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Novo Coronavírus (COVID-19)

Quanto tempo a pandemia ainda dura?

  • Dois meses, no máximo (até maio/2022)

    Votos: 0 0,0%
  • Três ou quatro meses (até julho/2022)

    Votos: 1 14,3%
  • Seis meses (até setembro/2022)

    Votos: 1 14,3%
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  • Não vai terminar nunca! (vira uma endemia, mas com número de vítimas similar ao de mar/2022)

    Votos: 3 42,9%

  • Total de votantes
    7
  • Votação encerrada .
A situação só não é toda desesperadora porque cada estado e cidade felizmente tem autonomia. Aonde moro atualmente, tenho visto algumas cidades adotando isolamentos mais ousados com direito a toque de recolher a noite das 18hs as 6 da manhã.
 
tão falando que o lance do mandetta é bait, que depois vai aparecer familícia falando de "extrema imprensa mentirosa", etc.
 
Se o Mandetta sair mesmo e o nomeado for alguém tipo o Osmar Terra, acho que a posição política do Bolsonaro fica muito, mas MUITO complicada. Não acho nada implausível que eles deem um jeito de tirar ele de lá.

E também acho que o governo federal vai ficar totalmente travado na área da Saúde. Toda decisão vai ser questionada judicialmente - e a tendência é que o governo perca a maioria das ações.
 
Esse episódio da "fritura" do cargo Mandetta tá seguindo um scrpit muito comum no futebol brasileiro quando um técnico balança no cargo e o dirigente fica se coçando pra demiti-lo. A única diferença.é que esse técnico estava ganhando os jogos.
 
Não discordo, e longe de querer defender a falta de quarentena, mas para mim não é muito intuitivo por que a gente parou tudo para evitar a falta de leitos no hospital (que em última instância, servem para resguardar vidas), mas, por exemplo, a gente não diminui a velocidade de todas rodovias para 60 km/h, o que resguardaria inúmeras vidas (e olha que seria algo mais fácil de impor, basta multar, e seria menos prejudicial às atividades econômicas). Vai na linha também dessa discussão entre M. Friedman e um jovem Alan Moore, em que Moore critica uma atitude de Ford que, para baixar o preço de um carro, fez uma escolha técnica que (o próprio Ford estima) levaria "milhares de pessoas para o abate"... Em resumo, sempre é possível depreciar o bem-estar alheio para resguardar vidas, mas um limite inevitavelmente é escolhido em que vidas vão ser perdidas... Por que o corona parece ultrapassado tão ao longe esse limite? A resposta, penso eu, reside mais em modelagens de situações não ocorreram em lugar nenhum, pois se olharmos os números conforme eles estão, não parecem números tão expressivos. Aí entra o número de "1 milhão" citado pelo Átila. Dessa forma, é uma questão mais de análise quantitativa do que de a falta de solidariedade por parte de ricões egoístas que têm seus próprios leitos - tanto é que os pobres parecem proporcionalmente bem mais indiferentes à ameaça do corona. É como o aquecimento global, que também é um fenômeno pouco intuitivo, não é possível prevê-lo apenas com física do Ensino Médio, mas sim com considerações quantitativas baseadas em modelos, então os negacionistas não são meros insensíveis... É um problema mais racional do que de mera sensibilidade moral.
Quando postei isso, em 24/3, estava buscando conduzir a discussão por um caminho como o desse texto, postado hoje (7/4)...

Quando se alega que, em resposta à pandemia do novo coronavírus, precisamos escolher entre salvar vidas ou a preservar a economia, há uma suposição implícita: a de que a perda de uma vida não constitui em si um custo econômico. Não estou falando aqui do custo correspondente ao que as pessoas que vierem a morrer deixarão de produzir. Tal custo pode reduzir o PIB total de um país, mas, na média, não reduz o PIB per capita. Inclusive, se a maioria dos mortos não estiverem economicamente ativos, essas mortes podem até mesmo aumentar o PIB per capita. Estou falando de um custo que não é contabilizado no PIB: o valor que as pessoas estão dispostas a pagar (ou deixar de ganhar) para reduzir o seu risco de vida. A literatura chama essa métrica de “valor estatístico da vida”.

