A Divina Comédia (Dante Alighieri).
Prosseguem as minhas agruras com o gênero poético. Como me incomoda a estética em detrimento da clareza! Cada vez que eu vejo uma oração completamente desordenada só para caber numa métrica ou numa rima eu me coço com raiva e o kindle corre perigo. O kindle, aliás, está amenizando a experiência ruim, porque pelo menos o tanto de palavras difíceis (devido, provavelmente, ao mesmo propósito estético) incomoda pouco, já que é só clicar para abrir o significado. Mas o pior é quando uma palavra essencial à ideia de um verso - por vezes o seu próprio sujeito! - vai solta no verso seguinte, quebrando inteiramente o ritmo e o fluxo de pensamento, obrigando à releitura do trecho.
E há dois fatores desfavoráveis: o fato de ser uma tradução, o que potencializa os problemas citados, já que para preservar as ideias mantendo-se a estrutura poética deve ser inevitável ao tradutor lançar mão daqueles recursos com frequência; e a imensa quantidade de referências e alegorias envolvendo figuras mitológicas e históricas nem sempre bem conhecidas, o que obriga a nos socorrermos às notas no final dos capítulos, e que torna bem precária a compreensão dos versos em uma leitura fluida.
Pois, novamente talvez a escolha certa feito não tenha
Eu, par'os estorvilhos romper com o poético tipo.¹
¹DanteEriadan já havia fracassado com uma tentativa de Ilíada em uma tradução não tão recomendada pelo vate @Béla van Tesma.
Prosseguem as minhas agruras com o gênero poético. Como me incomoda a estética em detrimento da clareza! Cada vez que eu vejo uma oração completamente desordenada só para caber numa métrica ou numa rima eu me coço com raiva e o kindle corre perigo. O kindle, aliás, está amenizando a experiência ruim, porque pelo menos o tanto de palavras difíceis (devido, provavelmente, ao mesmo propósito estético) incomoda pouco, já que é só clicar para abrir o significado. Mas o pior é quando uma palavra essencial à ideia de um verso - por vezes o seu próprio sujeito! - vai solta no verso seguinte, quebrando inteiramente o ritmo e o fluxo de pensamento, obrigando à releitura do trecho.
E há dois fatores desfavoráveis: o fato de ser uma tradução, o que potencializa os problemas citados, já que para preservar as ideias mantendo-se a estrutura poética deve ser inevitável ao tradutor lançar mão daqueles recursos com frequência; e a imensa quantidade de referências e alegorias envolvendo figuras mitológicas e históricas nem sempre bem conhecidas, o que obriga a nos socorrermos às notas no final dos capítulos, e que torna bem precária a compreensão dos versos em uma leitura fluida.
Pois, novamente talvez a escolha certa feito não tenha
Eu, par'os estorvilhos romper com o poético tipo.¹
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