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X-MEN

  • Criador do tópico Criador do tópico V
  • Data de Criação Data de Criação
A página anterior foi interessante, mas eu ando com tanta preguiça de postar no fórum que ao invés de usar quotes vou tentar responder tudo num post só, sem levar muito em conta quaisquer comentários que vocês tenham feito, sorry 'bout that.

Basicamente, sim, o Morrison revolucionou os X-Men, em inúmeros aspectos - a questão é que ele utilizou diversos elementos icônicos da mitologia da série para criar algo original, e às vezes isso é confundido com valer-se de clichês para resolver problemas - não foi o caso. Esse último arco (foda, aliás) só está confirmando que houve um planejamento meticuloso, que levou a um resultado brilhante).

Primeiro, ele trouxe roteiros ágeis, econômicos e inteligentes para um título que já estava estagnado na mediocridade há um bom tempo. A história do mês do silêncio, por exemplo, foi uma obra-prima lisérgica que eu nunca esperava ler num título da Marvel. Riot At Xavier's foi um arco corajoso, original, selvagem, maluco. Etc. Entre outras coisas, os diálogos em geral nunca soavam forçados, e os roteiros nunca dependeram de recordatórios redundantes para explicar as coisas, sinal de uma narrativa habilmente construída - sinal também de que ele confia na inteligência do leitor, imho.

Segundo, não se trata de só-mais-um-autor-fazendo-sua-passagem - os "Novos X-Men" são uma idéia, que o Morrison apresentou, desenvolveu e concluiu, com várias surpresas no caminho. Até o nome "Novos X-Men" tem um significado, que está tematicamente ligado a todo o conceito que representa: basicamente, os "novos" X-Men não deixam de ser os "velhos" X-Men - o mercado editorial exige renovação, mas é aos ícones que se recorre, de qualquer forma. Há uma boa dose de ironia aí. (Mais irônico ainda é terem voltado com os colantes logo depois da saída do Morrison, o que dá ainda mais ressonância ao ponto que ele estava fazendo.)

Todas as possibilidades de subtexto que o conceito "mutante" já teve foram exploradas, mas sempre com uma reviravolta interessante, dando mais dimensão aos temas. O provavelmente mais relevante trata de puberdade, adolescência e amadurecimento; tema bastante comum nas histórias mutantes, surgimento de poderes representando mudanças físicas e psicológicas da adolescência, inadequação, incapacidade de lidar com as recém-adquiridas "habilidades", etc.

A Escola Xavier como campo de preparação de "discípulos" dos X-Men também não é novidade (i.e. Novos Mutantes, Geração X, etc); o que o Morrison fez foi aumentar a amplitude desse conceito até o ponto onde a escola tem tantos alunos quanto uma escola normal, e, diferente dos Novos Mutantes e da Gen. X, esses alunos não estão necessariamente sendo preparados para se tornarem os "Novos X-Men" (percebem como as coisas começam a se encaixar?), mas sim sendo preparados para a vida em geral, como uma escola comum (o que faz muito mais sentido do ponto de vista dos ideais do Xavier - a escola antiga era uma panelinha, afinal, e isso meio que contradiz todo o papo de harmonia e integração).

Alguns podem observar que essa nova visão da escola foi algo emprestado do filme, e embora o filme tenha só esbarrado nas possibilidades que o Morrison explorou a fundo, isso não deixa de ser verdade. A questão é que o Morrison não parou por aí. A cereja no topo foi a "turma especial" - os excluídos dos excluídos, os mutantes feios e nojentos que necessitam de cuidados especiais, alguns inclusive com poderes aparentemente inúteis. "Classes especiais" existem na vida real, e colocar uma na Escola Xavier foi um toque de mestre - de repente nós percebemos que os mutantes haviam se tornado algo glamouroso demais, que havia ficado difícil acreditar que aqueles super-heróis estilosos que mais pareciam astros de Hollywood eram aquelas tais pessoas que os humanos "temiam e odiavam".