As escolhas das pessoas revelam que elas estão dispostas a aumentar o seu risco de vida em troca de recompensas financeiras, assim como também estão dispostas a dispender recursos para reduzir sua chance de morrer. Quando alguém opta entre em procedimento cirúrgico mais barato e mais arriscado e outro mais caro e mais seguro, tal dilema consiste precisamente neste trade-off. O mesmo se pode dizer da escolha de um limpador de janelas entre trabalhar em um arranha-céu ganhando um salário maior ou em um imóvel baixo, auferindo um salário menor. Como o mundo real está cheio desses dilemas, é possível mensurar empiricamente, a partir de preços de mercado, qual o valor estatístico de uma vida com base nas preferências reveladas das pessoas de uma sociedade. O ganhador do Nobel de Economia de 2017, Richard Thaler, publicou um estudo seminal desse tipo em 1976 [1]. Segundo o célebre jurista americano Cass Sunstein, estudos mais recentes nos EUA estimam que o “valor estatístico da vida” no país é de cerca de U$ 10 milhões [2].

Pode parecer frio e cruel atribuir um valor econômico a uma vida, mas esse tipo de dado é essencial para que os gestores públicos tomem decisões. Não faz sentido algum tentar reduzir o risco de vida das pessoas a zero. Como afirma Sunstein no mesmo artigo, milhares de pessoas morrem no trânsito e em obras todos os anos, mas mesmo assim não proibimos o uso de veículos automotores ou a construção civil. Buscar risco zero não faz sentido. Contudo, para buscar um nível de risco que seja coerente com as preferências da sociedade, o “valor estatístico da vida” é um bom referencial. Conforme esse critério, uma regulação ou gasto público para salvar vidas é eficiente até o ponto em que o prejuízo econômico marginal correspondente seja inferior ao “valor estatístico da vida”.

Poder-se-ia argumentar que US 10 milhões é um valor inadequado para pautar a adoção de políticas no Brasil, porque a renda per capita real dos EUA é mais de quatro vezes maior que a nossa. Por esse motivo, os residentes no Brasil estariam, na média, dispostos a renunciar menos dinheiro para reduzir seu risco de vida. Para corrigir isso, podemos adotar a solução proposta por Gary Becker e Richard Posner [3] e multiplicar o “valor estatístico da vida” dos EUA pela razão entre a renda per capita brasileira e a renda per capita americana. O resultado será cerca de R$ 10 milhões (reais ao invés de dólares).

Podemos adotar essa perspectiva para avaliar as providências que o governo deveria tomar em face da pandemia do Covid-19. Em uma primeira aproximação, poderíamos pensar que cada pessoa irá tomar sua decisão de ficar isolado ou de se expor socialmente tendo em rconta o risco que corre de contrair a doença e vir a morrer, havendo assim um equilíbrio eficiente sem intervenção estatal. Isso não é verdade, contudo, pois quando alguém opta por manter contato social, não há apenas o risco do próprio agente ser infectado, mas também o risco de ele vir infectar outras pessoas. Na ausência de ação estatal, os incentivos para que os indivíduos levem em conta esse último risco em sua tomada de decisão são bastante limitados, havendo um enorme problema de externalidade [3]. É por esse motivo que, individualmente, pode ser uma decisão racional para muitos optar por manter contato social; todavia, o resultado desse conjunto de escolhas é um cenário pior para todos do que aquele que ocorreria caso todos adotasse o isolamento social. Trata-se de uma situação que corresponde a um jogo do tipo dilema dos prisioneiros [4].

De acordo com a modelagem estatística mais recente do Imperial College London [5], a diferença entre a adoção de um isolamento social mais rigoroso (supressão) e um mais brando (mitigação) no Brasil é da ordem de 500.000 vidas. Se adotarmos R$ 10 milhões como o “valor estatístico da vida” no Brasil, o custo econômico dessas vidas é de aproximadamente R$ 5 trilhões (68,5% do PIB). Não é difícil concluir que, mesmo que um lockdown imposto pelo governo gere uma significativa queda do PIB, o custo das vidas que podem ser perdidas em um cenário sem restrições é brutalmente maior.

