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Não sei se isso é permitido aqui, mas de qualquer forma eu vou postar, e se não for aceitavel esse post, por favor, alguem da moderação se encarregue de retirar. Bem, a acusação foi bem agressiva, mas achei que faltou esmiuçar melhor os crimes cometidos. A agressividade foi bacana, serve para caracterizar bem o acusado como vilão e tal, mas eu, pessoalemente, achei que o embasamento foi um pouco fraco...Talvez no momento da tréplica da acusação vocês possam corrigir isso e tornar a acusação mais consistente...Mas claro, também vale o velho truque de guardar o Ás na manga e no final acabar com a defesa...^^
Era isso pessoal... Agora espero que a defesa seja genial, para que eu possa analisá-la também!!
Devido a alguns problemas (devidamente comunicados ao ALF) nos atrasamos um pouco, mas aí vai:
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Banca de Defesa: O 10° Membro da Sociedade, Thalion, Dúnadan Thorongil.
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Parece-nos que é adequado, antes de iniciar a defesa do réu, elaborar uma breve descrição da tormentosa vida de Mîm. Só os fatos, sem retórica exacerbada e parcial, para que o júri possa ter uma ideia própria e objetiva da vida do Anão, antes de começar a confrontação entre as bancadas. Aqueles bem familiarizados com ela poderão (aconselhamos vivamente) refrescar a sua memória, ou optar por passar adiante.
Mîm era um dos dos Nibin-nogrim, nome dado pelos Elfos à raça dos pequenos Anões. Uma raça tão problemática como desafortunada: expulsos, dizem os rumores, das cidades dos Anões do leste em tempos remotos, antes do regresso de Morgoth, vaguearam durante vários anos sem destino certo, como nómadas. Sem um chefe e pouco numerosos, viram a sua arte de ferreiros e provisão de armas enfraquecer, e a sua estatura diminuiu. Mas, ainda mais orgulhosos e persistentes que a maioria dos Anões, conseguiram agarrar-se à vida durante vários anos, embora na época de Mîm já só restassem este e os seus dois filhos.
Certo dia, Túrin Turambar - no momento um exilado, chefe de um grupo de bandidos perigosos - e a sua companhia avistam três vultos ao longe, furtivos, entre as rochas. Esses vultos são Mîm e os seus filhos. Viram que eram criaturas de pequena estatura, encapuzadas e de cinzento. Túrin ordenou que parassem, ao que não obedeceram. Foram então perseguidos, e e dispararam sobre eles.
Mîm, por ser mais velho e lento, ficou para trás e foi capturado. Debateu-se, e os bandidos de Túrin responderam com tal violência que o seu chefe os teve de repreender. Os bandidos acusaram o prisoneiro de ser Orc e queriam matá-lo. Túrin constatou o óbvio - que era um Anão - e deixou que se explicasse. (Perdão, não consigo conter uma exclamação indignada aqui. Que sombra tenebrosa se havia apoderado das mentes destes homens, que se prestavam sem hesitação a atitudes tão vis, recorrendo às justificações mais insanas para poder dar uso às suas facas? Pobre de quem caísse nas suas garras.)
Mîm confirmou que não era um Orc, mas um Anão idoso e sem posses. Túrin, como resgate, pediu um teto onde ele e o seu bando se abrigassem. Mîm, assustado por outra espontânea ameaça de morte por parte de Andróg, um dos bandidos, rogou pela sua vida e ofereceu partilhar com eles a sua casa. Túrin agradeceu e (depois de ter de voltar a avisar os seus homens de que não queria Mîm morto em circunstância alguma) exigiu que ele passasse a noite com eles, não querendo arriscar que se voltasse para cumprir o prometido. Os bandidos levaram-no para o acampamento e amarram-no.
