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e eu ainda nãoeeeeeee, um nobel que eu li antes de ganhar nobel
Eu também. E achei pra lá de hypado.eeeeeee, um nobel que eu li antes de ganhar nobel
Muita gente também não curtiu... Mas os que leram Atos Humanos recomendam demais esse. Pensando se começo por aqui... ou se deixo por último pra causar uma impressão melhorEu também. E achei pra lá de hypado.
pois é... só postaram um stories de uma notícia de outro site...Dez da manhã já, e nem um post sobre o Nobel no Instagram da Todavia. O pessoal tá moscando. Ou ainda nem acordou?
Eu também. E achei pra lá de hypado.
foi da gringa. fujo da Deborah Smith desde então :quando eu li (em 2016, wth, o tempo voando) eu gostei, mas foi aquele gostar três estrelas, aquela coisa que você vai lendo e até entende o apelo, mas não mexe muito com vc, etc. tanto que não fui atrás dos outros livros dela (e acho que mesmo com o nobel, vou continuar não indo )
parece que na época teve uma treta sobre a tradução gringa? ou seria a brasileira? agora não lembro mais. alguém lembra disso?
Lembrando que A Vegetariana mesmo saiu por aqui, antes da ed. da Todavia, em uma da Devir, também direta do coreano. Alguns estudiosos inclusive acham esta tradução superior, e eu gostei mais também no geral; apenas alguns lances do estilo nos diálogos (não em todos) me deixam um pouco... sei lá... (por ex., em um o narrador pergunta à mulher: "O que está você fazendo?")... coisa mínima também... enfim, se alguém quiser comparar:pior que eu li a tradução gringa. agora já estou pensando aqui em revisar minha opinião sobre a vegetariana e ir atrás de atos humanos
Nunca tinha me ocorrido que minha esposa era uma pessoa especial até ela adotar o estilo de vida vegetariano. Para ser bem franco, não me senti atraído por ela na primeira vez em que a vi. Estatura mediana. O cabelo não era nem comprido nem curto. Tinha a pele levemente amarelada, as maçãs do rosto um pouco pronunciadas. Vestia-se de forma neutra, como se tivesse algum tipo de receio de se destacar. Calçando um par de sapatos pretos bastante sem graça, ela se aproximou da mesa em que eu a esperava. Não andava nem rápido nem devagar, sem firmeza, mas também sem muita fragilidade.
Acabei me casando porque ela não tinha nenhum charme especial, e também por não ter notado defeitos muito gritantes. Uma personalidade dessas, sem frescor, brilhantismo ou refinamento, me deixava confortável. Não sentia necessidade de bancar o inteligente para conquistá-la e não precisava correr tentando não chegar atrasado aos nossos encontros. Tampouco sentia complexo de inferioridade ao me comparar com os típicos galãs dos catálogos de moda. Ganhei uma barriguinha já na segunda metade dos meus vinte anos. Meu corpo não desenvolvia massa magra nem mesmo com meus repetidos esforços de me exercitar. Até mesmo meu pênis pequeno, que costumava me deixar um tanto apreensivo, parou de me incomodar quando estava com ela.
Eu nunca gostei de nada muito exuberante. Ainda criança, andava com moleques dois ou três anos mais novos que eu e gostava de bancar o dono da rua. Quando cresci, consegui entrar numa faculdade que oferecia uma bolsa bem decente. Em seguida, me contentei em receber um salário modesto numa empresa pequena que valorizava o pouco que eu era capaz de fazer. Por isso, casar com uma mulher que parecia ser a mais comum do mundo era uma escolha natural. Mulheres bonitas, inteligentes, notavelmente sensuais ou filhas de famílias ricas só me causavam desconforto.
Conforme minha expectativa, ela desempenhou a função de esposa sem grandes dificuldades. Todos os dias acordava às seis da manhã e preparava arroz, sopa e um pedaço de peixe. Mesmo não sendo muita a renda dela, obtida do bico que fazia desde a época em que era solteira, ajudava nas despesas da casa. Ela trabalhava como professora auxiliar numa escola de computação gráfica na qual estudou por um ano e, em casa, digitava falas nos balões de histórias em quadrinhos para uma publicação.
