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Notícias Literatura de fantasia ganha fôlego no Brasil

Béla van Tesma

Nhom nhom nhom
Colaborador
Literatura de fantasia ganha fôlego no Brasil
Aposta está nas editoras pequenas, abertas a inéditos ou principiantes; autores como João Paulo Silveira ousam à vontade
Matheus Mans Dametto, ESPECIAL PARA O ESTADO

19 de maio de 2018 | 06h00

Mais do que romances “capa e espada”, a literatura fantástica é um verdadeiro tratado da cultura de um país. Se bem feita, pode assimilar aspectos de um povo em meio a tramas de horror, ficção científica ou fantasia. No Brasil, o gênero era raro: ainda que Monteiro Lobato tenha feito escola com o folclore de Sítio do Pica-pau Amarelo, poucas obras continuaram a criar a identidade brasileira no gênero. O cenário só está mudando agora, quando pequenas editoras preparam a fantasia nacional para enfrentar outros concorrentes de peso.

A história da literatura fantástica brasileira justifica, em partes, o ceticismo de editoras a apostar no gênero. Até o início da década passada, muito da produção fantasiosa partia de editoras que se beneficiavam de autores em início de carreira e produziam livros sem qualidade. Em contrapartida, também surgiram autores de redes sociais que tentaram se aproveitar do nicho que surgiu na internet. A situação só mudou um pouco com o sucesso de Harry Potter e a consequente abertura de espaço para autores como Eduardo Spohr e André Vianco.

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Untherak. Na última região habitada do mundo, 'Ordem Vermelha' mostra grupo em luta pela liberdade Foto: Ilustração do livro 'Ordem Vermelha'

Ainda assim, a fantasia brasileira não se consolidou de vez no mercado nacional. Contando sempre com um foco narrativo parecido, a diversidade minguou e o gênero ficou restrito a alguns estilos. O cenário, agora, passa por transformação. “Estamos num período de filtragem de autores e histórias”, diz Cesar Silva, autor do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica. “Isso é bom. Ficam só os melhores no mercado e, assim, a literatura de fantasia ganha mais espaço.”

Para esse processo de filtragem e para sentir como o mercado reage aos lançamentos, a aposta está nas editoras pequenas, como Mundo Uno, AVEC e Draco. Afinal, com tiragens menores e focando em públicos mais específicos, é possível fazer apostas menos óbvias.

“A fantasia encontrou seu espaço nas editoras menores, pois elas estão abertas a autores inéditos ou principiantes. As grandes editoras investem em autores de projeção internacional e com livros frequentemente transformados em filmes e/ou séries de sucesso”, diz Eleonor Hertzog, editora da Mundo Uno. “Mas considerando a qualidade dos autores nacionais, basta ter chance e logo estarão ombro a ombro com colegas internacionais nas grandes editoras.”

Especialistas também ressaltam que as obras de fantasia publicadas na cena independente estão ganhando mais destaque do que há alguns anos e concretizando a importância do mercado. “As pequenas editoras ainda enfrentam desafios. Mas a fantasia tem muita força nas editoras menores”, afirma Kátia Souza, estudiosa do gênero e autora do livro A Fantástica Jornada do Escritor no Brasil. “Essa é a melhor forma de começar, pois a prospecção de autores feita pelas editoras maiores é pautada no que faz sucesso no meio independente.”

Um autor que conseguiu fazer essa “jornada” é o paulista Felipe Castilho. Ele começou com antologias na editora Draco e continuou fazendo suas apostas no mercado independente, como Terracota e Estronho. Até que ele conseguiu atrair a atenção dos editores da carioca Intrínseca, que compraram os direitos do livro Ordem Vermelha, uma das primeiras apostas da empresa em fantasia nacional. Em 2017, a obra de Castilho esteve entre as 20 mais vendidas de ficção da Intrínseca, ficando à frente de Cinquenta Tons de Cinza e Jojo Moyes.

“Existe uma mudança em andamento. Fico felicíssimo de ver a Ordem Vermelha recebendo um investimento alto e de ver os melhores agentes literários correndo atrás de autores de fantasia”, comemora Castilho. “Mas também acho que o autor precisa ser tratado com a mesma pompa dos que chegam aqui para ser traduzidos.”

Estilo. No entanto, mais do que facilitar a transição entre editoras menores para maiores, a publicação independente ajuda a criar estilos próprios do brasileiro. Enquanto André Vianco e Eduardo Spohr apostavam em narrativas parecidas com a fantasia estrangeira, os novos autores do gênero estão confortáveis para ousar. João Paulo Silveira é um exemplo. De maneira independente, ele apostou num romance sobre a formação do Brasil indígena, com vários elementos de fantasia permeando a obra - como os tradicionais romances medievais.

