrega das atividades uma vez por semana). Como tenho criança em idade de alfabetização, estou com jornada tripla: trabalho, casa e "professora". Jamais vou reclamar. Embora esteja sendo difícil, prefiro isso do que mandar pra escola. A diferença é que eu tenho essa escolha, embora esteja trabalhando. Muita gente não tem. Um amigo do Rodrigo comentou que estava torcendo pra esposa ser demitida, pq assim ela ia receber a saída e podia ficar em casa com os filhos, aí é que se vê o nível de desespero que as pessoas estão.

Eu entendo, muito, que os pais estejam desesperados. Mas também compreendo que voltar às aulas presenciais não é a resposta responsável no momento. Nós mal conseguimos fazer os alunos ficarem em sala. Prestar atenção, então? Sem chance. A gente precisa pedir para os alunos irem para os seus lugares de dois em dois minutos. Imaginem, então, como seria lidar com uma sala de aula em que os alunos teriam de usar máscaras (spoilers: não usarão! Farão como os adultos, e ficarão com elas nas mãos ou no pescoço. Isto é, se decidirem tirá-las de dentro da mochila. Já que a gente tem de ficar a aula inteira pedindo para os alunos tirarem os cadernos e os livros da mochila) e ficarem distantes uns dos outros? (impossível; turmas cheias; umas, com 35 alunos; outras, com 40).

E, quanto à proposta de disponibilizar atividades impressas para os alunos que não têm acesso à internet, também foi considerada pela Secretaria de Educação, mas ela é uma proposta que quebra o isolamento (alguém terá de ir buscar as atividades. Alguém terá de levá-las e o professor terá de buscá-las para que elas sejam corrigidas. Além disso, os alunos não fazem as atividades nem com a gente em sala, falando que vale ponto. Farão em casa, sozinhos?) o que, para mim, faz com que seja inviável. (Não sou eu quem decide, é a Secretaria, claro hahaha).

Em tempo: estou falando sobre a escola em que trabalho, que fica situada em um lugar de altíssima vulnerabilidade social; e ela não é um caso isolado, afinal, as escolas que ficam na periferia superam, em muito, o número de escolas da área central (cuja realidade é infinitamente melhor, mesmo que também se trate de escola pública).
 
Eu entendo, muito, que os pais estejam desesperados. Mas também compreendo que voltar às aulas presenciais não é a resposta responsável no momento. Nós mal conseguimos fazer os alunos ficarem em sala. Prestar atenção, então? Sem chance. A gente precisa pedir para os alunos irem para os seus lugares de dois em dois minutos. Imaginem, então, como seria lidar com uma sala de aula em que os alunos teriam de usar máscaras (spoilers: não usarão! Farão como os adultos, e ficarão com elas nas mãos ou no pescoço. Isto é, se decidirem tirá-las de dentro da mochila. Já que a gente tem de ficar a aula inteira pedindo para os alunos tirarem os cadernos e os livros da mochila) e ficarem distantes uns dos outros? (impossível; turmas cheias; umas, com 35 alunos; outras, com 40).
Com certeza, eu concordo 100% com você, tanto que já avisei lá em casa, mesmo que as aulas voltem, as crianças não voltam pra escola, mesmo se acabarem perdendo o ano por conta disso, já se conformaram que esse ano vai ser assim, infelizmente não teremos outra escolha. E claro, sei que a nossa realidade de uma cidade do interior jamais vai poder ser aplicada em outros lugares, só comentei porque vejo aqui a mesma pressão que você relatou que está acontecendo aí na sua cidade. Vi muita gente falando que são os colégios particulares que estão fazendo pressão, mas aqui eu só tô vendo é os pais tendo esse surto mesmo.
 
E, antes que os bonitinhos do "E o Lula?" apareçam por aqui: o Lula falou pouco, mas falou merda. Eu até poderia fazer uma ginástica retórica para dizer que entendo o que ele quis dizer, mas a verdade é que eu prefiro focar no que ele efetivamente disse, e não foi nada legal. Eu espero, sinceramente, que ele se retrate.