Chegados a Amon Rhûd, a casa de Mîm, este teve conhecimento de que um dos seus filhos fora ferido por uma das setas disparadas por Andróg. Túrin ofereceu-se para o curar, mas Mîm declarou que nada havia a fazer, tinha morrido ao pôr do sol - Mîm fora impedido por eles de o sarar durante a noite. Túrin lamentou o sucedido e jurou recompensar o Anão, ainda que isso não lhe mitigasse a mágoa, e com estas palavras conseguiu arrefecer a ira de Mîm e ganhar o seu respeito. O Anão aceitou que continuassem a habitar Amon Rhûd e usar os seus salões, bem como a guiá-los por todas as entradas e saídas. Apenas exigiu que Andróg prometesse não usar o seu arco, e diisse-lhe que se o fizesse morreria. Andróg, assustado pela praga, cumpriu a promessa.
Os meses seguintes decorreram sem sobressaltos. Túrin e a sua companhia adaptaram-se à vida no Amon Rhûd, beneficiando da ajuda de Mim sempre que se perdiam nos seus corredores. No entanto, o grupo desconfiava dele, e murmuravam na sua presença. Com Túrin era diferente, e a relação entre os dois era bastante cordial. Conversavam muito sobre histórias antigas, e Túrin tolerava os seus comentários depreciativos sobre os Eldar.
No final do ano, apareceu Beleg. Túrin rejubilou com a chegada do amigo, ao contrário dos restantes habitantes do monte. Os bandidos tinham inveja dele, e Mîm tinha inveja e detestava-o por ser um Elfo.
Nos tempos que se seguiram, a atenção de Morgoth desviou-se para as regiões no vale do Sirion, onde o Amon Rhûd se situava. Orcs vagueavam pelas planícies. Túrin, com a sua pequena hoste, e ajudado por Beleg, voltou a espalhar o terror entre o Orcs. Certo dia, Beleg quebrou a sua promessa e voltou a usar um arco. Foi atingido por uma sete envenenada na mesma incursão, mas Beleg salvou da morte certa. Mîm odiou-o ainda mais por quebrar a maldição que rogara ao assassino do seu filho.
Notícias do sucesso desta companhia chegaram rapidamente a Morgoth, que riu, pois o herdeiro de Húrin fora-lhe assim revelado. Rapidamente o Amon Rhûd ficou cercado de espiões, pois Melkor tencionava que o destino que a sua praga ditava fosse cumprido depressa, e queria Túrin vivo para o atormentar.
Os relatos sobre o que a seguir aconteceu divergem. A história mais comum dize que Mîm tinha conhecimento dos acampamentos dos Orcs, e, levado pelo o seu ódio por Beleg e pelo seu coração entenebrecido, cometeu um ato perverso: conduziu-os ao esconderijo de Túrin. Outros relatos, no entanto, dizem que não foi ao seu encontro deliberadamente, e que foi a captura do seu filho e ameaça de tortura que o levaram à traição.
Seja como for, a traição foi feita. A história comum, e que tem sido seguida até agora, diz que Mîm exigiu o pagamento em ferro e ouro por cada homem capturado, que Beleg fosse deixado para ele, e que soltassem Túrin. A determinada altura teve medo e tentou desistir, mas os Orcs ameaçaram o seu filho.
Mîm guiou os Orcs até ao monte. Depois de Túrin ter sido capturado, tentou matar Beleg, preso no topo do monte, mas foi repelido por Andróg e fugiu.
A acusação, iníquamente, "esqueceu" muitos estes fatos, particularmente os anteriores à traição. Fatos que são da maior relevância para a compreensão do caso. Fatos, pois nada do que ali é dito foi adulterado por comentários parciais, o que não se pode dizer da acusação, que preferiu fazer Mîm passar por um monstro rancoroso - o que é uma falsidade. Mîm cometeu crimes, tolo quem o negasse, mas crimes que devem ser julgados à luz da sua história trágica. É o que demonstraremos nas seguintes respostas.
