Volto a colocar algumas opiniões neste tópico:
Stein parece que vc é conhece bem a Bíblia, mas acredito que vc está sendo tão radical como qualquer fariseu na época de Cristo. Os fariseus acreditavam que o messias ia chegar ao povo de Israel quando todo o povo fosse perfeito e seguisse perfeitamente as leis da Bíblia. Sabe quando isso iria acontecer, nunca.
Veja, se na Bíblia aparecem contradições, o que eu posso dizer: paciência, a Bíblia não foi escrita por pessoas com o intuito de que tudo se relacionasse perfeitamente ou que ela fosse avaliada por uma comissão de mestres, arqueólogos ou cientistas. Ela foi escrita por pessoas comuns e imagine que no tempo que ela foi sendo escrita (pois não foi escrita por uma pessoa nem numa tacada só) não haviam explicações para vários fenômenos que hoje a ciência consegue explicar.
Num post seu vc mencionou o texto de João 17,17 para dizer que a palavra (bíblia) é perfeita/verdadeira. Mas vc pegou só esse pedacinho, será que leu o capítulo inteiro?
Gostaria de lhe fazer uma pergunta, sobre o que fala qualquer Evangelho inteiro?
Com certeza vc poderia dizer claramente o que está escrito, mas vc absorveu a essencia? Assim é com todoa a Bíblia. Eu posso pegar um pedacinho e dizer: empregados obeceçam aos seus senhores, mulheres obedeçam aos seus maridos como Paulo escreveu, e não procurar entender quando foi que isso foi escrito e para que foi escrito, quais eram as características de quem escreveu, o que ele pensava.
Volto a dizer o que eu já coloquei em outros posts, um povo que viveu na Palestina a muito tempo atras passou a ver na sua história sinais de que existia uma força maior guiando seus passos, isso foi sendo transcrito na Bíblia, a partir das experiências pessoais e coletivas deste povo. Se eu acredito que este povo era guiado por Deus, acredito que foi Deus quem inspirou este povo a escrever essa "Bíblia", mas não sou ingênuo para ler ao pé da letra ou sem interpretação o que nela esta escrito.
Sobre Jesus histórico.
Talvez não existam provas de que Jesus teria existido, mas o que vc queria: o túmulo de Cristo, ( ou os ossos?), a cruz, uma caneca que ele bebeu e ficou as impressões digitais? É claro que é muito difícil provar a existência de uma pessoa histórica tantos anos depois. Mas existe provas da existência de Socratés, tido como o pai da filosofia? Esses são realmente personagens muito prováveis, mas não conseguir provar que eles existão também não provam que eles não existiram.
Alguma prova de que o que está nos evangelhos é "muito provável"
No capítulo 5 do evangelho de São João está assim:
1. Depois disso, houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
2. Há em Jerusalém, junto à porta das Ovelhas,
um tanque, chamado em hebraico
Betesda, que tem
cinco pórticos.
3. Nestes pórticos jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos, que esperavam o movimento da água.
Só para encurtar a história, mas quem quiser procure, Jesus curou um enfermo ali e o homem foi acusado pelos fariseus de retira-se curado dali no dia de sábado. Ma o mais importante neste caso não é a história, mas só alguns detalhes: em Jerusalem existia um tanque chamado Betesda que tinha cinco pórticos.
Jerusalém foi arrasada diversas vezes por diversas guerras até os tempos de hoje. No começo do século XX arqueólogos encontraram nas escavações em Jerusalém o tal Pórtico, que comprovava que neste trecho o evangelho estava correto. Mas nas escavações só encontraram 4 pórticos, xi, o evangelho estava errado, o evangelho não é confiável. Passaram-se alguns anos então e foi constatado que de fato existiam 4 pórticos, um em cada canto do tanque (pescina, para gente) mas descobriram que existia o quinto pórtico, no meio do tanque, de um lado à outro. Logo o evangelho está correto, existem de fato a piscina e os 5 pórticos, só que Jerusalém foi destruida em 70 depois de Cristo, e não restou muita coisa de lá, logo o evangelho retratou algo que existia antes do ano 70 e não pode ter sido escrito por quem não esteve lá ou tenha presenciado esses fatos. Não pode ter sido inventado pela igreja depois.
Claro isso só serve para provar que existe os pórticos e a pescina, não que Cristo tenha exisitido, mas isso já é um indicio, somando-se aos relatos de Flavio Josefo existem algumas provas.
Flavio Josefo era um historiador judeu que escrevia ao imperador romano o que ocorria na Palestina no tempo de Cristo. Ele não conheceu Cristo pessoalmente, mas por volta de 50d.C. ele relatou ao imperador romano o seguinte que na palestina estava tudo bem, o imperador não precisa se preocupar, entre outras coisas uma coisa nova que estava surgindo lá era uma seita judaica que entre outros ritos comiam carne humana e bebiam sangue (eucaristia para quem não sabe é o corpo e o sangue de cristo). E relatou isso oa imperador. Pasou um tempo o imperador mandou resposta à isso, que foi bem simples: matem todos desta seita. Ai começaram perseguições romanas aos primeiros cristãos.
Nenhum desses historiadores é testemunha ocular de Cristo, pelo contrário, todos nasceram após a sua hipotética morte ( ~30-35 a.C. ). Isso de forma alguma constitui-se como uma prova inquestionável. Seria de se esperar que, caso esse indivíduo tivesse tido a importância conforme narrada pelo NT, seus feitos teriam sido narrados no tempo em questão por historiadores pagãos.
Alias á um post do Stein que tem algumas coias sobre o Flavio Josefo, mas o Stein esquece-se que a Palestina não era nada para o império romano, quem se importava, não havia muito interesse de Roma em saber sobre essa seita, pois ela era mais uma dentre muitas. Nenhum desses históriadores eram testemunhas oculares de cristo mesmo, mas eles relatam costumes dos primeiros cristãos: reunirem-se em um dia fixo (1º dia da semana, encontram-se para fazer refeições - eucaristia). São relatos que sustentam o Envegelho e mostram que a religiao cristâ surgiu numa época e num local específico, como está no evangelho. Isso não são provas inquestionáveis? Não são legitimas? Mostram que o evangelho não está errado.
Desculpem se o texto ficou longo, mas só gostaria que o pessoal não aponta-se o dedo para lua e fica-se vendo apenas o dedo.