Hélio de Mello

Suspeito que seja uma análise meio simplista, não vejo uma vida brasileira custando 10 milhões de reais, me parece que por menos do que isso aceita-se corriqueiramente perder vidas.... Até porque o número de 10 milhões saiu de um artigo de um jurista, e o próprio Hélio é mais jurista do que economista... :twisted: Me parece um texto de viés científico que se encaminha para uma conclusão já tomada de antemão por critérios éticos, que é o apoio à quarentena (com textos que tentam provar com argumentos genéticos que raças humanas não existem, algo semelhante acontece). Seja como for, a questão que se coloca é relevante e é um bom texto para reflexão. Infelizmente, na época do meu post, houve quem se exaltasse sem motivo, e ainda hoje há quem venha com o papo sentimental de "toda vida importaaaaaaa" e se feche para a questão, mas o sujeito não pagaria nem metade de suas economias para salvar uma vida... Enfim, para analisar a questão de forma completa, seria preciso unir modelos econômicos e epidemológicos, desprezar alguma das dimensões é equivocado.[1][2]
 
Esse episódio da "fritura" do cargo Mandetta tá seguindo um scrpit muito comum no futebol brasileiro quando um técnico balança no cargo e o dirigente fica se coçando pra demiti-lo. A única diferença.é que esse técnico estava ganhando os jogos.
O Bolsonaro faz isso toda hora: joga uma verde, vê quem apoia, vê quem não apoia, só age baseado no resultado, apaga as evidências, depois diz que foi fake news.

Uma pena que ele não entendeu que os comandantes das Forças Armadas tão na mão do Mourão. É o que dá colocar o filho de assistente ao invés de, tipo, alguém competente.
 
Caralho, recebi uma meia dúzia de mensagens no sentido de desprezar o perigo... E olha que em geral não sou de receber fake news.... O último foi um áudio do Osmar Terra... Pqp....
 
Quando postei isso, em 24/3, estava buscando conduzir a discussão por um caminho como o desse texto, postado hoje (7/4)...
Aviso: post feito de madrugada quando eu recém entrei de férias. Vai ter uma narrativa que vai parecer não fazer sentido, e talvez realmente não faça. Estão avisados.

Eu li agora seu post anterior e o seu post atual. Você levantou o assunto do limite de velocidade, acho que a maior parte da galera vai se lembrar do plano do Doria para mudar a velocidade das marginais, que foi uma das coisas que elegeu ele (fonte: Folha de São Paulo):
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A realidade é que quase sempre o próprio povo escolhe seu abatedouro. A mesma pessoa que não entende que com 50 km/h ela chega mais rápido do que com 60 km/h é a pessoa que não entende que o custo econômico da paralisação completa é menor do que o custo de fazer uma paralisação meia-boca.

Essas coisas costumam ser fruto de uma ilusão - as vezes juvenil, as vezes derivada da ignorância ou de um valor social enraizado profundamente na mente humana - de que uma maior liberdade de ação individual é a melhor opção sempre.

Por exemplo, hoje mesmo eu estava conversando com uns amigos meus dos EUA que estavam putos por causa do Gun Violence Prevention and Community Safety Act of 2020. Tudo que o projeto de lei quer é colocar idade mínima de 21 anos para ter uma arma, exigir treinamento de segurança, teste escrito sobre legislação relevante, teste prático de como manter uma arma segura e verificar antecedentes, além de algumas outras coisas que são consideradas BOM SENSO em qualquer outro país ocidental civilizado. Um dos americanos retrucou que era contra a Segunda Emenda.

A tal da Segunda Emenda foi escrita em 1791. Mil. Setecentos. E. Noventa. E. Um. As Guerras Napoleônicas não tinham nem acontecido!