Antes, duas considerações. É fácil constatar a força nociva e maldosa que representavam os bandidos a que Túrin se associara. Não há falta de meios ou dificuldades que justifiquem a sua sede de sangue, ou a insolência com que tratavam Mîm. Depois, há que ter também em conta a Maldição de Húrin. Uma maldição a que não escaparam grandes senhores dos Homens e dos Elfos, tenham cruzado eles caminho com Húrin ou os seus descendentes. Não queremos justificar com ela as acções posteriores de Mîm - tal como não quereríamos justificar com ela muita da insensatez de Túrin - mas é, entendemos, uma atenuante óbvia.
É notório o fato de que Mîm sempre viveu sob uma sombra de rancor, odiando a todos exceto a si mesmo. Sentimento este que, ao invés de perder força no coração do réu com o passar do tempo, aumentou até o ponto de cometer atos dignos de orcs.
O caro Ulca diz que o nosso cliente sempre viveu sobre uma sombra de rancor. Perguntamos: poderia alguém viver feliz e em paz consigo mesmo sabendo que era o último membro vivo de sua raça? Quem ficaria feliz em saber, como descrevemos, que seus antepassados foram banidos dos grandes salões do povo de Dúrin e que, pouco a pouco, foram perdendo sua capacidade (e maior alegria), trabalhar com as pedras e metais, além de irem diminuindo. O resultado disso tudo só poderia ser o encrudescimento do coração de um povo rejeitado por seus pares e, às vezes, caçado pelos ditos Altos Elfos.
Todos sabemos que o réu sempre odiou seus hóspedes em Amon Rûdh, demonstrando respeito apenas por um deles.
O nosso cliente acolheu com honras todos os Proscritos, apesar do tratamento vergonhoso de que foi alvo, e de ter sido praticamente forçado a revelar o caminho para a sua casa. Acolheu-os em seu lar secreto, o único lugar onde ele e os seus filhos alguma vez encontraram segurança. Mesmo depois de saber que um dos bandidos tinha assassinado o seu filho e não sentia remorsos, continuou fiel à sua palavra. Ajudou um bando de mercenários que não mereciam e um chefe que devia sentir-se embaraçado por reduzir a sua figura a comandante de vadios. Deu-lhes comida, abrigo, a cordialidade mínima que se exigia.
O que recebeu em troca? Desconfiança, nem uma desculpa, o ocasional comentário insolente.
Oh, não haja dúvida, Mîm não tinha motivos para maus pensamentos! Último de uma raça renegada, destinado a passar o resto dos seus dias com Homens maldosos e sem escrúpulos.
Ao ver Beleg, o Elfo conseguir entrar em sua casa e prestar ajuda àqueles que hospedava e odiava, Mîm demonstrou que seria capaz de fazer qualquer coisa para se ver livre do bando de proscritos e do Elfo. E realmente o fez.
Os caros colegas da acusação reduzem a história de Mîm ao mínimo que lhes convém. Aqui, ignoram completamente meses de acontecimentos, parecendo que mal Beleg chegou Mîm se decidiu à traição. Não houve a mínima influência de Morgoth, com Orcs sendo enviados para a região e a maldição de Húrin em ação. Não, parece que Mîm está no mesmo patamar de um Balrog, o mal nele é inato.
E parece também que Beleg era um salvador enviado pelo próprio Eru. Mîm nunca partilhou os seus bens com os bandidos? Não lhes deu durante meses do seu alimento?
Além disso, os nossos colegas se apoiam ódio de meu cliente para atacá-lo. Ódio, sim. E esse ódio, não tinha uma justificação? Não estaria ligado a algo elementar: sobrevivência? Quem, em sã consciência sentiria afeição por um povo que, no passado, matou seus pais e roubou suas terras? E um desse mesmo povo ainda vem, depois, e se aloja em sua casa, sem registo de um pedido de autorização. Se coloquem na posição do Anão por um momento. O que seria de esperar?
Os próprios cronistas acham Beleg imprudente, por se ter juntado assim ao amigo Túrin:
Os Filhos de disse:
"Deste modo voltou Beleg para Túrin, deixando a amizade levar a melhor sobre a sensatez."
