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Cite um trecho do livro que você está lendo! [Leia o 1º post]

  • Criador do tópico Criador do tópico Anica
  • Data de Criação Data de Criação
"Arnaldo aproximou-se do velho e pôs-lhe a mão no ombro:
— Tu que viveste longos anos, e conheces todos os segredos dos homens, deves saber também o que eu desejo.
— Fala; tudo quanto a desgraça ensina ao pecador, eu o sei.
— Se um homem quiser roubar-me o bem que me pertence, e que faz toda a minha felicidade, posso matá-lo, sem tornar-me assassino?
O velho Jó ergueu-se de chofre e completamente transfigurado. As cãs erriçaram-se no crânio e os olhos saltaram-lhe das órbitas.
— Por ouro, filho, não derrames nem uma gota de sangue de teu irmão; porque essa gota basta para manchar todo o tesouro e torná-lo maldito."
(O Sertanejo - José de Alencar)
 
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Comecei a ler "Água fresca para as flores", de Valérie Perrin, agora, e já trouxe uma citação para vocês. Primeiro capítulo já começa destruidor. Alguém, no Twitter, falou que estava lendo este livro. Achei o título lindo, digitei no google, vi a capa (linda!) e pensei: "já que todas as minhas 'leituras atuais' estão emperradas, preciso dar uma conferida nisso aí". Amei a capa e, claro, amei o fato de encontrar um jeito de ler o trem. Como eu disse, tô na "primeira página" e o negócio já começou bom demais da conta. Espero não me decepcionar.​
 
"Homens uivavam atrás dele enquanto a barricada caía e os franceses se derramavam num enxame por cima dos restos dela, entrando na cidade. Então Hook entendeu como os cervos se sentiam quando os cães estavam em cada moita, homens batiam no mato baixo e flechas zumbiam entre as folhas. Frequentemente havia imaginado se um animal poderia saber o que era a morte. Eles conheciam o medo, conheciam o desafio, mas para além do medo e do desafio vinha o pânico que esvaziava as tripas, os últimos instantes de vida enquanto os caçadores se aproximam, o coração dispara e a mente resvala freneticamente. Hook sentiu esse pânico e correu."
(Azincourt - Bernard Cornwell)
 
"Com frequência, pensamos que, no amor, encontraríamos a parte que supostamente nos falta, a parte que nos livraria da nossa própria falta, a parte que nos preencheria. No entanto, no amor, o que se experiencia é o contrário. Quando amamos alguém, nossa falta tende a ser duplicada. Ao encontrar um amor, a gente não encontra a parte que nos faltava até então. A gente encontra a metade que fará falta a partir dali. Mira-se no amor, acerta-se na solidão!"

(A gente mira no amor e acerta na solidão — Ana Suy).​
 
"-Depois de uma grande tragédia e atribulação, você está tentando reconstruir a si mesmo e a sua vida. A dor da separação está gerando infelicidade, e você está insistindo em conflitos passados, viajando com remorsos. Você trabalha com artes performáticas de alguma espécie – ator? músico? – e seu trabalho lhe oferece abundância, mas isso está se deteriorando à medida que você se move para uma direção diferente." - A Estrada da Cura - Neil Peart

Quando li isso, lembrei na hora do @Eriadan e do @Béla van Tesma , e da "polemica" sobre atividade mais intelectual ou performática no tópico Adivinhe quem sou eu rs
 
"Então não sabe, D. Firmina, que eu tenho um estilo de ouro, o mais sublime de todos os estilos, a cuja eloquência arrebatadora não se resiste? As que falam como uma novela, em vil prosa, são essas moças românticas e pálidas que se andam evaporando em suspiros; eu falo como um poema: sou a poesia que brilha e deslumbra!"
(Senhora - José de Alencar).
 