Lula disse:
"Eu, na verdade, se tivesse falando infelizmente em vez de ainda bem... Tentei usar uma palavra para explicar, que no menosprezado SUS, é no auge da crise que a gente começa a descobrir a importância da instituição. Eu sei uma frase totalmente infeliz que não cabia... Se algumas pessoas ficaram ofendidas eu peço desculpas porque a frase não cabia naquilo que eu queria falar. Eu queria dizer que o Estado - e somente o Estado - é capaz de resolver questões que o mercado não vai resolver. 63% de todos os leitos do SUS foram construídos no meu governo e da Dilma [Rousseff]. Peço desculpa pela expressão ainda bem, mas também não posso aceitar que a partir daí digam que eu tava comemorando a pandemia".

Fonte.

Feito.

Não gosto do "se algumas pessoas ficaram ofendidas"/ "se eu ofendi alguém", mas a retratação foi feita.
 
Você é da região de Lavras né?

Eu moro em uma de cerca de 35 mil habitantes bem na divisa MG/SP que desde que começou a Quarentena, foi um pouco mais ousada implantando o chamado "Toque de Recolher" noturno proibindo circulação das 18:00 as 6:00hs do dia seguinte, exceto aqueles que trabalham na área da saúde ou comprovarem necessidade pra entrar ou sair da cidade. Aí nesse período a taxa de isolamento é elevadíssima.

Já fora desse período o comércio está razoavelmente flexibilizado, mas na minha opinião feito com o mínimo de responsabilidade, desde o início não entrando absolutamente ninguém sem máscara e tendo funcionários nas portas controlando o número de pessoas.

Mesmo sendo uma cidade que até agora já teve 3 óbitos e 61 casos registrados de acordo com o boletim mais recente, ultimamente vem tendo maior número de casos recuperados do que novos casos e o número de testes na população gradualmente vem aumentado. Sinceramente acho que a política adotada de acordo com a sua realidade local está sendo minimamente adequada.

E bastou São Paulo ter decretado megaferiado, pelo fato de Extrema estar apenas 100km de distância da capital, na rota da Rodovia Fernão Dias e ter se tornado nos últimos 10 anos um importante roteiro turístico, a prefeitura imediatamente decretou um bloqueio nos mesmos moldes adotados pelas cidades do litoral paulista, só permitindo entrar e sair quem tenha residência comprovada na cidade.

Sim, @Fúria da cidade . Eu moro é em Lavras mesmo.

Bem, eu até entendo certo relaxamento das medidas restritivas - ainda que o olhe com preocupação - com a permissão de que alguns estabelecimentos funcionem, desde que sigam os cuidados indicados pela prefeitura. Como eu disse, aqui tivemos 13 casos confirmados e, até o momento, 09 deles já foram dados como recuperados, além dos 3 óbitos que infelizmente ocorreram. O que eu acho mais problemático nisso tudo foi a liberação dos bares.

Mas, por aqui, as medidas restritivas adotadas precocemente tiveram resultado. Registramos bem poucos casos, em comparação com outros municípios de perfil semelhante, mesmo sendo cidade universitária e, nesse tempo, a prefeitura está trabalhando pra viabilizar mais leitos, com a construção de um hospital de campanha, que pelas últimas informações que tive, foi dito que estava bem avançada.

Mas, claro, é possível que mais adiante o município precise adotar novas medidas mais restritivas novamente.

Sobre o fechamento em Extrema/MG. que você mencionou, por conta do feriadão em São Paulo, a Prefeitura de Lavras acabou de anunciar que vai fazer um bloqueio sanitário também - e parece que várias outras prefeituras do sul de Minas estão indo na mesma linha. Acho prudente.
 
