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Asas dos Balrogs

  • Criador do tópico Criador do tópico Neithan
  • Data de Criação Data de Criação

Balrogs Tinham asas

  • SIM

    Votos: 79 47,3%
  • NÃO

    Votos: 73 43,7%
  • ALGUNS

    Votos: 15 9,0%

  • Total de votantes
    167
Eu tendo a explicar o conhecimento dos cronistas Silmarillicos sobre fatos que, teoricamente, não foram testemunhados por nenhum elfo enquanto vivo ( como a conversa entre Ungoliant e Melkor em Avathar e depois em Lammoth, como sendo produto de relatos passados adiante por ex-prisioneiros de Angband que recordavam "contos populares" orcs, já que eles, indubitavelmente, deviam ter sua própria tradição folclórica.
 
Ainda assim Meneldur, na cabeça da maioria dos cristãos, anjos são seres alados, se os anjos caídos são associados ao conceito de demônio, e é , justamente, esse o sentido pertinente ao status dos Balrogs e à nossa discussão aqui, é bastante natural que a iconografia cristã os represente, frequentemente, com asas tidas como compatíveis com a condição decaída da espécie, daí as asas de couro e de insetos frequentemente usadas neles.

Comprovação do que eu disse pro Meneldur na página anterior nesse
link ai

Citação do livro Satan: the early Christian tradition Por Jeffrey Burton Russell

Omnis spiritus ales est. Hoc angeli et daemones( "Todos os espíritos são alados.Tanto os anjos quanto os demônios"

Isso é uma frase de [ame]http://pt.wikipedia.org/wiki/Tertuliano[/ame] que foi quem sintetizou a posição dos cristãos a respeito da matéria. A tradução do trecho completo de sua Apologia está no final desse post no meio da seção "spoiler".

Foi ele que estabeleceu a conexão, predominante no Cristianismo, de que os demônios haviam sido anjos rebeldes e , por isso, a partir desse ponto, a representação de demônios como sendo seres alados passou a ser cada vez mais divulgada até se tornar o ponto de vista mais aceito.

E podemos ter certeza que , sendo versado em Teologia como era, Tolkien estava ciente desse fato.

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Tradução dessa citação colada do livro aí embaixo:

"Omnis spiritus ales est. Hoc angeli et daemones"( "Todos os espíritos são alados.Tanto os anjos quanto os demônios

Essa afirmação estabeleceu o curso futuro da iconografia do Diabo. Asas eram um símbolo de poder divino por todo o Oriente Próximo antigo e o Livro do Apocalipse ofereceu respaldo para a crença cristã em anjos alados. Na arte cristã primitiva os anjos e o Diabo não eram sempre alados, mas a visão de Tertuliano ganhou total aceitação e, posteriormente, asas se tornaram quase obrigatórias. Frequentemente, anjos e demônios eram representados como tendo tipos de asas diferentes, as dos anjos sendo como de aves emplumadas, e as dos demônios como asas escamadas de morcegos

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Lembrando que Tolkien disse na carta 142

O Senhor dos Anéis obviamente é uma obra fundamentalmente religiosa e católica; inconscientemente no início, mas conscientemente na revisão.

The Lord of the Rings is of course a fundamentally religious and Catholic work; unconsciously so at first, but consciously in the revision. That is why I have not put in, or have cut out, practically all references to anything like 'religion', to cults or practices, in the imaginary world. For the religious element is absorbed into the story and the symbolism.

Como o próprio Meneldur tão apropriadamente afirmou em uma discussão recente sobre o assunto:

Não reprodução. Mas na fase final da sua vida, ele procurou constantemente adequar a obra às suas crenças religiosas, introduzindo aqui e ali referências e acontecimentos bíblicos. Não é algo factual, é algo mais "teológico".

Quem quiser saber as fontes pra associação entre asas e o conceito de anjos pode checar nesse livro aì( em inglês)


http://www.tertullian.org/brazilian/apologia.html

»
CAPÍTULO XXII

Também afirmamos, com certeza, a existência de certos seres espirituais, cujos nomes não vos são desconhecidos. Os filósofos admitem que existem demônios. O próprio Sócrates esperou pela vontade de um demônio. Por que não? Uma vez que se diz que um espírito mau estava especialmente ao seu lado desde sua juventude - que, sem dúvidas, desviava sua mente do que era bom. Todos os poetas estão, também, de acordo com a existência dos demônios.

Mesmo o povo comum, ignorante, costuma chamá-los quando praguejam. De fato, o povo chama por Satanás, o líder dos demônios, em suas execrações, como se dele tivesse um conhecimento instintivo. Platão admite a existência de anjos. Os que praticam a magia, se apresentam como testemunhas da existência de ambas as espécies de espíritos.

Somos instruídos, ainda, por nossos livros sagrados, de como certos anjos, que se degradaram por sua própria liberdade, originaram uma família de anjos maus, condenados por Deus juntamente com os promotores dessa degradação. A tal líder, acima já nos referimos. Isso seria suficiente para o momento, contudo, temos alguns relatos de suas obras. A grande tarefa deles é levar à ruína os homens de boa vontade. Assim, por sua própria maldade espiritual procuram nossa destruição.

Nesse sentido, infligem males a nossos corpos e outras calamidades mortais, quando com violentos ataques impelem a alma a repentinos e enormes excessos. Sua prodigiosa sutileza e espiritualidade lhes dão acesso a ambas as partes de nossa natureza. Como espíritos, não podem nos ferir; e porque, invisíveis e intangíveis, não tomamos conhecimento de suas ações exceto por seus efeitos, assim como quando algum desconhecido veneno na brisa arruina as maçãs e os grãos quando ainda em floração, ou os matam no botão, ou os destroem quando alcançam a maturidade, como se fosse por uma atmosfera corrompida por meios desconhecidos, espalhando por toda a parte suas exalações pestilenciais.

De semelhante modo, também, por uma influência igualmente obscura, os demônios sopram dentro das almas e as incitam à corrupções com paixões furiosas e excessos vis, ou com cruéis concupiscências, acompanhadas de vários erros, dos quais o pior é aquele empenho pelos quais tais espíritos se dedicam a enganar e iludir os seres humanos para obterem seu próprio alimento de carne, vapores e sangue que são oferecidos às imagens dos ídolos.

Que alimento mais perverso para o espírito do mal do que afastar as mentes humanas do verdadeiro Deus com as ilusões de sua falsa divindade?

Aqui vos exponho como tais ilusões são realizadas. Esses espíritos possuem asas. Essa é uma propriedade comum tanto aos anjos como aos demônios. Assim, eles estão em todo lugar, a cada momento; o mundo todo é um único lugar para eles. Tudo o que é feito no espaço do mundo, para eles se torna fácil tanto de conhecer como de relatar. Sua sutileza de movimento é tomada como coisa divina, porque sua natureza é desconhecida. Assim eles são tidos, muitas vezes, como autores de coisas que então proclamam. Muitas vezes, não há dúvida, as coisas ruins são de sua autoria, nunca o bem.

Os propósitos de Deus, igualmente, eles souberam pelos pronunciamentos dos profetas, logo que eles os faziam. Eles os espionam ainda através de suas obras, quando os ouvem ler em voz alta. Então, obtendo por essa fonte algumas afirmações sobre o futuro, se posicionam como próprios rivais do Deus verdadeiro, enquanto se apropriam do conhecimento divino. Vossos Creso e Pirro bem conhecem a habilidade com as quais suas respostas parecem prever os acontecimentos. É assim que explicamos porque Píton estava apto a declarar que eles estavam cozinhando uma tartaruga com a carne de um cordeiro. Num segundo, ele estava na Lídia.

Porque moram nos ares e por causa de sua proximidade das estrelas e suas comunicações com as nuvens, eles têm meios de saber os processos preparatórios que ascendem a essas elevadas regiões e, assim, podem prometer as chuvas, das quais já tinham conhecimento. Muito hábeis, também, não há dúvidas, são com respeito a curar as doenças. Primeiramente, eles vos fazem adoecer. Depois, para demonstrar um milagre, ordenam a aplicação de remédios seja um remédio novo, seja um inabitual, e rapidamente retirando sua influência mal-sã, se tornam conhecidos como realizadores de uma cura.

Que necessidade, então, de falar de seus outros artifícios ou poderes ilusórios que possuem como espíritos, como daquelas aparições de Castor, da água carregada numa peneira, de um navio que ultrapassa uma barreira, da barba irritada por um toque, tudo feito com o propósito de mostrar que os homens deveriam acreditar na divindade de pedras, e não procurar o único Deus verdadeiro?

Citação da Enciclopédia de Michael Drout, num artigo analisando a possível influência de Tertuliano sobre Tolkien:

Não é um dos mais inspirados da Enciclopédia, com certeza.


TERTULLIAN
Tertullian, a church leader from the second century,
asked ‘‘What has Athens to do with Jerusalem? What
has the Academy to do with the Church?’’ This senti-
ment was later echoed by Alcuin in the seventh centu-
ry when he asked Higbald, Bishop of Lindisfarne,
‘‘What has Ingeld to do with Christ?’’ Tolkien, in
‘‘The Monsters and the Critics,’’ comments that Ingeld
‘‘the thrice faithless and easily persuaded is chiefly
interesting as an episode in a larger theme, as part
of a tradition that had acquired legendary, and so
dramatically personalized, form concerning moving
events in history’’ (16). Ingeld, Christ, Beowulf,
Frodo are each the corner-stones in their stories and
episodes, and each story builds upon other characters
and a prior history leading up to the current tale they
feature in. This statement echoes in the Lord of the
Rings. While in the end it is Frodo and the destruction
of the Ring that saves Middle-earth, each character,
be it farmer or king, plays a small part in a much
larger tale.
This dichotomy persists in the question ‘‘What
does Lord of the Rings have to do with Christianity?’’
While Lord of the Rings contains many elements
from Northern mythology such as Dwarves, Elves,
and dragons, it has at its a heart several Christian
themes and examples. One theme expressed through
the trilogy is Christian mercy and pity, which is
most clearly shown in the treatment of Gollum. Sam
Gamgee clearly states that he and Frodo would be
better off if they were to just kill Gollum. However,

because of Frodo’s pity he shows mercy to Gollum.
Had he not, then Gollum could not have bitten off
Frodo’s finger, an act that resulted in the destruction
of the One Ring and the salvation of Middle-earth.
Another example of the Christian themes in The
Lord of the Rings is Gandalf’s conversion into Gan-
dalf the White. Gandalf the Grey descends into the
depths of the Earth, defeats the Balrog and then
returns as Gandalf the White. This descent and resur-
rection cycle is the same as Christ’s Harrowing of Hell
and resurrection. While the source of the Harrowing
of Hell is apocryphal, it was well known in the Middle
Ages.
Thus the themes of mercy and pity, as well as
Gandalf’s descent and return, answer the Tertullian
question of ‘‘What has The Lord of the Rings to do
with Christianity?’’
JOHN WALSH
References and Further Reading
Hare, Kent G. ‘‘Christian Heroism and the West Saxon
Achievement: The Old English Poetic Evidence.’’ Medieval
Forum 4 (2004).

