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Morre Oscar Niemeyer

Ok, então a leitura dos textos bíblicos de nada serve à grande maioria de cristãos, que não têm condições de contextualizar o texto.
Mas vamos lá. Vou fazer um esforço, embora eu seja mais um leigo e embora você seja mais bem munido para discutir essas questões.
Para tanto, recorri à Bíblia Sagrada Ave Maria, edição de Estudos:

A carta em questão, segundo a tradição, foi escrita de Éfeso, após Paulo receber notícias quanto à "imaturidade dos coríntios", cujo problema principal eram "as invejas e as discórdias que mantinham dividida em grupinhos aquela comunidade". A carta começa com um tom de complacência, em que Paulo diz que só podia falar-lhes da vida cristã como se fala às crianças. Mas essa imaturidade não durava demasiadamente? Paulo então começa por desconstruir o culto à personalidade.

Nota à referida carta, p. 1841 (grifos meus)

Eu dei a visão da Igreja sobre isso aqui.

De fato o cristianismo chama toda a humanidade, Mercúcio, independentemente de classe, cor, etnia, agora, religião, religião é a cristã.

'Não há nenhum outro nome pelo qual sereis salvos.'

A interpretação ecumenista parece ter se esquecido disso, como esqueceu das lutas dos Apóstolos João e Pedro contra as heresias gnósticas. Oras, se não importa a religião, se é tudo igual, façamos uma sopa nutritiva. Pra que coerência? Isso de fé verdadeira é coisa de gente intolerante. :roll: Percebe? È bem a linha interpretiva da TL, relativista e ecumenista e, bem, além da própria Escritura depor contra ela, a Tradição, os Concílios e os Padres também o fazem.

O ponto aqui está em se afastar da hermenêutica dos Padres em favor de uma hermenêutica moderna. 'Olhar os pobres em primeiro lugar'. Não, senhor, olhar os pobres em primeiro lugar, mas primeira olhar Deus, fazer o bem, crer retamente, não julgar, jejuar, se deificar continuamente pela ascese. Teologia mística primeiro. Política depois.

Então qual o contexto? Tradição. E isso tem a ver com fé. Assim como um pagão precisaria se converter para crer na Trindade, só pela fé que se crê que a interpretação da Igreja é verdadeira, e é verdadeira por ser de origem divina, pneumática. O que é interpretação humana pura e simples é heresia. Agora distinguir verdade do erro é outro assunto, bem mais complexo, e que não cabe aqui.

Não falei do que é válido ou não, apenas que tudo (absolutamente tudo) o que você diz só diz respeito unicamente a você, a experiência se torna empobrecida apenas para você.

Unicamente a mim? Eu não gosto de ficar pendantissimamente indicando livros pras pessoas como se eu fosse o pica das galáxias em x ou y, mas pfvr, leiam Mircea Eliade, principalmente seu Imagens e Símbolos pra entenderem que não sou só eu, a experiência religiosa É sim diferente. Nós, seres feitos de alma e corpo, somos criaturas visualistas, sensualistas, emotivas, nós nos movemos SIM por símbolos, estruturas físicas, não em si mesmas, mas pelo que elas representam, simbolizam.

não falei de luxo, nem de simbolismo, nem de nada, com meu exemplo só quis dizer que nada disso importa para a experiência religiosa em si, e se importa, por alguma razão pessoal qualquer, só importará para determinado indivíduo.

Simbolismos são universais, são parte imprescindível da espiritualidade. Você não vive sem símbolos. Eu não vivo. Nem ateus vivem sem símbolos. Símbolos são representações materiais de ideias ou intuições de verdades fundamentais, ninguém é independente deles.

Paganus, eu acho que simbolismo não pode ser entendido como a fé ou a religião em si. A maioria das religiões têm seu simbolismo, como imagens, hóstias, altares, etc, mas como o nome diz, é apenas simbolismo. É muito mais válido eu ter minha fé, crer em Deus, rezar e praticar o bem, indo a uma igreja moderna, por exemplo, do que ir à Basílica de são Pedro, não prestar nenhuma atenção na missa, ficar com pensamentos ruins, sair de lá e continuar não praticando o bem...

