A duas semanas do GP, Interlagos corre para acompanhar o ritmo da F-1
As críticas de Bernie Ecclestone, em agosto, foram ouvidas em silêncio, sem resposta. “
O pior circuito da Fórmula 1”, disse o chefão da categoria sobre Interlagos. Ao menos o ataque ligou o sinal de alerta: a pista, que completou 70 anos em maio, precisa se modernizar. As mudanças para o próximo GP do Brasil, no dia 7 de novembro, ainda são tímidas, mas os administradores garantem que este é apenas o início de um “
projeto maior”. A menos de duas semanas da prova, São Paulo vai fazendo reparos e ajustes para receber pela 29ª vez o circo da F-1. Para que as críticas saiam da pista e deem lugar aos elogios, no entanto, o caminho ainda é longo.
Interlagos não recebe uma prova de automobilismo desde o dia 5 de setembro, quando foi palco da segunda etapa paulista da Stock Car. No dia seguinte, engenheiros, pedreiros e tratores invadiram o circuito e o transformaram em um canteiro de obras. Não a pista propriamente dita, que passou por uma grande reformulação em 2007 e é classificada pelos gestores como uma das melhores do mundo. O restante do circuito, no entanto, foi reparado, modificado ou feito de novo.
Neste tempo, Interlagos vem sofrendo três grandes intervenções, todas solicitadas pela FIA. O setor da Subida do Café ganha 221 metros de softwall, espécie de muro preenchido com espuma que amortece o impacto em caso de colisão. As faixas do percurso recebem uma tinta antiderrapante, que, principalmente em caso de chuva, mantém o mesmo nível de aderência do asfalto. A pista também terá grama artificial em alguns setores mais críticos para que os pilotos consigam frear e não derrapem. Em todos os casos, o trabalho de implantação ainda não está pronto.
Outras obras já foram ou ainda estão sendo feitas, como a troca da barreira de pneus, algumas das zebras, a pavimentação da área de escape da Descida do Lago (outro pedido da FIA) e o tratamento de alguns pontos do asfalto, como no S do Senna, desgastado após um provável derramamento de óleo durante algum dos eventos do ano. Engenheiro-chefe do GP, Luis Ernesto Morales afirma que todas as interferências buscam a evolução do autódromo.
- Estamos sempre requalificando, visando ao aumento de segurança. Se a gente não fizesse isso em um autódromo que tem 70 anos de idade, não teríamos corridas aqui, principalmente uma do nível da Fórmula 1. Não foi malfeito. Está evoluindo.
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