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Reforma da Língua Portuguesa

  • Criador do tópico Criador do tópico nana
  • Data de Criação Data de Criação
Aliás, o ponto do Curunír é interessante.

Realmente os avaliadores querem mais do contexto e menos da escrita. Querem que as pessoas desenvolvam mais o que querem dizer ao invés de se prenderem à escrever corretamente. Acentos servem mesmo para diferenciar, mas com uma ou duas lidas da para sacar o contexto geral. Sem contar que o português é uma língua dificil demais, mesmo para quem tem ele como língua mãe.

A minha revisora sempre apontou que prefere o contexto do que a forma dos textos.

O ruim só vai ser adaptar-me a tudo. Pelo menos não zuaram as proparoxítonas :-|
 
Sou a favor. Acho que a intenção é cada vez mais diminuir as regras e primar pelo contexto. É como vêm fazendo em concursos, nas provas de Português: cada vez menos regras e mais interpretação, que logicamente mede mais a capacidade intelectual do que mera decoreba.
No fim, o que importa é a comunicação fuir.

Concordo com o que você disse. É claro que a estrutura sintática de um texto por si só não é capaz de explicitar tudo o que se quer dizer. Mas com a reforma ou sem a reforma, o contexto continuará tendo o mesmíssimo papel que tinha, porque vão-se algumas regras, e criam-se outras no lugar.
Insisto que essas regras não facilitarão de todo a comunicação. Ao meu ver, se eles quisessem de fato facilitar, que criassem então uma regra única, como adotar sempre (ou nunca) o uso do hífen, por exemplo.
Se hiper-legal tem hífen, então auto-escola também deve ter, e por assim vai...

Acho que o que a maioria aqui tá deixando de ver é a própria questão da pronúncia, que vai ser afetada com essa reforma. Será que ninguém ainda se tocou disso?

Não vou escrever tudo de novo, quem se interessar e não tiver preguiça de ler pode voltar ao meu segundo post nesse tópico.

Mas é uma questão interessante de se pensar. Será que algum dia, a partir da abolição do trema, a pronúncia de todos os "qü"s passarão a ser como é a pronúncia do "qu", e a pronúncia dos "gü"s, como costuma ser a pronúncia dos "gu"s? Algum lingüista aqui no tópico pra dar pitaco? ^^
 
O melhor era passar todo o mundo a usar o Quenya como língua e pronto, acabava-se o problema todo. :mrgreen:

Ou então o egípcio antigo, com bonecada e tudo.
Imaginem só o desenho para descrever a Paris Hilton... :cool:
 
Concordo quanto ao contexto da frase dispensar acentuação diferencial.

Ao meu ver, se eles quisessem de fato facilitar, que criassem então uma regra única, como adotar sempre (ou nunca) o uso do hífen, por exemplo.
Se hiper-legal tem hífen, então auto-escola também deve ter, e por assim vai...

Que exagero. Regras de hífen não são sempre pura decoreba, e fazem sentido se você tentar entender o mecanismo por trás delas. Imagina preceder todo prefixo de hífen como você está sugerindo. "Sub-tropical"? "Re-estabelecer"? Existem casos em que o prefixo já está tão incorporado ao vocábulo que fica impensável separá-lo do radical. Não existe necessidade de complicar com um hífen em hipercomplexo, mas a falta dele em hiper-humano juntaria um "r" a um "h", coisa que não se vê no português. Existem particularidades para cada prefixo e cada inicial. Sua idéia de generalizar tudo é um tanto absurda, cá pra nós.

Mas é uma questão interessante de se pensar. Será que algum dia, a partir da abolição do trema, a pronúncia de todos os "qü"s passarão a ser como é a pronúncia do "qu", e a pronúncia dos "gü"s, como costuma ser a pronúncia dos "gu"s? Algum lingüista aqui no tópico pra dar pitaco? ^^

Eu não sou lingüista (com trema ou não), mas posso te assegurar que a reforma é meramente ortográfica, logo não impõe pronúncia nova para essas palavras. Mas eu não estranharia se a abolição do trema estimular que as pessoas ignorem o som do "u" mesmo na ausência de dígrafo. Tipo: passar a dizer "consekência" por causa da escrita consequência, desconhecendo a pronúncia correta ("consekuência"), anteriormente apontada pelo trema (conseqüência). Acho que o Décimo pode dizer melhor. Acontece aí de as pessoas trocaram a pronúncia de palavras com "qu"/"gu"? O trema não existe em Portugal desde 1945, então já pra medir efeitos da mudança na fonética.
 
