Aí vai umas coisinhas pequenas que escrevi. Uma característica peculiar das minhas poesias é que as linhas são desconexas, individualmente ou duas a duas: cada uma (ou duas) é uma mensagem completamente isolada do resto, sempre em metáfora, então recomendo que parem pra pensar em cada linha fora do contexto. São críticas sociais, em maioria.
Bem, estas eram pra ser músicas (sou compositor. Um péssimo compositor
) que compus há alguns anos.
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"Revelação Mera
Crianças, Criados, Escravos do mundo
Não sabem o que podem fazer
Crianças, Escravos, Criados imundos
Só pensam em se proteger
A dança dos dados, um escravo mudo
Controlado pelo poder
Matança dos lados, jogados no fundo
Ilusão de se locomover
A morte criada, mera formação
Perguntando quem quer viver
A face oculta, gerando atração
Somos o que queremos temer
Assim que logo feita nossa função
Não há o que precisamos ter
Somos todos um, sagrada junção
Não temos nada a perder
Mero senhor, não precisamos de um
A salvação, porém pecado algum
O que quer que faça será destruído
Seja um espelho, não seja possuído
Não devemos ver, com olhos de todos
Não podemos saber, o que todos sabem
Não seremos mais um, de todos os modos
Não crucificaremos, de modo algum, o que eles fazem
Aqueles que perguntam devem ser salvos
Aqueles que ignoram também podem ser
Inimigo comum nunca é um alvo
Amigo do perdão conosco deve haver
Sempre queremos viver
Nunca sabemos morrer
Sempre devemos saber
Nunca é tarde para aprender
Não merecemos saber"
Fernando Cosentino
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(Desta aqui tenho particular orgulho. O Gâbil a chamaria de "Foderostônica")
"Recado ao Travesseiro
Pra você que não sabe onde está,
e não procura
Pra você que sabe onde vai
Sem se importar de onde veio
Pra você que sabe onde vai,
Pra você que vai onde sabe
Pra você que sabe o que faz,
E pra você que não sabe nada
Pra você que não tem a verdade
Mas a procura
Pra você que não sabe procurar
Mas crê na verdade
Pra você que me ouve,
Mas não me escuta
E pra você que me escuta,
Mesmo sem me ouvir
(escuta!?!)
Não há tempo a ganhar
Não vamos nos acostumar
Não há tempo a perder
Não vamos sobreviver
Não há tempo há ganhar
Então para quê bens juntar
Mas se não há tempo a perder
Precisamos aprender a viver
Pra você que olha as estrelas,
E não vê o céu
Pra você que olha as escolas
E vê apenas um véu
Pra você que não pula de um prédio
Do vigésimo andar
E também pra você que pula
Sem se machucar
Pra você que sempre precisa
Daquilo que esqueceu
Pra você que reparou
Que Deus se entristeceu
Pra você que sempre quer
O que nunca precisou
E pra você que viu o galho
Que nunca secou
(escuta!?!)
Não há tempo a ganhar
Não vamos nos acostumar
Não há tempo a perder
Não vamos sobreviver
Não há tempo há ganhar
Então para quê bens juntar
Mas se não há tempo a perder
Precisamos aprender a viver"
Fernando Cosentino