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“OS ANÉIS DE PODER”: UMA ANÁLISE DOS DOIS PRIMEIROS EPISÓDIOS

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Qual sua nota para o PRIMEIRO episódio da primeira temporada?


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Ai de mim, que que achei o Elrond da trilogia original o elfo mais feio já visto em Arda :lol: E olha que acho Hugo Weaving atraente 'à maneira dele...

A Amazon ou está com uma dificuldade absurda de achar elfos minimamente belos, ou o orçamento deve estar apertado.
Ou eles querem dar uma descontruída na noção dos elfos como sendo, universalmente, belíssimos pq a Elficidade Tolkieniana virou sonho molhado de supremacistas brancos. Não por conta da obra de Tolkien em si mas pela combinação da geopolítica global com o timing da trilogia do Jackson ter alinhando com o Pós 11 de Setembro e suas consequências de médio e longo prazo.

* O fato do Senhor dos Anéis do Peter Jackson ser meio excessivamente whitewashed contribuiu pra coisa comparem com a adaptação do Ralph Bakshi e a diferença fica meio óbvia.


Geopolítica talhada pelos excessos racistas e de cisma ideológico de um extremo ao outro... o Taliban no Afeganistão, a Rússia Putnista decidida a weaponizar Tolkien e os redutos e enclaves da Direita Radical no Ocidente tb apregoando a fantasia "mediveval" do autor como caminho pra "redescoberta de passados gloriosos de valores transcendentes e imorredouros".

A coisa toda começou, numa fermentação de 17 a 20 anos, a tomar o vulto de um culto Neo-Fascista em diversos lugares do Ocidente e do Oriente ao mesmo tempo, com a Rússia e a Itália sendo os exemplos mais gritantes. A situação nesses lugares ficou tão séria que gerou textos grandes analisando o impacto da coisa, alguns escritos pelos próprios fanáticos cooptadores do material. Inclusive os russos viraram os principais cultuadores do arquétipo élfico padrão PJ numa escala de dar medo.




Esse logo abaixo é escrito por alguém que, sendo japonês mas pró Russos-putnista, está bem fora da casinha mas até ajuda a entender o delírio racialista semi jihadista contra a herança e influência turca na Ucrânia em que os russos parecem ter mergulhado de cabeça.






Mark Galeotti


How the West is helping Putin’s propagandists​


23 May 2022, 4:10am
How the West is helping Putin's propagandists


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One might not think that J. R. R. Tolkien has much to do with the bitter war in Ukraine, but one would be wrong. A particular epithet, once used by Ukrainians specifically for the Russian soldiers who have shelled, looted and raped their way into their country has begun to be applied also to the Russians who support the war and, increasingly, all Russians.
That epithet is orc, the brutal and brutish foot soldiers of the dark lord Sauron, who spill in their countless numbers from the land of Mordor to kill and to despoil.
Tolkien's works are very popular in both Russia and Ukraine, and there as elsewhere have been subjected to scholarly deconstruction, naked plagiarism and appropriation into memes. Indeed, even before the Ukrainians were calling Russia Mordor, the term was used by Russians embittered by the failure of the so-called Bolotnaya protests against Vladimir Putin's return to power in 2011-12. Their message was implicitly not only that Putin could be compared with Sauron but also that the country that they felt had failed to support them was now little more than his barren realm.
After Moscow's annexation of Crimea and intervention into the Donbas, instead the focus shifted. In 2015, Ukraine's then-president, Petro Poroshenko called the occupied regions of Donbas and the notional new land of 'Novorossia' which Russian nationalists wanted declared, Mordor.