Para a acusação, Mîm nasceu predisposto para o mal. Não é assim que o entendemos. Mîm não se comportou com honradez - a traição foi um ato infeliz e tenebroso. Mas houve várias condicionantes para esse ato. O Anão não deve ser julgado como um genocida em praça pública.
Fingindo sair em busca de raízes para se alimentar durante o inverno, o réu partiu com seu filho a procura de orcs que Morgoth mandara para espionar a região e vendeu a vida dos proscritos pelos seus respectivos pesos em ferro, mas Túrin e Beleg foram vendidos por ouro. E além disso exigiu que Beleg fosse deixado amarrado em Bar-en-Danwedh, pois ele mesmo pretendia "se encarregar" do Elfo.
Eu podia discutir indignadamente sobre o fato de a acusação não ter mencionado que o Anão quis que Túrin fosse libertado, mas já sabemos que qualquer demonstração de "humanidade" por parte do anão foi ignorada pelos nossos colegas, então adiante.
A bem da verdade, essa é uma história que achamos mal contada. Como dito antes, há mais que uma versão sobre o ocorrido, e uma delas não é tão implacável para com Mîm. Quem registou estas histórias não foram Elfos e Homens? Quem nos diz que não optaram propositadamente pelo cenário mais grave? O fato de normalmente omitirem a segunda história dá ideia que sim.
Fica aqui essa história, para quem não a leu antes:
Os Filhos de Húrin disse:
Outros relatos, no entanto, dizem que não foi ao seu encontro deliberadamente, e que foi a captura do seu filho e ameaça de tortura que o levaram à traição.
Detalhe: o Anão tinha pedido que poupassem Túrin. De qualquer forma, Morgoth queria-o vivo.
E os atos perpetrados pelo réu não foram só os citados acima. Mîm também foi um Anão dissimulado que, após a chegada de Beleg e após conhecer o poder do lembas, fingiu-se de doente para conquistar a boa vontade do Elfo e conseguir o poderoso lembas.
Fingir doença, dizem. Calúnia! O nosso cliente, assim como todos os outros que viveram em Bar-en-Danwedh, foram curados por Beleg e tratados igualmente, de acordo com suas necessidades. Além disso, era o mínimo que o elfo poderia ter feito depois de Mîm ter, mesmo a contragosto, permitido sua estadia no Bar-en-Danwedh.
Outro que não se pode ignorar é o fato de que Mîm, após Túrin ter matado Glaurung, foi até Nargothrond e se fez dono do Reino e de suas riquezas. Fazendo-se dono de bens que não lhe pertenciam.
Talvez a atitude de Mîm tenha sido despropositada, mas não injustificada. Ele estava apenas tomando de volta o que pertencia a seu povo muito antes da chegada de Felagund. Além disso, independente de Nargothrond ter sido um reino rico ou não, quem, vivendo nas mesmas condições do nosso cliente, não teria se escondido no primeiro lugar relativamente seguro que encontrasse? Eram tempos funestos, e o inimigo estava em todo o lado, à espreita, por detrás de toda a rocha, em cada curva da estrada. Seja Nargothrond, seja Belegost, seja Bar-en-Danwedh ou seja um buraco no chão, Mîm teria se escondido em qualquer um, desde que se apresentasse seguro para ele.
Mas e sobre a sua morte em Nargothrond, nem uma palavra? Depois de uma vida de sofrimento, é abatido por um "nobre" rei dos Homens, Húrin, em busca de vingança cega. No culminar da sua vida, a prova de como a Maldição de Morgoth teve um efeito nefasto sobre o Anão. Será que ele teria feito a traição não fosse ela? Não poderemos dizê-lo ao certo, nem queremos insinuar que isso lhe retira toda a culpa. Mas pensem nisso. Não terá tido certamente uma influência?
