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Prêmio Nobel de Literatura 2022

Já eu, sou o maior Maria Nobel.

Naipaul, Coetzee, Pinter, Pamuk (só o livrinho de conferências, do qual só le lembro de que ele adorava Anna Kariênina), Le Clézio, Vargas Llosa, Modiano, Aleksiévitch, Ishiguro, Tokarczuk...
Orra, cadê o Bob Dylan?
No mínimo já ouviu na voz do Suplicy. Precursor do audiolivro.

Do séc XXI já li o Kertész, Pamuk, Llosa e o Dylan.
Estão no meu radar Coetzee, Lessing, Aleksijevich e o Ishiguro.
Ando tão cansado pra ler que tive preguiça até de ler sobre o que é que a Ernaux escreve. Ao menos por hora, vai continuar uma completa desconhecida pra mim.
 
Tanto que eu nem me iludo com essa aí. Sei que vou acabar não lendo também. Tem um livro daquela Olga lá não sei das quantas que até quero ler. Saiu pela Todavia e tem uns bichos esquisitos na capa. Afora isso, volta e meia cruzo com um Le Clezio no sebo mas nunca compro. E tenho algo do Coetzee e do Ishiguro aqui na estante, para quando der na telha. Não vou mais longe. Quem sabe um dia...
Ah... mas é normal isso, a vida é muito curta, bom é ler o que te interessa mesmo 🤓

ficar forçando a barra por x ou y motivos, muito ruim...

No caso o Nobel me interessa (muito, como deu pra notar rs), então confesso que só de um autor ter ganhado o prêmio (pra ver qual foi a motivação, se realmente foi uma boa escolha etc) ou se um autor potencialmente acho que pode ganhar (por motivos parecidos, mas nesse caso olhando pra frente) já me dá um gás a mais para ler...

acontece às vezes, com exceção de escritores que eu já goste ou esteja interessado mesmo, que alguém morre, ou um outro autor com temas parecidos ganha, aí eu nem me ligo mais de ler a obra dele/a. Javier Marías é uma exceção, por ex. Não o li ainda, só umas páginas aqui e ali, mas foi o suficiente pra ter curtido o estilo dele, aquela prosa caudalosa. Nobel ou sem Nobel, quero ler tudo dele (vou ler? não. similarmente à Melian tenho estado terrível para leituras, às vezes poesia vai, mas fica a vontade).

_____

Em tempo, uma resposta do Alex Shephard sobre Ernaux.

 
Última edição:
Gente, comecei a ler o livrinho da Annie Ernaux que comprei — O Lugar —, um dia desses. (Sim, eu sei que eu deveria ter lido o referido livro em um dia, em umas duas horas, no máximo, mas cês sabem que, neste ano, não tenho conseguido ler. Por isso, leio um parágrafo, quando consigo). Olha, a escrita dela é incisiva, direta, sem rodeios e cortante.

Este trecho bateu pesado:

"Sempre que me falavam de meu avô, começavam dizendo que ele 'não sabia ler nem escrever', como se sua vida e sua personalidade não pudessem ser compreendidas sem essa informação básica."​
 
dá pra ler se vc parar de carregar a página pouco depois de clicar... sobre o texto... bem ZzZ... usa de desculpa Ernaux pra falar de outras coisas... melhor teria sido escrever um texto de opinião sem se apoiar na autora como muleta pra mais views...
 
O discurso de Ernaux:

 
Como o migo @Bartleby é o nosso especialista em Nobel, e já leu bastante coisa da Ernaux, queria saber a opinião dele sobre Paixão Simples (sim, fiquei empolgada por causa da abertura das Olimpíadas). Sei que ele já leu o livrinho, mas não me lembro se gostou ou não.​
 
Como o migo @Bartleby é o nosso especialista em Nobel, e já leu bastante coisa da Ernaux, queria saber a opinião dele sobre Paixão Simples (sim, fiquei empolgada por causa da abertura das Olimpíadas). Sei que ele já leu o livrinho, mas não me lembro se gostou ou não.​
Teve Ernaux na abertura? ou é só pq o livro é francês, daí a ligação? rs

Enfim, se gostei? Adorei! Tanto que até o presenteei à @Ana Lovejoy no último migo oculto.