The subversively imaginative information warfare Ukrainians are now deploying against Russia – a far cry from Moscow's plodding or frothing propagandists – was foreshadowed when, next year, Google's translation tool was hacked: any attempt to translate 'Russia' into Ukrainian yielded 'Mordor'.
With the February invasion, though, the focus has shifted from the country to the people, and especially the soldiers ravaging the country. Calling the Russian invaders orcs quickly became commonplace. This has even worked its way up to the government. When Russian forces were pushed back from Sumy, the local governor, Dmytro Jyvytsky, proudly announced that it was now 'free of Orcs.' Even Ukrainian defence ministry statements from time to time use the word.
To denigrate one's enemies in war is a long-established and hardly surprising tradition, although rarely do the slurs draw on fantasy fiction. Indeed, it is not as though Russians and Ukrainians did not already have a rich lexicon of mutual epithets.
Yet in Tolkien’s cosmology, orcs are debased creatures, mutated from the fair and noble elves into beasts interested in nothing but violence and pain. There is no sense of any redemptive potential and, indeed, two characters in 'The Lord of the Rings', the dwarf Gimli and elf Legolas, engage in a jolly contest to see who can kill more of them.
Of course, there is a danger in trying to deconstruct specific epithets too far. Especially given the case that Russian scholar and writer Kirill Yeskov’s 'The Last Ringbearer', written in 1999, flips the original story into a struggle by an enlightened constitutional Mordor about to enter its industrial revolution, assailed by the fascistic elves determined to retain the hegemonic rule of magic. 'Orc' is just a slur the elves use against the Mordorian (human) soldiers. Arguably, those who live by the fan-fiction, died by it, too.
Yet underlying the orcish controversy is a wider issue. One striking aspect of this war has been the extent to which is is being framed as a civilisational one in which all Russians are required either to make a stand – against, let us remember, a regime that has no problems victimising not just its critics but their families and associates – or be regarded as Putin's enthusiastic supporters.
Hence the spectacle of artists and sportspeople being required make some kind of 'disloyalty pledge' if they want to perform. Hence the calls for Russians to be forced to feel shame for what has been done in their name in Ukraine. And hence the extraordinarily presumptuous calls by a collection of emigre groups that Russians abroad ought to be eligible, if they make the right public declarations, to receive a document confirming them as 'good Russians'
The tragic irony, is that this is just a (magic?) mirror image of Putin's own view that this is an existential challenge to Russia, and all Russians must decide: are they patriots, or are they traitors?
Of course, the Ukrainians will use whatever terms they want against those despoiling their lands, and certainly those Russian soldiers' behaviours are worthy of an orc.
Most Russians in Russia do not know what is really happening in Ukraine, though, and those who have been protesting have been arrested and beaten. Once, to be sure, they supported Putin, but it is a long time since there has been anything like a free and fair election there. As for Russians abroad, they have already made their choice about where they see their future.
The more we turn this war into a moral judgement of all Russians, and the more we vilify Russians as a nation of mini-Putins, the more we actually reinforce the Kremlin's own last, desperate legitimating narrative, to claim that the West simply hates Russia. Do we really want to do the job of Putin's propagandists for them?

Written byMark Galeotti
Professor Mark Galeotti is the author of 24 books about Russia. The latest is ‘A Short History of Russia’ (2021).
 
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Bem, acho que ninguém é bobo de realmente pensar que foi por falta de opções de elenco nem de orçamento pra peruca que pegaram uns tiozões e uns homens de cabelo curto... Só pode, portanto, ter sido uma escolha consciente e com algum propósito. Decerto queriam mesmo tirar um pouco essa aura angelical dos caras. Já basta serem imortais, poxa; não precisam ficar esfregando boniteza na nossa cara o tempo todo, né? :timido:
 
O que não falta é elfo feio na trilogia do PJ.
Mas o que me incomoda neles é o ar diáfano e a estética deliberadamente esquálida adotada. Fora aquele brilho todo, haja glitter.
A estética dos elfos da Amazon é bem mais pé no chão, o que me agrada mais. E pros puristas que reclamam que eles parecem homens, o próprio Tolkien escreveu que elfos e homens eram muitas vezes praticamente indistinguíveis na aparência.
 
Bem, eu estou amando a série, muito bem elaborado os cenários, além do que estamos podendo conhecer os ancestrais dos hobbits (Pés Peludos) e sim, eles são uma graça !! Tb amei conhecer Moria antes de toda a destruição, como era no início, em seus anos de glória !! Éh...acho que esta série promete...ao menos por enquanto...
 
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Ou seja, @Ilmarinen... Ser humano fazendo serumanice e matando a fantasia. 😔
Mais do que beleza física, eu imaginava que alguns elfos (Galadriel, Elrond, Gil Galad, Celebrimbor) teriam algo como algum aspecto etéreo/espiritual. Ou seja, seria uma beleza que não poderia ser descrita, necessariamente, em palavras precisas.

Por exemplo, citarei o caso de Lúthien:

Sua beleza seria, com as devidas diferenças e analogias, similar ao conceito da luz de Varda. Na minha opinião essa luz trazia um sentimento de alegria, compreensão do amor e propósito de Ilúvatar ao mundo e seus filhos - algo intimista, reverencial, contemplativo até.