Postas as coisas desta forma, peço que o júri analise com atenção todos os aspetos desta discussão, e veja como as atitudes de Mîm, ainda que reprováveis, foram condicionadas por fatores que estava fora do seu alcance impedir, e que nunca quis sobre si: a situação impossível da sua raça, as atitudes rebuscadas daqueles que o rodeavam, e que raro o beneficiaram, a Maldição de Húrin... Além disso, embora alguns dos seus atos não tenham sido honrosos, visaram sempre a sua segurança e o direito de legítima defesa.
Exelente! Muito bom mesmo!!!!
A caoisa la vai indo muito bem, mas com uma certa vantagem pra defesa... a acusação agora vai ter que rebolar....
Muito legal!!!
Ô gente... Eu tou aqui a segurar-me para não fazer posts de contra-argumento... Eu fiz um no outro julgamento e pediram-me para não repetir (acho! ), mas eu gostava mesmo de dar a minha opinião!
Bem, a acusação vai ter sim que rebolar, mas sinceramente, não vejo muita dificuldade...Algumas coisas citadas pela própria defesa pode ser usada contra ela...Se o pessoal da acusação for perspicaz, quem sabe né?!
Bem, a acusação vai ter sim que rebolar, mas sinceramente, não vejo muita dificuldade...Algumas coisas citadas pela própria defesa pode ser usada contra ela...Se o pessoal da acusação for perspicaz, quem sabe né?!
É exactamente o que eu penso! Acho que a defesa foi melhor do que a acusação, mas existem várias coisas a apontar na defesa! Eu queria aponta-las, mas não sei se é permitido... espero a resposta de alguém da organização!
Foi um bom começo de ambas as Bancas. Há uma pequena vantagem para a Defesa, a meu ver, com a argumentação e explanação do perfil da vida do Acusado.
Agora que a Acusação tem o primeiro movimento da Defesa, veremos como eles se sairão na próxima apresentação de seus argumentos...
Quanto aos comentários, podem ser feitos, desde que não colaborem ou atrapalhem uma das Bancas. Elogios são aceitos em ambos os casos, mas sem desprestigiar o trabalho que está sendo desenvolvido.
Indicações e prêmios, devem ser analisados para ver o merecimento deles, ok? Nada contra de minha parte, mas lembrem-se que isso pode atrapalhar em vez de ajudar os envolvidos!! ¬¬
Esse é o problema... O que eu queria comentar, talvez pudesse ser usado pela acusação! Por isso não falei!
Húrin disse:
Indicações e prêmios, devem ser analisados para ver o merecimento deles, ok? Nada contra de minha parte, mas lembrem-se que isso pode atrapalhar em vez de ajudar os envolvidos!! ¬¬
Não me referí à uma premiação em particular. Dar os prêmios cabe a cada um, mas é preciso ser justo com todos os envolvidos, assim penso. Mas, cada um sabe o que faz, e não estou aquí para moderar nem ser a consciencia de ninguém...
Se a pessoa julgar mesmo merecedor, desconsidere esse meu conselho!
Eu sei que é proibido... Infelizmente!
Mas, sigam o meu raciocínio:
Num julgamento, é comum os advogados procurarem testemunhos para apresentarem! Não se poderia usar esses testemunhos no fórum!? Se pedissem uma opinião à pessoa x, eles escolhiam uma ou duas testemunhas e estas podiam comentar...
Bem... Isto parece mais uma forma de aumentar as equipas!
Me espanto ao ver a vitimização de uma criatura tão vil como foi Mîm. Da mesma maneira, poderíamos considerar os orcs injustiçados, pois sofriam sem dúvida tormentos horríveis nas mãos de seus senhores. E, no entanto, sequer se pensa em inocentar um orc por suas maldades.