Sabe o que não tinha na época da Segunda Emenda?
  • a metralhadora
  • o gás mostarda
  • o avião
  • o tanque de guerra
  • a bomba atômica
  • o gás mostarda
  • o míssil terra-ar
Se você for ler a Segunda Emenda literalmente, é proibido ao governo te proibir de ter qualquer um dos itens acima. Se você quiser ter um F-22 no teu sítio com todos os AMRAAM e Sidewinder que você puder comprar, tá dentro da Segunda Emenda. É direito constitucional deles, se levado ao pé da letra, ter uma fileira de mísseis anti-ar Nike-Hercules pra defender seu espaço aéreo e um Mk 153 pra destruir os tanques de guerra que quiserem invadir teu quintal.

Qualquer justificativa usada em 1791 pra eles possuírem armas se foi há muito tempo, e até onde eu pesquisei, eles ainda têm esse direito apenas por uma decisão da Suprema Corte que decidiu em um voto de 5 contra 4 que o direito se estendia a todos os indivíduos, e não a milícias estaduais - que era a intenção original da emenda. Então, por conta de uma interpretação duvidosa (e largamente partidária) de uma emenda constitucional que precede a invenção da guerra moderna, o americano médio se acha no direito de comprar e carregar armas totalmente desproporcionais para a realidade da vida moderna, gerando uma "epidemia" de tiroteios escolares e de grandes multidões. Esse é o risco para a sociedade de uma cultura que pensa que a liberdade individual é mais importante do que a própria sociedade se manter.

Eu acredito que, muito além do custo de R$ 10 milhões por vida estar correto ou não, as pessoas precisam se perguntar pra que elas se juntaram em uma sociedade pra começo de conversa. O principal motivo que qualquer sociedade se cria, ao meu ver, é pro indivíduo sobreviver de forma mais fácil, trocando sua liberdade individual por um auxílio mútuo. É o que evita que você tenha de ser soldado, fazendeiro, açougueiro, caçador e médico ao mesmo tempo. Uma vez que você não respeita esse contrato social implícito, de que uma troca de uma parcela da sua liberdade pra sobreviver fazendo apenas uma coisa da vida ao invés de cinco, é aí que as coisas começam a degringolar. É necessário honrar o direito à sobrevivência do soldado, do fazendeiro, do açougueiro, do caçador e do médico pra querer sobreviver como, sei lá, um economista, por exemplo. Quando a gente não honra esse direito e pessoas começam a morrer por isso, é aí que começa a ter greve geral, depredação, linchamento e essas coisas que, pode ter certeza, chega a impactar a economia na casa dos bilhões se acontecer por tempo suficiente e com avidez suficiente.

Nesse caso específico do COVID-19, um agravante econômico que eu consigo pensar é que quanto mais pessoas tiverem a doença ao mesmo tempo, mais leitos são necessários. Quanto mais leitos, mais respiradores. Quanto mais respiradores são necessários simultaneamente, mais dinheiro público é usado na compra deles - tudo a preço de ouro hoje, pra valer o preço de banana daqui dois anos. Se o cara é realmente um capitalista de respeito, tem de levar em conta o custo do EPI, o custo de treinamento do médico ou enfermeiro que morre, do respirador que vai perder valor de mercado... Enfim, todo o custo invisível que a aceleração dos casos causa no aumento de demanda num momento de oferta reduzida.

Levando de volta pra tua analogia de autoestradas, é como fazer uma rodovia com 6 faixas pra cada lado: parece excelente no horário de pico, mas o custo da manutenção de 6 faixas é gigantesco comparado com manter 2 faixas. Por isso a gente faz as menores, mesmo sabendo que às 5 da tarde já tá tudo engarrafado. Se a gente tivesse condição de manter o custo da saúde em 3 ou 4 faixas ao invés de 6 faixas pra cada lado, o desperdício econômico é menor.
 
Enquanto o Zema não decide, aqui no Sul de Minas em Extrema o toque de recolher a noite foi prorrogado. Se não há presidente e nem governador se posicionando, o prefeito se garante.
 
Hipocrisia. Esta é a mesma esquerda que, em 13 anos, desmontou os hospitais, diminuiu o número de leitos, congelou os salários dos profissionais da saúde, terceirizou nossas contratações a salários mais baixos (ou PJ) pras OSs lavarem dinheiro...

Não que o Bolsonaro faça muito... É outro boçal. Quem tá brilhando aí é o Mandetta!
 
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