Não importa se em Igreja, se em casa... Deus tem que estar é dentro da gente e das nossas ações do dia a dia. A diferença que eu vejo dessas igrejas modernas para as igrejas antigas, basílicas e etc, é apenas na construção, mas o conteúdo sendo o mesmo é o que importa.

Não existe religião sem simbolismo. Os atos interiores da religião não se opõem ao simbolismo, porque as coisas materiais nada mais são que avatares das coisas divinas, imateriais, portanto, a oração é falar com Deus assim como beijar um ícone é falar com Deus, entre inúmeros outros atos rituais. Atos rituais e sentimentos religiosos são indissociáveis, unidos, perpetuamente ligados e complementares. Você pode ter uma fé sem símbolos? Pode, quando se livrar dos seus sentidos, da sua corporeidade, quando atingir a theosis, o nirvana. Enquanto somos corpo+alma precisamos sim dos símbolos. Toda comunicação humana é um símbolo. pode-se dizer.

Niemeyer não era ateu, era mesmo um fanfarrão! Onde já se viu ateu projetar igreja? tsc. Ou então, seguindo a lógica do Pagz, podemos dizer que Niemeyer era um infiltrado que corrompeu os valores tradicionais da igreja com a intenção de causar essa ruptura :D

UHUUUUUUUULLLLLLL \o/ I feel you, bro!

sobre a discussão, acho bastante incoerente querer separar religião do aspecto ritualístico, do simbolismo.

/\ This

Não é só incoerente, é fantasioso mesmo, quimérico.
 
:lol: Desculpa, tá off-topic demais. Parei com o assunto.

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Enquanto isso, no facebook:

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Bebeu água da Lagoa da Pampulha e esqueceu de apreciar Niemeyer e Portinari :obiggraz:

:lol: O pior é que eu adoro o modernismo na literatura e nas artes plásticas e não o detesto na arquitetura. Só que arquitetura religiosa, ahhh, aí é pedir demais. =P

Anw, eu respeito bastante o Niemeyer, sempre achei um entojo esse povo conservador criticando a pessoa dele JUNTO com sua ideologia. Nunca gostei de suas posições políticas mas sempre o achei um exemplo de homem político, defendendo suas ideias de forma ponderada sem deixar de ser fiel, sem paixões e fanatismos muito exagerados. Eu respeitava a esquerda por causa de pessoas como ele.

E falando em edifícios 'profanos', por assim dizer, existem coisas que eu gosto. Nunca o demonizei por conta de uma igreja modernista ou outra.
 
Você a conhece pessoalmente Lynoka??
Eu, sinceramente, como morador da cidade, acho os painéis de Portinari a verdadeira arte da igreja. E detalhe: chamam de igrejinha, e realmente é igrejinha, pois devem caber, no máximo, umas 150 pessoas (muitas delas em pé!!).

Mas de forma alguma o que eu digo agora invalida o que tinha dito anteriormente: a inventividade e ousadia do Niemeyer (e a coragem do Juscelino) em fazer uma obra daquele jeito em Belo Horizonte (TFP / TFM) naquela época, foram louváveis!!
Sim! Tive o privilégio de conhece-la! No CTI tem uma foto minha e do meu pai que no fundo é a Igreja...^^
Meu Irmão mora em Bh. Próximo a cidade Administrativa.


O senhor Reinaldo Azevedo (idiota) deve se achar acima do bem e do mal. Falam mal de Niemeyer e, recentemente de Eric Hobsbawm. O jornalismo fundo de quintal da tal da veja.A igreja da pampulha é o cartão de visita de Belo Horizonte. É um charme mesmo né, Lynoka.

Ver anexo 48021

:D
Acho que todo o conjunto deixou ela lindíssima, mesmo sendo pequena!
 