Bem, o Morrison fez o favor de mostrar o outro lado - o lado assustador e perigoso de ser mutante, algo que está intimamente ligado com todo esse lance da adolescência sobre o qual eu estou falando. Um bom exemplo é a história onde o Wolverine conhece a Angel, e a garota tem que lidar com o afloramento de sua mutação, que, entre outras coisas, a obriga a fazer muitas coisas como um inseto faria, o que pode gerar graves problemas se você é um humano (todo mundo viu "A Mosca", certo?).

Mas a adolescência é uma fase, e o Bico está ali justamente para enfatizar isso - durante praticamente toda a fase Morrison, o Bico foi um moleque inútil, patético e feio pra cacete - ele tinha penas e um bico, então aparentemente era uma espécia de ave, mas não podia voar e sua aparência geral lembrava uma galinha desengonçada. No arco atual nós descobrimos que ele cresce para se tornar um híbrido perfeito de águia e humano, forte e ágil, dotado de um poder de vôo e ataque predatório fenomenal. Mas como aquela coisinha feia se tornou esse cara fodão? Ora, vocês já viram filhotes de águia? Eles são feios pra cacete, têm penas ralas e claras e mal sabem andar, quanto mais voar. Mas eles crescem e se tornam uma das máquinas de matar mais perfeitas da natureza, assim como adolescentes feios e desengonçados podem eventualmente crescer e se tornar astros de Hollywood ou atletas de sucesso ou whatever.

Isso tudo faz total sentido ao se analisar a proposta inicial - o Morrison já havia dito que a primeira coisa que ele queria fazer era colocar os X-Men de volta na Escola, e mostrar as conseqüências que isso teria; não é de se espantar, então, que o primeiro arco, E is for Extinction, se concentre no Xavier - a primeira referência à mitologia dos X-Men em "Novos X-Men" está ligada à gênese do grupo, e a subversão opera em diversos conceitos pré-estabelecidos:

A priori, há o aspecto sci-fi dos mutantes, o conflito gerado por um ponto de vista fundamentalista que classifica o processo evolucionário como algo antinatural - nesse sentido, o Morrison estabeleceu que há um gatilho para a extinção no genoma da raça humana, e que, do ponto de vista biológico, a supremacia mutante é inevitável. Esse conceito é apresentado, narrativamente falando, da forma mais tradicional possível: a partir do surgimento de um novo antagonista que quer acelerar esse processo (Cassandra Nova) e de um evento trágico (Genosha). Mas a Cassandra, como viemos a descobrir depois, não passa de uma parte do Xavier - a questão é: trata-se de um espelho distorcido ou da revelação de uma parte inconsciente de sua própria natureza (afinal, ele é um mutante, independente de sua ideologias pessoais)? Esse tipo de ambigüidade é o cerne temático dos conflitos que fazem essas histórias continuarem atuais: humanos x mutantes, ciência x deus, igualdade x supremacia, etc.

Segundo, a nova abordagem torna os X-Men menos super-heróis e mais educadores, um ponto de vista mais adequado aos novos tempos (a mudança dos uniformes simboliza justamente isso), mas logo de cara eles são obrigados a agir mais uma vez como super-heróis, e esse tipo de coisa continua acontecendo sem parar - os próprios personagens mais de uma vez mencionam a existência de algo inefável que parece fazer esse tipo de conflito surgir à sua volta por mais que eles tentem evitá-lo, como num círculo vicioso; trata-se de um comentário sobre a impossibilidade de lutar contra a própria natureza ou uma observação metalinguística sobre a realidade editorial? Ou as duas coisas? Seja como for, essas questões ecoam por todas as histórias, e conseqüentemente os conflitos cada vez mais surgem de dentro, e não de fora.

Isso já começa de forma arrebatadora no segundo arco, Imperial - em um twist atípico, descobrimos que o antagonista que aparentemente tinha acabado de ser derrotado estava na verdade escondido bem debaixo do nariz de todo mundo... dentro do Xavier (notem como um padrão começa a se formar). Esse arco traz de volta outro elemento clássico da mitologia-x, o Império Shiar - novamente há uma forte ligação com o Professor X (Lilandra), e as conseqüências definitivamente começam a se tornar mais perenes do que estávamos normalmente habituados - isso foi outra contribuição importante do Morrison: havia uma sensação de perigo real nas histórias dele, e uma certeza de que, por mais que nada seja realmente definitivo nesse tipo de publicação, pelo menos enquanto os "Novos X-Men" durassem o sentimento de tudo-pode-acontecer estaria lá.