Esse foi bem melhor.
 

Anexos

Última edição:
E aí embaixo transcrição de trecho do livro de cartas de C.S. Lewis onde o irmão dele , Warnie Lewis, sai comentando como ele, Tolkien, outros Inklings, acompanhados do controverso Roy Campbell) discutiam de tudo inclusive... Tertuliano.

Então, temos aí prova cabal de que Tolkien andou discutindo a teologia do filósofo na época da redação do Senhor dos Anéis e, claro, na época do surgimento das asas nos balrogs...]


To indicate the content of those evenings, let me look forward to 1946, a vintage year. At most of the meetings during that year we had a chapter from Tolkien's 'new Hobbit', as we called it - the great work later published as The Lord of the Rings. My diary records in October of that year 'a long argument on the ethics of cannibalism'; in November, that 'Roy Campbell read us his translations of a couple of Spanish poems', and 'John Wain won an outstanding bet by reading a chapter of Irene Iddesleigh without a smile'; and of the next meeting, that 'David (Cecil) read a chapter of his forthcoming book on Gray'. In February 1949 we talked of red-brick universities; from where the talk drifted by channels which I have forgotten, to 'torture, Tertullian, bores, the contractual theory of mediaeval kingship, and odd place-names'.


Vale também dizer que os dizeres da Apologia , falando sobre a natureza "ubíqua" dos anjos no mesmo trecho que menciona as asas, sendo as mesmas decorrência dessa capacidade dos anjos, influenciou Lewis na descrição dos Eldila em Perelandra e o próprio Tolkien quando falou dos Ainur em HoME X- no ensaio sobre a reencarnação dos elfos.

E, depois, no ensaio do Glorfindel publicado no HoME XII, na nota 2

But as for the Valar themselves, and the Maiar also in their degree: they could live at any speed of thought or motion which they chose or desired.*(3) * They could move backward or forward in thought, and return again so swiftly that to those who were
in their presence they did not appear to have moved. All that was past they could fully perceive; but being now in Time the future they could only perceive or explore in so far as its design was made clear to them in the Music, or as each one of them was specially concerned with this or that part of Eru's design,
2. That angelic order to which Gandalf originally belonged: lesser in power
and authority than the Valar, but of the same nature: members of the first order of
created rational beings, who if they appeared in visible forms ('humane' or of
other kind) were selfincarnated,
or given their forms by the Valar [added later: and who could
move/travel simply by an act of will when not arrayed in a body - which they
could assume when they reached the places that
... (illegible)
Comparar com:

Esses espíritos possuem asas. Essa é uma propriedade comum tanto aos anjos como aos demônios. Assim, eles estão em todo lugar, a cada momento; o mundo todo é um único lugar para eles.
 

Anexos

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Outra coisa que parece adicionar algo a essa mounting pile of evidence de que Tolkien envisionava Balrogs como seres dotados de asas mesmo, é que o termo "Balrog" como uma tradução para o Sindarin de "Valarauko" só emergiu depois que o texto do Senhor dos Anéis estava pronto e revisado.

Valarauko significa "demônio de poder". Nos textos mais antigos "Balrog" signficava demônio cruel. O surgimento do termo poder justo despois da redação do SdA reflete, como já foi sugerido, um possível contato com o texto de John Milton, junto com todas essas outras evidências:

So spake the Son; but Satan, with his Powers,
Far was advanced on winged speed; an host
Innumerable as the stars of night,
Or stars of morning, dew-drops, which the sun
Impearls on every leaf and every flower.
 
Última edição:
Conclusão:

Ao que tudo indica, Tolkien pretendia sim dotar os Balrogs de asas; no entanto, por jamais ter concluído essa e um número de revisões na mitologia, não há descrição explícita das asas. Contudo, os indícios de que essas criaturas deveriam ostentar asas é relativamente grande para que se possa afirmar categoricamente que eles definitivamente não eram alados.

Tentarei fazer um breve resumo de todos os novos pontos abordados nessa parte do debate, para que os novatos possam se orientar e buscar referências no decorrer do debate.

Isto é, qualquer dúvida quanto à relação estre as passagens do SdA, que já foi debatida à exaustão, ou sobre a impressão de Gimli da sombra da montaria alada do Nazgûl, pode ser esclarecida aqui mesmo, e também no ótimo ensaio de Conrad Dunkerson sobre o assunto, que trata dele imparcialmente:

http://tolkien.slimy.com/essays/TAB6.html

Está em inglês. Quem não tem o hábito de ler em inglês ou dificuldade, recomendo o uso do tradutor do Google, que pode ser bem útil (eu mesmo fiz um teste e vi que é possível compreender o texto através dele). Qualquer dúvida pode ser tirada aqui no fórum, e eu tenho certeza que qualquer um estaria a sua disposição. Mas essa é a realidade pra quem deseja se aprofundar em Tolkien: tem que ler textos em inglês.

O ensaio do colega Ilmarinen também é de valor inestimátivel para o entendimento da discussão mais recente (e este está em português!):

http://de-vagaesemhybrazil.blogspot.com/2009/11/de-onde-veio-escuridao-e-o-fogo-do.html

Vamos lá:

a) Na luta entre Glorfindel e o Balrog, onde ambos caem de um precipício, o Balrog não tenta se salvar com suas supostas asas.
Em primeiro lugar, ser alado não é garantia de salvação em uma queda. Como já relatei, já vi uma pássaro cair de um alto ponto da cidade, e este não conseguiu se salvar através do belo par de asas que possuía. Além disso, como abordarei mais a frente, é possível que os Balrogs também não possuíam um corpo leve como o de Gandalf o Branco.
Em segundo lugar, como essa parte do conto nunca recebeu uma revisão, qualquer conjetura sobre o que possa ter ocorrido no duelo não é muito relevante. Mas sabe-se que Tolkien tinha sim a intenção de que dois Balrogs fossem derrotados nessa batalha: um por Glorfindel e outro por Ecthelion.

b) Não há menção explícita das asas, especialmente no HoMe Treson of Isengard e em outros pré-SdA:
Sim, é verdade. Eles evidentemente não tinham asas nesse período. Mas, como tentamos aqui demonstrar, os Balrogs passaram por transformações radicais que podem ser comprovadas. As asas teriam sido incluídas depois, como explicarei adiante. Qualquer um que tente defender que eles não eram alados usando essas informações, precisam entender de uma vez por todas que a transformação teria ocorrido DEPOIS disso.

c) Aparição simultânea de novos conceitos: winged speed, tempest of fire, valaraukar (demônios de poder) e a torre negra adamantina do Fellowship of the Ring.
Ao que tudo indica, o texto da obra Paraíso Perido do século XVII de John Milton foi usado e abusado por Tolkien, pois o texto escrito após a redação do SdA, nos anos 50, inclui os termos winged speed e tempest of fire para se referir aos Balrogs. Winged speed no Paraíso Perdido é usado para se referir aos anjos rebeldes de Lúcifer, chamados de “Powers”. Os Balrogs são os equivalentes tolkienianos dessas criaturas, que passaram a ser chamados de Valaraukar também durante os anos 50. Valaraukar significa “Deamons of Power”.

d) Deamon = ser alado
Conforme pointed out pelo colega Ilmarinen, demônios são sim seres alados para muitos cristãos. E como sabemos que na obra de Tolkien houve a aparição cada vez mais evidente de traços religiosos, é possível que na cabeça de Tolkien, ao envisionar Balrogs como anjos rebeldes e nomear-los de “demônios de poder”, ele os tenha concebido como seres dotados de asas. O teólogo Tertuliano explicou que tanto anjos quanto demônios possuíam asas, e, de acordo com uma carta de C.S. Lewis, parece que Tolkien andou debatendo esse assunto num período que bate com a data da revisão retroativa feita nos Balrogs.

e) Corpos
Ao regatar Morgoth de Ungoliant, o texto passa a impressão de que a aparição dos Balrogs foi simultânea. Uma interpretação literal do texto indica que os Barlogs chegaram voando, mas ainda assim a distância entre Angband e Lammoth é relativamente grande para que o vôo tenha ocorrido rapidamente. Além disso, os Balrogs poderiam ter tido dificuldades com as Águias de grande porte que residiam na região. Uma hipótese é a de que eles teriam se teleportado para lá. Característica que foi atribuída tardiamente aos Ainur. Eles podiam se desfazer de seus fánar e recriá-los e outro lugar. Morgoth e seus servos perderam essa capacidade, mas àquele ponto da história nem Morgoth (tampouco Sauron) haviam perdido essa habilidade, o que indica que os Balrogs ainda a retinham.
 
Parece que Morgoth já tinha perdido a capacidade de "teleporte"no momento em que transferiu poder pra Ungoliant para que ela pudesse destruir as árvores. Uma grande parte da energia do vala também foi despendida no ataque às árvores de Valinor pois a lança , extrapolando com base no que foi dito em HoME em relação à espada usada com a mesma finalidade, era um ícone concentrador do poder de Melkor, similar ao Anel do Poder de Sauron e foi destruída na erupção de energia das árvores antes que Ungoliant a sorvesse.

Não parece que , se fosse o caso dos Balrogs voarem, eles teriam que temer as águias se o trajeto fosse em direção à Lammoth ( o mesmo não se daria se o alvo fosse Gondolin). Entretanto, parece-me bem claro que, no momento em que Tolkien definiu que o ataque à Morgoth havia tido lugar longe de Angband, conceito esse que só foi introduzido depois do SdA estar escrito pois, antes, Lammoth não existia ou, se existia, não havia sido o sítio da contenda entre os "ladrões", ele havia considerado que a expressão "velocidade alada", cortada pelo Christopher no Silmarillion, era auto-explicativa uma vez que não deu justificativa pra velocidade sobrenatural de deslocamento dos demônios. Os Balrogs tiveram que atravessar uma distância de quase 300 milhas , quase quinhentos quilômetros de distância, estimando-se pela escala no Atlas da Terra-Média e no mapa de Tolkien de HoME V.