Pois é, Paganus. A ideologia e a obra de Niemeyer é que os Aze(ve)dos da vida não conseguem separar.Não tenho gostado das opiniões políticas ex:Ferreira Gullar, mas gosto da escrita poética dele.Entendo sua posição.:yep:
 
‎"Oscar Niemeyer died at 104 on Wednesday. An atheist known for his curvaceous anti-authoritarian style, Niemeyer was a treasure of Brazil and of the entire world,"
Sean Faircloth, Dir. of Strategy & Policy (Secular Coalition for America)
 
Leonardo Boff responde colunista da Veja que chamou Niemeyer de ‘meio idiota’

Postado em: 10 dez 2012 às 18:38


Segundo o pensador Leonardo Boff, Veja e seu blogueiro albergado não gostam do Brasil e dos brasileiros; ele diz ainda que Reinaldo Azevedo, que chamou o arquiteto Oscar Niemeyer de “metade gênio e metade idiota”, é um “consumado idiota” e o comparou a um besouro rola-bosta

O pensador Leonardo Boff respondeu, num artigo, às críticas do blogueiro de Veja Reinaldo Azevedo contra Oscar Niemeyer. Para Reinaldo, que publicou três textos sobre o assunto em seu blog, o brilhante arquiteto brasileiro era “metade gênio e metade idiota”.

Leonardo Boff: “A figura que me ocorre deste articulista e da revista semanal, em versão online, é a do escaravelho, popularmente chamado de rola-bosta”. De acordo com o filósofo, Reinaldo se assemelha a um escaravelho, popularmente chamado de besouro rola-bosta, “que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta”. Boff diz que “algo semelhante fez o blog de Azevedo na VEJA online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás” para atacar o artista brasileiro.

Como muitos leitores do blogueiro diante dos posts sobre Niemeyer, o filósofo assegura: “Quem diz ser Oscar Niemeyer um idiota apenas revela que ele mesmo é um idiota consumado”. Leia abaixo a íntegra de seu artigo:

Oscar Niemeyer, a Veja online e o Escaravelho

Por Leonardo Boff


Com a morte de Oscar Niemeyer aos 104 anos de idade ouviram-se vozes do mundo inteiro cheias de admiração, respeito e reverência face a sua obra genial, absolutamente inovadora e inspiradora de novas formas de leveza, simplicidade e elegância na arquitetura. Oscar Niemeyer foi e é uma pessoa que o Brasil e a humanidade podem se orgulhar.

E o fazemos por duas razões principais: a primeira, porque Oscar humildemente nunca considerou a arquitetura a coisa principal da vida; ela pertence ao campo da fantasia, da invenção e do lúdico. Para ele era um jogo das formas, jogado com a seriedade com que as crianças jogam.
A segunda, para Oscar, o principal era a vida. Ela é apenas um sopro, passageira e contraditória. Feliz para alguns mas para as grandes maiorias cruel e sem piedade. Por isso, a vida impõe uma tarefa que ele assumiu com coragem e com sérios riscos pessoais: a da transformação. E para transformar a vida e torná-la menos perversa, dizia, devemos nos dar as mãos, sermos solidários uns para com os outros, criarmos laços de afeto e de amorosidade entre todos. Numa palavra, nós humanos devemos aprender a nos tratar humanamente, sem considerar as classes, a cor da pele e o nível de sua instrução.

Isso foi que alimentou de sentido e de esperança a vida desse gênio brasileiro. Por aí se entende que escolheu o comunismo como a forma e o caminho para dar corpo a este sonho, pois, o comunismo, em seu ideário generoso, sempre se propôs a transformação social a partir das vítimas e dos mais invisíveis. Oscar Niemeyer foi um fiel militante comunista.

Mas seu comunismo era singular: no meu modo de ver, próximo dos cristãos originários pois era um comunismo ético, humanitário, solidário, doce, jocoso, alegre e leve. Foi fiel a esse sonho a vida inteira, para além de todos os avatares passados pelas várias formas de socialismo e de marxismo.

Na medida em que pudemos observar, a grande maioria da opinião pública mundial, foi unânime na celebração de sua arte e do significado humanista de sua vida. Curiosamente a revista VEJA de domingo, dedica-lhe 10 belas páginas. Outra coisa, porém, é a revista VEJA online de 7 de dezembro com um artigo do blog do jornalista Reinado Azevedo que a revista abriga.

Ele foi a voz destoante e de reles mau gosto. Até agora a VEJA não se distanciou daquele conteúdo, totalmente, contraditório àquele da edição impressa de domingo. Entende-se porque a ideologia de um é a ideologia do outro. Pouco importa que o jornalista Azevedo, de forma confusa, face às críticas vindas de todos os lados, procure se explicar. Ora se identifica com a revista, ora se distancia, mas finalmente seu blog é por ela publicado.

