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Clube de Leitura 9º Conto - A Cor Que Caiu do Espaço de H.P. Lovecraft

Qual dos três será o 9º conto do Clube de Leitura?


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"A Cor que Caiu do Espaço" talvez seja o conto que mais exemplifica o termo horror cósmico, que constantemente é atribuído às histórias do Lovecraft.
Era um dos contos favoritos do autor, o outro era "A Música de Erich Zann".

Sobre histórias de ficção científica, Lovecraft escreveu em uma carta:
Se eu fosse escrever uma narrativa interplanetária, ela trataria de seres organizados de maneira muito diferente dos mamíferos mundanos, guiados por motivos alheios a tudo o que conhecemos na Terra...

E "A Cor que Caiu do Espaço" é exatamente assim.
Mais ainda, os seres do espaço estão pouco se lixando para os humanos e seus sentimentos, sociedade e moralidade.
Nós, humanos, não temos qualquer significado, aparentemente não somos nem um pouco interessantes e nossa utilidade, para os etês do Lovecraft, talvez seja a mesma que um animal de abate tem para os seres humanos.
Afinal, os seres "da cor" no conto não fazem outra coisa a não ser se alimentar dos seres vivos da Terra, humanos incluídos.

Acho genial a maneira como esse conto consegue incutir o pavor sem em nenhum momento descrever um encontro físico com as criaturas do espaço sideral.
Tudo diz respeito ao medo do desconhecido, criaturas que os humanos da história nem conseguem ver como "seres" mas como "algo", a violação das leis naturais causando espanto, medo, horror e loucura.
Mesmo 40 anos depois do ocorrido o funcionário do departamento de águas ainda consegue visualizar e sentir a força de poderes desconhecidos, nas árvores doentes e de aparência estranha, na boca do poço abandonado "cujas emanções pútridas criavam reflexos singulares", na ausência de vegetação e na "estranha inquietude" que parecia se instalar na alma de quem passasse pelo "descampado maldito".
Lovecraft estava certo ao afirmar que esse conto era mais um "estudo atmosférico" do que propriamente uma narrativa.
A atmosfera (aliada ao desconhecido) é o que mais nos apavora.
Até porque, com exceção da parte em que o velho Ammi encontra a esposa "transformada" de Nahum Gardner no sótão e de quando ele e os outros homens de Arkham veem as luzes saindo do poço, todo o resto parece tratar-se de ambiente, o ar, a atmosfera do lugar, que faz algumas pessoas da cidade cochicharem sobre algo que veio de abismos insondáveis mas que a maioria prefere mesmo é esquecer e agradecer por tudo ser coberto pelas águas da represa.
Mas quem teria coragem de beber aquela água?
O poço não ficou "vazio das luzes", o Ammi viu, quando estavam fugindo da fazenda dos Gardner:
E daquele lugar malogrado e longíquo, viu algo se erguer devagar, apenas para afundar mais uma vez no ponto de onde o grande horror amorfo havia disparado rumo ao céu. Era apenas uma cor - mas não uma cor nativa da Terra ou do nosso céu. Desde que reconheceu aquela cor e soube que aquele último resquício tênue ainda devia estar à espreita no interior do poço, Ammi nunca mais foi o mesmo.
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Ilustração de Virgil Finlay para a revista Famous Fantastic Mysteries
 

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