Sendo sincero, eu já perdi as esperanças nesse assunto. Vendo as atitudes dos políticos *e* a reação da sociedade, estou convencido que seremos o grupo de controle do mundo, simplesmente deixando a coisa rolar até uma solução natural e ao custo de dezenas de milhares de mortos. Ou no máximo seremos o grupo do placebo: onde se adota medidas de controle furadas "só para constar" ou onde não se segue as medidas efetivas que alguns governadores/prefeitos adotam (ou tentam adotar).

E daqui a um ano, quando uma vacina surgir em algum país civilizado (quem sabe até com a ajuda de um cientista brasileiro que emigrou atrás de respeito e boas condições de trabalho), estaremos no final da fila -- e teremos que pagar do bolso, porque o que já pagamos com impostos não estará lá para nós.

É só comparar nós (que estamos testando muito pouco e em relação aos outros países, temos muito mais casos para cada um que vai parar nesses gráficos):

Brazil_05_17.png


Com os EUA -- cujo sistema de saúde é inacessível à uma enormidade da população, tem leis trabalhistas que dão pouca/nenhuma segurança ao empregado que precisar se ausentar por questões de saúde e onde qualquer medida de restrição recebe uma oposição gigantesca:

US_05_17.png

Ou com a Alemanha, onde a crise *não* foi resolvida ainda -- lá o vírus chegou cedo, tomaram as atitudes certas a tempo, mantiveram o controle, tropeçaram por um instante mas reverteram a situação a tempo. E como estavam basicamente um mês na nossa frente, era só termos copiado as medidas.

Germany_05_17.png


Dados do https://www.endcoronavirus.org/countries , os gráficos estão atualizados até o dia 17.
 
Última edição:
Bolsonaristas criam 'corrente do bem' e se medicam com cloroquina, azitromicina e antipulgas


Antes mesmo de o governo Jair Bolsonaro (sem partido) mudar o protocolo de tratamento da Covid-19 e ampliar o uso da cloroquina também para casos leves da doença nesta quarta-feira (20), bolsonaristas já vinham se automedicando com hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina diante dos primeiros sintomas respiratórios.

Os medicamentos, receitados por um grupo de "médicos do bem", e comprados em grandes quantidades, são distribuídos aos apoiadores do presidente.

Foi o caso da designer gráfica Marley Oliver, 33, que conta ter sentido febre, forte dor de cabeça e no corpo, perda de paladar e olfato no fim abril. Sem fazer teste para confirmar a suspeita da Covid-19 ou procurar um hospital, ela recebeu um mix das três substâncias de colegas de acampamento.

Há dois meses, Marley e cerca de 60 bolsonaristas têm acampado próximo à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) para manifestar apoio ao Bolsonaro e repúdio ao governador João Doria (PSDB). Eles pedem o impeachment do tucano por decretar quarentena e impedir a volta ao trabalho nos serviços não essenciais.

"Um vai passando pro outro [os comprimidos]. É uma corrente do bem. No segundo dia já senti melhora e depois de quatro dias fiquei totalmente perfeita", afirma ela.

O próprio texto do Ministério da Saúde, porém, reconhece que não há evidências suficientes de eficácia e prevê um termo de consentimento do paciente, que cita risco de agravamento da condição clínica.

Diversos estudos têm mostrado que os medicamentos não só não têm efeito contra a Covid-19 como podem aumentar o risco cardíaco. Entidades médicas brasileiras contraindicaram o uso e a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que não há provas de que qualquer medicamento possa curar ou prevenir a Covid-19 e que o uso inapropriado pode causar efeitos colaterais graves e até levar à morte.

Marley ri ao dizer que topou ser cobaia da cloroquina e que prefere isso a buscar ajuda médica. "Olha, se a gente vai no hospital, corre o risco de entrar com uma topada e sair com Covid-19. A partir do momento que a maioria toma e diz que surtiu o efeito... É a maioria que tem razão", diz ela, para quem os governadores "estão potencializando o vírus."