Notoriamente, VEJA se compraz em desfazer as figuras que melhor mostram nossa cultura e que mais penetraram na alma do povo brasileiro. Essa revista parece se envergonhar do Brasil, porque gostaria que ele fosse aquilo que não é e não quer ser: um xerox distorcido da cultura norte-americana. Ela dá a impressão de não amar os brasileiros, ao contrário expõe ao ridículo o que eles são e o que criam. Já o titulo da matéria referente a Oscar Niemeyer da autoria de Azevedo, revela seu caráter viciado e malevolente: “Para instruir a canalha ignorante. O gênio e o idiota em imagens”. Seu texto piora mais ainda quando, se esforça, titubeante, em responder às críticas em seu blog do dia 8/12 também na VEJA online com um título que revela seu caráter despectivo e anti-democrático:”Metade gênio e metade idiota- Niemeyer na capa da VEJA com todas as honras! O que o bloco dos Sujos diz agora?” Sujo é ele que quer contaminar os outros com a própria sujeira de uma matéria tendenciosa e injusta.
O que se quer insinuar com os tipos de formulação usados? Que brasileiro não pode ser gênio; os gênios estão lá fora; se for gênio, porque lá fora assim o reconhecem, é apenas em sua terceira parte e, se melhor analisarmos, apenas numa quarta parte. Vamos e venhamos: Quem diz ser Oscar Niemeyer um idiota apenas revela que ele mesmo é um idiota consumado. Seguramente Azevedo está inscrito no número bem definido por Albert Einstein: “conheço dois infinitos: o infinito do universo e o infinito dos idiotas; do primeiro tenho dúvidas, do segundo certeza”. O articulista nos deu a certeza que ele e a revista que o abriga possuem um lugar de honra no altar da idiotice.

O que não tolera em Oscar Niemeyer que, sendo comunista, se mostra solidário, compassivo com os que sofrem, que celebra a vida, exalta a amizade e glorifica o amor. Tais valores não cabem na ideologia capitalista de mercado, defendida por VEJA e seu albergado, que só sabe de concorrência, de “greed is good” (cobiça é coisa boa), de acumulação à custa da exploração ou da especulação, da falta de solidariedade e de justiça em nível internacional.

Mas não nos causa surpresa; a revista assim fez com Paulo Freire, Cândido Portinari, Lula, Dom Helder Câmara, Chico Buarque, Tom Jobim, João Gilberto, frei Betto, João Pedro Stédile, comigo mesmo e com tantos outros. Ela é um monumento à razão cínica. Segue desavergonhadamente a lógica hegeliana do senhor e do servo; internalizou o senhor que está lá no Norte opulento e o serve como servo submisso, condenado a viver na periferia. Por isso tanto a revista quanto o articulista revelam um completo descompromisso com a verdade daqui, da cultura brasileira.

A figura que me ocorre deste articulista e da revista semanal, em versão online, é a do escaravelho, popularmente chamado de rola-bosta. O escaravelho é um besouro que vive dos excrementos de animais herbívoros, fazendo rolinhos deles com os quais, em sua toca, se alimenta. Pois algo semelhante fez o blog de Azevedo na VEJA online: foi buscar excrementos de 60 e 70 anos atrás, deslocou-os de seu contexto (ela é hábil neste método) e lançou-os contra Oscar Niemeyer. Ela o faz com naturalidade e prazer, pois, é o meio no qual vive e se realimenta continuamente. Nada de surpreendente, portanto.

Paro por aqui. Mas quero apenas registrar minha indignação contra esta revista, em versão online, travestida de escaravelho por ter cometido um crime lesa-fama. Reproduzo igualmente dois testemunhos indignados de duas pessoas respeitáveis: Antonio Veronese, artista plástico vivendo em Paris e João Cândido Portinari, filho do genial pintor Cândido Portinari, cujas telas grandiosas estão na entrada do edifício da ONU em Nova York e cuja imagem foi desfigurada e deturpada, repetidas vezes, pela revista-escaravelho.