Isso, combinado com o fato dele dizer "passaram sobre Hithlum" ( que em inglês é ambíguo) e com o fato de afirmar que eles chegaram à Lammoth como "uma tempestade de fogo" parece mesmo sugerir que os Balrogs voaram usando asas literais já que a menção ao "teleporte" dos maiar foi numa nota no ensaio do Glorfindel não aludida na passagem.

Essa impressão é reforçada pela intertextualidade com O Paraíso Perdido nos termos já explicados nesse tópico já que , inclusive, o uso de velocidade alada apareceu nessa obra duas vezes.

A mitologia de Tolkien lida no seu conjunto sugere muito fortemente que os Balrogs e diversos dos maiar malignos perderam a capacidade de transformarem seus fánar, condição imprescindível pro "teleporte", durante o cerco de Angband. Por via de consequência, parece ser viável a hipótese de que Tolkien pensava em dotar os Balrogs de asas mas, também, privá-los da capacidade de vôo e/ou "teleporte" antes do fim da Primeira Era como um efeito colateral de sua degradação em seres demoníacos que culminaria por prendê-los em suas formas materiais anteriormente envergadas sendo as mesmas comparativamente "mais pesadas" por não serem mais de matéria sutil como os fánar , mas hröar "de verdade", transformação detalhada na nota cinco do Osanwë Kenta.

É possível que os balrogs tivessem asas e voassem antes do Cerco de Angband além de poderem se teleportar mas tenham perdido essa habilidade durante os séculos de confinamento lá e de exposição ao Elemento Morgoth concentrado no local o que, fica subentendido, já que Tolkien dizia que a prática de atos maléficos carnais aumentava o "atamento" do maia à forma "vestida" os impedia de alterar ou editar as formas adotadas antes do cerco.

Ou seja, as asas teriam ficado inúteis para vôo por conta da aquisição de peso na mudança de "matéria" que compunha os seus "corpos" quando os fánar viraram hröar. Essa conclusão pode ser inferida , inclusive, analisando o destaque feito por Gwaihir à mudança de peso observada entre os corpos de Gandalf o branco e o cinzento já que o segundo era hröa e o primeiro, no momento pós-ressurreição, ainda era fána. O processo sofrido pelos Balrogs teria sido o inverso.

1593056593170.png

Eis aí embaixo a provável inspiração bíblica pros redemoinhos de fogo tempestuoso de Milton e para a tempestade de fogo de Tolkien

http://www.bibliaonline.com.br/acf/23/29

Isaías - 29:6
Do SENHOR dos Exércitos serás visitada com trovões, e com terremotos, e grande ruído com tufão de vento, e tempestade, e labareda de fogo consumidor.

Vide que beleza o original hebraico e sua tradução palavra por palavra no link aí

http://biblelexicon.org/isaiah/29-6.htm

Vejam só como o som da palavra orc pra fogo "ghâsh" lembra o hebraico "esh"

fire
'esh (aysh)
fire -- burning, fiery, fire, flaming, hot.
 
Última edição:
Eu acho que você está certo quanto à habilidade de Morgoth de se teleportar. Afinal, parece fazer sentido mesmo que ele tenha perdido essa capacidade naquele momento, senão ele a teria feito, suponho (mas isso ainda resultaria num obstáculo: como transportar as joias roubadas e os Silmarils? Tudo bem que Sauron essencialmente "carregou" o Anel de Númenor, que "flutou" de lá até a Terra-média, com o poder de seu espírito. Mas o Anel era basciamente O ESPÍRITO de Sauron, o que justificaria a possibilidade desse fato).

Houve um problema de comunicação da minha parte. Eu não quis sugerir, na verdade, que ele ainda podia teleportar ou mudar de forma. Eu quis dizer que o fato de Morgoth ter se transformado de volta na forma que assumira no início dos tempos, pouco tempo antes da investida dos Balrogs é um indicativo que os Balrogs ainda não tinham perdido essa característica. Aliás, é possível, acho, que eles tenham retido essa capacidade mesmo depois do cerco. O Sauron não tinha perdido, e um milênio mais tarde ele ainda usava e abusava desse poder.

Quanto à travessia, ainda tem o problema da distância. Mesmo com asas, temos de concordar que é difícil justificar a quase instantânea chegada dos Balrogs ao ponto de ataque, embora eu concorde plenamente com você que tudo no texto indica vôo (eu nunca não achei isso, mas imaginei que o teleporte poderia ser uma das hipóteses. Winged speed seria uma metáfora para a rapidez de chegada, e, mesmo através de teleporte, eles poderiam ainda investir do ar, justificando então "tempest of fire").
Além disso, esse poderia ser um daqueles problemas de narrativa, onde a prosa do Tolkien dificulta a visualização do que aconteceu de fato, como no caso do combate entre Fingolfin e Morgoth.

The cry of Morgoth in that hour was the greatest and most dreadful that was ever heard in the northern world; the mountains shook, and the earth trembled, and rocks were riven asunder. Deep in forgotten places that cry was heard. Far beneath the rained halls of Angband, in vaults to which the Valar in the haste of their assault had not descended, Balrogs lurked still, awaiting ever the return of their Lord; and now swiftly they arose, and passing over Hithlum they came to Lammoth as a tempest of fire.
The Silmarillion

Se formos razoáveis com a interpretação desse trecho, temos de concordar que na "realidade" esse relato não pode ter ocorrido de maneira nenhuma (somente no caso dos Balrogs terem realmente se teleportado para Lammoth). Morgoth grita e, tcharam, chegam os Balrogs, como numa fábula (que, aliás, acredito ser o intúito mesmo dessa passagem).

Mas eu acabei de pensar numa teoria que poderia resolver tudo isso, no caso dos Balrogs terem feito a travessia voando: Morgoth poderia ter se comunicado com os Balrogs através da mente (Osanwe Kenta), ainda em Helcaraxe ou nas proximidades de Lammoth, summoning ajuda, o que, por sua vez, justificaria então a chegada dos Balrogs no instante preciso.

Aliás, isso me parece fazer mais sentido considerando que os dragões alados (ou quaisquer dragões for that matter) ainda não estavam "preparados". Os únicos servos de Morgoth que seriam capazes de oferecer ajuda de última hora naquela situação seriam Balrogs alados. Nenhuma hoste de orcs chegaria a tempo, eu suponho, e por isso mesmo eu acho que Tolkien rejeitou essa idéia.
 
Última edição:
Quanto à travessia, ainda tem o problema da distância. Mesmo com asas, temos de concordar que é difícil justificar a quase instantânea chegada dos Balrogs ao ponto de ataque, embora eu concorde plenamente com você que tudo no texto indica vôo (eu nunca não achei isso, mas imaginei que o teleporte poderia ser uma das hipóteses

Não há indicação precisa no texto que sugira, realmente, que a chegada foi, de fato, instantânea ou quase. É possível, perfeitamente, que Morgoth tenha conseguido resistir tempo suficiente pra que a "tropa de elite" balroguiana chegasse no local, voando, por volta de, digamos, meia hora a uma hora depois cobrindo a distância aproximada que tem entre Belo Horizonte e São Paulo com uns cem Kms a menos. Aviões percorrem o trajeto em quarenta e cinco minutos.

A gente deve lembrar que o Silmarillion, frequentemente, dá essa impressão de pouco tempo transcorrido quando, na verdade, teriam se passado DIAS entre uma situação e outra e ou, às vezes, MUITO MAIS que isso.

Em Aman , por exemplo, Morgoth passou ANOS sumido em forma imaterial, acho que o equivalente a uns cinquenta anos do Sol na Terra-Média, até procurar Ungoliant e voltar pra ferrar com as árvores.

Vide a descrição da vinda de Fingolfin pra Angband ou da surtada de Fëanor que o levou a cair na armadilha dos balrogs. Em passagens assim, o Silmarillion parece dar a impressão que atravessar a Ard-Galen toda era um passeio no parque. E , a propósito, como é que Fingolfin teria atravessado Ard-Galen recoberta de lava e cinza vulcânica e gases venenosos? Ainda mais em pouco tempo, tão rápido que "ninguém conseguiu detê-lo"?

Como é que ninguém bateu atrás dele e foi detido ainda no meio da Anfauglith , mesmo chegando tarde? Como é que as águias de Manwë deram a impressão de assistir de camarote ao evento todo?

Onde as emplumadas criaturas se encontravam enquanto Húrin Thalion peitava sozinho a guarda troll de Gothmog? Não dá pra crer que Thorondor tivesse coisas melhores pra fazer além de participar da Batalha, pois não?

Então, devemos presumir, que , sim, haveria respostas para todas essas perguntas se o Silmarillion não fosse uma epítome épica de crônicas históricas e elegíacas e que Tolkien devia ter alguma idéia para responder a maioria dessas indagações que, todavia, não teriam lugar ou ficariam incompatíveis com a prosa épica do Silmarillion. Por exemplo, é de se presumir que Morgoth fez algo para afastar as águias do campo de Batalha na Nirnaeth Arnoediad, algo que os elfos não se importaram de relatar e outra coisa para evitar que os elfos não fugissem se camuflando como Finrod Felagund havia feito com o bando de Beren. E assim por diante.

Eu acho que você está certo quanto à habilidade de Morgoth de se teleportar. Afinal, parece fazer sentido mesmo que ele tenha perdido essa capacidade naquele momento, senão ele a teria feito, suponho (mas isso ainda resultaria num obstáculo: como transportar as joias roubadas e os Silmarils? Tudo bem que Sauron essencialmente "carregou" o Anel de Númenor, que "flutou" de lá até a Terra-média, com o poder de seu espírito. Mas o Anel era basciamente O ESPÍRITO de Sauron, o que justificaria a possibilidade desse fato).

