Eu passei a leitura dividido entre a emoção e o tédio, mas, no fim, preveleceu a primeira. Muitas coisas me desagradaram na narrativa, é verdade: o excesso de digressões muito longas (sobre coisas que sequer impactam decisivamente na história); alguns monólogos intermináveis, que se fossem reais teriam feito seus interlocutores irem embora na metade; as inúmeras analogias citando escritores, poetas, filósofos, pintores, que, apesar de enriquecerem a obra, também a tornam frequentemente maçante, porque eu, pelo menos, não sou tão culto para entender tantas referências... Mas nada disso impediu a minha sensação de profundo êxtase, com o final da leitura. A compaixão que eu senti por Fantine, Mabouf e Jean Valjean quase me levou às lágrimas. Analisando em retrospectiva, até as partes chatas parece que têm, sim, o seu valor na formação do todo (de fato,
@Mercúcio). É um livro que muitas vezes me fez lembrar de Guerra & Paz, tanto por tocar em temas parecidos, quanto pela estrutura semelhante (a história interrompida por ensaios e digressões), e me trouxe até vontade de reler este último.