Oscar Niemeyer e a imprensa tupiniquim – Antonio Veronese


Crítica mesquinha, que pune o Talento, essa ousadia imperdoável de alçar os cornos acima da manada. No Brasil, Talento, como em nenhum outro país do mundo, é indigerível por parte da imprensa, que se acocora, devorada por inveja intestina. Capitania hereditária de raivosos bufões que já classificou a voz de Pavarotti de ruído de pia entupida; a música de Tom Jobim de americanizada; João Gilberto de desafinado e Cândido Portinari de copista…

Quando morre um homem de Talento, como agora o grande Niemeyer, os raivosos bufões babam diante do espelho matinal sedentos de escárnio.
Não discuto a liberdade da imprensa. Mas a pergunta que se impõe é como um cidadão, com a dimensão internacional de Oscar Niemeyer, (sua morte foi reverenciada na primeira página de todos os grandes jornais do mundo) pode ser chamado, por um jornalista mequetrefe, num órgão de imprensa de cobertura nacional, de metade-gênio-metade idiota? Isso após sua morte, quando não é mais capaz de defender-se, e ainda que sob a desculpa covarde, de reproduzir citação de terceiros…
O consolo que me resta é que a História desinteressa-se desses espasmos da estupidez.
Quem se lembra hoje dos críticos da bossa nova ou de Villa-Lobos? Ao talent, no entanto, está reservada a reverência da eternidade.

Antonio Veronese


••••••••••••••••••

Meu caro Antonio,

Que beleza o seu texto, um verdadeiro bálsamo para os que ainda acreditam no mundo de amanhã nascendo do espírito, da fé e do caráter dos homens de hoje!

Não é toda a imprensa, felizmente. Há também muita dignidade e valor na mídia brasileira. Mas não devemos nos surpreender com a revista semanal. Em termos de vileza, ela sempre consegue se superar. Ela terá, mais cedo ou mais tarde, o destino de todas as iniquidades: a vala comum do lixo, onde nem a história se dará o trabalho de julgá-la.

Os arquivos do Projeto Portinari guardam um sem número de artigos desta rancorosa revista, assim como de outras da mesma editora, sobre meu pai, Cândido Portinari e outros seus companheiros de geração. Sempre pérfidos, infames e covardes, como este que vem agora tentar apequenar um grande homem que para sempre enaltecerá a nossa terra e o nosso povo.

Caro amigo, é impossível ficar calado, diante de tanta indignidade.
Com o carinho e a admiração do
Professor João Candido Portinari ([email protected])

FONTE: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/12/leonardo-boff-niemeyer-veja-idiota.html
 
Cara, princípio básico das internets: don't feed the trolls.

Veja só tá fazendo essas cagadas com o intuito de ganhar page views, não é possível! E tá conseguindo né? Tanto a galera que não curte, quanto a que curte, tá compartilhando o conteúdo.
 
Saudade de trollar o Frei Boffetada.

Mas enfim, embora seja um bosta como teólogo ele escreveu muito bem. O que eu respeitava no socialismo de Niemeyer era exatamente essa defesa lúdica, doce, sem extremismos violentos, paixão fanática.
 
Última edição por um moderador:
O artigo do Reinaldo Azevedo não tem nada demais...

Morre Oscar Niemeyer, metade gênio e metade idiota

Morreu o arquiteto Oscar Niemeyer, aos 104 anos. Pensava e escrevia coisas detestáveis. Dele se pode dizer o que disse Millôr Fernandes sobre um colega seu de Pasquim: “Metade é gênio, e metade é idiota”.

Não tenho nada a acrescentar ao que escrevi sobre ele, neste blog, quando fez 99 anos – teve tempo de escrever e de dizer muitas tolices depois. Mas nada disso, acho, macula a sua obra. Reproduzo aquele texto. Volto para encerrar.
*
Um homem não é sua obra. Céline — Louis-Ferdinand Céline — era um idiota político e um antissemita delirante. E, no entanto, escrevia como um príncipe. Cumpre não usar o seu belo texto para justificar seu cretinismo. Ezra Pound era um fascistoide do miolo mole, mas um poeta admirável (embora não do meu gosto pessoal) e um homem de cultura. Os textos sobre política de Fernando Pessoa não servem nem para catar cocô. E foi, a meu ver, um dos maiores poetas de todos os tempos em qualquer língua. A lista seria gigantesca. Há cretinos políticos de esquerda também. O meu romancista predileto no Brasil, Graciliano Ramos, era comunista, mas São Bernardo, Angústia, Vidas Secas ou mesmo Memórias do Cárcere — relato de quando foi preso pela ditadura de Getúlio justamente porque era comunista — não são.

