alguns lugares que reabriram o comércio estão voltando atrás com o aumento de casos, de repente essa pressão para volta das escolas também diminua um pouco?
Tomara! Eu acredito que, se o número de casos continuar a crescer, o prefeito vai prorrogar a suspensão das aulas. Inclusive, ele até chegou a mencionar em uma live - em meados de maio - que, dependendo do que acontecesse, as aulas ficariam suspensas pelos próximos sessenta dias. Por enquanto, ele oficializou os próximos trinta dias.
aqui não tinha dado nem 2 semanas de isolamento e já tinha escola com plataforma pronta. aí as mães da escola dos guris já estavam chiando que COMO ASSIM OS FILHOS DELA AINDA NÃO TINHAM. isso me assusta um pouco, a coisa feita a rapidamente para conter a reclamação de cliente.
Nossa, dá para desconfiar, mesmo. Pedagogicamente, é improvável que alguma escola estivesse efetivamente preparada para lidar com o que está acontecendo.
Mas do que eu observo tem realmente um grupo que não está disposto a mandar as crianças antes da hora. No grupo de mães da turma do guto algumas ficaram apavoradas quando saiu o plano do sindicato porque elas não querem que as crianças voltem. então se o sindicato acha que fala assim e vai voltar todo mundo, é melhor bolar um plano b porque não vai. O que nos leva a...
Tem uma moça que trabalha no supermercado aqui perto de casa que, quando apareço lá, me pergunta, toda preocupada: "As aulas não vão voltar não, né? Eu não vou mandar meus meninos, mesmo que eles percam o ano". Eu sempre dou um jeito de acalmá-la, dizendo que ela está certa e que, por enquanto, as aulas não voltarão.
tem um ano que não piso em sala de aula, mas cada crítica aos professores nesse momento eu tenho levado para o lado pessoal, tenho me sentido atacada também. é um absurdo que as pessoas não tenham o mínimo de empatia para entender que é uma situação emergencial, que não estamos lidando dentro da normalidade, que esses professores também estão assustados e precisando cuidar de suas famílias e no meio disso tudo se reinventar para criar aulas em vídeo.
Você disse o que eu tenho tentado expressar desde que começou essa loucura toda: todo o planejamento de aula que a gente tinha não serve mais. Todas as estratégias de ensino que a gente costumava adotar precisam ser repensadas. E, além disso, como você falou, a gente também está assustado, tendo de lidar com as outras consequências da pandemia. Muitos professores são do grupo de risco e/ou cuidam de pessoas que são (o que é o meu caso: meu pai e minha mãe pertencem ao grupo de risco; tenho cuidado deles).
E os professores que têm filhos (se você estivesse em sala de aula neste ano, essa seria sua realidade
) que, além de preparem as aulas em vídeo para seus alunos, precisam auxiliar seus filhos que também estão tendo aulas on-line?
as professoras da escola dos guris ainda estão contando com uma ajuda profissional para edição e afins, mas quando leio mãe reclamando das aulas no meeting, eu perco a paciência, sabe. é uma plataforma nova, claro que há um período para se adaptar. a gente está indo para a décima semana e ainda tem pai que não aprendeu a desligar o microfone, como é que você vai lá e critica o professor por dar "aula fraca" no meeting? wtf.
Esse lance de reclamar das "aulas fracas" eu ouvi de colegas que, além de trabalharem na escola pública, trabalham em escolas particulares.
então, tem o problema legal que benzadeus o ratinho jr. e a secretaria de educação cuidaram desde o início. você não pode dar aula online para educação básica sem autorização do conselho de educação. então aqui foram umas 3 semanas de atividade em papel, e logo que liberou a aula online para a educação básica, eles começaram com a plataforma online.
Pensaram rápido.
o outro passo foi sair da contagem de DIAS letivos para HORAS letivas, desse modo as atividades online poderão se converter em horas letivas do cronograma, e as crianças não terão tanta hora para repor quando retornar (por enquanto estão trabalhando com a possibilidade de voltar em agosto, aulas em alguns sábados, vai até 23 de dezembro mas 2020 se encerraria em 2020).
Nossa, seria muito bom se tivessem adotado isso aqui. Um dos pesadelos que tenho tido é em relação a incerteza de saber como vamos fazer para encerrar o ano letivo. Até agora, pelas falas da Secretaria de Educação e do Sindicato, acho que já está subentendido que o ano letivo de 2020 se encerrará em janeiro de 2021.
Eu sou contratada, e meu contrato se encerrará no dia 31 de dezembro. E eu tenho dez dias de greve para pagar. Ou seja, os dez dias serão descontados do meu acerto. Mas não me arrependo de ter participado da greve. Eu estou contratada, mas em exercício ou não, eu continuo sendo professora. Então não é uma luta minha, individual, é uma luta de todos os trabalhadores em educação, é uma luta pela qualidade do ensino, enfim.
Quanto ao plano de reabrir as escolas, e complementando o que a @Ana Lovejoy disse, me parece que, mesmo nos países onde o pico do coronavírus efetivamente já passou, como
França e
Coreia do Sul (e, diga-se de passagem, lidaram bem de um modo geral com o vírus), está sendo um pouco conturbado.
Espero que eles vejam isso e tentem organizar as coisas de um jeito mais tranquilo, aqui no Brasil. (Estou sendo otimista hahahaha)
Claro que a absorção de conteúdo na aula a distância (principalmente para alunos não habituados) não é lá essas coisas , mas fazer o que...
Pedagogicamente, ensino INTEGRALMENTE a distância tem um alcance menor, mesmo.