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Cite um trecho do livro que você está lendo! [Leia o 1º post]

  • Criador do tópico Criador do tópico Anica
  • Data de Criação Data de Criação
--- (...) Separei-me daquela mulher.
--- De Maria Nicoláievna? Mas por quê?
--- Oh, era má mulher! Deu-me uma série de desgostos...
Não disse, porém, que espécie de desgostos. Não podia dizer que a deixara porque ela fazia um chá muito fraco (...)

Ana Karênina
 
46

"No gesto mágico, duas vezes nua. João se contém para, de mão posta, não cair de joelho. Quem vê uma mulher nua já viu todas? Aí se engana, cada uma é todinha diferente. Ah, que bom, aprender tudo outra vez. "-Pág.-38- Ah,é?-Trevisan, Dalton. Editora Record.1.Ficção brasileira.
 
He himself was not sure what had just happened, but then he realised that he had gotten semen on the lower part of her slip.
"I'm sorry", he said. "I wasn't planning to do that."
"Don't apologize", she said cheerily. "I can rinse it right off. It's just the usual stuff. I'm glad it's not soy sauce or red wine!"

Murakami, 1Q84.
 
A primeira frase do Andar do Bêbado, do Mlodinow, deu uma baita ânimo pra continuar lendo:

Alguns anos atrás, um homem ganhou na loteria nacional espanhola com um bilhete que terminava com o número 48. Orgulhoso por seu “feito”, ele revelou a teoria que o levou à fortuna. “Sonhei com o número 7 por 7 noites consecutivas”, disse, “e 7 vezes 7 é 48.”
Muito bom.
 
ambos da Arte e Letra: Estórias J

A única coisa que as mulheres fazem rapidamente é brigar. A mais meticulosa delas, acostumada, nas suas ocupações de toilete, colocar o chapéu até o espelho suar frio, no momento de uma briga se veste com a velocidade de um mágico provinciano.

O bebê, de Arkady Bukhov

ri horrores com esse conto onde deixam um bebê com um cara q tinha encontro marcado naquela hora. excelente!

Quando os meninos aprendem um palavrão, eles não ficam satisfeitos enquanto não o escrevem em uma porta. E isso também é Literatura.

O Riquixá Fantasma, de Rudyard Kipling
 
CONFISSÃO

Se não a vejo e o espírito a afigura,
Cresce este meu desejo de hora em hora...
Cuido dizer-lhe o amor que me tortura,
O amor que a exalta e a pede e a chama e a implora.

Cuido contar-lhe o mal, pedir-lhe a cura...
Abrir-lhe o incerto coração que chora,
Mostrar-lhe o fundo intacto de ternura,
Agora embravecida e mansa agora...

E é num arroubo em que a alma desfalece
De sonhá-la prendada e casta e clara,
Que eu, em minha miséria, absorto a aguardo...

Mas ela chega, e toda me parece
Tão acima de mim... tão linda e rara...
Que hesito, balbucio e me acobardo.

Manuel Bandeira, A Cinza das Horas.
 
"Pois querer mudar meu destino seria como querer mudar a cor dos meus olhos."

O Palácio de Inverno - John Boyne
 
"Foi em princípio este pensamento, que ecoava tão estranhamente "O Corvo" de Edgar Alan Poe, que lhe trouxe a percepção exata do q estava ocorrendo,da situação que se metera, e um terror pleno e irracional engolfou-a de repente. " Jogo Perigoso ~ Stephen King
 
Vou citar o livro que eu estava lendo...
Até desistir dele.

Todas as citações são ipsis litteris: as vírgulas excessivas, as frases truncadas ou pela metade, sem fazer sentido, os erros tipográficos evidentes e mesmo os erros gramaticais -- tudo o que houver de aberrante nestas citações está lá no livrinho.

Há cerca de dez mil anos atrás [a primeiríssima frase do livro já prenunciava a catástrofe!], após a fusão das geleiras continentais, começaram a instalar-se na vasta região de florestas e lagos, entre, o Lago Ladoga e os Golfos da Finlândia e de Bótnia, povoações[...] (p. 1)

A expansão da colonização sueca nas regiões costeiras da Finlândia expandiu-se talvez do século nove ao século catorze. (p. 2, grifo nosso; atentem para a falta de critério ao escrever o século por extenso só neste ponto da obra.)