“A mudança de maré aconteceu em 2017”, diz Silveira, autor de O Potiguar. “Os leitores deram o voto de confiança e se surpreenderam com histórias com uma escrita próxima deles. No futuro, teremos uma série ou novela cuja história seja de um escritor de fantasia nacional. Quando isso ocorrer, haverá um boom similar ao de Game of Thrones.”

Outra autora que aposta na criação de um universo particular é Cristina Pezel. Ainda que o seu livro, O Mundo de Quatuorian, tenha aspectos medievais e influência estrangeira, ela se prontificou a criar uma lógica social interna em sua história, com aspectos particulares de gastronomia, política e economia. “Para o leitor, essa construção enriquece a experiência de leitura, pois ele se ambienta no mundo.”

Estudiosos, porém, ressaltam que ainda há um longo caminho para que seja criada uma identidade brasileira definitiva, como Tolkien conseguiu fazer no Reino Unido. “Acredito que falte ainda uma ousadia de autores para sair de subgêneros óbvios, como a fantasia heroica da ‘capa e espada’”, diz Cesar Silva. “Mas o mercado já está se movendo e, com o tempo, deve privilegiar as novas narrativas que tenham mais a ver com nossa cultura.”
 
Quando se trata de Brasil e literatura é sempre difícil conseguir encontrar um público, não importa qual seja o gênero. Mas é muito bom ver novos autores nacionais de fantasia.
 
Não é porque existe grandes e megaobras consagradas lá fora, que não existe bons escritores e boas obras para esse gênero no Brasil. Por outro lado existe também um preconceito de parte do público de achar que o que é produzido aqui é de qualidade inferior e isso é um fator que atrapalha também.

Terça-feira agora fui assistir em Jundiaí justamente um espetáculo de teatro musical do gênero fantasia de autoria própria do diretor, cujo roteiro renderia um bom livro se fosse publicado e que é pretensão futura dele fazê-lo futuramente. Desde já estou na torcida.
 
Não há falta de bons autores, mas é comum um escritor terminar uma obra e não encontrar uma única pessoa que se interesse.
 
Bom, eu vou escrever os meus e tentar a sorte. :dente:

Eu li essa Ordem Vermelha e achei bem bacana. Ficarei no aguardo da continuação.
Em comparação com Draccon, o autor tem bem mais domínio técnico da narrativa e da própria gramática.
Ainda quero ler o Spohr e o Leonel Caldela e mais uns outros para ter uma ideia mais geral do que andam escrevendo nessa seara.
 
Bom, eu vou escrever os meus e tentar a sorte. :dente:

Eu li essa Ordem Vermelha e achei bem bacana. Ficarei no aguardo da continuação.
Em comparação com Draccon, o autor tem bem mais domínio técnico da narrativa e da própria gramática.
Ainda quero ler o Spohr e o Leonel Caldela e mais uns outros para ter uma ideia mais geral do que andam escrevendo nessa seara.
Boa sorte com seus escritos! Já pensei em escrever fantasia, mas como tem que inventar um monte de nomes, lugares, fazer mapas, poderes, etc. é algo bem trabalhoso. Mas escrever sempre é trabalhoso, né? :g: Tudo que eu escrevi até hoje é bem mundano, mas se eu tiver algumas ideias posso me aventurar também a tentar algo em fantasia.
 
É bacana observar nomes que estão começando a ganhar destaque e melhor ainda que editoras menores apostem neles.

Entre fazer uma releitura programada de uma obra consagrada lá de fora e de repente aparece uma nova brasileira que ainda não conheço, eu não tenho o menor problema de passar a desconhecida a frente, pois sempre tendo priorizar o novo e valorizo o que é daqui.
 
A noticia é meio antiga, mas nasceu uma leva de autores de fantasia aqui que ganharam impulso no começo dos anos 2000, eu não sei como está hoje. Eu particularmente não me interessei nem um pouco por A Batalha do Apocalipse do Eduardo Spohr, porém eu achei bem interessante Filhos do Éden (por mais que seja o mesmo "mundo" A Batalha do Apocalipse e Filhos do Éden possuem ponto de vista diferentes e narrativa diferente). André Vianco ficou bastante famoso com Os Sete e todos os outros sobre Vampiros, mas particularmente não é um gênero que me chama a atenção. Raphael Draccon é um autor que eu ainda não tive contato, tentei ler sobre, pelo menos as sinopses, mas não me prendeu.

Eu tenho ideias para algumas histórias, mas tenho uma cadencia enorme.