Eu na verdade tô devendo muito ainda em leituras da autora - preciso muito ler os livros muito importantes dela sobre os pais, por exemplo; por mais curtos que sejam, não foram os que mais me chamaram a atenção de pronto, acabei lendo uns que dela tratam da paixão, que ela escreve com grande imediatismo e intensidade e arroubos de emoção, tudo numa prosa lúcida, controlada.

Bem, sobre o Paixão Simples: é um livro bem curto que ela escreveu a partir de anotações que manteve em um diário (mais sobre ele adiante) quando, num período de dois anos, se não me engano, teve um romance com um diplomata russo casado. Isso no final dos anos 80, sem celulares, no máximo mandando umas cartas quando ele estava de viagens, na maioria do tempo sem poder estabelecer contato com ele por chamadas, a não ser quando ele ligava, marcando o encontro. É um retrato bem conciso de uma longa e exaustiva estação em que Ernaux se entregou, por completo, a essa dependência do contato físico com o homem. O mais interessante é, além dela não se punir nem julgar, meramente expor seus desejos, sem pudor nem vergonha nem crítica, mostrando os fatos, ela também tece uns comentários sobre o ato de escrever, a escrita como sede, como necessidade de expressão de uma vivência. É coisa boníssima!

Aí eu falei do tal do diário ali em cima, né? Paixão foi escrito logo após o fim desse caso, em 1992. Em 2000, a escritora decidiu publicar as notas que dia a dia foi tecendo enquanto estava em constante espera do russo, que é o livro em francês Se Perdre (li-o em inglês, traduzido como Getting Lost; em Portugal, Perder-se). Se em Paixão, suas habilidades de edição são uma grande parte do que a diferencia (o livro tem umas 60 páginas), analisando cirurgicamente a matéria-prima que é sua vida, sua experiência, nesse diário, como vemos as impressões na forma que foram escritas, um texto para si, aqui jorram as emoções em ainda maior quantidade; é um livro bem mais longo (umas 200 páginas), inerentemente indisciplinado, governado pela repetição atordoante da ausência como presença; acaba sendo quase como que um romance em forma de diário, daqueles românticos, mas modernista - aqui é como um se ouvíssemos não um Tchaikovsky ou um Rachmaninov, mas um desses compositores contemporâneos cujas peças agonizam nas mesmas notas por minutos sem fim; ou um filme de Bresson ou Godard, com muitos planos quase vazios, focando em pernas, braços, mas sem rostos, novamente, com a repetição enfatizando o tempo gasto desejando o outro; um ganho também é a maior amplitude de acontecimentos e ações (mais interiores do que exteriores), mostrando as coisas que ela fazia, seja sozinha, à deriva, ou os dois amantes juntos, ou quando com amigos, acrescentando mais contexto à sua história pessoal. É apenas mais material, e entendo por quê pode ser prejudicial (pode ser cansativo ler meio que para sempre a mesma coisa). Eu adorei os dois textos.

Paixão Simples é esta investigação muito precisa e cinzelada do desejo; Se Perdre é sua matéria-prima.
 
Teve Ernaux na abertura? ou é só pq o livro é francês, daí a ligação? rs
Teve! E foi Paixão Simples! Lembrei d'ocê na hora. hahahahah
Enfim, se gostei? Adorei! Tanto que até o presenteei à @Ana Lovejoy no último migo oculto.
Eu ia falar que não lembro, mas acho que não participei da revelação toda, né? hahahaha

Enfim, muito obrigada pelo post lindo. Sabia que cê ia falar trem bão.
 

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