Uma sugestão: o poder de Ungoliant não tinha a propriedade de fazer as coisas "parecer deixar de sê-lo", ou seja, afetava o tecido da realidade? Ela não criava um tipo "de efeito buraco negro" ou Oceano de Dirac sugando toda a luz como um dos "anjos" de Neon Genesis Evangelion( Leliel , o anjo da noite , assim como Ungoliant é encarnação da "Noite" primordial? Pois, então, pra mim, Ungoliant e sua Antiluz, potencializada pela energia roubada e , talvez, com a ajuda ou direção de Melkor , provavelmente, criava "Buracos de minhoca", warps, encurtando extremamente as distâncias e permitindo a ela e Melkor atravessarem o Helcaraxë de maneira ultra-rápida. É possível que ela tenha "carregado" Melkor consigo. A manipulação do tempo-espaço de Galadriel em volta de Lothlórien não tinha tido um efeito aparente de encurtar as distâncias pro exército de Eorl no Contos Inacabados?

As they drew nearer they saw that the white mist was driving back the glooms of Dol Guldur, and soon they passed into it, riding slowly at first and warily; but under its canopy all things were lit with a clear and shadowless light, while to left and right they were guarded as it were by white walls of secrecy.

"The Lady of the Golden Wood is on our side, it seems ,” said Borondir.
"Maybe," said Eorl. "But at least I will trust the wisdom of Felaróf.
28He scents no evil. His heart is high, and his weariness is healed: he strains to be given his head. So be it! For never have I had more need of secrecy and speed."
Then Felaróf sprang forward, and all the host behind followed like a great wind, but in a strange silence, as if their hooves did not beat upon the ground*. So they rode on, as fresh and eager as on the morning of their setting-out, during that day and the next; but at dawn of the third day they rose from their rest, and suddenly the mist was gone, and they saw that they were far out in the open lands. On their right the Anduin lay near, but they had almost passed its great eastward loop, and the Undeeps were in sight.
It was the morning of the fifteenth day of Víressë, and they had come there at a speed beyond hope.

30 In nine days they had covered more than five hundred miles in a direct line, probably more than six hundred as they rode**. Though there were no great natural obstacles on the east side of Anduin, much of the land was now desolate, and roads or horse-paths running southward were lost or little used; only for short periods were they able to ride at speed, and they needed also to husband their own strength and their horses," since they expected battle as soon as they reached the Undeeps. [Author's note.]

*Muito parecido ao efeito da Antiluz de Ungoliant, escondendo Melkor e ela das vistas dos Valar. Sigilo e velocidade.

**(900 kms em dez dias A CAVALO e sem cavalgar muito rápido porque o terreno era inapropriado!!!!)

Dobra espacial das "fadas", na certa, também chamado "portal"...

http://www.observatorio.ufmg.br/pas68.htm

Exatamente o que a Sombra da Noite da DC e a Estrela Negra da Marvel) fazem ao manipularem a "Força Negra" pra criar portais ou gerar teleporte sem desmaterialização do corpo transportado já que ali a coisa de dá por "dobratura do espaço".
 

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8-O
Filosofaram profundamente nestes posts, não???
Bom, não sou um erudito nas obras de Tolkien, e por isso o q eu acho não deve ser levado muito a sério. Mas depois de ler esses posts acredito eu que os balrogs tinham asas e voavam antes do cerco de Angband, mas q após esse elas se tornaram "asas de galinha", por assim dizer.

Mas eu tenho uma pergunta: POR QUE ISSO É TÃO IMPORTANTE???
Passeando por fóruns gringos eu percebi q eles também tem uma fixação por essa questão, q pra mim é praticamente irrelevante.O fato de eles voarem ou não simplismente não muda praticamente nada na obra.Eu entendo a fixação com Tom Bombadil(a curiosidade humana, no caso) mas não entendo o porque de tanta curiosidade com as asas. Há questões muito mais misteriosas, como a origem de Ungoliant, os seres sem nome no fundo da terra(+ velhos q Sauron), os deuses sem nome de Nan Durgothin(+ velhos que Morgoth, segundo o livro8-O), ou até do tio de Tom Bombadil(WTF HOLY SHIT, se ele nem pai tem como pode ter um tio????).



PQP, não pude deixar de comentar, fudidex d+ essa imagem de Angband!!!
 
De fato, a passagem não sugere que a chegada dos Balrogs se deu necessariamente de maneira praticamente intantânea.

But Ungoliant had grown great, and he less by the power that had gone out of him; and she rose against him, and her cloud closed about him, and she enmeshed him in a web of clinging thongs to strangle him. Then Morgoth sent forth a terrible cry, that echoed in the mountains.

Minha objeção parte do fato de que, na minha opinião, é unlikely que eles tenham permanecido na situação que eu grifei acima por muito tempo. A própria passagem parece evocar uma cena de salvação de último instante, como a Millenium Falcon em A New Hope que surge triunfalmente no último momento na trincheira da Death Star para salvar Luke em sua X-wing quando ele não consegue se desvencilhar, tal como Morgoth, das Tie-fighters e Darth Vader himself.

Essa passagem sugere, IMO, justamente um tipo de salvamento dessa natureza.

Sua teoria é boa para explicar a rapidez da travessia empreendida por Morgoth e Ungoliant, mas e os Balrogs?
De qualquer forma, isso não descarta a possibilidade de uma troca de pensamentos entre Morgoth e os Balrogs. Afinal, por que será que chegaram Balrogs e nada mais para o resgate? O grito de Morgoth só teria mobilizado os Balrogs e nenhum outro servo?

Um trecho anterior sugere que Morgoth já tinha notado que não conseguiria escapar das garras (ou teias :P) de Ungoliant:

Together they went on, for Morgoth could not elude Ungoliant, and her cloud was still about him, and all her eyes were upon him; and they came to those lands that lay north of the Firth of Drengist.

Eu sugiro que ele teria se comunicado aí com os Balrogs.

Isso me lembra da cena da enchente provocada por Elrond em Bruinen no momento certo. Quem informou Elrond? É de se supor, presumo, que talvez Glorfindel tanha se comunicado com Elrond (que aliás, troca pensamentos com os elfos no Retorno do Rei) através de pensamentos.
 
Última edição:
Minha objeção parte do fato de que, na minha opinião, é unlikely que eles tenham permanecido na situação que eu grifei acima por muito tempo. A própria passagem parece evocar uma cena de salvação de último instante, como a Millenium Falcon em A New Hope que surge triunfalmente no último momento na trincheira da Death Star para salvar Luke em sua X-wing quando ele não consegue se desvencilhar, tal como Morgoth, das Tie-fighters e Darth Vader himself.

Imagine Morgoth invocando relâmpagos ou fogo ( Finwë foi "queimado" como que por um relâmpago em HoME XI ou X) pra queimar a teia e,Ungoliant, constantemente, renovando as partes danificadas durante um tempo relativamente longo.

Não tenho problema em visualizar o grito de Melkor como sendo um grito de socorro mental tão poderoso que chegasse a provocar dano físico na paragem circundante,e, provavelmente, na teia de Ungoliant que o prendia.É na verdade bem fácil imaginar alguém poderoso como ele se debatendo ou destruindo sua rede de teias durante pelo menos uma hora sem ficar pronto e embaladinho pra ser devorado com gemas, cofre e tudo na mão como era o intuito de Ungoliant até os Balrogs chegarem.

Outra coisa: parece que para os Maiar, até para os mais poderosos como era o caso de Sauron, não era uma coisa fácil e até desejável ficar sem fánar depois de adotar uma forma dessas por um tempo mais longo. Isso não era algo que dava pra fazer sem um nível de "trauma" e uma "demora" pra reconstituir o fána em outro local.

Não na época em que se deu a Guerra das Jóias em Beleriand, pelo menos. Tudo sugere que os espíritos maiar de Melkor sofreram uma grande dose de "aterramento" durante o cativeiro de Melkor, até porque fica implícito que eles foram instrumentais no processo de transformação dos elfos aprisionados nos protótipos dos orcs. A sugestão de Tolkien permite a inferência de que diversos atos vinculativos capazes de atar a forma fana ao espírito, tais como comunhão carnal ( estupro) de Encarnados teriam acontecido ali.

Lembremos que Lúthien ameaçou Sauron com a condição de ficar "pelado" diante dos olhos de Morgoth, o que, mesmo considerando que tal desencarnação seria produto de uma luta com outro maia e não uma "opção" do próprio de "se despir" por estratégia,dá a entender que , se por um lado, era fácil pros maiar se transportarem pro lugar almejado via desmaterialização do fána e transporte ou envio de sua consciência para a destinação planejada que, por outro, não era tão fácil assim restaurar seu "semblante presencial" uma vez chegado ao local.

Lembremos também, que Sauron, embora munido do Anel do Poder, na Segunda Era, depois da Guerra com os elfos, quando houve a intervenção númenoreana, teve o exército destruído e voltou pra Torre Negra através de meios convencionais com uma pequena guarda pessoal ao invés de mudar de forma ou de se "teleportar" pra lá carregando o anel "telecineticamente" como Tolkien disse que ele o fez depois da Queda de Númenor.

Considerando seu poder crescente com o Anel, parece relevante que, mesmo assim, a opção de se desfanizar não pareceu muito boa para ele fazer uso dela quando, teoricamente, seria bem mais confortável. do que ficar, praticamente, à pé como foi o caso. Ou como eu, pessoalmente, prefiro visualizar, hehe :grin:)

Não era algo de que se pudesse "usar e abusar"Ou seja, caso os balrogs fossem mesmo capazes disso na época, e nos sabemos por Thuringwethil que havia , presumivelmente, maiar capazes de vôo nas hostes de Melkor, é bem capaz que o "teleporte" não permitiria a eles a velocidade suficiente pra reconstituir os fánar quando chegassem em Lammoth. Pode ser que eles tivessem que ir voando com seus fánar intactos pra não terem que ver seu Amado Chefinho ser devorado com eles impotentes e "desmaterializados" assistindo na primeira fila".

Pode até ser que o vôo através de Hithlum tenha sido essencial pra poder trazer com eles a ( talvez literal) tempestade de fogo elemental que ajudou a afugentar Ungoliant. Hithlum era a "terra da névoa" não é? Cheia de umidade. Pelo visto, os balrogs podem ter usado essa "energia potencial" exatamente do mesmo jeito que a luta entre Dúrin's Bane, o Balrog de Mória e Gandalf coroou o pico da Celebdil com uma tempestade de raios e centelhas de fogo.