Facilitar as coisas por meio de catarse óbvia é algo que o Morrison definitivamente não queria fazer, e a confusão emocional existe em vários pontos, como no momento tragicômico em que o mensageiro do Império Shiar cai no meio de um pasto e só as vacas ouvem seu aviso. Foi algo bastante explorado no terceiro arco, New Worlds - provavelmente um dos mais fracos, mas foi nele que o Morrison fez o maior número de contribuições à mitologia dos X-Men, com revelações sobre o programa Arma X, Fantomex e E.V.A. (sim, eles são cool na minha opinião), etc. Um arco meio prejudicado pela inconstância a arte (um dos poucos problemas da fase Morrison em geral), mas ainda assim interessante o suficiente.

Aí a coisa fica complexa. Com o quarto arco, Riot At Xavier's o Morrison não só explora todos os temas supramencionados, mas também adiciona outras questões bastante polêmicas à mistura, e faz isso com um estilo totalmente maníaco e uma narrativa impecável. Novamente o conflito surge a partir de uma ameaça interna cuja origem está intimamente ligada ao Xavier; a diferença desta vez é que os antagonistas são os próprios alunos da Escola, o que faz a situação assumir as proporções de um conflito civil. A parte genial é como os diferentes elementos são mesclados – tudo tem sua origem num confronto ideológico, o aluno super-inteligente utilizando a imagem do Magneto e tudo que ela representa (ou seja, mesmo depois de morto o eterno antagonista do Professor X continua dando problemas - a sombra de Magneto nunca deixa de pairar sobre os X-Men) como base de uma revolução contra a filosofia supostamente ultrapassada do Xavier. O uso da droga que aumenta o desempenho dos poderes mutantes é um ponto importante: nesse caso o aumento dos poderes pode simbolizar tanto a liberdade de ação que uma pessoa drogada sente - a adrenalina e as alterações no humor levando a atitudes impensáveis, quanto a prática hoje em dia comum entre jovens de utilizar drogas para aumentar o desempenho sexual. O jovem mutante usa a droga para “turbinar” sua gangue o suficiente para que eles tomem o Instituto de assalto e imponham sua supremacia, tornando-se, assim, os “Novos X-Men” (percebem?), mas no final se descobre que tudo que ele queria era impressionar uma garota.

É interessante observar que durante o conflito a Turma Especial estava fora da escola com o Xorn. Pois é, o Xorn. Eu não mencionei até agora mas trata-se definitivamente de uma das maiores criações do Morrison, especialmente porque ele foi criado com o intuito de ser destruído, e ninguém esperava aquilo. "Por que, Grant? Por que você foi obliterar totalmente da existência justo o melhor personagem?" A resposta é simples: para arrancar exatamente essa reação dos leitores. De qualquer forma, nos dois penúltimos arcos o padrão do "inimigo interno" se repete novamente; Murder at Mansion serviu mais para preparar as coisas para o gran finale, e enfatizar aquilo que foi a maior mostra de que o Morrison não estava ligando muito pra cronologia quando pegou o título: em New X-Men a Jean é a Fênix, a Jean sempre foi a Fênix, com todas as conseqüências que isso representa. Desta forma e a Fênix simboliza o renascimento não só da Jean, mas também do próprio grupo - "Novos X-Men", mais uma vez.