Quando Mîm foi capturado pelos proscritos de Túrin, eles o confundiram com um orc. Ele de fato não o era, mas suas ações definitivamente são dignas do mais vil orc que possa existir. Traiu aqueles que o protegiam: pois não fosse pela presença dos guerreiros de Túrin, o Vale do Sirion estaria repleto de orcs da pior espécie, que logo teriam descoberto o anão e o aprisionado. Mas o pior de seus atos não foi este, mas sim a traição de Túrin. Pois Mîm, em sua perfídia, vendeu o único homem que lhe era amigável: o homem que salvara sua vida do ódio de seus guerreiros, o homem que conversava com ele, que compadeceu-se da morte do filho, Khîm.
A defesa se preocupa continuamente com o caráter dos proscritos que acompanhavam Gorthol. Mas não são estes homens que estão sob julgamento. Mas sim aquele que os traiu, e condenou a todos à morte, e a Túrin a tormentos certamente piores nas mãos do Sinistro Inimigo do Mundo. Além do mais, a traição deles abriu para Mîm uma rota bem confortável: a possibilidade final de viver em Nargothrond, apossando-se dos tesouros dos finados reis daquela terra, muitos tesouros dos quais haviam sido trazidos de Valinor por Finrod Felagund, e sobre os quais Mîm não exercia direito algum.
Meu caro Thalion se esforçou bem para ressaltar o fato de que a vida do anão era uma vida sofrível. No entanto ele também condena os proscritos de Dor Cúarthol, se esquecendo que eles passaram por tormentos piores: suas famílias foram mortas ou escravizadas nas Nirnaeth Arnoediad, suas casas incendiadas e suas terras, roubadas. E os Noegyth Nibin foram expulsos pelos seus parentes anões anos atrás. No entanto, que motivos teriam eles para expulsá-los de suas terras? A única explicação que me surge à cabeça é de que os anões-pequenos em geral devem apresentar um comportamento similar ao de Mîm: dissimulado e oportunista, comportamento, por assim dizer, "de orc".
Defesa disse:
Eu podia discutir indignadamente sobre o fato de a acusação não ter mencionado que o Anão quis que Túrin fosse libertado, mas já sabemos que qualquer demonstração de "humanidade" por parte do anão foi ignorada pelos nossos colegas, então adiante.
Exatamente. Independentemente da vontade de Mîm, Morgoth queria Túrin vivo. Caso contrário, o herdeiro da Casa de Hador teria sido morto.
E é de se espantar que, em tempos funestos e com inimigos por todos os lados, o réu faça negócios com servos do Inimigo do Mundo acreditando que a palavra destes sejam cumpridas. Mas alguns tem por característica confiar em seus iguais.
Além disso, ao trair o filho de Húrin o réu cometeu não apenas um, mas dois crimes hediondos: condenou um homem que o enxergava como amigo a tormentos horríveis nas garras de Morgoth, e, ao associar-se com orcs invasores, permitiu a resolução da vontade do Senhor do Escuro.
O fingimento da doença é, além de um ato vil e egoísta, visto que o lembas era recurso não-renovável, uma falsidade sem tamanho. É notória a resiliência e robustez de todos os anões contra doenças em geral, mesmo os mirrados Noegyth Nibin. Mas Mîm (e seu filho Ibûn) eram notórios conhecedores da arte da sobrevivência nos ermos: mais do que capazes de conter uma doença com o conhecimento sobre ervas e raízes que crescem nas regiões selvagens.
A defesa tenta incessantemente inocentar Mîm por atos indevidos, e a ocupação dos salões de Felagund é um destes. Mas lembremos das palavras do anão a Húrin Thalion, quando estes se encontraram em Nargothrond:
- Quem é você - disse, porém, Húrin -, que pretende me impedir de entrar na casa de Finrod Felagund?
- Sou Mîm - respondeu o anão -, e antes que os altivos chegassem do outro lado do Mar, os anões já haviam escavado os salões de Nulukkizdîn. Só voltei para tomar o que é meu, pois sou o último de meu povo.
