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Prêmio Nobel de Literatura 2024

Acabei de terminar Greek Lessons, de Han Kang. Gostei muito, muito mesmo. No início, eu estava um pouco cético quanto ao impacto que ele teria, e não é um livro perfeito, mas acabou falando muito intimamente comigo. Acontece que o tipo de sensibilidade ingênua e ultrassensível de Han em relação às alegrias e tristezas da vida, seu peso, é algo que eu compartilho no fundo. Na verdade, é muito revigorante vê-la explorando os temas que aborda aqui de uma maneira tão enganosamente leve, mas ferindo você junto com as personagens; uma escrita que é simples, mas quase cada linha é carregada de um lirismo sútil demais, a ponto de poder passar despercebido como mera narração; de uma forma que mostra que não é preciso depender de um estilo, de assuntos, ou de linguagem grandiosos para criar algo tão frágil e belo.

Dois livros na (pequena, mas impactante, até agora) bibliografia da autora, mas já dá pra sentir seu peso.

Talvez eu escreva mais sobre ele, mas por enquanto é só. Ainda estou pensando sobre o livro. Certamente o relerei quando for publicado aqui no Brasil.
 
Depois de ler os cinco romances dela disponíveis nos idiomas que consigo ler (A Vegetariana, Greek Lessons, Atos Humanos, O Livro Branco, We Do Not Part), posso finalmente entender por que ela foi escolhida como a laureada deste ano. Com uma produção tão curta, ela é uma daquelas escritoras que é melhor apreciada tendo em mente toda a sua obra, já que imagens de livros anteriores se repetem em livros posteriores, reforçando ou contrastando seu significado. O quadro geral que ela pinta sobre o sofrimento, a fragilidade da vida, os pequenos atos de bondade e amor que parecem ao mesmo tempo ternos e dolorosos em meio às dificuldades que as pessoas enfrentam, tudo com uma linguagem simples mas altamente lírica, é surpreendente.
 
Depois de dois livros lidos, continuo sem entender o hype. :lol:
Vegetariana e Livro Branco, né?

Então, os livros dela em geral são bem diferentes, como vc deve ter notado com esses dois. Compreensível, por exemplo, não gostar do tom histérico, e imagens bizarras de Vegetariana. Já O Livro Branco é mais pra completistas, servindo ali bem como um interlúdio entre Atos e We Do Not Part (mas que, ainda assim, mesmo em sua narrativa frágil, contém umas das páginas mais líricas dela, verdadeiros poemas em prosa). Este último a Todavia lança ano que vem, recomendo que dê uma nova chance. É o último romance dela, e o mais bem conseguido e maduro :yep:.
 
Agradeço o interesse, mas prefiro não.

Duas chances já foram mais do que outros autores mereceram. Seguirei lendo outras coisinhas, que não falta coisa boa pra ler na curta vida.
 

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