O que vai ser feito com todos aqueles livros das livrarias e bibliotecas afinal? o.O
Já que vai acontecer essa reforma da lingua, será preciso republicar todos eles, não?
 
Diz ali na reportagem da Folha que a reforma "começa em 2008". Simplesmente as edições do ano que vem em diante passarão a obedecer às novas regras. Claro que demora até saírem de circulação todos os livros com tremas e afins. Vá até um sebo pra ver se você não encontra grafias do tipo êle, fàcilmente, etc.

Espero que tenham o bom senso de não exigir as mudanças em redações e concursos imediatamente.

Matéria interessante aqui. Até que considero válidos os esforços pelo acordo se evitarem mais outros pelo próximo século no mínimo. O argumento do dinamismo realmente fura se vierem com reformas sucessivas. E a pergunta do prof. Pasquale sobre resultados concretos intriga. A princípio um português único facilitaria o aprendizado por parte de estrangeiros. Mas como o acesso internacional à nossa língua é mais questão política e econômica do que ortográfica, fica a dúvida se vale mesmo o transtorno das modificações.
 
Se eu não me engano faz mais de 5 anos (chutando por baixo) que se fala nisso e até agora não saiu do papel. E eu espero que continue não saindo, porque, dessas regras, metade é desnecessária e metade, além de desnecessária, é prejudicial (caso do desaparecimento do trema). Aliás, a única que faz sentido é:

Não se usará mais acento agudo:
2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca"
Porque tava errado mesmo. E quanto ao Piauí, pode ser mantido o acento como tradição, assim como foi mantido o "h" de Bahia.
 
Que exagero. Regras de hífen não são sempre pura decoreba, e fazem sentido se você tentar entender o mecanismo por trás delas. Imagina preceder todo prefixo de hífen como você está sugerindo. "Sub-tropical"? "Re-estabelecer"? Existem casos em que o prefixo já está tão incorporado ao vocábulo que fica impensável separá-lo do radical. Não existe necessidade de complicar com um hífen em hipercomplexo, mas a falta dele em hiper-humano juntaria um "r" a um "h", coisa que não se vê no português. Existem particularidades para cada prefixo e cada inicial. Sua idéia de generalizar tudo é um tanto absurda, cá pra nós.
"Minha idéia de generalizar tudo"? Puxa vida. Acho que falou ler com mais atenção o que eu escrevi, né.
Em lugar algum eu disse que sou contra as regras estipuladas para o uso do hífen, muito menos sugeri que essas regras eram pura decoreba. Ou sugeri? Se você acompanhar o que venho dizendo desde o início do tópico, vai ver que não.

Na realidade, até você aparecer eu era a única pessoa por aqui falando da 'lógica' da língua portuguesa.

O intuito do meu exemplo em relação à regra para uso do hífen foi justamente rebater o argumento daqueles que acham que essas novas regras simplificam de alguma forma o português e a comunicação. Em momento algum eu pretendi mostrar que sou contra essa regra ou que ela é absurda ou ilógica.

Eu não sou lingüista (com trema ou não), mas posso te assegurar que a reforma é meramente ortográfica, logo não impõe pronúncia nova para essas palavras. Mas eu não estranharia se a abolição do trema estimular que as pessoas ignorem o som do "u" mesmo na ausência de dígrafo. Tipo: passar a dizer "consekência" por causa da escrita consequência, desconhecendo a pronúncia correta ("consekuência"), anteriormente apontada pelo trema (conseqüência). Acho que o Décimo pode dizer melhor. Acontece aí de as pessoas trocaram a pronúncia de palavras com "qu"/"gu"? O trema não existe em Portugal desde 1945, então já pra medir efeitos da mudança na fonética.

É, talvez alguém de Portugal possa dizer se já ocorreram mudanças nesse sentido. Mas quando eu me referi a "algum dia", estava pensando mesmo em 200, 300 anos. Em meio século acho muito difícil mudanças desse tipo ocorrerem. Mas claro, não estudo a fundo o assunto, então talvez alguém saiba melhor.