A beleza de Lúthien está na sua presença magnífica e também na sua voz. Som e música nas obras de Tolkien sempre foram aspectos especiais de Arda. E Lúthien emanava uma beleza misturada com a tristeza do destino dos filhos de Ilúvatar, e de tal forma que até Mandos chorou.

Isso me lembrou o charme da voz de Orfeu da mitologia grega. Que também visitou o "mundo dos mortos" para resgatar o amor de sua vida. E seu canto encantou até mesmo um deus rigoroso como Hades (Mandos?). É esse tipo de "beleza" que é muito difícil ser "mostrada", realmente.
 
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Imagino que mais do que beleza física, eu imaginava que alguns elfos (Galadriel, Elrond, Gil Galad, Celebrimbor) teriam algo como algum aspecto etéreo/espiritual. Ou seja, seria uma beleza que não poderia ser descrita, necessariamente, em palavras precisas.

Por exemplo, citarei o caso de Lúthien:

Sua beleza seria, com as devidas diferenças e analogias, similar ao conceito da luz de Varda. Na minha opinião essa luz trazia um sentimento de alegria, compreensão do amor e propósito de Ilúvatar ao mundo e seus filhos - algo intimista, reverencial, contemplativo até.

A beleza de Lúthien está na sua presença magnífica e também na sua voz. Som e música nas obras de Tolkien sempre foram aspectos especiais de Arda. E Lúthien exalava uma beleza misturada com a tristeza do destino dos filhos de Ilúvatar, e de tal forma que até Mandos chorou.

Isso me lembrou o charme da voz de Orfeu da mitologia grega. Que também visitou o "mundo dos mortos" para resgatar o amor de sua vida. E seu canto encantou até mesmo um deus rigoroso como Hades (Mandos?). É esse tipo de "beleza" que é muito difícil ser "mostrada", realmente.
É uma beleza que transcende o corpo vindo da alma. É muito difícil ser mostrada hoje em dia quando o cinema pode sequer demonstrar vagamente qualquer sinal de personalidade e carisma nos personagens.
 
O que não falta é elfo feio na trilogia do PJ.
Mas o que me incomoda neles é o ar diáfano e a estética deliberadamente esquálida adotada. Fora aquele brilho todo, haja glitter.
A estética dos elfos da Amazon é bem mais pé no chão, o que me agrada mais. E pros puristas que reclamam que eles parecem homens, o próprio Tolkien escreveu que elfos e homens eram muitas vezes praticamente indistinguíveis na aparência.
A Evangeline Lily meio que era desse parecer tb:

 
Imagino que mais do que beleza física, eu imaginava que alguns elfos (Galadriel, Elrond, Gil Galad, Celebrimbor) teriam algo como algum aspecto etéreo/espiritual. Ou seja, seria uma beleza que não poderia ser descrita, necessariamente, em palavras precisas.
Sim, concordo totalmente! Mme. Blanchett conseguiu encenar esse conceito de forma soberba na trilogia original. Há uma cena d'O Hobbit onde, durante uma reunião do Conselho Branco, ela caminhava como se deslizasse - eu a vi como um majestoso cisne naquela cena.

Até Liv Tyler conseguiu isso nos poucos momentos de tela que teve. E o pai de Legolas, apesar da gozação a atuação dele foi condizente com uma criatura eterna e ciente de sua beleza. Não vi isso na série ainda, mas assisti somente ao primeiro então não darei uma palavra final.
 
Uma coisa que a gente não deve se esquecer....as participações de elfos no SdA e o Hobbit são pontuais.... Eles não são protagonistas da história como acontece nas narrativas da Segunda Era. São coadjuvantes de terceira classe que vêm depois dos homens de Gondor e Rohan em termos de "page time" e protagonismo.

Essa atmosfera de magia, encantamento feérico constante NÃO BATE com cenas onde eles estão discutindo política e querelas internas e tomando parte em cenas de ação envolvendo violência extrema.

Essa glamourização excessiva, frequentemente acompanhada, nos filmes do Peter Jackson, do recurso da câmara lenta, é contraprodutiva quando vc quer gerar identificação com os personagens e não um sentimento de admiração e deslumbramento constantes. Esse não é o objetivo dos showrunners e tb não é o que a narrativa demanda dada o seu conteúdo

O tratamento mais pé no chão dos elfos reflete, entre muitas outras coisas, o fato de que a história da Segunda Era tb é produto das suas próprias mazelas, dissensos e imperfeições e de como o desejo deles por criar bastiões de insulamento e de se separar por hierarquia herdada dos tempos valinoreanos cravou cunhas na sua sociedade. Como eles foram erigindo uma torre de marfim em torno de si próprios enquanto a Terra-média, no geral, mergulhava na Escuridão. Escuridão essa da qual Sauron se valeu pra gerar conflitos bem parecidos como o que o Palpatine urdiu na trilogia prequel de Star Wars. Justamente pra se inflitrar no meio deles sem que eles se dessem conta.