Isso só fica realmente claro em Planet X, onde mais uma vez a mitologia clássica se faz presente no desenvolvimento da história - tudo começou com um confronto contra o Magneto, afinal, e as coisas sempre acabam voltando a isso mais cedo ou mais tarde. Claro que é um Magneto diferente do que estamos acostumados; desequilibrado ele sempre foi, mas agora a coisa está mais pra "completamente maluco e decadente" - obviamente o destino de Genosha não fez bem pra cabeça dele. (Sobre ele ter se tornado um "junkie": na verdade o Magneto é viciado em poder, não na droga em si. Ele já havia usado uma muleta para o próprio poder anteriormente - o Acólito Cortez -, então não há nada de absurdo no fato dele agora utilizar a droga.) De qualquer forma, sua nova "Irmandade" não passa de um bando de freaks que nem sabem direito porque estão ali (e aqui a Turma Especial ganha uma nova dimensão - pensem nas implicações temáticas disso, considerando tudo que eu já falei), e que obviamente podem se voltar contra ele tão rápido quanto se aliaram, mas o Magneto está tão cego pelo poder que nem percebe o que está acontecendo à sua volta. E é por isso que sua derrota se dá principalmente no campo psicológico, através de um engodo muito bem arquitetado (trabalho de equipe nem sempre significa "você atira nisso, eu esmago aquilo, etc"). Mas por puro capricho e vingança ele dá um último golpe, que nos leva a um desfecho bastante familiar...

E esse último arco... bem, é a história "alternativa" do Morrison, à la "Days of Future Past", "Era do Apocalipse", etc. É onde ele está concluindo todas as idéias. Acho que já falei bastante delas.
 
:think:

V, você não recebeu transfusão de sangue nos últimos meses né? Tipo, começou a bater peso na minha consciência, caso você tenha recebido o meu sangue de algum lote.

Esses arcos todos são engraçados. Nada muito comprido, se você percebeu. Até os arcos são dinâmicos.

De qualquer jeito, ainda tenho uma impressão ruim do Xorn. Esse negócio do Magneto conseguir criar Xorn tão bem tá meio entalado ainda. Ainda bem que Jean disse "mais uma vez? Você podia ser ator, se quer tanta atenção. Ia ser menos destrutivo." Só assim para eu engolir melhor. Para que faça sentido e não sinta que Xorn foi enganado pelo Morrison.
 
Primula disse:
V, você não recebeu transfusão de sangue nos últimos meses né? Tipo, começou a bater peso na minha consciência, caso você tenha recebido o meu sangue de algum lote.

Não vai se tornar um hábito, garanto. Dessa vez eu meio que fui obrigado porque a) fazia tempo que eu não falava sobre NXM nesse tópico, b) houveram vários comentários esparsos que eu queria responder mas não estava nem a fim de ficar caçando eles e c) eu mesmo queria destrinchar o assunto pra organizar meus pensamentos (não cheguei perto de fazê-lo, no entanto).

De qualquer jeito, ainda tenho uma impressão ruim do Xorn. Esse negócio do Magneto conseguir criar Xorn tão bem tá meio entalado ainda. Ainda bem que Jean disse "mais uma vez? Você podia ser ator, se quer tanta atenção. Ia ser menos destrutivo." Só assim para eu engolir melhor. Para que faça sentido e não sinta que Xorn foi enganado pelo Morrison.

Não é como se o ângulo do antagonista disfarçado fosse novidade nos X-Men - O Adversário assumiu a forma do Nazé para enganar o Forge e a Tempestade; os membros da Ninhada agiam como as próprias pessoas que haviam incubado para poder se infiltrar entre outros humanos; Sinistro, Apocalipse e o Rei das Sombras já cansaram de assumir formas diferentes (se é que eles já tiveram formas "verdadeiras"); sem falar na Mística e nas várias identidades do "Eric Escarlate" (que já foi Magneto, btw).

O que o Morrison fez foi esticar a revelação por tempo suficiente pra que a gente se importasse com o Xorn. Não foi um lance criativo em si, mas o jeito como ele o manejou fez a diferença. Aliás, tudo isso tem muito a ver com Claremont clássico, uma narrativa que joga pedaços de informação aqui e ali preparando o set-up para um grande evento final, etc.

Quanto ao Magneto ser ou não capaz de "criar" o Xorn... você ainda tinha dúvidas sobre a capacidade do Magneto de fazer qualquer coisa?
 