Os meus amigos sabem o que penso: artistas jamais deveriam se ocupar de política — não em sua arte. Não acredito em obra engajada, a não ser naquela que expressa melancolia, desespero e saudosismo. A boa arte política é sempre reacionária, voltada para o passado. Artistas que se dobram a utopias finalistas se transformam em prosélitos. Desconheço se Churchill escreveu algum verso ou disse algo relevante sobre a condição humana. Mas, em política, foi o maior entre os, chamemo-lo ainda assim, contemporâneos. Cada coisa em seu lugar. É típico do obscurantismo e da burrice — fascista ou leninista — satanizar a obra deixada por um artista por conta do seu alinhamento ideológico. Seria como censurar Churchill porque mau poeta.

Respeito, como quase sempre, opiniões contrárias e até entendo a natureza da crítica. Pessoalmente, no entanto, acho Oscar Niemeyer um gênio, embora deplore as suas escolhas políticas e enxergue em sua trajetória de vida o principal desvio de caráter dos comunistas: o oportunismo nos meios com o totalitarismo no fim. Mas e daí? Vou dizer, por isso, que não vislumbro no seu trabalho a centelha do gênio? Vislumbro. Não sei quanto tempo ainda dura esta nossa aventura. Pelo tempo que durar, o seu trabalho restará como bom exemplo do que pode produzir o gênio humano.

Assim como, sei lá eu, o gótico foi a expressão material do espírito de um tempo, acho que Niemeyer conseguiu dar forma à cultura moderna, com a leveza do seu concreto, o que já é quase um clichê. A Catedral de Brasília, templo de oração projetado por um ateu militante, consegue a síntese perfeita entre o mundo horizontal e igualitário — o espírito do tempo moderno — e o apelo ao divino, a memória cultural que uma igreja, qualquer uma, evoca. Acho descabidas as críticas a seus prédios brasilienses — “desconfortáveis”, “ignoram a natureza”, sei lá o quê… Mas tudo bem: essa crítica é pertinente e aceitável.

O que censuro mais em Juscelino Kubitschek do que nele, aí, sim, é a vocação para achar que a sociedade obedece a regras que cabem num projeto. Brasília foi, em muitos aspectos, um delírio caro, desnecessário e megalômano, que, ademais, afastou a política da vida dos cidadãos comuns. A concepção, em si, é autoritária, menos pelo que possa haver de “comunismo” embutido do que de descolamento de certa elite da realidade do país. Cidades só nasciam por atos administrativos na vontade de imperadores e déspotas. Elas são construções coletivas, como, aliás, a Brasília cheia de defeitos de hoje prova à farta.

Voltei
A estupidez política de Niemeyer, que defendia regimes homicidas, não condena a sua obra. Mas a sua obra também não absolve a sua estupidez política.

Nossa, que absurdo de artigo hein? Cadê a Associação Nacional dos Arquitetos que não faz um manifesto?!

E ao contrário do que disseram aí 1) Separa muito bem a ideologia da arte - boa parte do artigo gira em torno dessa separação, em reconhecer a genialidade artística apesar da alegada pobreza da ideologia política do autor. 2) Não apresenta "covardia" ao falar só de falecidos, pois tratava-se apenas um revival de artigo bem antigo. Aliás, por que seria "covardia" criticar uma pessoa pública logo após a morte? Dificilmente essa pessoa responderia os artigos quando estava viva, então a coragem necessária é a mesma, a coragem necessária para enfrentar críticas de simpatizantes do sujeito. É até necessário talvez mais 'coragem', afinal depois de morto todo mundo vira querido e santo.

Outra bobagem é o Leonardo Boff falar que ele revive coisas do passado, já que essa postura política é presente em falas bastante recentes do arquiteto. "Niemeyer que, sendo comunista, se mostra solidário, compassivo com os que sofrem, que celebra a vida, exalta a amizade e glorifica o amor. Tais valores não cabem na ideologia capitalista de mercado". Pára né. "Sendo comunista, se mostra solidário" é o melhor trecho. :lol:
 

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