Quanto ao perfeito "timing" de Gandalf e Elrond no ataque no vau contra os Nazgûl temos provavelmente duas explicações

a) Um "sistema de alarme" mágico e defesa automática entretecida ao redor de Valfenda pelo poder do Anel de safira, Nenya. A "aura" dos nazgûl ativa as defesas.Tolkien deu a entender que o cinturão de Melian funcionava assim.

b) Aviso telepático do Glorfindel que deu o "grito", avisando Gandalf e Elrond da presença dos nazgûl na "fronteira" do vale escondido.

8-OMas eu tenho uma pergunta: POR QUE ISSO É TÃO IMPORTANTE???
Passeando por fóruns gringos eu percebi q eles também tem uma fixação por essa questão, q pra mim é praticamente irrelevante

Boa pergunta. Acho que tem a ver com uma característica que anda sendo estudada no estilo de Tolkien em inglês. Acabou sendo tema de um ensaio de John Rateliff no Tolkien studies 06. Tolkien deliberadamente talhava o estilo pra evocar a participação ativa da imaginação do leitor Então, dado o grau de complexidade da "realidade virtual" criada pela literatura de Tolkien, esse detalhe da ambiguidade dos Balrogs e /ou da Elwing cria um fenômeno interessante de dissonância cognitiva. O mesmo valendo para o tema do Tamanho de Morgoth. Imagine como seria se jogadores de God of War, ao chegarem numa determinada cena, vissem coisas inteiramente diferentes na mesma passagem do jogo?

Dissonância Cognitiva

Dissonância cognitiva é um termo da psicologia social, que se refere ao conflito entre duas idéias, crenças ou opiniões incompatíveis. Como esse conflito geralmente é desconfortável os indivíduos procuram acrescentar "elementos de consonância", mudar uma das crenças, ou as duas, para torna-las mais compatíveis. [1]
Este efeito foi descrito pela primeira vez numa experiência realizada nos EUA por Festinger e Carlsmith, em 1959
Trata-se da percepção da incompatibilidade entre duas cognições diferentes, onde "cognição" é definido como um qualquer elemento do conhecimento, incluindo as atitudes, emoção, crenças ou comportamentos.
A dissonância ocorre a partir de uma inconsistência lógica entre as suas crenças ou cognições (por exemplo, se uma ideia implicar a sua contradição). A consciência ou a percepção de contradição pode tomar a forma de ansiedade, culpa, vergonha, fúria, embaraço, stress e outros estados emocionais negativos.
A teoria da dissonância cognitiva afirma que cognições contraditórias entre si servem como estímulos para que a mente obtenha ou produza novos pensamentos ou crenças, ou modifique crenças pré-existentes, de forma a reduzir a quantidade de dissonância (conflito) entre as cognições.
A dissonância pode resultar na tendência de confirmação, a negação de evidências e outros mecanismos de defesa do ego. Quanto mais enraizada nos comportamentos do indíviduo uma crença estiver geralmente mais forte será a reação de negar crenças opostas.
Em defesa ao ego, o humano é capaz de contrariar mesmo o nivel basico da lógica, podendo negar evidências, criar falsas memórias, distorcer percepções, ignorar fatos científicos e até mesmo desencadear uma perda de contato com a realidade (surto psicótico).

Dissonância cognitiva no dicionário dos céticos

Só por esse resuminho aí em cima se vê bem que é mesmo o caso de dissonância cognitiva. O estilo de Tolkien necessariamente ao instigar "participação do leitor" inevitavelmente gera dissonância cognitiva em algum ponto, ainda mais quando ele trabalha com o conjunto de signos e símbolos poderosos da criação de mitos.

O problema com os Balrogs é mais ou menos esse. PERTURBA as pessoas quando a noção coletiva de percepção compartilhada é rompida ou ameaçada por uma discrepância dessas.

Em segundo lugar, as asas dos Balrogs mexem bem de perto com a noção que as pessoas têm do Legendarium. Por muito que Tolkien tenha dito que o simbolismo é dirigido pra pressionar os botões da sensibilidade Cristã e católica, muita gente fica perturbada ou "sai da realidade" da Terra-Média quando acaba sendo forçado a encarar os simbolismos cristãos na visualização de certas noções.

Haja vista que várias pessoas não vêem a similaridade entre Galadriel e a função simbólica e iconográfica da Virgem Maria mesmo considerando que Frodo e Sam acabam tendo surtos de Glossolalia invocando o nome dela e de Elbereth e mesmo considerando que Tolkien deu o significado de Dama Engrinaldada de Luz para seu nome élfico favorito, Galadriel. Carai, esse tipo de coisa não é nem sequer discreto ou disfarçado. As pessoas só não vêem isso mais pq isso corresponde à partes da vivência espiritual cristã que estão meio "fora de moda" hoje em dia.

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Cabelo nimbado a ouro como Tolkien disse no Contos Inacabados.Sempre pensei nessa picture de Boticelli pra ilustrar o tamanho do problema que obcecava Fëanor. :P

Outra análoga simbólica sincrética de Maria: Iemanjá. Qualquer semelhança não é mera coincidência...

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Confiram aí essa pintura de Elbereth Gilthoniel e sua fronte nívea constelada...

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Aqui no Brasil , por exemplo, Tolkien foi, primeiramente, difundido entre jogadores de RPG e fãs de fantasia, que tenderam a abraçar a obra como uma válvula de escape pra contemplação espiritual e sentimento religioso sem a doutrinação massacrante da mídia evangélica e sua contraparte carismática católica. Acho que, no Brasil, acabou sendo um fenômeno concomitante e até uma reação à difusão das seitas Evangélicas Pentecostais. Os dois fenômenos foram simultâneos e por sinal certos problemas de tradução ocorridos aqui no Brasil são oriundos do conflito com o Fundamentalismo religioso.

Fantasia tolkieniana no Brasil virou uma espécie de "religião alternativa"* por assim dizer. E, como vimos, a noção de demônios alados é intrinsecamente, atada à iconografia do Cristianismo. Quando esse fato "é jogado na cara" dos leitores brasileiros tem gente que entra em choque pq é como se eles tivessem sido "jogados" de novo no mesmo contexto judaico-cristão por uma "teologia dissimulada" ( expressão do Lewis) sob a forma de literatura com signos , supostamente, "pagãos" ou "mágicos".

*( fenômeno que ocorre lá fora também, Leslie Jones disse que boa parte dos Neo-pagãos atuais se "converteu" depois de ter contato com as opções divulgadas em obras de fantasia literária. A expansão da fantasia na última década, foi de certa forma, produto e/ou causa de um fenômeno religioso também.

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Então, muitas pessoas sentem que a "suspensão voluntária" da descrença fica comprometida ao ver que Tolkien , em escala crescente, a partir da redação do SdA, imbuiu simbolismo cristão de propósito em noções como essas das asas.

Tem gente que acha um absurdo ou desvirtuação o Balrog ter sido caracterizado como um "demônio" nos filmes e na maior parte das pinturas que retratam a Terra-Média.Tem gente que chegou ao ponto de dizer que Orcs e Balrogs não podiam ter características "não-humanas" na tentativa de fazer valer a própria opinião, ignorando as garras e presas amarelas, os pés sem dedos, as escamas esverdeadas e os braços simiescos que Tolkien espalhou por diversos trechos.Diga-se de passagem, essa "pérola" interpretativa só foi difundida e divulgada com essa ênfase aqui no Brasil e não em outro lugar qualquer. Ou seja, nossa dissonância cognitiva, foi,ao que parece , julgando pela WEB, o pior caso do mundo no que diz respeito a esse ítem das asas. Uma coisa que deveria fazer o brasileiro repensar o modo e a maneira com que experimenta a convivência no "fandom" tolkieniano.

Aqui cabe um detalhe relevante e um esclarecimento: mesmo no Cristianismo e na teologia de Tertuliano as asas são o ícone visível de uma faculdade ou prerrogativa espiritual, é uma manifestação da natureza desses seres como espíritos assim como o "sexo aparente" dos ainur em forma fánar é uma visualização de um caractere inerente ao seus seres que é espiritual. As asas marcam a posse de "sutileza" e agilidade" o dom de "desmaterialização" e virtual onipresença do ser espiritual em relação a qualquer localidade física, uma faculdade que Tolkien disse que os Ainur têm num contexto meio enigmático no HoME X.

A "perda" das asas, como pode ter acontecido com Morgoth depois do "estupro de Arië, episódio que reverbera histórias do folclore judeu, e/ou a conversão em asas de seres "noturnos", associados à noite e à escuridão, em Tolkien e no simbolismo cristão, é uma representação "alegórica" da perda ou degeneração dessas capacidades. Então, o manto de escuridão dos balrogs , por exemplo, é uma inversão do "halo" ou auréola dos anjos e santos.

Creio que é por isso que o assunto acarreta tanta passionalidade assim. Envolve a questão da legitimação e do "rótulo" que se dá ou se impõe a determinados signos culturais e Tolkien é um dos mais poderosos e influentes signos culturais do século XX e serve de foco para debates inevitáveis que acontecem em torno de qualquer obra literária com o escopo ou as intenções similares às de JRRT.

Então, eu concordo. O assunto das asas em si e seu uso ou não pra vôo, de fato, é comparativamente, irrelevante ( até, como eu disse, e deve ser enfatizado, as asas são só o símbolo do que faz os anjos serem capazes de "voar", se deslocarem com velocidade preternatural, e não a causa em si mesma dessa habilidade).

Mais ou menos isso: na doutrina de Tertuliano os anjos não voam porque tem asas, eles tem asas, ou aparentam ter para nós, mortais, porque voam.

É por isso que grandes artistas até escolhem pintar ou deixar de pintar as asas mesmo em sequências que ilustram textos onde elas foram mencionadas sem ambiguidade.

William Blake não pintou as asas de Satã e de seu filho Morte no Paraíso Perdido e, até onde sei, nem por isso foi criticado por essa omissão. Abaixo pinturas de 1806 e 1808
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Edit:Abaixo, a versão (1735-1740 aproximadamente) de William Hogarth, reparem no manto de sombra da Morte, filho de Satã, que compõe o elemento simétrico na composição correspondente às asas do Anjo Caído. Provavelmente, foi daí que Lovecraft e, depois, Tolkien retiraram a idéia das "asas de sombra" nos seus demônios redivivos, recém exumados de tumbas subterrâneas.