E óbvio que a mudança é meramente ortográfica (como diz o próprio nome, né?). O que eu tentei especular é justamente o fato de uma modificação ortográfica, a longo prazo, acarretar também uma mudança fonética. Tentar analisar quais as conseqüências a longo prazo dessa reforma é a parte mais interessante dessa discussão.
 
O que muda com a reforma da língua portuguesa
da Folha de S.Paulo

As novas regras da língua portuguesa devem começar a ser implementadas em 2008. Mudanças incluem fim do trema e devem mudar entre 0,5% e 2% do vocabulário brasileiro. Veja abaixo quais são as mudanças.

HÍFEN

Não se usará mais:
1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em "antirreligioso", "antissemita", "contrarregra", "infrassom". Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r -ou seja, "hiper-", "inter-" e "super-"- como em "hiper-requintado", "inter-resistente" e "super-revista"
2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: "extraescolar", "aeroespacial", "autoestrada"

TREMA
Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados

ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais para diferenciar:
1. "pára" (flexão do verbo parar) de "para" (preposição)
2. "péla" (flexão do verbo pelar) de "pela" (combinação da preposição com o artigo)
3. "pólo" (substantivo) de "polo" (combinação antiga e popular de "por" e "lo")
4. "pélo" (flexão do verbo pelar), "pêlo" (substantivo) e "pelo" (combinação da preposição com o artigo)
5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera" (preposição arcaica)

ALFABETO
Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras "k", "w" e "y"

ACENTO CIRCUNFLEXO
Não se usará mais:
1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus derivados. A grafia correta será "creem", "deem", "leem" e "veem"
2. em palavras terminados em hiato "oo", como "enjôo" ou "vôo" -que se tornam "enjoo" e "voo"

ACENTO AGUDO
Não se usará mais:
1. nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia"
2. nas palavras paroxítonas, com "i" e "u" tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: "feiúra" e "baiúca" passam a ser grafadas "feiura" e "baiuca"
3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com "u" tônico precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i". Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem

GRAFIA
No português lusitano:
1. desaparecerão o "c" e o "p" de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como "acção", "acto", "adopção", "óptimo" -que se tornam "ação", "ato", "adoção" e "ótimo"
2. será eliminado o "h" de palavras como "herva" e "húmido", que serão grafadas como no Brasil -"erva" e "úmido"


:osigh: eu ficava tao feliz em ensinar que PÁRA do verbo PARAR tem acento :roll:

Deviam fazer uma reforma cerebral nos revisores, isso sim. Além de não ajudarem muita coisa. Não vão mexer no modelo arcaico em ensinar o Português nas escolas. Lá está a verdadeira reforma. Dinamizar a forma de ensino e deixá-la menos catedrática. Não estaamos mais nos anos 40, por favor.

Acento diferencial e circunflexo não deviam ser mexidos. É mudança pra gringo aprender, por acaso? Creem, Deem, Leem... vamos nos aproximar do saxão e do céltico, agora?

Pelo: parabéns! Elesconseguiram juntar o verbo com substantivo e preposição numa única palavra. Que genial...
 
Pelo: parabéns! Elesconseguiram juntar o verbo com substantivo e preposição numa única palavra. Que genial...

Concordo. Nem eu vou conseguir entender que "pelo" se está falando num livro, por exemplo. Muita falta do que fazer...

Será que isso vai realmente acontecer? Pergunto isso porque não tinha a tal reforma ortográfica de 1990? Nela se eliminou o circunflexo do "vôo" para ficar igual ao português de Portugal "voo". Nela se eliminou também o "c" antes de certas consoantes, como de "facto" para "fato", "actualidade" para "atualidade", etc. Será que isso vai ser como esse tal acordo ortográfico?

Edição: digo isso porque, mesmo com esse acordo ortográfico, nada mudou...
 
Última edição:
5. "pêra" (substantivo - fruta), "péra" (substantivo arcaico - pedra) e "pera" (preposição arcaica)

Tipo, posso estar falando besteira, mas se é uma coisa arcaica, para que mudar? É o mesmo que declarar novas regras para o latim ou palavras usadas apenas no tempo de Camões ou de contos de cavalaria.