A luta pelo poder, que Gustavus Vasa, passou os Ducados para o nome de seus filhos. João recebeu o Ducado da Finlândia, que correspondia à parte sudoeste do país, onde, durante curto período, esteve à frente do que constituiu importante corte renascentista no Castelo de Turku tal fato deteu [sic!] as tentativas de centralização. (p. 34-35)

E foi aí que eu parei, na página 35.
Basicamente, não há um único parágrafo sem um erro de alguma natureza.
A tradução é de segunda mão (feita a partir da versão em inglês), e com essa quantidade absurda de erros grotescos, perdi completamente a confiança no livro, de modo que me vejo, muito a contragosto, obrigado a interromper a leitura e tentar passar o livro adiante para qualquer infeliz que o quiser.



Ah, sim. O livro é "Breve história da Finlândia", de Matti Klinge, editora Otava. A péssima tradução desse trecho inteiro deve-se ao gênio de Wamberto Hudson Ferreira e Carlos Eduardo Guedes.
 
"Era velho um pouco, é verdade; mas por não ter nunca comandado, nessa matéria ele podia despender toda uma energia moça."

Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto
 
Seu Sabino ligando para a secretária:

"-- Dona Noêmia, faz o seguinte: daqui a meia hora, a senhora marca no relógio, daqui a meia hora, a senhora vem. Apanhe um táxi e vem. Eu espero você.
Misturara o tratamento de "você" e "senhora" e a chamara de "meu anjo". Quando d. Noêmia deixou o telefone, sofreu uma espécie de vertigem, de náusea. Apoiou-se na mesa. Tinha que comprar antes uma calcinha."

"O casamento", Nelson Rodrigues.
 
Não estou lendo o livro que citarei, já li. A questão é que ontem eu queria lembrar uma frase do Franzen, e precisei pegar o livro para encontrá-la, aí acabei relendo um dos melhores trechos do livro Como ficar sozinho:

"Um fenômeno relacionado a esse é a transformação, graças ao Facebook, do verbo "curtir", que deixa de descrever um estado de espírito e passa a designar um ato que desempenhamos com o mouse: deixa de ser um sentimento e vira uma opção de consumo. E curtir é, no geral, o substituto da cultura comercial para amar. A característica mais notável de todos os produtos de consumo - sobretudo dos aparelhos eletrônicos e aplicativos, - é o fato de terem sido projetados para ser bem curtíveis. Essa é, na verdade, a "definição" de um produto de consumo - em contraste com o produto, que é apenas aquilo que é e cujos fabricantes não estão preocupados se vamos ou não curti-lo. Estou pensando nos motores de aviões a jato, nos equipamentos de laboratório, na arte e na literatura em suas manifestações mais sérias.

Mas, se pensarmos nisso em termos humanos e imaginarmos uma pessoa definida pela ansiedade de ser curtida, o que temos aí? Temos uma pessoa sem integridade, sem um centro. em casos mais patológicos, temos um narcisista - alguém incapaz de tolerar que sua autoimagem seja manchada pela possibilidade de não ser curtido e que portanto ou se afasta do contato humano ou se dedica a sacrifícios cada vez mais extremos da própria integridade com o intuito de ser curtido.

Se uma pessoa, no entanto, dedica sua existência a ser curtível e passa a encarnar um personagem bacana qualquer para atingir tal fim, isso sugere que perdeu a esperança de ser amado por aquilo que realmente é. E, se tiver êxito na tentativa de manipular os outros para que seja curtido, será difícil que, em algum nível, não se sinta verdadeiro desprezo por aqueles que caíram em seu embuste. Tais pessoas existem para que nos sintamos bem em relação a nós mesmos, mas que bem podem nos fazer se não as respeitamos? Podemos ficar deprimidos, descambar para o alcoolismo ou, no caso de Donald Trump, concorrer à presidência (e depois desistir).

Os produtos tecnológicos de consumo nunca fariam algo tão desestimulante, pois não são pessoas. São, no entanto, grandes aliados dos narcisistas, a quem facilitam a vida. Além de saírem da fábrica com a ansiedade de ser curtidos, têm incorporada a ansiedade de nos causar boa impressão. Nossas vidas parecem muito mais interessantes quando filtradas pela interface sexy do Facebook. Estrelamos nossos próprios filmes, fotografamos incessantemente a nós mesmos, clicamos o mouse e uma máquina confirma a sensação de que estamos no comando. E, já que nossa tecnologia é apenas uma extensão de nós mesmos, não precisamos desprezar suas manipulações, como faríamos no caso de pessoas de verdade. É um movimento circular sem fim. Curtimos o espelho e o espelho nos curte. Ser amigo de uma pessoa significa apenas incluí-la em nossa lista particular de espelhos elogiosos.

