É, ficou foda mesmo.
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Infinite Jest é: o romance mais pretensioso das últimas décadas.
Infinite Jest é: o livro mais corajoso que você vai ler em muito tempo.
Infinite Jest é: incrivelmente tocante.
Infinite Jest é: delirantemente engraçado.
Infinite Jest é: sem-noção-mente grotesco.
Infinite Jest é: intelectualmente denso (pacas).
Infinite Jest é: comprido…
Infinite Jest é: definitivamente inesquecível.
Infinite Jest é: menor do que você esperaria, quando chegar no fim.
Infinite Jest é: o livro que definiu e quase pautou toda uma geração de escritores.
Infinite Jest é: um romance que vai mudar o que você acha dos romances.
Infinite Jest é: um romance que vai mudar o que você acha de vícios, amores, de perdas, de artes e dores, de sentimentos… da vida.
Infinite Jest é: Graça Infinita, e chega em novembro…
* * *
SRTA. HOOLEY: É tão medonho que chega a ser fascinante.
SR. VEALS: [Espirra duas vezes.] Uma porra de um pesadelo, meu.
SR. YEE: Uergah. Uergah uergah. Chupliff. Gaah. [Cai da cadeira.]
SR. TINE JR.: Crendiospai!
SR. TINE SR.: Chegado? Chegado?
SRTA. HOOLEY: O sr. Yee é epilético. Muito. Intratável. Aconteceu duas vezes na vinda de helicóptero. Estresse ou constrangimento acabam causando isso. Ele volta daqui a pouquinho. Só sejam naturais quando ele voltar.
SR. YEE: [Tacos sapateando nas lajotas de mosaico do piso do Anexo do Palácio do Governo] Akk. Gaah.
SR. TINE SR.: Jesus.
SR. TINE JR.: [Batendo com a régua na borda do tampo da mesa.] Jesusito Amado.
SR. TINE SR.: [Levantando, apontando a régua com uma vareta de meteorologista estendida.] Está certo, caralho. Me dá aqui essa merda. Dá aqui.
SR. TINE JR.: Mas, chefia…
SR. TINE SR.: Você me escutou, caralho. Você sabe que isso me enlouquece. Eu devolvo quando a gente acabar. Me deixa ensandecido. Sempre. Que que você tem com essa reguinha?
SRTA. HOOLEY: Vai voltar direitinho já-já. Nem vai lembrar do ataque. Só não comentem nada. A vergonha do comentário de alguém vai detonar tudo de novo. Por isso que foi duas vezes no helicóptero. Eu aprendi a duras penas.
SR. YEE: Splar. Kahk.
SR. VEALS: [Puxando catarro.] Pelamordedeus.
Falta pouco.
Quando a minha próxima coluna aparecer aqui, o nosso Graça Infinita já deve estar nas livrarias.
Eu li o livro em 2004/5 e, te juro, já li com um pedaço do HD matutando possíveis soluções de tradução. De lá pra cá, como já disse por aí, li praticamente tudo que o Wallace escreveu.
Logo quando sentei pra traduzir Graça Infinita (depois da proposta irrecusabilíssima do grande scefigno André Conti), eu estava mais preparado do que em qualquer outro projeto que já encarei. Eu vinha ensaiando a tradução do livro há anos. Intensamente.
Na minha trajetória, o livro do Wallace se imbrica com o Ulysses de vários jeitos. Primeiro, porque, depois de ler os comentários do grande Cassiano Elek Machado na extinta coluna Entre Linhas da Ilustrada, eu decidi dar uma chance ao romance porque, sério, naquele momento, ninguém mais me aguentava dizendo que o Ulysses era insuperável e que toda a prosa pós-Ulysses era tipo uma mosca tísica morta na sola da bota rangente de Leopold Bloom…
Sério.
Eu estava insuportável.
E decidi ver o que se andava fazendo de mais impactante. E qual não foi o meu susto! E com que felicidade…
Mais ainda, o convite pra fazer a tradução do Graça veio justo em cima do lançamento do Ulysses. Ou seja, saí de um e mergulhei quase direto no outro…
Na verdade, no Bloomsday de 2012 eu já tinha um documento aberto na pasta wallace da minha pasta etalii da minha pasta trabalho da minha pasta documentos…
A história das idas e vindas, de como caminhou, desandou e se encaminhou a tradução, ora, isso essa coluna já conta desde aquele ano de 2012. Agora é esperar pelo livro.
Mas não me custa aproveitar pra agradecer à Ciça Caropreso pelo trabalho dedicado, rápido e perfeito na preparação do original; ao Alceu Chiesorin pelo projeto gráfico mais incrível (minha opinião, ok?) que essa editora já fez; ao André, como sempre, por iniciar tudo; aos revisores e a todos os envolvidos no projeto.
E não me custa também te dizer uma coisinha. Que não sou só eu, por esses motivos meio pessoais não, tá? A crítica e os leitores por aí vivem invocando o Ulysses como termo de comparação pro Graça Infinita.
Aqui, agora, eu não me pronuncio.
Só te digo o seguinte: Graça Infinita tem uma tradução melhor no Brasil, quando menos porque, quando eu cheguei ao Wallace, Joyce (e o mestre Britto) já tinha me ensinado muita coisa.
Boa leitura.
vou comprar o e-book mesmo