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Melhor mostrada, já que a pintura de Hogarth é incompleta, nessa reprodução em desenho de Thomas Rowlandson (1792)
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Gustave Doré ilustrando a mesma sequência do Paraíso Perdido, 1866)

Entretanto, as noções por detrás da dissonância cognitiva que parece existir nesse caso são a verdadeira explicação do problema e o motivo em função do qual se vale a pena discutir o assunto de forma racional e metódica sem argumentos falaciosos, parcialidade tendenciosa ou desrespeito para com as opiniões alheias.
 

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Sim, Morgoth deve obrigatoriamente ter feito algo para impedir a vitória de Ungoliant enquanto o resgate chegava. Aliás, isso está de acordo com o texto, que sugere a mobilização dos Balrogs através do grito do Dark Lord.

Mas a minha sugestão é a de que a chegada dos servos de Melkor em decorrência do grito dele teria sido a interpretação élfica do evento, o que, por esse motivo, não elimina na minha cabeça a possibilidade de Melkor ter enviado ordens mentais especificamente aos Balrogs (que foram os únicos que chegaram em Lammoth, vale notar), que chegaram "em cima da hora", assim como Yoda e sua tropa de clones em Star Wars* (ok, chega de dar exemplos com esses filmes :P). Mas eu tenho certeza de que você entendeu isso.

*Aliás, acabei de me lembrar que os Jedis, bem como os habitantes de Arda (sobretudo os Ainur), tinham a capacidade de trocar pensamentos. Espírito Obi-wan e Luke em A New Hope; Luke e Leia, Luke e Vader em Empire Strikes Back, etc.

No entanto, dá pra resolver o "enigma" da chegada única dos Balrogs com a seguinte suposição: os Balrogs eram possívelmente os únicos servos capazes de chegar o mais rápido possível, e Sauron teria que ficar sob o comando de Angband. (Mas aí também fica a pergunta: era a vida do seu chefe que estava em perigo, por que Sauron não apareceu? Sauron poderia ter dado o controle de Angband, que nem operante estava, a outro tenente e ter ido junto com os Balrogs, não?)

Quando eu disse que Sauron podia "usar e abusar" estava fazendo uma alusão a sua forma de "Anatar". Ele ainda conseguia fazer belas formas, e aparentemente sem esforço, mesmo depois do cerco de Angband e tudo mais (e você deve imaginar o que mais Sauron deve ter feito que "uniu" ainda mais seu espírito à matéria da Terra).

Tem gente que chegou ao ponto de dizer que Orcs e Balrogs não podiam ter características "não-humanas" na tentativa de fazer valer a própria opinião, ignorando as garras e presas amarelas, os pés sem dedos, as escamas esverdeadas e os braços simiescos que Tolkien espalhou por diversos trechos.Diga-se de passagem, essa "pérola" interpretativa só foi difundida e divulgada com essa ênfase aqui no Brasil e não em outro lugar qualquer.

Eu vi essa "pérola" muitas vezes quando participava da comunidade do Senhor dos Anéis no orkut. Trata-se de um estratagema realmente barato empreendido por um bando de imbecis que comandam os debates que querem desvincular dos Balrogs a idéia de demônio o máximo possível (embora os Balrogs recebam o nome de DEMÔNIOS de Poder) só porque a passagem do SdA informa que o Balrog Moriano tinha forma "humanoide", o que nesse caso só quer dizer que ele tinha duas pernas e braços, andava sobre as pernas e overall lembrava uma figura humanóide (duh!). Daí seguiu-se que, como humanos não têm asas, os demônios de Morgoth não poderiam possivelmente ter asas.

Não se trata de um erro grosseiro de interpretação não! Mas um estrategema deliberado e descarado chamado manipulação de mídia. Cuidado, pessoal! Não engulam qualquer coisa anter de terem considerado muito bem o que ouviram.
 
Última edição:
Lá no SdA está escrito alguma coisa assim: "ele abriu suas asas escuras que eram quase do tamanho do salão", não era assim mas era algo próximo disso.
Morfindel, esse trecho é uma das principais causas de toda essa celeuma. O problema é que nas frases anteriores, sã mencionadas "asas de sombra" do Balrog. E aí fica a ambiguidade da frase que você citou: essas asas seriam asas de sombra já mencionadas ou asas reais?
 
Os balrogs numca foram completamente concebidos por Tolkien. Outra discussão que poderia haver sobre eles é seu número, inicialmente parecendo ser milhares durante a Primeira Era e nas guerras contra os elfos. E no fim existe menções do próprio autor que não passariam de 7.

Eu acredito eles possuiam asas, e essas o serviam ao menos inicialmente para seu propósito, a corrupção de Melkor no entanto acabou por tomar este dom deles, afinal viviam milênios encarceirados nas profundas masmorras do Morgoth. E sem uso talvez as possui-se mas não pudessem usar.

O chamado de Morgoth creio que tenha sido sim um urro de desespero, que pode ser ouvido. Mas enquanto os orcs e a maioria de seus servos o serviam por medo ou por ódio os Balrogs seriam seus servos mais poderosos e talvez os mais fiéis. Sauron ocupado com outras coisas não abandonaria seu posto, até porque ele não faria muita diferença estando ou não lá, os balrogs poderiam resolver o problema, e caso contrário não havia esperanças.

Morgoth deve ter lutado bastante contra Ungoliant antes de seus reforços chegarem, os balrogs desesperados correndo para seu mestre, mas não voando. Eram seres de espíritos maiores na concepção inicial mas assim como muitas outras criaturas Morgoth os profanou e ainda que possuissem asas essas não poderiam ser usadas.
 
A minha prova é indiscutível! São asas reais!


Não se sabe se tais asas eram asas reais ou asas de sombra referidas no paragrafo anterior, como sabiamente disse o Meneldur:

Morfindel, esse trecho é uma das principais causas de toda essa celeuma. O problema é que nas frases anteriores, sã mencionadas "asas de sombra" do Balrog. E aí fica a ambiguidade da frase que você citou: essas asas seriam asas de sombra já mencionadas ou asas reais?

Após ler todo tópico, desenvolvi minha própria opinião:

Os Balrogs não tem asas, eles tem um manto de escuridão em volta de si que assume a forma de uma coisa q parece uma asa e que talvez lhe dê(ou dava, mais precisamente) capacidade de voô:mrgreen:!!
 
como já fora dito, no capítulo A ponte de Khazad-dûm, pg 351," diz que a sombra à sua volta se se espalhou COMO duas asas."

daqui se conclue que a sua sombra se parecia com asas, e que não necessariamente eram asas, se Balrog tivesse asas acho que Tolkien deixaria isso bem claro. Mas a seguir nesta mesma página temos mais uma declaração que afirma : " o balrog não fez sinal de resposta. O fogo nele pareceu se extinguir, mas a ESCURIDÃO AUMENTOU. Avançou devagar para a ponte, e de repente SAUTOU a uma enorme altura e suas asas se abriram de parede a parede."

observem que Tolkien no primeiro momento dá a idéia que a sombra à volta do balrog era similar a asas, uma vez definida essa questão ele no segundo momento utiliza as palavra "escuridão aumentou "e depois utilisa mais uma vez o termo asas como no primeiro momento, conclui-se que: sendo a sombras como asas se a escuridão aumentou analogamente as suas asas também deveriam aumentar se estendendo de parede a parede. Um outro ponto importante é que Tolkien usa o verbo SALTAR e não por exemplo o termo AlÇOU VÔO que a meu ver seria como Tokien escreveria, faz mas o tipo dele.
 
mas a ESCURIDÃO AUMENTOU. Avançou devagar para a ponte, be de repente SALTOU a uma enorme altura e suas asas se abriram de parede a parede."

Um outro ponto importante é que Tolkien usa o verbo SALTAR e não por exemplo o termo AlÇOU VÔO que a meu ver seria como Tokien escreveria, faz mas o tipo dele.

Esse é mais um dos casos onde a tradução brasileira da Martins Fontes se mostra terrivelmente inadequada.

O original em inglês não é "saltou", é "drew itself up to a great height"; "alçou-se à uma vasta altura" com o sentido de "elevar-se", ficar em posição ereta ou mesmo "pairar". É mais uma expressão com sentido dúbio empregada por Tolkien de forma tal que parece deliberada. Isso pode significar que o Balrog ficou em posição ereta; pode significar que ele deu a impressão de aumentar de tamanho, ou pode significar, como parece ter sido o caso no filme do Ralph Bakshi,que ele tenha , de fato, pairado ou planado numa altura elevada.



Não há, portanto, como saber se o "a sombra que o envolvia se estendeu como duas imensas asas" do trecho anterior é só descrição em símile do formato da "sombra" ou se a sombra, além dela própria, incluía em seu meio asas reais que ela parecia prolongar como "trevas vivas" e antinaturais e que passaram a ser discernidas com clareza à medida que o Balrog se aproximava.

Mais ou menos como na picture abaixo da Cheetah, Mulher Leopardo da DC Comics, como avatar de Tisiphone, uma das Fúrias greco-romanas, na arte de Phil Jimenez.

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Reparem na forma como a escuridão se propaga das asas para o chão sob a forma de chamas de sombra, lembrando uma escuridão inflamada, como de um gás escuro em chamas.Sempre achei que, aí, Phil Jimenez acertou na mosca em representar o que Tolkien e Lovecraft descreviam

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As fúrias originais com seu "manto de sombra"


Por motivos que incluem tanto a ocultação de simbologia cristã tida como explícita demais, já que demônios cristãos são, na maioria das vezes, alados, quanto a dificuldade cronológica de justificar a presença de balrogs alados sem a capacidade de vôo é possível e até provável que Tolkien tenha escolhido descrever as asas de forma evasiva e dúbia como de fato o fez.

Então, não é verdadeira essa noção de que "se Tolkien quisesse ter incluído as asas ele o teria feito de maneira clara e sem dubiedade", O estilo literário de Tolkien, frequentemente, dá margem à percepções díspares até porque ele usa uma linguagem vaga e figurativa para estimular a imaginação do leitor a preencher os buracos pra ele e isso de maneira frequente e proposital.

Assim "como uma ave branca" da parte descritiva da Elwing no Silmarillion podia dar a entender, como deu pra maioria dos leitores, que a personagem virava gaivota todo dia para escoltar Eärendil sendo que, na verdade, no texto original, Tolkien havia dito que ela tinha desenvolvido asas e só asas nessa parte da sua vida. O texto, assim como o da descrição do Balrog na ponte de Khazâd-dum, pode ser lido com dois sentidos diferentes tanto em inglês quanto em português, como já foi explicado aqui nesse tópico.