Acho que ainda ta faltando alguém "acertar em cheio" por aqui, digo não ser algo que faça sucesso pelo marketing e sim pela qualidade, por enquanto o que mais chegou perto para mim foi o Eduardo Spohr com Filhos do Éden. Alias o que eu não gostei dele foi realmente o primeiro livro (exatamente por ter feito sucesso pelo marketing e não pela qualidade), e que eu se fosse o autor tiraria de circulação. :lol:
 
Última edição por um moderador:
Eu até tentei uma vez criar um enredo fantástico, mas caí no que eu penso que seja o pior erro da fantasia: um artificialismo narrativo...

É meio difícil de definir o que é isso (numa visão crítica pessoal minha) mas é mais ou menos quando a história "não desce": ela não tem começo, meio e fim em si mesma, um antes e depois, um presente, passado e futuro. Ou seja, os personagens estão ali por estarem, não existe uma explicação na própria história.

Tal "erro" pode até ser perdoado em contos de fadas infantis, mas em sagas mais "amadurecidas" (ou que querem parecer mais amadurecidas) é demasiado imperdoável...
 
Eu até tentei uma vez criar um enredo fantástico, mas caí no que eu penso que seja o pior erro da fantasia: um artificialismo narrativo...

É meio difícil de definir o que é isso (numa visão crítica pessoal minha) mas é mais ou menos quando a história "não desce": ela não tem começo, meio e fim em si mesma, um antes e depois, um presente, passado e futuro. Ou seja, os personagens estão ali por estarem, não existe uma explicação na própria história.

Tal "erro" pode até ser perdoado em contos de fadas infantis, mas em sagas mais "amadurecidas" (ou que querem parecer mais amadurecidas) é demasiado imperdoável...
Tente o método Snowflake. Você começa com uma ideia inicial e vai expandindo aos pouquinhos. Você tem que saber o final desde o começo pra que você saiba como é a história que você vai contar e pra qual direção você está indo.

Tente alguma coisa, precisamos de mais autores de fantasia!
 
"Era uma vez um elfo muito louro e muito bonito, que saltitava pela floresta do Sussurro com suas longas melenas esvoaçando no ar, o modelito verde-musgo rente ao corpo sarado a camuflá-lo naquele ambiente. Sempre que ia àquela clareira no coração da floresta e se sentava num tronco velho de árvore serrado para tocar sua ocarina, a passarinhada vinha em peso ao seu redor para escutar aquela melodia maviosa..."

Meu livro será su ces so.
 
Fantasia é o único gênero que me faz ter uma certa simpatia pela monarquia, em especial aquela clássica de reinados de perfil medieval que aparecem em muitos livros, não todos, mas vários.

Uma das razões que existe preconceito contra brasileiro escrevendo fantasia, é que já vi gente achando que brasileiro não teria competência e/ou tradição pra escrever histórias que tenham passagens de grandes reinados e batalhas históricas, pelo simples fato do nosso país não ter uma longa história de existência de nação como os europeus. Qualquer brasileiro pode muito bem escrever uma grande história de fantasia com essa premissa.
 
A minha história era mais ou menos assim: duas crianças acham uma passagem para o céu (?), onde existem quatro reinos (um de areia, outros de água, de gelo e outro BEM parecido com Mordor [plágio intensifies]). Eles se unem com um mago que vive numa montanha, cuja missão é acabar com o "soberano" (usurpador) do reino parecido com Mordor, que não é ninguém mais ninguém menos que o Mal em sua forma humana...

Bem clichê eu sei, mas eu nem cheguei a desenvolver a história razoavelmente
 
Tente o método Snowflake. Você começa com uma ideia inicial e vai expandindo aos pouquinhos. Você tem que saber o final desde o começo pra que você saiba como é a história que você vai contar e pra qual direção você está indo.

Tente alguma coisa, precisamos de mais autores de fantasia!

Eu aprendi a ideia de contar uma história estudando roteiro, existem algumas bases que se você entender e fixar bem, você consegue escrever uma história usando o método mais adequado para você.

A minha história era mais ou menos assim: duas crianças acham uma passagem para o céu (?), onde existem quatro reinos (um de areia, outros de água, de gelo e outro BEM parecido com Mordor [plágio intensifies]). Eles se unem com um mago que vive numa montanha, cuja missão é acabar com o "soberano" (usurpador) do reino parecido com Mordor, que não é ninguém mais ninguém menos que o Mal em sua forma humana...

Bem clichê eu sei, mas eu nem cheguei a desenvolver a história razoavelmente

Com a história (ou trecho) que você passou, sua história seria algo mais ou menos de aventura, para você não se perder você teria que levantar questões como: O objetivo das crianças, quando o mesmo é interrompido quando acham a passagem para o céu. Para que no fim da história a conclusão seja feita em cima desse arco.

