Oh bem... Não me resta nada a dizer mesmo.
Deixo a provocação para alguém que estivesse na Valinor em 2011 e fosse de esquerda à época.
Sigamos com as notícias sobre a pandemia.
2011 é o limite mínimo, mesmo em anos mais recentes vemos o Reinaldo sendo malhado, muitas vezes por motivos esdrúxulos ou ao menos superestimados...
Esse tópico de 2016 é divertido: Reinaldo tretou com Olavo e foi mais malhado do que o próprio Olavo. Alguém soltou pesadamente o verbo no agora "tio Rei", apesar de hoje dizer "nunca critiquei".
Em 2015, sobre uma questão bem jurídica, jurista conhecido falava que o "Reinaldo Azevedo está, como sempre, falando merda", tem postura "deplorável", "irresponsável", etc. Agora parece ver Reinaldo como exemplo de "lucidez", e justamente nesse tipo de assunto... Terá Reinaldo recebido iluminação da deusa Têmis de lá pra cá?
Já aqui vemos um texto de dez/2012 em que Reinaldo é dito "consumado idiota" e comparado a um "besouro rola-bosta", texto escrito e subscrito por gente bem gabaritada e bem recebido por essas bandas. Eu fui o único, na ocasião, a apontar (no fórum) que isso era um exagero.... Nos três casos, os textos do Reinaldo não eram dignos de reações tão radicais (discordando-se ou não do que ele defendia na época)...
Enfim, poderia postar muito mais.... Dessas e outras fica a perplexidade que discorri
aqui. Não acho que Reinaldo mudou tão substancialmente, e acho que ele teria pouco a alterar nos textos que, na época, serviram de ocasião para xingá-lo. Por isso, tendo a ver nisso tudo sintoma do mesmo velho sectarismo: valem mais as opiniões do cara baterem com as minhas, do que suas posturas e valores que antecedem as opiniões sobre as disputas do momento... Daí se o cara contraria muito o que acredito, taca-lha pau, mas se concorda demais com o que acredito, não importa tanto que seja um cretino... Essa é uma contradição frontal ao espírito dito democrático, afinal na democracia se espera que haja ao mesmo tempo respeito mútuo e eventualmente discordâncias ferrenhas.... E não acho que seja coisa do passado, ou que se reduza ao caso do Reinaldo... Na direita isso também é bem evidente - pessoas que até 2018 estavam trocando altos elogios, do nada passaram a se agredir pesadamente... O que é uma pena, dado o virtuosismo (sim
) da direita do impeachment até 2018. Enfim, se por um lado transformam quase tudo em questão de mau (ou bom) caratismo
, por outro basta mudar a conveniência do que a pessoa usualmente diz para o caráter da pessoa repentinamente também mudar... Esse entendimento torna o conceito de caráter onipresente mas superficial.... Fico imaginando um universo em que o Rodrigo Constantino tivesse virado a casaca em algum ponto de lá pra cá.... e mantivesse os mesmos maneirismos, o mesmo jeito de se colocar, e por aí vai. Decerto seria bem quisto na esquerda em poucos anos... Quem hoje tem chilique com a figura do sujeito, hoje o estaria retweetando....
Outro exemplo é a treta Gilmar vs. Kássio. Beleza, concedo nesse tópico que o Gilmar tenha razão juridicamente... Mas olha o vídeo do cara - subiu nas tamancas, mó chilique, ataques ao Kássio, ataques ao Moro, ataques aos procuradores.... Chama o ministro Kássio de covarde, faz menção ácida (pra dizer o mínimo) ao Piauí, seu estado... Essa é uma postura democrática e adequada aos ministros da alta corte? Se fosse um cidadão falando isso para um ministro do STF, poderia ser preso.... "Alguém compraria um carro do Moro ou do Dellangol? São pessoas confiáveis?".... WTF? Isso é argumento técnico?
Além disso, em outro momento quase se colocou a chorar ao discorrer sobre os advogados do Lula.
Mas tudo beleza e lindo, super normal e técnico, "hehehe Gilmar botou ordem no Kássio", "parabéns Gilmar", e por aí vai.... Só em tempos como esses para esse cara, fazendo um papelão desse tipo, seja arauto do profissionalismo jurídico... Cara que, além disso tudo, tem condutas para lá de questionáveis no próprio campo da parcialidade...
[1][2] Tudo isso me faz desconfiar se essa fundamentação jurídica toda existe mesmo, ou se, no final das contas, todas essas tretas não passam de afetações e retórica jurídica que ganham força ora numa direção, ora em outra, ao sabor do vento.... Se o Moro fosse ministro de um governo que tivesse voando longe, veríamos todo esse fuzuê da parte do Gilmar? Questão técnica, sei.... Mas divago, o ponto é a retórica violenta frente a discordâncias que deveriam ser impessoais, retórica que, porém, é bem-vinda se ataca os alvos apropriados....