Ah claro, só para evitar a fadiga e tirar o acento da pêra.
 
Última edição:
E óbvio que a mudança é meramente ortográfica (como diz o próprio nome, né?).

Sei que você sabe disso, só fiz o comentário porque no outro tópico tinha gente perguntando se a pronúncia correta continuava a mesma.

"Minha idéia de generalizar tudo"? Puxa vida. Acho que falou ler com mais atenção o que eu escrevi, né.
Em lugar algum eu disse que sou contra as regras estipuladas para o uso do hífen, muito menos sugeri que essas regras eram pura decoreba. Ou sugeri? Se você acompanhar o que venho dizendo desde o início do tópico, vai ver que não.

Eu nunca disse que foi você que falou em a regra ser decoreba. Decoreba foi mencionada por outro usuário na página anterior, e aproveitei para respondê-lo junto. Concordo com sua crítica sobre a busca por simplicidade que, se para isso demandar mais um monte de regras novas, no final só complica. Mas discordo do que eu tinha quotado, e quoto de novo.

Insisto que essas regras não facilitarão de todo a comunicação. Ao meu ver, se eles quisessem de fato facilitar, que criassem então uma regra única, como adotar sempre (ou nunca) o uso do hífen, por exemplo. Se hiper-legal tem hífen, então auto-escola também deve ter, e por assim vai...

Sua "regra única" para "de fato facilitar" é sim generalizadora e sem nexo, vide motivos já dados. Se você não apoiaria a idéia de "adotar sempre (ou nunca) o uso do hífen", sinto muito, mas foi isso que eu pude entender do seu post. E hiperlegal não tem hífen.
 
Sua "regra única" para "de fato facilitar" é sim generalizadora e sem nexo, vide motivos já dados. Se você não apoiaria a idéia de "adotar sempre (ou nunca) o uso do hífen", sinto muito, mas foi isso que eu pude entender do seu post. E hiperlegal não tem hífen.
Cacete, mas tu é chato, hein. :lol:

Achei que fosse desnecessário ter que explicar tintim por tintim que não era pra levar o exemplo que dei ao pé da letra. Mas eu explico. Você está se prendendo a uma parte da mensagem que não é, de forma alguma, essencial para entender o que eu quis dizer. O que você tem que tirar da minha mensagem é isso: "Se o intuito da reforma é simplificar a língua portuguesa, que simplifiquem também as regras, e não criem regras novas para substituir as antigas. Ponto."

Se o exemplo foi infeliz (eu não acho que tenha sido, mas enfim), paciência. Implicar com ele simplesmente não vai levar a discussão a lugar algum.

E em relação ao hiperlegal, deixe de ser implicante e releia o meu post. Eu disse que hiperlegal tem hífen?
Só sugeri que Se uma palavra X tiver hífen, outra Y também deve ter, e por assim vai. Só peguei palavras aleatórias e taquei hífen nas duas, imaginando uma suposta regra em que todas as palavras teriam hífen, e não seguindo as normais atuais, caso você não tenha percebido.
 
Ué, por que eu acharia o seu exemplo "infeliz"? Que nada. Vamos, como você disse, "facilitar" isso. Vamos seguir aquele seu raciocínio. Se hiper-legal, então in-feliz. O comentário foi in-feliz então. E eu não sou apenas chato. Eu sou é im-piedoso e des-humano e também sub-nutrido(?) (em outras palavras, muito chato, acostume-se, sem ressentimentos :wacky:). Mas já que você diz que a tal "regra única" sua não era pra ser "levada ao pé-da-letra", acredito. É decerto meio impossível alguém realmente pensar que mais facilitador do que o acordo seria optar entre banalizar ou banir totalmente qualquer hífen depois de prefixos. Só que foi isso que eu tinha entendido da sua mensagem. Dava muito bem pra interpretar dessa forma, e eu diria que eu não fui o único a ter lido o seu post assim. Mais cuidado aí, IMO.
 