O que eu achei sobre o início do Reload:

Astonishing é obviamente o melhor título de longe, o que já era de se esperar, sendo que o Whedon a) basicamente manteve o estilo de narrativa do Morrison, econômico, dinâmico e "cinematográfico"; b) tem poucos personagens pra se concentrar, podendo assim explorar a personalidade distinta de cada um, bem como a interação entre eles; e c) sabe escrever diálogos. Não muito mais a dizer, a não ser que praticamente tudo funcionou (menos aquele uniforme do Fera, digo, jesus, o que é aquilo, parece que as calças vão cair a qualquer momento), o preâmbulo misterioso e chocante, a Kitty relembrando seus momentos marcantes da escola, a palestra da Emma, Ciclope x Wolverine, a reunião na sala de perigo, etc. E todo mundo concorda que o Cassaday é um dos melhores artistas de todos os tempos, certo? Ótimo. Btw, melhores falas: "Desculpe, estava ocupada me lembrando de vestir toda a minha roupa."; Diz aí, que estágio do luto é esse? Negação?"; "Superpoderes, um humor genial e o melhor corpo que o dinheiro pode comprar, e ainda perco pra um cadáver."

Uncanny não foi tão ruim quanto eu esperava (é o segundo melhor título do Reload), aparentemente porque o Claremont soube aproveitar (relativamente) o fato de poder reorganizar as coisas e começar mais ou menos do zero com um conceito novo (ESX), ao mesmo tempo em que mantém uma forte ligação com a mitologia clássica dos X-Men (ele até começou a história com um jogo de baseball, o que sugere que ele ainda não esqueceu que a melhor coisa sobre os X-Men são os pequenos momentos de interação entre os personagens, e não os combates repetitivos contra vilões, o dramalhão novelesco e a papagaiada didática que ele vinha tentando enfiar pela goela dos leitores -- embora alguns ainda engulam essas coisas com gosto). E por falar em papagaiada didática, os diálogos ainda estão terríveis ("Quanto mais tentamos melhorar as coisas, mais elas pioram", "Se os X-Men não mostrarem o caminho, quem mostrará?", etc. Ugh. O que aconteceu com aquele cara que escrevia aquelas histórias hilárias e psicodélicas do Excalibur?), mas pelo menos ele trouxe um antagonista inesperado, que rendeu um senso de ameaça real (pelo menos pra mim, que já havia lido as histórias do Alan Moore onde esse inimigo surgiu). E qualquer coisa desenhada pelo Alan Davis é leitura compulsória pra mim.

X-Men é um título problemático, primeiro porque o Chuck Austen nunca vai aprender a escrever, segundo porque a arte pseudo-"européia" e artificial do Larroca não me impressiona (mal aí, fanboys). A apresentação da escola pelos olhos do Josh Guthrie até que foi um jeito eficiente de apresentar o universo dos X-Men pra novos leitores, e a página dupla com todo mundo reclamando com o Ciclope até que foi engraçada, mas não é o suficiente Austen, sinto muito.

New X-Men: Academy X é aparentemente um título infantil, então não é exatamente algo que me interesse. Eu li só as cinco primeiras páginas, então whatever.

Excalibur foi extremamente chato, e maldito seja o Claremont por dar a esse título medíocre o mesmo nome do que foi provavelmente a melhor coisa que ele já escreveu. E eu vi aquela reviravolta final chegando a um quilômetro de distância.
 
Só consegui ler a historia do Whedon que por sinal é muito boa e mais nada. O resto ta muito chato.
E não foi só eu então que achou o uniforme do Fera ruim. :lol:
 
Eu não to comprando mais.
Já tinha lido metade dos títulos que tão saindo aqui e o único que salva é Astonishing. Não vale a pena pagar tanto só por uma revista.
 
Eu só li a do Whedon mesmo, como eu pego emprestado eu não ligo pro fato de ler só uma história. O Claremont vem me irritando a um tempo com os dialogos mais obvios e sem proposito que existem, então nem tentei ler o dele e o Austen, bom....

Quanto a do Whedon, ela está realmente muito boa, eu não esperava. Quero ver como o título se desenrola e ver se é isso tudo que todos falam mesmo.
 
oq amo do xmen é a morte do pai do Bobby que pra mim alem de otima historia colocaram o Madureira pra desenhar...precisa falar mais? rs tambem amo o massacre todo....
 
