Pois é V, eu vi isso em um site tb...
O versículo é "E se recusares deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos."
Aqui está um texto explicando esse fundo do filme. Para quem assistiu e achou sem sentido, aqui está uma explicação e o porque da chuva de sapos ser a parte mais bem sacada do filme. O texto está meio grande mas lê quem quiser...
ps: não fui eu quem escreveu isso...eu achei pela net.
"Tenho de adverti-los, contudo, que tudo, no filme, tem um sentido explícito. Basta que se preste atenção no que está num segundo plano.
São dez as dicas do diretor para que se compreenda o motivo de ter chovido rãs, lá pela terceira hora de projeção. A primeira delas aparece no avião que decola para arrancar do lago um mergulhador azarado. O prefixo do avião? CP 8-2. Quando o narrador explica que o mergulhador era um crupiê de 21, mostra-o abrindo as cartas ao piloto do avião que terminaria por matá-lo. O piloto, então na posição de jogador, pega um dois e pede a carta. Sai um 8. Evidente que há algo por detrás deste número é como ele aparece na cena do suicídio. Há, do lado esquerdo, duas cordas que formam o número 82. Mais: o número da caixa postal do policial Jim Kurring é 82. A primeira previsão do tempo indica 82% de chance de chuva. Fica totalmente explícito o caráter bíblico do número durante uma tomada da platéia do programa de perguntas-e-respostas. Um espectador levanta a placa com os dizeres: êxodo 8:2. Numa passagem rápida, a câmera mostra a negra do início do filme (Marcie), com aquela plaquetinha que identifica os presos. Advinha como começa o número dela? Bingo! 82. As últimas e mais escandalosas aparições do número acontecem já à noite, quando a câmera parece casualmente mostrar um semáforo. Ao lado esquerdo há uma placa luminosa com os dizeres "Êxodo 8:2". Esta mesma placa é evidenciada mais umas cinco vezes, inclusive quando começa a chuva de rãs.
Foi um amigo meu quem primeiro notou a placa. Agradeço-o imensamente. Porque ela é a chave para se entender a cena que causa alvoroço e até mesmo indignação por parte de alguns, que julgam estar sendo enganados por um diretor que nada mais tinha a fazer e então assim de relance resolveu fazer chover rãs sobre Los Angeles.
A passagem se refere aos povo hebreu ainda cativo no Egito. Moisés clama pela libertação de seu povo, mas o Faraó não cede. Então o Profeta ameaça-o com uma série de pragas. Assim começa o capítulo 8: "Depois disse o Senhor a Moisés: ‘Vai ao Faraó e diz-lhe: Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.’"
Eis aqui o tal falado versículo 2: "E se recusares deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos."
É necessário que se transcreva aqui um pouco mais do capítulo: "E o rio criará rãs, que subirão e virão à tua casa, e ao teu dormitório, e sobre a tua cama, e as casas dos teus servos, e sobre o teu povo, e aos teus fornos, e às tuas amassadeiras. E as rãs subirão sobre ti, e sobre o teu povo, e sobre todos os teus servos. Disse mais o Senhor a Moisés: Diz a Arão: ‘Estende a tua mão com tua vara sobre as correntes, e sobre os rios, e sobre os tanques, e faz subir rãs sobre a terra do Egito’. E Arão estendeu a sua mão sobre as águas do Egito, e subiram rãs, e cobriram a terra do Egito. Então os magos fizeram o mesmo com os seus encantamentos, e fizeram subir rãs sobre a terra do Egito. E o Faraó chamou a Moisés e a Arão, e disse: Rogai ao Senhor que tire as rãs de mim e do meu povo; depois deixarei ir o povo, para que sacrifiquem ao Senhor.
Uma interpretação bastante particular me sugere que estão os personagens de Magnólia aprisionados. Não num cativeiro real, como os hebreus no Egito; mas num catre de algemas imaginárias, que a alguns atende pelo nome de destino. Atados pela impotência da vida, rogam ao Senhor pela liberdade. Numa oração conjunta, cantam uma música chamada "Save Me". Mas a vida não os liberta, e é necessária a intervenção de Deus. Chovem rãs. A questão é: o povo foi libertado? Ou o "Faraó" não cedeu? Cabem ao leitor/espectador as respostas.
Já dizia Machado de Assis que o bom escritor é aquele que faz seu personagem tossir numa página para no outra mostrar-se tuberculoso. O mesmo serve para o cinema. Paul Tomas Anderson acentua o caráter realista de seu filme por meio de uma citação propositadamente perdida no meio do filme. Quem tiver olhos de ver, que veja.
(Só me resta agora saber por que o filme chama-se Magnólia. Sugestões são bem-vindas). "
PAULO POLZONOFF JR