Tanto a afirmação que Mîm estaria buscando um lugar segura quanto a de que os tesouros ali lhe pertenciam são falsas: por primeiro, quem em sã consciência vai em direção ao covil conhecido de um dragão, buscando segurança? Sem contar que Amon Rûdh era um lugar seguro até ser denúnciado ao orcs pelo próprio réu. E segundo, os tesouros ali contidos eram de direito pertencentes a Galadriel, filha de Finarfin. Eles foram dados a seu irmão como símbolo da amizade entre o povo de Nogrod e Belegost e o rei Finrod Felagund, e, pela lei, eram dela, não de um anão dissimulado e oportunista, último de uma raça que há muito não exercia direito algum sobre os salões de Nargothrond.
Defesa disse:
Mas e sobre a sua morte em Nargothrond, nem uma palavra? Depois de uma vida de sofrimento, é abatido por um "nobre" rei dos Homens, Húrin, em busca de vingança cega. No culminar da sua vida, a prova de como a Maldição de Morgoth teve um efeito nefasto sobre o Anão. Será que ele teria feito a traição não fosse ela? Não poderemos dizê-lo ao certo, nem queremos insinuar que isso lhe retira toda a culpa. Mas pensem nisso. Não terá tido certamente uma influência?
Um ato realmente cruel, perpetrado em meio ao desespero de quem sabia que sua família estava destruída e que o Anão que ali se encontrava, deleitando-se no tesouro alheio, havia tomado parte nessa destruíção. Podemos dizer que, apesar de cruel, não foi um ato injustificado, pois qual é o pai que ama seu filho e o ver sendo traído não tentará vingança contra seu traidor? Mas Húrin não é o réu, e disso não se pode esquecer.
Disso concluímos que a defesa tenta desviar a atenção do juri ao réu. Pois não são os atos contra Mîm que estão sendo julgados e sim os tenebrosos atos por ele perpetrados.
Ademais, a defesa tenta atenuar os feitos terríveis de Mîm, dizendo que ele foi apenas mais uma vítima da Maldição que pairava sobre a Casa de Húrin. Contudo, isto não poderia ser mais longe da verdade. Mîm não era uma vítima: mas sim um instrumento para a maldição terrível: seus atos fizeram com que o propósito de Morgoth pairasse com mais força sobre Túrin, e no final teriam gerado apenas proveito para o próprio anão, que viveria o resto de sua vida em paz e conforto entre os salões abandonados de Nargothrond, não fosse por Húrin, que dispensou a devida vingança da Casa de Hador sobre o anão traiçoeiro. Tudo isso a despeito da morte de seus dois filhos e do fim inevitável de sua raça e linhagem, um fato que não parecia preocupá-lo muito após o ocorrido: sua ira pela morte de Khîm teria sido aplacada por uma pilha de ouro, assim como outra pilha foi suficiente para apagar da memória os seus dois filhos.
Defesa disse:
A bem da verdade, essa é uma história que achamos mal contada. Como dito antes, há mais que uma versão sobre o ocorrido, e uma delas não é tão implacável para com Mîm. Quem registou estas histórias não foram Elfos e Homens? Quem nos diz que não optaram propositadamente pelo cenário mais grave? O fato de normalmente omitirem a segunda história dá ideia que sim.
Há uma consideração final em relação a citação acima. Pois optamos pelo relato mais longo e detalhado dos fatos. E é certo que o poeta Dírhavel reuniu todas as informações disponíveis para compor o Narn I Hîn Húrin. Os relatos "menos graves", nos quais a defesa faz o mesmo ato pelo qual nos acusou, não parece nada além do que variações e/ou resumos da história. E devo dizer que se esse trecho merecesse maior credibilidade ele deveria estar na parte principal do texto e não reduzido a uma nota de rodapé.
O "rebate" foi excelente!!!! A única coisa q acho q pecam é a mania de falar em primeira pessoa! "me espanto ao ver".... deveria ser algo como "nos espanta notar" ou "a acusação se espanta" sei lá rsss
Mas o contexto ficou melhor do que a acusação em si (mas eu acho mais fácil rebater q começar então nem critico!)
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