Muito do que vai acontecer nesse primeiro ano do Rings of Power corresponde, narrativamente, às Guerras Clônicas na série prequel de Star Wars. A função é fornecer um contexto pra tornar plausível pq um indivíduo "recém chegado" "desconhecido" com poderes e conhecimento divinos ganhou a confiança de diversos dignitários élficos importantes e os convenceu a embarcar no empreendimento de criar os Anéis do Poder. Ou, pelo menos, cooptou um plano já pré-existente, originalmente criado com funções e desejos altruístas*, pra gerar prosperidade, em um meio de dominação com "porta de entrada" direta no espírito e mente dos envolvidos.

*Cuja necessidade ele teria criado via o seu esquema de Shadow Boxing manufaturando "Ameaças Fantasmas" pra engendrar a necessidade de se buscar uma solução "mágica" pro "atraso", depauperação e "abandono" da Terra-média

Os "inimigos" que vão aparecer nesse primeiro ano são só "bucha de canhão", títeres como a Associação de Comerciantes, os Separatistas e Dooku eram na Ameaça Fantasma, Ataque dos Clones e Clone Wars. O tal Adar é só um Dooku com o background mais ligado aos dos heróis protoganistas pra criar mais liame emocional ,

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A desglamourização dos elfos é do mesmo cunho e finalidade narrativa daquela que a gente vê entre os remanescentes jedi da trilogia original e a representação deles na trilogia prequel. Eles têm a indumentária e o ar ainda enigmático meio fleumático do período posterior mas ficam reduzidos à função de policiais glamourosos desvinculados das próprias emoções e isolados do próprio povo que eles deveriam defender. Então a intenção da história é mesmo mostrar os "pés de barro" dos elfos assim como os dos jedi também foram mostrados na trilogia prequel.

Acho que a galera se esquece que entre o forjamento dos Anéis do Poder e do Um e o Afundamento de Númenor tem a Guerra de Sauron contra os elfos em que Eregion foi destruída e que só incluiu a intervenção numenoriana no finalzinho. A qual vai, provavelmente, ser fundida com a vinda de Ar-Pharazôn pra suplantar Sauron num evento só

Muito provavelmente, o que vai acontecer na série é que Númenor vai acabar engajada numa espécie de Guerra Civil ou Golpe orquestrado pelo Ar Pharazôn enquanto os Elfos e aliados humanos da Terra-média estiverem peitando o revelado Annatar Pós forjamento do Um. Isso tudo, descompactado e somado à Guerra da Última Aliança, dá cinco anos de seriado fácil, fácil
 
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Morta com os memes, tudas verdades :lol:

Sempre entendi que os elfos da primeira era eram excessivamente belicosos por serem ainda 'jovens e imaturos', me peguei várias vezes dizendo ao ler o Silmarillion "não faz isso! Pra que isso, caramba?" :lol:
Falo com um pouco de conhecimento de causa (obachan feelings) que a idade tende a te deixar mais calmo - não por covardia ou passividade, mas a idade te dá a capacidade de avaliar quais lutas merecem ser engajadas e quais não. Isso se reflete no temperamento - por isso faz todo o sentido esses elfos da primeira era serem menos diáfanos e mais sangue nos olhos, e os da terceira serem apenas velhos saudosos e cansados, mas presos em belos corpos jovens. Galadriel demorou eras para aprender a deslizar como um cisne enquanto lê mentes, com certeza.

Apesar dessa fase de 'adolescência' élfica, ainda penso ser da natureza dos elfos serem mais majestosos fisicamente apesar do temperamento ser ainda muito explosivo.
 
É uma beleza que transcende o corpo vindo da alma. É muito difícil ser mostrada hoje em dia quando o cinema pode sequer demonstrar vagamente qualquer sinal de personalidade e carisma nos personagens.
Acho que também há uma grande limitação de uma arte para outra. Eu costumo dizer que nós consumimos as "mesmas" estórias há séculos, mas atualizando as formas de contá-las: há mil anos as pessoas fruíam, por exemplo, as estórias do rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda ouvindo um jogral cantar milhares de versos; hoje a gente vê um filme, uma série, que também se compõem de um grande número de elementos. Mas, apesar de a imagem em movimento ser uma tecnologia muito mais avançada do que a versificação, ainda estou para uma produção cinematográfica que me cause o efeito que senti ao ler o capítulo A toca de Laracna do SdA e que P.J. passou bem longe de chegar perto.