"Tem uma guerra política. Eles estão agravando [o estado de saúde] das pessoas para apavorar a população", afirma Marley, que ainda assim usa álcool em gel e máscara no acampamento. A aglomeração, claro, vai contra as recomendações do Ministério da Saúde e da OMS. Ela diz que só sairá da barraca quando Doria deixar o Palácio dos Bandeirantes.

No Facebook, a designer, que está desempregada, pede: "saiam de casa. Vamos trabalhar". Evangélica, ela também publica"não espalhe medo, espalhe fé e esperança".

A advogada Eliane Maffei, 53, visita o acampamento e bate ponto nas manifestações pró-Bolsonaro. Ela conta que tem vários colegas bolsonaristas tomando cloroquina "na clandestinidade". "Está um Deus nos acuda, cada um por si. Eu tive sintomas e ouvi de um amigo médico: 'não vá no pronto socorro porque até seu caixão já foi comprado'", diz.

Ela conta que em 10 de abril começou a tossir e deixou de sentir cheiros. No mesmo dia, tomou por conta própria o remédio antiparasitário (usado contra vermes e parasitas, como piolhos, pulgas, sarna e filariose em humanos e em animais) ivermectina, que ainda está sendo testado contra o coronavírus. Ela diz que já tinha os comprimidos em casa.

"Em 48h, passou. Se os hospitais estivessem dando cloroquina e ivermectina, não estaríamos tendo tantas mortes", afirma.

Um estudo australiano mostrou que a substância diminui a quase zero o material viral do novo coronavírus em testes com células cultivadas em laboratório. No entanto, ainda não se sabe se o efeito seria o mesmo em animais vivos.

Médicos que atuam na rede pública também já vinham relatando temor de que a mudança aumentasse a pressão pela indicação do medicamento.

Em uma live, o presidente Bolsonaro ironizou: “Quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína”, disse, referindo-se a uma marca de refrigerante.

Como é de direita, o empresário Mauro Reinaldo, 35, ficou com a primeira opção. Ele defende a "corrente de médicos do bem" que prescreve as receitas e permite a compra das substâncias, seja em farmárcias comuns ou nas de manipulação. No entanto, diz não saber quem são esses profissionais da saúde nem quem distribui os compromidos entre os apoiadores do presidente.

Mauro afirma ter tido sintomas do coronavírus em meados de fevereiro —o primeiro caso divulgado oficialmente no Brasil foi em 26 de fevereiro, mas um estudo do Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz, aponta que a circulação do novo coronavírus no país começou na primeira semana de fevereiro.

O empresário diz acreditar ter contraído a doença por trabalhar no Brás, bairro da capital paulista que concentra estrangeiros, inclusive chineses, em lojas de roupa e confecções. Ele afirma ter ficado quatro dias com falta de ar, tontura, fadiga e tosse e que procurou um médico, fez exames e recebeu indicação para tomar a hidroxicoloquina, azitromicina e mais uma série de medicamentos, mesmo sem o quadro mais grave da doença.

"Se você ler a bula de todos os remédios, cairá de costas", diz ele, que afirma ter feito exames há poucos dias e confirmado que tem anticorpos para o novo coronavírus.

"As pessoas estão se automedicando por conta da falta de credibilidade do governo estadual", diz. "É uma guerra política, suja. Se forem no hospital, não vão conseguir a cloroquina."

Ele acredita que pacientes da capital estão sendo transferidos para o interior com objetivo de inflar os números em todo o estado. E que os hospitais de campanha estão com menos da metade de ocupação —segundo a prefeitura de São Paulo, 90% das UTIs na capital estão ocupadas.
 

País de quase 5 milhões de hab que só teve apenas 21 óbitos, já retoma suas atividades.

Logicamente a sua posição geográfica sendo um país totalmente insular e bem distante dos grandes centros mundiais já confere ao país um isolamento natural, mas a elevada aderência da população e confiança da mesma nas ações de seus governantes foram fundamentais.
 

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