Era uma mulher de poucas palavras. Raramente me pedia alguma coisa e, mesmo quando eu demorava a voltar para casa, pouco se incomodava. Nem pedia para passearmos juntos nos feriados, quando coincidia de estarmos de folga ao mesmo tempo. Eu ficava estirado no chão, com o controle remoto da tevê, e ela permanecia no quarto. Acho que ficava trabalhando ou lendo — seu único hobby eram os livros, mas esses livros pareciam tão entediantes que nem me dava vontade de lê-los. Só na hora das refeições é que ela abria a porta, saía e preparava a comida, sem dizer nada. Para falar a verdade, viver com uma esposa assim não era muito divertido. Mas quando eu pensava nos outros, amigos e colegas de trabalho, falando das esposas, que telefonavam a cada cinco minutos e viviam reclamando e provocando brigas homéricas, eu até me sentia agradecido.
Diferentemente das outras mulheres, a minha não gostava de usar sutiã. No curto e modorrento período em que namoramos, quando percebi a ausência do cós do sutiã ao passar as mãos em suas costas, fiquei levemente excitado. Para ter certeza de que com isso ela queria me mandar algum sinal, eu a observei por um tempo com olhares renovados. Mas percebi que ela não tinha a intenção de me mandar um sinal. Então, por que não usava sutiã? Preguiça? Displicência? Eu não conseguia compreender. Os seios dela não eram lá grande coisa. Nem combinava ficar sem sutiã. Se, em vez disso, ela ao menos usasse sutiãs com bojos generosos, eu teria me sentido melhor quando a apresentava para meus amigos.
Depois do casamento, ela não usava sutiã nem dentro de casa. No verão, quando tinha que sair, acabava vestindo um, com receio de deixar os mamilos evidentes, mas logo soltava os ganchos. Quando usava blusas apertadas ou de tecido mais fino, os ganchos soltos ficavam aparentes. Mas ela não se importava. Quando eu chamava sua atenção, colocava um colete por cima, mesmo quando fazia um calor danado. Ela se justificava dizendo que usar sutiã era sufocante e que sentia um forte aperto no peito. Como eu nunca usei um, não tinha como saber o quanto isso era verdade, mas, de acordo com o que eu observava, as outras mulheres não se sentiam incomodadas, por isso sua sensibilidade extrema me parecia estranha.
Fora isso, todo o resto fluía bem. Aquele era nosso quinto ano de casados. Já que desde o começo não morríamos de paixão um pelo outro, nem havia por que sentir algum desgaste. Tínhamos postergado a gravidez para depois de comprar esta casa, no outono do ano passado, e então comecei a achar que estava na hora de ouvir alguém me chamar de papai. Mas em fevereiro último, de madrugada, encontrei minha esposa na cozinha, de pijama. Até aí eu nunca tinha pensado que nossa vida pudesse sofrer a mínima transformação.
Qual é da Devir e qual é da Todavia, xará?Lembrando que A Vegetariana mesmo saiu por aqui, antes da ed. da Todavia, em uma da Devir, também direta do coreano. Alguns estudiosos inclusive acham esta tradução superior, e eu gostei mais também no geral; apenas alguns lances do estilo nos diálogos (não em todos) me deixam um pouco... sei lá... (por ex., em um o narrador pergunta à mulher: "O que está você fazendo?")... coisa mínima também... enfim, se alguém quiser comparar:
Ver anexo 100140Ver anexo 100141Ver anexo 100142Ver anexo 100143
foi mal rsQual é da Devir e qual é da Todavia, xará?
Bem, Fosse pelo menos tem um calhamaço (as mil páginas de Septologia) hihihiNão sei se é só coincidência ou não, mas parece que o Nobel tem preferido premiar autores com narrativas curtas...
Han Kang
A Vegetariana: 176 p.
Atos Humanos: 192 p.
O Livro Branco: 160 p.
Jon Fosse
É a Ales: 85 p.
Brancura: 64 p.
A Casa de Barcos: 144 p.
Trilogia: 200 p.
Annie Ernaux não preciso nem falar, né...
Cadê os calhamaços???
A cara de desaprovação e desprezo do Thomas Mann ao ver isso aí...