“Aiya Eärendil Elenion Ancalima!”, exclamou ele, e não sabia o que dissera; pois parecia que outra voz falava através da sua, nítida, inabalada pelo ar fétido da cova. Mas há outras potências na Terra-média, poderes da noite, e são antigos e fortes. E Ela, a que caminhava na treva, ouvira os Elfos pronunciando aquela exclamação muito atrás, nas profundas do tempo, e ela não lhe dera atenção, e agora não a atemorizava. Enquanto Frodo falava, sentiu uma grande malevolência que se curvava sobre ele e um olhar mortífero que o examinava. Pouco adiante no túnel, entre eles e a abertura onde haviam titubeado e tropeçado, ele se deu conta de olhos que se tornavam visíveis, dois grandes feixes de olhos com muitas janelas — estava desmascarada por fim a ameaça que chegava. A radiância do cristal-de-estrela se refratava e refletia suas milhares de facetas, mas por trás do brilho um fogo pálido e mortal começava a luzir continuamente no interior, uma chama alimentada em algum fundo poço de pensamento maligno. Eram olhos monstruosos e abomináveis, bestiais e, no entanto, repletos de propósito e deleite hediondo, olhando com satisfação a sua presa, apanhada além de qualquer esperança de fuga.

Eu me arrepio sempre que leio isso! É de um artifício literário extraordinário!
É claro que aqui se está falando de elfos, mas o elfo de Tolkien é caracterizado, obviamente, pelos recursos da arte literária, na qual o narrador frequentemente oferece ao leitor uma caracterização psicológica que na arte cênica ordinariamente se limita ao que a personagem comunica e a como se comunica.
Por isso, sinceramente me é indiferente elfo que alisou o cabelo com chapinha ou largou laquê num grande penteado retrô. Acho que é como comparar os estilos dos grandes ilustradores: você curte uns e descurte outros. O que me incomoda são detalhes que causam uma inverossimilhança em relação ao material original (no sentido de: o que a gente sabe sobre isso a partir da obra literária publicada?): vi aqui que o ator que faz Celebrimbor tem 52 anos, mas na série aparenta uns 62, e o ator que faz Gil-galad tem 40, mas na série aparenta uns 50. Na boaaa?! 🤷‍♂️
 
Penso o seguinte:

1 - a obra-prima sempre serão os livros.
2 - apesar dos filmes serem uma adaptação, são tão bem feitos, mas tão bem feitos que dá para considerá-los obras-prima também. (Falo de SdA, porque os filmes d’O Hobbit são meio sofríveis).

E obra-prima gente, não é algo que acontece sempre. Geralmente precisa ser feita muita coisa ruim para surgir algo que valha a pena ser visto mesmo.

Além disso, como os autores da série só podem usar os apêndices do SdA, e não os Contos, o Silmarillion, etc. Então fica difícil mesmo para eles. Se eles usarem coisas do Silma, podem ser processados. Então eles tem que fugir do Silma, em alguma medida. Aí ferrou. Aí eles precisam escrever diálogos, ao invés dos diálogos que Tolkien escreve e enriquecem demais os filmes de SdA. Aí sai aqueles diálogos de pedra afundar porque olha para baixo.

Mas, nem tudo é terrível. Gostei dos cenários, dos figurinos. Khazâd-dûm achei sensacional. Sei lá, vou continuar assistindo por enquanto. Mas sem expectativa de encontrar uma obra-prima. Vou com a despretensão de quem lê uma fanfic. Mas sou mais otimista que pessimista, acredito que a série vai nos dar alguns bons momentos ainda.
Exatamente, é simplesmente uma série que foi baseaaaaaaaaaada lá nos porões da amazon de um livro que os próprios produtores escreveram e que nada tem a ver com Tolkien!! O duro é ver esses "especialistes" adorando a série como fosse o próprio Tolkien dirigindo a série!! Tudo tem o seu preço determinado, alguns uns kits, outros viajens, outros pre$entinho$... e assim a obra é destruída por aqueles que deveriam de alguma forma preserva-la!!
 

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