Para ser franco, estão dando muita ênfase para detalhes de pouca ou nenhuma relevância. No Brasil, lê-se pouco, escreve-se pouco e poucas pessoas conseguem "entender" o nosso idioma na forma culta. Praticamente nenhum professor do nível básico de ensino incentiva a leitura de livros que realmente estimulem o debate crítico entre a turma. Machado de Assis? Não adianta tentar explicar as nuanças com que ele desenvolve as personagens e a velada crítica social da época, se o coitado do aluno mal aprendeu a escrever um texto de meia folha. E olha que nem estou falando de dissertação... só esta palavrinha já causa arrepios em vestibulandos.

Sou a favor da redação ser matéria conjunta com o Português, desde o ensino básico. É be mais fácil exemplificar regras sintáticas em cima de um texto do próprio aluno e mostrar-lhe a maneira correta.
 
Blá blá blá

Ai, desisto. Você cansa minha beleza. :jornal:
Sem ressentimentos, anyway. Só não acho que valha a pena ficar desperdiçando esse tópico com mensagens repetitivas, eu tentando deixar claro o que eu disse e você se recusando a entender, me quotando e insistindo que eu disse o que eu não disse. :)

Para ser franco, estão dando muita ênfase para detalhes de pouca ou nenhuma relevância. No Brasil, lê-se pouco, escreve-se pouco e poucas pessoas conseguem "entender" o nosso idioma na forma culta. Praticamente nenhum professor do nível básico de ensino incentiva a leitura de livros que realmente estimulem o debate crítico entre a turma. Machado de Assis? Não adianta tentar explicar as nuanças com que ele desenvolve as personagens e a velada crítica social da época, se o coitado do aluno mal aprendeu a escrever um texto de meia folha. E olha que nem estou falando de dissertação... só esta palavrinha já causa arrepios em vestibulandos.

Sou a favor da redação ser matéria conjunta com o Português, desde o ensino básico. É be mais fácil exemplificar regras sintáticas em cima de um texto do próprio aluno e mostrar-lhe a maneira correta.

Bom, não é porque a educação é uma m**** que não podemos discutir a reforma ortográfica, ou que esse assunto se torna menos importante. É só um assunto diferente. Né?

Mas seu ponto é interessantíssimo!
Somos acostumados a estudar o Português em três frentes: Gramática, Literatura e Redação, mas a intersecção entre essas frentes quase nunca é explorada (pelo menos na maioria dos colégios). Não sei se a solução seria eliminar a disciplina Gramática e ensiná-la junto com Redação em uma única matéria, sei lá, chamada Português. Acho que ia faltar tempo pra tratar de tudo em uma disciplina só.

Mas concordo contigo que eles deveriam sim, dar mais ênfase à gramática nos textos produzidos pelos alunos, e utilizar esses textos como exemplo de aplicação de certas normais gramaticais.
A impressão que me dava, algumas vezes, no ensino fundamental, é que os exemplos utilizados ficavam um pouco longe de coisas que um dia eu poderia vir a escrever. Tempos verbais, por exemplo. Lembro que o ponto sobre isso no meu caderno tinha umas 5 folhas, e o estudo pra prova era mais ou menos assim: O Presente do Indicativo é aplicado quando se quer expressar X, Y, Z e W, o Futuro do Pretérito, quando se quer dizer A, B e C, e por aí ia.
Seria, realmente, muito mais produtivo o próprio aluno explorar o que aconteceria com seu texto se ele trocasse um tempo verbal por outro, etc.
 
Seria, realmente, muito mais produtivo o próprio aluno explorar o que aconteceria com seu texto se ele trocasse um tempo verbal por outro, etc.

Existem livros didáticos que incluem exercícios prévios de construção de frases para que o aluno enxergue nelas o assunto de gramática a ser ensinado. O problema é esses livros chegarem aos alunos.