Talvez eu esteja exagerando um pouco. Provavelmente vocês estão cansados de ver as mídias sociais desrespeitadas por cinquentões rabugentos. Meu objetivo aqui é estabelecer um contraste entre as tendências narcisistas da tecnologia e o problema do amor verdadeiro. Minha amiga Alice Sebold gosta de falar em "cair no fosso e chafurdar no amor". Ela tem em mente a sujeira que o amor inevitavelmente espirra no espelho do nosso respeito próprio. O fato é que a tentativa de ser perfeitamente curtível é incompatível com relações amorosas. Mais cedo ou mais tarde, por exemplo, você se verá envolvido numa briga horrível, aos berros, e ouvirá saindo da sua boca palavras de que não gosta, coisas que estilhaçam sua autoimagem de pessoa justa, gentil, bacana, atraente, controlada, divertida e "curtível". De repente, surge algo mais real que a curtibilidade e você se vê levando uma vida real. De repente, existe uma escolha verdadeira a ser feita, não uma falsa escolha de consumidor entre BlackBerry e iPhone, mas uma pergunta: Eu amo esta pessoa? E para a outra pessoa: Ela me ama?. Não existe a possibilidade de "curtir" todas as partículas de uma pessoa real. É por isso que um mundo de curtição é, no limite, uma mentira. Mas é possível "amar" cada "partícula" de uma pessoa real. É por isso que o amor representa tamanha ameaça existencial à ordem tecnoconsumista: ele denuncia a mentira."

Trecho de "A dor não nos matará", capítulo do livro "Como ficar sozinho", de Jonathan Franzen ♥.
 
Esse livro é um romance? Ou nele estão reunidas várias crônicas?
É um livro de ensaios, Gabriel. Mas quando se trata de Franzen, a linha que separa a ficção do autobiográfico, o romance do ensaio, é quase inexistente. Ele faz ensaios como quem faz romance, e faz romance como quem faz ensaios.
 
A ideia apenas escolhe o cabo: pertence ao homem a liberdade de completar o machado. E usá-lo!

A solidão física pode ser remediada, mas, como estado de alma, constitui uma moléstia incurável.

Sempre me maravilhei com a capacidade que têm os gregários farristas de fim de semana de encontrar quase imediatamente, por um método de todo empírico mas nem por isso menos preciso, um denominador comum de embriaguez ao qual todos se apegam com lealdade antes de descerem em conjunto para o nível seguinte.

Perfeição e outros contos - Vladimir Nabokov
 
Mas que haveria depois do universo? Nada. Mas haveria qualquer coisa em torno do universo para mostrar onde terminava, antes do lugar onde começava nada? Podia não ser uma parede, mas podia ser uma linha fininha, muito fininha em torno de todas as coisas. Era algo imenso, pensar em tudo e em todos os lugares.


Retrato do Artista Quando Jovem. Eu não gostei muito de Dublinenses não, mas não desanimei e prossegui. Tou fascinado por esse livro. E, pelo menos até agora, eu não odiei o Stephen, pelo contrário...
 
“Quase vinte anos depois, em setembro de 1999,viajamos juntos à Itália. No vôo para Milão, embarcam também os jogadores Ronaldo, Marcos Assunção, Antônio Carlos e Cafu. A este último Lula deu convincente aula sobre as causas da fome no Brasil. Uma passageira veio cumprimentá-lo:

- Espero que da próxima vez o senhor seja eleito. E virando-se para mim:

-E que o senhor tenha um bom cargo.Sem sono, Lula entregou-se à leitura de Câmara Cascudo. Reparei que não tirara os sapatos:

-São novos- justificou-se. - Tenho medo de no desembarque não entrarem no pé”

Pág.70 e 71 -A mosca azul- Reflexão Sobre o Poder/Frei Betto-Editora Rocco/Ciências Sociais/política e governo.
 
"Quando você tem medo e faz mesmo assim, isso é coragem."

"Teias de aranha só precisam ser grandes o bastante para apanhar moscas."

Coraline - Neil Gaiman
 
O velho pensava no mar como sendo la mar, que é como lhe chamam em espanhol quando verdadeiramente o querem bem. Às vezes aqueles que o amam lhe dão nomes vulgares, mas sempre como se fosse uma mulher. Alguns dos pescadores mais novos, aqueles que usam boias como flutuadores para as suas linhas e têm barcos a motor, comprados quando os fígados dos tubarões valiam muito dinheiro, ao falarem do mar dizem el mar, que é masculino. Falam do mar como de um adversário, de um lugar ou mesmo de um inimigo. Entretanto, o velho pescador pensava no mar sempre no feminino e como se fosse uma coisa que concedesse ou negasse grandes favores; mas se o mar praticasse selvagerias ou crueldades era só porque não podia evitá-lo. “A lua afeta o mar tal como afeta as mulheres”, refletiu o velho.

O Velho e o Mar
 

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