Sobre o Balrog:A passagem do rio Anduim ocorrida 4 capítulos mais tarde parece sugerir que as asas eram mais do que meras sombras, já que Gimli verbaliza a percepção, compartilhada pelos demais membros da Irmandade, implícita na descrição do livro, de que a montaria alada do Nazgûl, percebida como munida de asas, era similar ao Balrog de Moria ao ponto de Frodo ter que acalmá-lo dizendo que ele "era uma coisa mais fria".

Como a besta alada estava voando e carregando o Nazgûl no momento em que se aproximou o suficiente pra ser abatida , fica, claramente, implícita a noção de que Frodo e Gimli não achavam estranho se o Balrog fosse capaz de voar com as tais "asas", já que no Tolkien, seres encarnados voadores são, até onde se viu, sempre alados.

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Angus Macbride em sua representação mais fiel da Besta Alada, a única realmente "pterodáctilica" como Tolkien definiu



Outra coisa já realçada antes: a posse de asas não implica , necessariamente, em habilidade de vôo em todas as circunstâncias e contextos ainda mais em se tratando de uma entidade que passou 5421 anos, mais ou menos, adormecida e enterrada debaixo da terra.

Alguém já cogitou a possibilidade de que esse sono do Balrog debaixo de Caradhras fosse um tipo de coma por ferimento ou, então, uma hibernação pra metamorfose, talvez relacionada ao "espírito mau" que habitava a Montanha? Tolkien deixou ambas as possibilidades em aberto.

Falando em possibilidades, existem pelo menos meia dúzia de situações possíveis que poderiam ter impedido o uso delas pra vôo no caso específico do Balrog de Moria naquele momento em particular. A leitura dos posts anteriores do tópico dá alguma idéia deles mas aqui vai uma lista parcial:

a) é possível que as asas dos Balrogs como espécie encarnada em geral ( ou só daquele em particular que talvez fosse o único a possui-las )não servissem mais pra vôo devido à transformação definitiva de seus fánar em matéria "carnal" dos hröar (corpos materiais), o que , segundo Gwaihir, a águia que salvou Gandalf, implica em ganho de peso sem que um novo corpo possa ser criado com asas diferentes pra compensar a mudança de massa.

b) é possível que o Balrog tivesse tido as asas danificadas ou atrofiadas nos milênios de confinamento em Moria ou, até mesmo, no desabamento do teto da câmara de Mazarbul no qual ele estivera antes.

c) é possível que o salão de Moria onde estava a ponte de Khazâd-Dum não desse espaço suficiente para o uso delas e ele só pudesse usá-las pra intimidação ou como membro extra.

d) é possível que as asas tenham sido mutiladas durante o confronto com Gandalf e /ou que o Balrog já estivesse mortalmente ferido, o que faria o Balrog cair do pico da Celebdil assim como Smaug caiu sobre Esgaroth no Hobbit depois de atingido no coração.

Aliás, uma outra figura famosa da ficção fantástica, citada debaixo do avatar de nosso companheiro de fórum, Deriel, ( ironicamente, um dos mais ardorosos anti-asistas) também de natureza "demoníaca" e adormecido e sepultado debaixo da terra ( e do mar) durante milênios ou Eons era, indubitavelmente, alada, e não fez uso dos tais apêndices pra voar depois de ter sido despertada nos tempos "modernos": o grande Cthulhu de Lovecraft ( a pronúncia mais usual é ku-tú-lu).

Apresentado para o público de língua inglesa em 1928, nove anos antes do Hobbit ser publicado e vinte e um anos antes da redação do SdA ter sido concluída.

Call of Cthulhu

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Arte de Michael Kormack

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pintura de Kevin Evans
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Separados no nascimento? Durin's Bane e Cthulhu e seus passados "enterrados" onde o sol não brilha.Dreamers in the Dark

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Kormack again

De Patrick Hjelm



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Cthulhu foi "atropelado" ou teve a cabeça abalroada por um barco enquanto tentava alcançar a embarcação andando pelo leito do mar. Eu nunca vi ninguém chamar Cthulhu do Chamado de Cthulhu de idiota por não ter feito uso das asas pra interceptar o navio pelo ar, feito o que uma gaivota faz. E, entretanto, em cenário parecido, saem falando que um Balrog só podia ser imbecil. Meio estranho, não é mesmo?


Todo mundo que estiver lendo esse post deve procurar conhecer o maravilhoso conto de Lovecraft disponível aí embaixo:

O Chamado de Cthulhu

Esse aí é o melhor site em português sobre o autor, lá poderão encontrar até uma outra tradução pro Chamado de Cthulhu e todos os demais contos do escritor:

Sitelovecraft

Há indícios que apontam pra uma congruência entre Cthulhu e o Balrog, como a menção de sombra "material", como "atributo positivo" que se espraiava como "asas membranosas"e o fato de ambos ficarem hibernando dentro de criptas seladas em "cidades/mundos perdidos", sendo acordados por praticantes de Necromancia ( Sauron e cultistas do Necronomicon) e libertados por exploradores desavisados com boas intenções ( anões de Moria e tripulantes do navio Emma).

A semelhança é tão grande que até mesmo a passagem que menciona a escuridão estilo "antiluz" ou "shadow cloak" do balrog e cita sua qualidade similar à fumaça se espalhando "em asas membranosas" também não deixa claro, sozinha, se as tais asas eram reais ou, simplesmente, a forma adotada pela escuridão. A presença das asas e a sobreposição dos dois conceitos onde as asas reais do ser realmente espalham uma escuridão que se evola como fumaça, só fica clara com o fato delas terem sido mencionadas previamente de forma explícita na descrição das estatuetas representando o Grande Antigo.

A abertura era negra, de uma escuridão quase matéria. Aquelas trevas eram, na verdade, uma qualidade positiva, pois escureciam as partes das paredes internas que deveriam ser reveladas, e exalava para fora como fumaça de sua prisão multimilenar, obscurecendo a olhos vistos o sol, ao escoar para o céu inchado e convexo num adejar de asas membranosas. O cheiro que exalava das profundezas recém-abertas era intolerável, até que Hawkins, que tinha ouvidos muito aguçados, pensou ter ouvido um chapinhar repulsivo no interior. Os homens ficaram atentos e ainda tentaram ouvir quando a Coisa se arrastou, babando, à vista de todos, espremendo Sua imensidade verde e gelatinosa pela passagem escura para o ar exterior infecto daquela venenosa cidade de loucura.

The aperture was black with a darkness almost material. That tenebrousness was indeed a positive quality; for it obscured such parts of the inner walls as ought to have been revealed, and actually burst forth like smoke from its aeon-long imprisonment, visibly darkening the sun as it slunk away into the shrunken and gibbous sky on flapping membranous wings. The odour arising from the newly opened depths was intolerable, and at length the quick- eared Hawkins thought he heard a nasty, slopping sound down there. Everyone listened, and everyone was listening still when It lumbered slobberingly into sight and gropingly squeezed Its gelatinous green immensity through the black doorway into the tainted outside air of that poison city of madness.

Aí embaixo tem em inglês pra quem quiser conferir:

Chamado de Cthulhu em inglês

Vale lembrar que o Grande Cthulhu também comparte características com Sauron que, logo depois do conto de Lovecraft ser publicado, na ficção de Tolkien, se tornou o grão-sacerdote de Melkor/Morgoth em Númenor até que ela foi devorada pelo mar assim como Cthulhu era o sumo-sacerdote de Azathoth e foi sepultado pelo mar junto com o afundamento de sua ilha-templo em R'lyeh, hoje submersa debaixo do Oceano Pacífico, similar a Númenor que jazeria debaixo do Atlântico. Ambos os eventos teriam sido causados por um tipo de intervenção divina e/ou evento astronômico cataclísmico. O conceito da desencarnação e "hibernação" milenar de Sauron também despontou nessa época de criação do Legendarium.

Outro detalhe importante é que as Criaturas sem nome, the "nameless things" e o Vigia da Água, o Watcher in the Water dos capítulos ou passagens ligadas a Moria no SdA são distintamente "lovecraftianos" em tom e descrição, já tendo sido previamente comparados com coisas imaginadas por Lovecraft e seu círculo de escritores em numerosas ocasiões. Confiram Crypt of Cthulhu #13

Tais similaridades entre Cthulhu e o balrog de Moria só não foram apontadas até hoje porque não há prova concreta de que Tolkien possa ter lido Lovecraft e, também, porque há um preconceito arraigado e infundado, o que é pior, no sentido de que Tolkien não poderia ter lido literatura pulp-fiction publicada nos EUA sendo que era inglês e convivia com o meio acadêmico britânico que seria "culto" ou esnobe demais pra ler ficção científica e fantasia/terror vindas dos EUA.

Pura balela, já que a Weird Tales era importada pro Reino Unido junto com comic books e outras tantas tralhas, até como lastro de navio. Quem era aficcionado por literatura de fantasia/terror podia encontrar os contos de Lovecraft e Howard na Inglaterra sim, muito antes deles terem sido compilados em livros ( no caso de Lovecraft isso só aconteceu no UK em 1951) e, portanto, durante a década de 30 ou 40, quando houve grande necessidade de envio de mercadorias através do Atlântico e, logicamente, de navios com lastro "pulp".

Patrice Louinet: I have just skimmed this whole thread, so excuse me if I am repeating something that's already been established, but Weird Tales WAS regularly distributed in the UK as early as the 1930s. I recently examined a large stack of 1930s Weird Tales originating from a rather famous UK writer/critic, and some of those issues had stamps on them, from the UK bookstore he had bought them from. This was clearly not a case of someone buying back issues (nearly complete runs of several mags from, roughly, 1934 to 1938). Weird Tales had an agent in the UK, John Paradise. For that matter, Weird Tales was also distributed in France. Jaccques Bergier, a famous French writer/critic, bought his issues in one of the several American bookstores in Paris, which carried (and still do) most American newsstands publications. The reason those pulps arrived in Europe had little to do with print runs or success: pulps (and later comics) were used as ballast on the ships crossing the Atlantic. Those issues that survived the trip were then offered for sale.

Tolkien on Howard?

Weird Tales was also available in England back in the 1930s. There was also a series of hardbacks, The Not at Night series, mostly horror anthologies, all printed in England. The first Conan story to see hardback was in one of these books, back in 1932. So, he could have had access to say Tower of the Elephant.