Folha Online disse:
Brasil se prepara para reforma ortográfica

O fim do trema está decretado desde dezembro do ano passado. Os dois pontos que ficam em cima da letra u sobrevivem no corredor da morte à espera de seus algozes. Enquanto isso, continuam fazendo dos desatentos suas vítimas, que seesquecem de colocá-los em palavras como freqüente e lingüiça e, assim, perdem pontos em provas e concursos.
O Brasil começa a se preparar para a mudança ortográfica que, além do rema, acaba com os centos de vôo, lêem, heróico e muitos outros. A nova ortografia também altera as regras do hífen e incorpora ao alfabeto as letras k, w e y. As alterações foram discutidas entre os oito países que usam a língua portuguesa - uma população estimada hoje em 230 milhões - e têm como objetivo aproximar essas culturas.
Não há um dia marcado para que as mudanças ocorram - especialistas estimam que seja necessário um período de dois anos para a sociedade se acostumar. Mas a previsão é que a modificação comece em 2008.
O Ministério da Educação prepara a próxima licitação dos livros didáticos, que deve ocorrer em dezembro, pedindo a nova ortografia. "Esse edital, para os livros que serão usados em 2009, deve ser fechado com as novas regras", afirma o assessor especial do MEC, Carlos Alberto Xavier.
É pela sala de aula que a mudança deve mesmo começar, afirma o embaixador Lauro Moreira, representante brasileiro na CPLP (Comissão de Países de Língua Portuguesa). "Não tenho dúvida de que, quando a nova ortografia chegar às escolas, toda a sociedade se adequará. Levará um tempo para que as pessoas se acostumem com a nova grafia, como ocorreu com a reforma ortográfica de 1971, mas ela entrará em vigor aos poucos".
Tecnicamente, diz Moreira, a nova ortografia já poderia estar em vigor desde o início do ano. Isso porque a CPLP definiu que, quando três países ratificassem o acordo, ele já poderia ser vigorar. O Brasil ratificou em 2004. Cabo Verde, em fevereiro de 2006, e São Tomé e Príncipe, em dezembro.
António Ilharco, assessor da CPLP, lembra que é preciso um processo de convergência para que a grafia atual se unifique com a nova. "Não se pode esperar resultados imediatos."
A nova ortografia deveria começar, também, nos outros cinco países que falam português (Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste). Mas eles ainda não ratificaram o acordo.
"O problema é Portugal, que está hesitante. Do jeito que está, o Brasil fica um pouco sozinho nessa história. A ortografia se torna mais simples, mas não cumpre o objetivo inicial de padronizar a língua", diz Moreira.
"Hoje, é preciso redigir dois documentos nas entidades internacionais: com a grafia de Portugal e do Brasil. Não faz sentido", afirma o presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vilaça. Para ele, Portugal não tem motivos para a resistência. "Fala-se de uma pressão das editoras, que não querem mudar seus arquivos, e de um conservadorismo lingüístico. Isso não é desculpa", afirma.

O fato é que até existem vantagens claras em unificar a norma culta de todos os lusófonos, mas com Portugal de fora essas vantagens seriam zero.
 
O fato é que até existem vantagens claras em unificar a norma culta de todos os lusófonos, mas com Portugal de fora essas vantagens seriam zero.
Puxa, eu ainda não tinha atentado para o fato de que Portugal estava meio avesso a essa unificação. Sem a adesão dele, a reforma realmente perde todo o sentido.

Procurando mais um pouco sobre o assunto, achei duas matérias/compilações que valem a pena ser lidas. A quem interessar:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult510u322182.shtml

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=310ASP008
 
eu, sinceramente, sou contra essa reforma.

como estava na matéria da folha que a **Arwen** postou, a língua é um organismo vivo, que "nasce, cresce, morre". Evolui. As regras podem tentar moldar a norma culta da língua, mas pra mim, o que vale, é o que se fala.

outra coisa: a língua é uma característica própria de cada povo. Não era um modo de 'dominação' impor sua língua e costumes a povos que eram conquistados? Sei lá, pra mim a língua é uma forma de identidade de cada lugar.

sem contar que: na língua portuguesa, diferentemente do inglês, nós costumamos pronunciar todas as letras nas palavras e tal. Com a abolição do trema e de certos acentos gráficos, isso vai acabar influenciando a nossa forma de falar.

não sei, podem me chamar de 'atrasada' ou qualquer coisa do gênero, mas eu não aprovo essa reforma. Fiquei um pouco indignada quando li uma matéria em que o Evanildo Bechara (Gramático conhecido, inclusive membro da ABL) disse que havia N razões para que essa reforma seja boa. Acho que ele tá afim de jogar o trabalho dele no lixo. ¬¬
 
po vai dificultar a vida de tanta gente .agora q estava começando a escrever bm se adaptar a isso naum vai ser facil:disgusti:
 

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