Partindo do pressuposto de que seria constitucional, eu acho que seria saudável para o país, pelo mesmo motivo que a gente vinha discutindo no outro tópico: a assunção de Temer - não pelo procedimento, que foi constitucional, mas pelo apanhado político que o alicerçou e deverá se refletir no seu projeto de governo - representa uma ruptura democrática. O impeachment existe para afastar a pessoa do gestor que cometeu crime de responsabilidade, colocando em seu lugar ninguém menos que o seu próprio vice (que, por presunção, daria continuidade ao projeto), não para transformar o modelo governamental. Para a escolha deste, pela mudança ou permanência, a Constituição só atribui um único momento: eleições diretas. Essa justa sensação de ilegitimidade do governo Temer vai perdurar até o fim do mandato, então eu prefereria que, mesmo que ele próprio viesse a ser eleito, esse respaldo fosse dado através do voto popular, não das articulações manejadas pela oposição ao governo deposto.