Massacre? Eu achei meio... decepcionante. Foi uma saga bacana até, por causa dela comprei (e conheci) alguns títulos que não costumava comprar - acho que era essa a intenção da coisa hehe - mas não foi uma coisa, assim, A Era de Apocalipse para mim. :eh:
 
Agora as duas publicações-x aqui no Brasil estão com um desequilíbrio violento.

"X-Men Extra" tá umas trinta vezes melhor que "X-Men", com duas séries ótimas (Astonishing X-Men e X-Statix), uma legível (Exiles) e uma merda (Excalibur).

"X-Men" tá perigosamente desfalcada com duas merdas (X-Men do Austen, Academy X) e uma que até é legal se você consegue relevar as manias irritantes do Claremont (Uncanny).

Pena que X-Statix vai acabar.

Anyway, a diferença tá bem representada pelas capas escolhidas pro mês. A do Cassaday é uma das melhores de todos os tempos, e a do Larroca é horrível.

Eu vou comentar só pela força do hábito mesmo:

XME

Sim, Astonishing é foda, muito obrigado. Aquela seqüência de ação de 10 páginas foi uma das coisas mais bem narradas que eu já vi na minha vida, e os diálogos continuam tendo personalidade, esperteza e auto-sátira na medida certa ("Acho que a gente devia nomear esse bicho o nosso líder."
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). E até que enfim alguém está sabendo usar a Kitty direito. Desde que o Claremont trouxe ela de volta eu não tinha sentido que era a Kitty que eu conhecia. Obrigado, Whedon. O diálogo dela com a Emma foi excelente e fez total sentido. Btw, e aquela capa, hein? Putz grila.

Excalibur leva o troféu "Não Tive Saco De Ler" do mês. Desiste, Claremont.

X-Statix continua refrescantemente despretensioso e pungentemente relevante (é quase impossível conciliar essas duas coisas), com o Milligan meio que ultra-simplificando a narrativa (tudo é uma desculpa pros X-Táticos lutarem com os Vingadores, afinal) enquanto bombardeia frases de efeito sobre as diferenças entre os dois grupos (e comentários sobre ideologias, interesses políticos, etc) durante os confrontos. Obviamente ele está comentando sobre a inviabilidade comercial de uma série que consegue mesclar a energia infantil das histórias da Marvel dos tempos do Kirby com o cinismo atual; ele está claramente à frente do seu tempo (pelo menos em termos de mainstream), e eu duvido que a maioria dos leitores (mesmo os que gostam da série) entendam a piada. Anyway, o jeito que ele encontrou pro Homem de Ferro e o Sr. Sensível lutarem em pé de igualdade foi totalmente hilário ("Tome isso." "Engula meu dedo." "Minha pele!" "Meu coração!"
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).

E olha só, os Exiles vieram parar na "realidade oficial" e encontraram o Bico (que tava sumido desde o fim da fase Morrison). A história se moveu rápido o suficiente, e até deixou com vontade de ler a continuação. Decente.


XM

X-Men foi aquela coisa de sempre, e eu sinceramente ainda não sei qual é o problema com o Austen. Será que ele realmente acha que "briguinhas infantis" = "desenvolvimento de personagens"? Digo, jesus, quando o Homem de Gelo passou de "palhaço da turma" pra "pentelho insuportável"? Ele simplesmente não pára de encher o saco. Será que alguém realmente se comportaria assim? Durante uma crise envolvendo um cara que tem um buraco negro no lugar da cabeça? Tipo, qualé, Austen. Suspensão de descrença é uma coisa, isso é simplesmente estúpido.

New X-Men: Academy X não é exatamente "ruim", só meio blah. Meu problema não é o fato de ser um título voltado prum público mais novo, e sim o fato de que dava pra fazer algo bem mais interessante com a mesma premissa.

Uncanny X-Men foi praticamente só ação, o que é uma boa notícia visto que isso significa basicamente pouco texto do Claremont e muitas oportunidades pro Alan Davis rodar a baiana. Ignorando os recordatórios, quase dá pra ler sem se irritar em nenhum momento.
 