Vou dar um exemplo: No começo do hobbit, bilbo é apresentado e o objetivo dele é deixado claro, ele ama o condado e a vida dele, afinal ele é um hobbit, a partir do momento em que o Gandalf aparece e o coloca em uma aventura existe uma interrupção do que ele gosta. Isso é chamado o primeiro conflito. Criando o primeiro inimigo (a aventura). Depois o livro todo conta a história crescente dele enfrentando cada vez mais problemas (e se aventurando cada vez mais) para resolver esse conflito e poder voltar para o objetivo dele, o lugar que ele gosta com a vida que ele gosta. Então em seu ápice (A Guerra dos Cinco Exércitos) acontece o segundo conflito com o inimigo sendo derrotado (o termino da aventura). Voltando assim para o condado e a vida que ele tanto acha bom.

Você pode pegar essa ideia e replicar para tudo, desde arcos até personagens.

Editado. Só para exemplificar seu trecho pode puxar bastante de Narnia, onde eles são interrompidos pelo guarda-roupa, vivem todas as aventuras, voltam para casa.
 
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A minha história era mais ou menos assim: duas crianças acham uma passagem para o céu (?), onde existem quatro reinos (um de areia, outros de água, de gelo e outro BEM parecido com Mordor [plágio intensifies]). Eles se unem com um mago que vive numa montanha, cuja missão é acabar com o "soberano" (usurpador) do reino parecido com Mordor, que não é ninguém mais ninguém menos que o Mal em sua forma humana...

Bem clichê eu sei, mas eu nem cheguei a desenvolver a história razoavelmente
Eu achei a premissa bem legal, principalmente o fato de que são vários reinos. Não deixe de criar umas reviravoltas também hehe.
 
Ao meu ver o problema do escritor brasileiro é justamente o fato do brasileiro ler pouco, e quando lê, normalmente compra uma obra ligado a algum movimento da cultura pop (filmes, séries ou alguma outra coisa).
Então para um autor brasileiro levantar um publico minimo que sustente sua publicação é bem difícil e não adianta, o cara tem que fazer sucesso primeiro na sua praça. Um escritor de um país no qual já tem um publico leitor é bem mais fácil conseguir levantar um publico minimo e depois partir pro sucesso.
 
Ao meu ver o problema do escritor brasileiro é justamente o fato do brasileiro ler pouco

Apesar de entender que ainda lemos pouco, muito pouco, entendo que ao menos o pessoal que cresceu com harry potter, conheceu senhor dos aneis, aprendeu a ler, e esses não são poucos mais, ao menos se comparar com as pessoas de antes dessa época, onde muitos tinham pouco ou nenhum acesso a livros. Eu particularmente não sei como vai ser com o pessoal a partir daqui, levando em consideração nossa condição atual, vejo que muitos dos mais jovens ainda lêem livros, principalmente desses dois universos (harry potter que ainda é bem divulgado e tolkien que sempre esta por ai), mas muitos não lêem também.

Só para citar um exemplo, não vejo acontecendo com a obra do Martin (que é quem esta na midia hoje) o mesmo que aconteceu com a obra da J.K. Rowling. Muito menos do Tolkien em varias épocas.
 
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Apesar de entender que ainda lemos pouco, muito pouco, entendo que ao menos o pessoal que cresceu com harry potter, conheceu senhor dos aneis, aprendeu a ler, e esses não são poucos mais, ao menos se comparar com as pessoas de antes dessa época, onde muitos tinham pouco ou nenhum acesso a livros. Eu particularmente não sei como vai ser com o pessoal a partir daqui, levando em consideração nossa condição atual, vejo que muitos dos mais jovens ainda lêem livros, principalmente desses dois universos (harry potter que ainda são é bem divulgado e tolkien que sempre esta por ai), mas muitos não lêem também.

Só para citar um exemplo, não vejo acontecendo com a obra do Martin (que é quem esta na midia hoje) o mesmo que aconteceu com a obra da J.K. Rowling. Muito menos do Tolkien em varias épocas.
Talvez não mais agora, mas nas primeiras temporadas, você via livro vendendo em todo lugar e uma galera comprando.
 
De fato, houve certa febre com os livros do Martin, no início, mas nada comparável a Harry Potter, por exemplo, cujos primeiros volumes eram curtos e voltados a um público infanto-juvenil, portanto uma leitura leve que estimulava até adultos a experimentar. Só depois a série ia crescendo em tamanho, quando o leitor já estava fidelizado. A série do Martin, ao contrário, já inaugura com um calhamaço que espanta o leitor casual, e uma linguagem que afasta o infanto-juvenil. Teve um escopo muito menor, sem dúvida. Acho que os livros dele voltarão a ser destaque nas livrarias quando sair o sexto volume, já que a oitava temporada da série não parece ter reaquecido o mercado livreiro nesse aspecto.
 

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