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Diário Literário

Logo mais as entregas serão feitas por drones e robôs inteligentes, daí vocês não precisam mais se preocupar com nada :hxhx:

DESDE QUE não sejam programados pra serem uma reprodução ainda pior de um serviço ruim já feito por humanos como soltar a encomenda numa altura inadequada e fazê-la cair e espatifar (algo que infelizmente eu esperaria vindo dos Correios), entrar por uma janela aberta sem respeitar a privacidade entre outas coisas...
 
Estou lendo o náufrago, do Thomas Bernhard. Um livro interessantíssimo sob vários aspectos, mas, nossa, como irrita esse monte de "pensei" que aparece a todo momento. Parece uma bobeira, mas deu uma boa broxada na experiência de leitura.
 
Que horror. É claramente de propósito, para atingir algum objetivo que me escapa (não sei do que trata o livro etc.). Mas que é xaropão de ler, é. Não me deu vontade nenhuma.
 
Estou lendo o náufrago, do Thomas Bernhard. Um livro interessantíssimo sob vários aspectos, mas, nossa, como irrita esse monte de "pensei" que aparece a todo momento. Parece uma bobeira, mas deu uma boa broxada na experiência de leitura.
Também tenho minhas ressalvas à escrita do Bernhard, mas acho que decorrem não de um ou outro artifício específico, mas do conjunto desses artifícios com a narração extremamente raivosa, grandiloquente e egomaníaca.

Para mim, o grande valor do Bernhard foi ter encurtado o caminho até o Sebald, que toma emprestados alguns artifícios (sobretudo na forma de narrar), e que inclusive usa "disse, disse" ("disse Marie, disse Austerlitz"), mas que fala sobre os outros de forma muito mais empática, e de si mesmo de forma mais depreciativa e auto-irônica.

Outro dos meus autores preferidos, o Roberto Bolaño, também era admirador confesso do Bernhard, cuja forma de escrever foi emprestada para o Noturno do Chile - que, ironicamente, é um dos únicos dele que eu ainda não me animei a ler.
 
O Noturno do Chile eu achei mais tranquilo de ler, embora o conteúdo do náufrago me prenda mais a atenção, por conta de todo o pano de fundo musical. O que está me incomodando mesmo é esse "pensei" e "disse, pensei" a todo momento. Não lembro de ter isso no Bolaño.
O resto, o fluxo intenso de pensamento que vai do começo ao fim numa tacada só, eu até gosto, acho representa bem nosso pensamento fugidio e irrequieto.
Sebald eu nunca li.
 
Eu ia reclamar que o nosso é o Paulo Coelho mas daí olhei o americano e dei uma risadinha por dentro. :hxhx:


Paulo Coelho foi traduzido para 80 idiomas... Isso é até bem fácil de superar, com um esforço coordenado. Qualquer fundação ou pessoa milionária que não saiba onde torrar dinheiro poderia facilmente entrar em contato com editoras em dezenas de países e pagar pela tradução/publicação de alguma outra obra nacional, de estilo simples também, para não borrar o tradutor de medo. Um Graciliano Ramos, um Fernando Sabino. Nada que uns milhõezinhos não resolvam, em prol da cultura :timido:

Muito provavelmente o cientologista charlatão fez isso aí mesmo, pra se divulgar no mundo inteiro.
 
Última edição:
Diário literário,

Concluída a leitura do livro do Ciro, vou pra minha primeira leitura de Josué Montello. Muito animado pra ler o autor, boas expectativas. Só ainda não decidi se inicio pelo calhamaço "Os Tambores de São Luís" ou se vou de "Cais da Sagração".

Esta semana também concluiremos a leitura de Americanah, da Chimamanda, no Clube de Leitura. Pra mim, até aqui o livro foi bem mais ou menos. Em seguida, iniciaremos com Os Buddenbrook, do Thomas Mann. Vou elaborar o roteiro de leitura essa semana.
 
Quando cheguei do trabalho, dei início ao projeto "Reler Macbeth". (Eu amo a peça maldita!). Espero que seja uma leitura tranquila, guiada tão somente pelas encruzilhadas do texto literário. Quero, inclusive, ver se a releitura me ajuda a confirmar ou refutar uma intuição que tenho: a meu ver, TODA A PEÇA está sintetizada nesta fala das Três Feiticeiras: Fair is foul and foul is fair. Na minha tradução (que é interlinear), ficou: O belo é feio e o feio é belo*; e eu adoro a ambiguidade da coisa, porque ela resvala na noção de que "nada é o que parece", o que é matéria constituinte da peça. Mais do que isso, a fala carrega em si toda a complexidade da relação entre a verdade patente e a verdade latente.

*Acabou de me ocorrer que dá para estabelecer um intertexto entre a fala e este trecho de Tigresa, do Caetano Veloso: Me falou que o mal é bom e o bem cruel. (O que eu acho mais genial na letra da canção é que, se a gente olhar rápido, acaba pensando: "por que não tá escrito 'mau'?", mas a verdade é que, embora "mal" esteja perto de "bom", a estratégia de composição associa o "mal" ao "bem" [correto] e o "mau" ao "cruel". Caê do céu! 🥰).​
 

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