"Seus olhos fixaram-se no tronco nu de Amhal. O desenho dos músculos dos ombros, a quase invisível maranha de cicatrizes nas costas, o ventre firme e sarado. Sentiu-se perturbada sem entender o motivo, enquanto um estranho fogo se espalhava dentro dela. Gostava de vê-lo, e aquilo fazia com que se sentisse bem e mal ao mesmo tempo."
(Lendas do Mundo Emerso Vol. I: O Destino de Adhara - Licia Troisi)

:hanhan:
 
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Reinvenção da intimidade: Políticas do sofrimento cotidiano, de Christian Dunker. 🥰

Até agora, baita livro! Provavelmente, fará companhia aos inúmeros livros que comecei a ler e não terminei*, mas é muito bom.

*Não tô conseguindo engatar uma leitura. Tô tentando uma releitura (A Biblioteca da meia-noite), mas também está difícil.​
 
Aain tem que ver isso aí.
Não é possível não engatar uma boa leitura. :(

É essa vida de magistério aí que te consome.
Tem que aproveitar o "Enem de concurso público" que vão abrir ano que vem rs.
 
"Adhara teria gostado de rezar, mas não tinha um deus ao qual recorrer. Depois de tudo que havia acontecido, Thenaar e os demais pareciam-lhe meros simulacros com os quais os homens justificavam a própria loucura."
(Lendas do Mundo Emerso Vol. 2: Filha do Sangue - Licia Troisi).
 
Esqueci de trazer dois trechos de Memorial de Maria Moura que eu adorei:

"Prendia o olhar na Virgem Imaculada mas, de repente, me vinha à lembrança tudo que se passava naquele quarto e um rubor ardente me cobria o rosto. [...] Recorri à minha disciplina de padre, apelei para o Credo como o recitava no altar, em latim: Credo in unum Deum, Patrem Omnipotentem... Et in Jesum Christum Filium ejus unigenitum [...] Credo, credo, credo!"

"O homem feliz é o que não tem passado. O maior dos castigos, para o qual só há pior no inferno, é a gente recordar. Lembrança que vem de repente e ataca como uma pontada debaixo das costelas, ali onde se diz que fica o coração. Alguém pode ter tudo, mocidade, dinheiro no bolso, um bom cavalo debaixo das pernas, o mundo todo ao seu dispor. Mas não pode usufruir nada disso, por quê? Porque tem as lembranças perturbando. O passado te persegue, como um cão perverso nos teus calcanhares. Não há dia claro, nem céu azul, nem esperança de futuro, que resista ao assalto das lembranças".
 
não sou um morto qualquer, em todo caso, mas sou um morto medíocre, porque não fiz nada de grande durante a minha toda existência a não ser viver minha pobre vidinha igual à existência do meu pai e de minha mãe. nunca tive irmãos nem irmãs, só os genitores, mas me retirei da frente deles e fui viver minha miséria longe, muito longe, para que ninguém pudesse ver minha mediocridade. [...]

o sonho não me vem mais nem virá mais, nenhum sonho dentro do sono que não vem nem virá: fico pensando como será, não haverá mais futuro nem presente nem passado, não haverá mais nada: lembro-me quando estudava ‘En Attendant Godot’, de Samuel Beckett, que me ajudou a ser ateu pelo resto da vida. eu, esperando um Godot que não vem, e se eu fosse como aquele que espera sempre alguém que nunca vem? [...]

não lembro o meu nome, também para que vou querer saber o meu pobre nome com que sonhei tanto espalhá-lo por toda a face da Terra? [...] nesta existência sonhei muito com tudo, meu inconsciente sonhou com muitas coisas, mas nunca consegui ser o que queria ser, um grande poeta conhecido e célebre: fiquei quase virgem até agora: o esquecimento me consome, esqueço-me sempre de tudo, de cada coisa que foi me acontecendo nesta vida.


[do conto A Noite, do livro O Velho Moço e outros contos, Ricardo Guilherme Dicke]
 
"Tinham-se juntado à multidão de pessoas que entrava na cidade pela porta principal. Era um amontoado de desesperados. Havia rostos desfigurados por chagas imundas, crianças abandonadas inertes nos braços das mães, aleijados.
– Eis os frutos da guerra – comentou Shyra, com desprezo."
(Lendas do Mundo Emerso Vol. 3: Os Últimos Heróis - Licia Troisi)
 

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