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demonik
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Everything Dies




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« Thread Started on Mar 15, 2006, 2:08pm »
In all there were 170 stories spread over the 11 volumes, exactly 100 of which were also published in Weird Tales.

Michael Annesley - Rats
R. Anthony (Anthony Rud) - The Parasitic Hand
R. Anthony - The Witch-Baiter
Benge Atlee - The Green Eyes of Mbuiri

A. Barclay - The Chamber Of Death
Francis Beeding - The Tomb
J. W. Benjamin - The Man Who Saw Red
Paul Benton - The Beast
Archie Binns - The Last Trip
Zealia B. Bishop - The Curse of Yig
Oswell Blakeston - The Crack
F. Bonney - The Flying Head
Jack Bradley - Haunted Hands
R. F. Broad - Bhuillaneadh
Arthur J. Burks - Bells Of Oceana
Lorretta G. Burrough - Creeping Fingers

Hugh B. Cave - Cult Of The White Ape
Hugh B. Cave - The Watcher In The Green Room
Gordon Chesson - Little Red Shoes
Dora Christie-Murray - Drums of Fear
Galen C. Colin - Teeth
W. Chiswell Collins - The Leopard's Trail
Eli Colter - The Last Horror
Oscar Cook - Si Urag Of The Tail
Oscar Cook - When Glister Walked
Oscar Cook - Piece-meal
Oscar Cook - Boomerang
Oscar Cook - His Beautiful Hands
Oscar Cook - The Great White Fear
Oscar Cook - Golden Lilies
Oscar Cook - Dog Death
Oscar Cook - The Crimson Head-Dress
Mary E. Counselman - The House Of Shadows
Mary E. Counselman - The Accursed Isle
Charles Cullum - Scarred Mirror

R. Dawson - Grannie
Gerald Dean - The Devil Bed
August Derleth - Bat's Belfrey
August Derleth - The Coffin Of Lissa
August Derleth - The Tenant
August Derleth - Prince Borgia's Mass
August Derleth - The Metronome
August Derleth & Marc R. Schorer - The Pacer
Harry De Windt - A Celestial Hell
John Dwight - The Fates

Charles Lawrence Edholm - The Rose Window
Captain George Fielding Eliot - The Copper Bowl
Paul Ernst - The Scourge Of Mektoub

Dion Fortune - The Flute Of Seven Stops

Rupert Grayson - The Man Who Ordered a Double
Rupert Grayson - Blood
Michael Gwynn - The Death Plant

Edmond Hamilton - Pigmy Island
Hazel Heald - The Horror in the Museum
J. M. Hiatt & Moye W. Stephens - Ghosts Of The Air
William R. Hickey - The Cave of Spiders
Hester Holland - Dorner Cordainthus
Hester G. Holland - The Library
Hester Holland - The Scream
Robert E. Howard - The Black Stone
Robert E. Howard - Worms Of The Earth
Robert E. Howard - Rogues in the House


E.M.P. Inglefield - The Cossacks

Richard Jackson & A. Edwards Chapman - The Idol Of Death
Royal W. Jimerson - Medusa
Morgan Johnson - Panthers of Shevgoan

A. W. Kapfer - The Phantom Drug
David H. Keller - The Seeds Of Death
David H. Keller - The Thing in the Cellar
David H. Keller - The Dead Woman
Donald Edward Keyhoe - The Mystery Under The Sea
Jessie D. Kerruish - The Wonderful Tune
Jessie D. Kerruish - The Seven Locked Room
Jessie D. Kerruish - The Gold Of Hermodike
Joseph O. Kesselring - King Cobra
Zayu Konstanz - The Yellow Paw

Greye La Spina - The Tortoise-Shell Cat
Warden Ledge - Legion Of Evil
Raoul Lenoir - The Dead Soul
Maurice Level - Night And Silence
Mortimer Levitan - The Third Thumb-Print
L. A. Lewis - The Author's Tale
Amelia Reynolds Long - The Thought Monster
Frank Belknap Long jr. - Death-Waters
Frank Belknap Long, jr. -The Sea Thing
Frank Belknap Long, jr. -The Red Fetish
H. P. Lovecraft - The Horror At Red Hook
H. P. Lovecraft - Pickman's Model
H. P. Lovecraft - The Rats In The Walls


Charles Henry MacKintosh - Guardian Of The Guavas
R. G. MacReady - The Plant-Thing
Dagney Major - The Children of Bondage
Harold Markham - The Hand From The Ruins
Harold Markham - White Lotus Flower
J. Dyott Matthews - The Tapping
J. Dyott Mathews - The Wings
J. Dyott Mathews - Green Slime
Joseph McCord - The Girdle
C. Franklin Miller - His Family
C. Franklin Miller - The Last Laugh
J. Leslie Mitchell - If You Sleep In The Moonlight
G. Frederick Montefoire - Black Curtains
Bassett Morgan - Laocoon
Bassett Morgan - Devils of Po Sung
Bassett Morgan - Island Of Doom
Bassett Morgan - Tiger Dust
H. Warner Munn - The Chain
Rosalie Muspratt - Helvellyn: Elivion Or Hill Of Baal
Rosalie Muspratt - Althorpe Abbey

Douglas Newton - The Trimmer
Joel Martin Nichols, jr. - The Hooded Death
Lockhart North - Dead Man's Luck

N. J. O'Neail - The Flame Fiend
L. Oulton - The Padlocked House

Zina Inez Ponder - His Wife
Romeo Poole - A Hand From The Deep
Romeo Poole - The Death Crescents Of Koti
Paul S. Powers - Monsters Of The Pit
Paul S. Powers - The Life Serum
Guy Preston - The Inn
Guy Preston - The Way He Died
Merle Prout - The House Of the Worm

Seabury Quinn - The Horror On The Links
Seabury Quinn - The House Of Horror
Seabury Quinn - The Curse Of The House Of Phipps

Edith Lyle Ragsdale - Vials Of Wrath
A. A. Rawlinson - The Creeping Horror
J. Joseph Renaud - Suzanne
H. Thompson Rich - The Purple Cincture
H. Thompson Rich -The Black Box
Flavia Richardson - Out Of The Earth
Flavia Richardson - When Hell Laughed
Flavia Richardson - At Number Eleven
Flavia Richardson - The Red Turret
Flavia Richardson - Pussy
Flavia Richardson - Behind the Blinds
Flavia Richardson - The Black Hare
Flavia Richardson - Behind the Yellow Door
Flavia Richardson - Empty Stockings
Victor Roman - Four Wooden Stakes
Walter Rose - The Horror Of the Cavern

Oscar Schisgall - In Kashla's Garden
Elizabeth Sheldon - The Ghost That Never Died
B. W. Sliney - The Man Who Was Saved
Clark Ashton Smith - Isle Of The Torturers
Will Smith & R. J. Robbins - Swamp Horror
Edmund Snell - The Black Spider
Nicholas Stafford - Mirabel Houston
W. J. Stamper - Fidel Basin
W. J. Stamper - Lips Of The Dead
W. J. Stamper - Ti Michel
Richard Stone - Murder By Proxy

H. Thomson - Offspring Of Hell
Signe Toksvig - The Devil's Martyr

Geoffrey Vace (Hugh B. Cave) - Four Doomed Men
Stewart Van Der Veer - The Yellow Spectre
Anthony Vercoe - Flies

Harold Ward - House Of The Living Dead
Harold Ward - The Closed Door
F. A. M. Webster - The Owl
Anthony Wharton - The Hunting on the Doonagh Bog
Henry S. Whitehead - Passing Of A God
Henry S. Whitehead - The Chadbourne Episode
Henry W. Whitehill - The Case Of The Russian Stevedore
J. S. Whittaker - Flower Valley
Don C. Wiley - The Head Of Wu Fang
Barrett Willoughby - One Alaskan Night
Arthur Woodward - Lord Of The Talking Heads
Everil Worrell - The Grey Killer
Sewell Peaslee Wright - The Experiment Of Erich Weigert

Foi nessa época de presumível maior disponibilidade do material no Reino Unido que Tolkien criou o texto da Ponte de Khazâd-Dum.

E Michael Moorcock disse, explicitamente, que Tolkien e Lewis eram, no mínimo, tão conhecedores de literatura de fantasia e terror publicada dos dois lados do Atlântico quanto ele próprio, o que quer dizer muita coisa. Moorcock começou sua carreira publicando e editando Edgar Rice Burroughs na Inglaterra.

https://www.michaelmoorcock.net/forum/q-a/q-a-◦-questions-for-mike-news/887-meeting-tolkien?p=33625#post33625

I met Lewis at the Globe pub, where sf writers used to meet in the fifties and sixties.(...)They tended, as far as I saw, to identify with those of us who had an 'odd' taste in reading matter and both were certainly knowledgeable -- as knowledgeable as I was if not more so -- about sf and fantasy, both American and English. I had no impression that they thought of themselves as being in any sense apart from those others of us who enjoyed what was then a very marginal taste. Neither had reached the status later given them (mostly after their deaths) by the world

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Estueta do Prêmio Balrog, distribuído entre 1978 e 1985 conferido a Andre Norton.
A semelhança com a posição acocorada do Cthulhu na estátua acima estilo "gárgula" pode ser mais do que mera coincidência.


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É possível , pela data da composição dos textos, que o Grande Antigo de Lovecraft tenha tido alguma coisa a ver com os atributos de manto de trevas e "asas" bem como a história do Balrog de Moria como remanescente de um grupo de entidades demoníacas, mantido em animação suspensa durante eras numa cripta subterrânea de uma "cidade perdida, já que os tais itens só foram aparecer em textos escritos nas duas décadas seguintes onde, aliás, o desenho Fantasia da Disney também foi exibido na Inglaterra, contendo a imagem diabólica e alada de Chernabog a qual também pode ter influenciado Tolkien durante a redação do SdA.

Diga-se de passagem: a antiluz de Ungoliant, uma criação de Tolkien que parece "lovecraftiana", parece ter sido introduzida em textos posteriores à década de 30 e , assim como o manto de trevas dos balrogs nas suas versões anteriores, parecia estar ausente dos escritos originais.A aparição do conceito bate também com o período de possível exposição ao trabalho de Lovecaft e de seus contemporâneos ianques como Robert E. Howard e E.E.Doc Smith.

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Coincidências?

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Anexos

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