X-Men #48:

Uncanny: O final do arco não trouxe nada nada nada além de uma estratégia pseudo-científica inutilmente complicada para derrotar o Fúria e um momento constrangedoramente meloso onde a Rachel Grey encontra a "essência psíquica" (ou algo assim) de sua mãe. O final é um quadro de página inteira com os personagens em "pose de capa", onde cada um deles tem algo "conclusivo" para dizer, um de cada vez. Ou seja: além de clinicamente insano, o Claremont não está nem tentando. PS: também estrelando o vestido verde impossivelmente curto da Jean Grey, as itself (eu suponho que eles tenham que apelar aos leitores de alguma maneira).

New X-Men: Academy X: Oi, aqui é a Marvel Comics, conheçam nossas duas gangues, uma é a dos bonzinhos e a outra é a dos malvados e elas vão competir entre si enquanto os personagens fazem declarações em voz alta sobre a própria personalidade e poderes sempre que possível muito obrigado. Nós achamos que vocês vão gostar muito dessa história. Nós também achamos que infanto-juvenil = retardado, aparentemente.

X-Men: Eu oficialmente não vou mais comentar nada que contenha os nomes "Austen" e "Larroca" simultaneamente.

PS: Essa edição ainda teve uma história de X-Men Unlimited estrelada pelo Noturno e escrita pelo Bill Willingham que apesar de não ser nenhuma obra-prima não merecia estar perdida no meio de tanta merda. A próxima edição eu vou folhear na banca só pra ver os desenhos do Alan Davis, e é isso aí. 7 Reais a menos no lixo.



X-Men Extra #48:

Astonishing: presta mesmo, e apesar do Whedon meio que ter uma espécie de fórmula, ela funciona bem: é a segunda vez, por exemplo, que o Wolverine briga com alguém e depois todo mundo vai esfriar a cabeça na sala de perigo (o que garante alguma piadinha envolvendo a escala do cenário), e, sei lá, a décima quinta vez que a Kitty e a Emma discutem, mas as histórias dos X-Men são cheias de conflitos, sempre foram, e na primeira cena do primeiro capítulo (Kitty andando pela escola e relembrando momentos clássicos) o Whedon estabeleceu que o objetivo dele é principalmente resgatar o espírito que os pequenos momentos das histórias clássicas tinham. Ou algo assim. E a arte do Cassaday continua perfeita.

Excalibur: Um ligeiro olhar lançado para as duas (2) primeiras páginas me fizeram desistir de tentar ler.

X-Statix: acaba na próxima história. Eu já sabia disso, mas ainda assim fico puto.

Exiles: devia acabar no lugar de X-Statix. Podiam aproveitar a cancelar Excalibur também. Ou todas as merdas do Claremont de uma vez. E a merda do Austen também. Aí o Austen e o Claremont podiam ir escrever a revista da Barbie ou sei lá.
 
Lá fora já acabou faz tempo, aqui acaba na edição desse mês (XME #49).

As pessoas realmente não querem ser desafiadas. É por isso que ainda existe preconceito contra quadrinhos, a maioria dos leitores são retardados a ponto de não entender uma sátira.
 
Bom, acho que aqui no fórum mesmo tinha um número grande de pessoas que dizia que não gostava de x-statix porque "não gostavam do desenho", achavam a história "tosca" e por aí vai. Falta de senso de humor é foda. :tsc:
 
estou cogitando mudar de "quero morrer" para "matar claremont, larroca e austen"

principalemente o austen!!! :fire:
 
Rapidinho...

Apesar do Whedon não ter dado de fato uma explicação do retorno, do Colossus, ele deixou subtendido, que o tal do Ord, tava envolvido com o virus Legado e reviveu o Colossus pra estudá-lo. Mas mesmo assim, Surpreendentes X-Men vem mantendo um nivel bem legal, fora os desenhos do Cassady serem excelentes. A parte em que o Ord ta pagando um pau, e os X-Men tão com cara de bobos olhando o Peter sair do chão, é impagável, fora que os diálogos entre os personagens vem sendo um deleite.

O resto, é resto. Eu realmente não entendo como o Gagá consegue fazer certas escrotices, como trazer o Magneto a vida, e ainda fazer que ninguém o reconheça sem explicação.

Fora que agora parece que há um Xorm maligno e outro bonzinho...
 

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