Primula disse:
Bessie, sua poesia é forte e cadenciada. Mais que isso, saiu do lugar comum, onde o inquietamento é apenas um coração romântico. Tudo bem fazer coisas românticas se quiser... apenas que é bom sinal que sua primeira inquietação não seja o amor romântico.
Boa idéia usar a cadência como prisão... me lembrou marcha militar.
Obrigada Primula, é muito legal receber esse tipo de analise pq é muito mais construtivo do q o tradicional "nossa q legal o q vc escreve do tipo é muito lindo"...Claro naum vou ser chata ao ponto de reclamar do fato do poema causar agrado rsrsrsr
Falar de forma romantica pra mim é estranho pq o amor, a paixao, e relacionamentos em geral se tornaram superficiais no nosso contexto em relação ao q se convencionou a classica-los como tal. Porém num paradoxo podemos dizer q assim como mutamos esses sentimentos podem ter mutado de maneira semelhante e apenas seguir o fluxo do pensar e sentir de nossa geração, mas naum claramente admitido pq procuramos preservar os padroes ao menos no quesito trasncrever poeticamente percepções.
Bem, isso naum quer dizer q eu naum escreva sobre eles claro, mas vou admitir aqui que me sao constrangedores. Mas ae vai transgressão a linha poética, escutem sobre o amor!!! Ou será sobre a paixao??? Ou ainda sobre obcessão??? Naum sei alguem ae decide.
RUBRICA
Não quero amar
Porque a dor é constante e idéia é fixa
Ela me paralisa o dia todo
Voltando o movimento ao cair da tarde
Quando a causa da minha moléstia se manifesta
Diante dos meus olhos e invade a minha vida
Então toda dor contida pela respiração modulada e a meditação
É agora distribuída de maneira desigual pela derme
Alastrando-se pelos ossos, tomando todo o corpo...
Os braços são os que mais doem
As mãos chegam a perder o movimento
Novamente estou paralisada
Pela negação do abraço, do aperto, do toque
Eles doem tanto que até os olhos sensíveis se tornam
Aliás, estes até se desesperam
Por não poderem fitar o objeto de desejo
Que na sua mira escondem os mais belos
Caninos, incisivos e molares já esculpidos
Até a mente perde sua vitalidade
Porque não só a idéia, mas também a imagem é fixa
Por isso nada mais permanece no ambiente.
Então me desculpe
Mas não farei agora poesia tola
Frases meigas e meladas
Com o adocicado gosto da paixão
Que me perdoem os apaixonados
Mas são tolas as suas abdicações
Em função do sentimento ardente
Aquele tipo que consome o tempo
A disponibilidade e o contato social
Por mais que não se enxergue, há que se sobreviver
Pois as tolices passam
Mas os versos de registros ficam na posteridade
Para ensinar os ignorantes
A serem tolos também.
Tolice válida e necessária
Indispensável à vida.