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O autor fala sobre coletivismo autoritário (numa escala nacional, guiado pelo estado centralizados e planejador central) e voluntário (numa escala regional, guiado pelo interesse comum dos indivíduos). Eu realmente não tenho conhecimento sobre a lógica de Gandhi, então não posso comentar muito. Se você substituir "individualismo" por "liberalismo", eu até concordo com a diferenciação entre autoritário e voluntário, sendo o segundo mais próximo do anarcocapitalismo.

Acho que a diferença básica entre o coletivismo e o individualismo voluntários é que um acredita que os indivíduos voluntariamente tomarão suas decisões considerando o que é melhor para a comunidade, mas a outra linha pensamento diz que não, que os indivíduos continuarão a tomar as melhores decisões para si.
 
Para mim a contradição permanece usando o termo "liberalismo autoritário", já que liberalismo apela à liberdade, e autoritarismo à falta de liberdade. Pode-se pensar em "autoritarismo com liberalismo econômico", mas ainda assim o regime não será um regime liberal. Esse é inclusive o sentido da palavra que o autor do artigo usa: liberalismo como anti-autoritarismo, cabível tanto para os liberais socialistas quanto aos liberais de direita. Por isso preferi usar o termo "individualismo autoritário" e "individualismo não-autoritário" para comentar as posições do autor, já que assim como o indivíduo se contrapõe ao coletivo, o individualismo se contraporia ao coletivismo.

Mas minha crítica nem foi tanto quanto aos termos e si, mas com o fato de que "autoritarismo com liberalismo econômico" não é liberal, e portanto podia estar muito bem próximo a "autoritarismo sem liberalismo econômico" em um eixo unidimensional, a diferença entre os dois é pouca e estaria retratada colocando-se o "autoritarismo com liberalismo econômico" um pouco mais à direita (mais próximo do lado liberal) do que o "autoritarismo sem liberalismo econômico", mas ainda assim ambos estariam no lado esquerdo (antiliberal) ou pelo menos centro (no caso de quando há liberalismo econômico) do espectro antiliberalismo-liberalismo.

E também penso que a diferença entre coletivismo e individualismo voluntário é essa que você pontuou, mas não vejo essa como uma diferença relevante. Se um quer soltar um conjunto de partículas estranhas de dentro de uma caixa e acha que elas vão subir, enquanto outro quer soltá-las e acha que elas vão descer, ambos lutam para que as partículas sejam soltas e contra aqueles que querem que elas fiquem confinadas na caixa, e se elas vão subir ou descer não mudam em nada essa luta.
 
Última edição:
Não existe a menor contradição em falar de liberalismo autoritário porque o liberalismo não se opõe ao autoritarismo de forma alguma a não ser no nível da retórica. Porque essa oposição que vocês colocam entre liberalismo e autoritarismo é extremamente tendenciosa porque presume que 'liberdade' é um termo inventado ou intuído pre-eternamente de um místico liberalismo pré-eterno. Logo, o liberalismo histórico seria um tipo de encarnação de virtudes 'liberais' intuídas eterna e ontologicamente de uma suposta tradição de pensamento, senão mesmo de práxis semi-consciente em meio a tradições autoritárias. É o que dá pra perceber da leitura de vocês.

Mas a liberdade não se refere, ainda que salvaguardado seu caráter real, a uma mesma prática e entendimento conceitual e existencial de liberdade. A liberdade muda com os tempos e não apenas muda, se transmuta, regride e avança, caminha por cordas bambas, e entre a s variáveis que influenciam no entendimento e prática dessa liberdade, existe todo um referencial, todo um universo simbólico cheio de referenciais significativos que tem na liberdade seu ponto de partida. No mundo tradicional, por exemplo, não existe uma liberdade política e uma liberdade social, uma liberdade religiosa e uma liberdade econômica, existe a Liberdade, um espírito que permeia todas as instâncias e estruturas da vida terrena que, com não canso de dizer, é símbolo e prefiguração da vida eterna.

E mesmo no mundo antigo, essa liberdade sofre variações constantes, ela vai desde a liberdade estritamente aristocrática, da subordinação das castas inferiores às superiores, da ordenação e correlação entre as diversas esferas da vida, a transfiguração dessas mesmas instâncias vividas sub specie aeternitatis através do rito e do mito, o primeiro como transmissão de influências sobre-humanas e transformadoras que pressupõem, apesar da impessoalidade de sua essência, uma determinada receptividade do adquirente de tais influências, receptividade moral e mais-que-moral, ontológica, metafísica. O mito, já um relato anamnético e igualmente ritual, embora a nível inferior e mais condicionado, de iguais realidades trans-físicas. Em tud isso, reina a liberdade. A liberdade do inferior obedecer ao inferior e, por meio da ascese do poder, se libertar de seus condicionamentos. A crucificação das paixões das classes aristocráticas através de um mando impessoal destas por sobre seus Impérios, que os elevas ás esferas mais transcendentes. A própria ordenação estritamente racional da sociedade conformada a modelos arquetípicos, em tudo reina a liberdade.

É preciso entender isso aqui, trazido para o reino da política que, como não canso de dizer, não apenas era parte orgânica do orgânico mundo tradicional, como era mesmo sua coroa, seu ápice, o campo par excellence de exercício do poder, da liberdade, da dialética, da escolha entre as possibilidades oferecidas pelo mundo da materialidade telúrica, vital, orgânica, das esferas lunares do devir da constante e eterna esfera de nascimento, vida, morte e renascimento e os condicionamentos aprisionantes dele decoerentes, e o mundo das estrelas fixas, olímpico, solar, devayânico, celestial.

Eu só estou tecendo essas coisas sobre o mundo tradicional para efeitos didáticps, a serem transpostos à esfera política profana. Lá na Índia védica ou na Roma antiga, a liberdade sempre esteve firmemente atrelada a uma concepção viril de espiritualidade, de entendimento do homem como microcosmo e do cosmo como macrantropo, ou seja, de que a liberdade é condicionamento, é prisão às paixões e a toda amarração característica do devir, e de que só a pura transcendência pode libertá-lo. Eis a liberdade,a mesma liberdade que brilha nos escritos políticos de Platão e dos neo-platônicos, dos santos Padres, dos escolásticos e de toda a fina flor da intelectualidade medieval e antiga, a liberdade da busca da verdadeira realidade de libertação de toda prisão e condicionamento.

E vocês me trazem a liberdade do liberalismo, a liberdade individualista que é a marca de toda práxis e filosofia liberal, o reinado do indivíduo (e não da pessoa, que é um ser já livre, que conquistou a liberdade através da ascese e do desapego, que domina as esferas de existência inferiores) absoluto, atomizado, a liberdade de exaltação não dos grandes feitos, das conquistas sobre si mesmo, sobre os demônios, não!, a liberdade hedonista, do utilitarismo, do apequenamento burguês de toda virtude, toda filosofia moral, a submissão de todo o universo simbólico e ritual antigos por uma concepção racionalista, fechada sobre si mesmo, do cosmo e da existência, o fechamento das dimensões transcendentes e mágicas ao homem 'civilizado', domesticado, o animal de rebanho que vocês, liberais, elevaram à quintessência do modelo de liberdade.

São duas concepções totalmente opostas, divergentes, radicalmente diversas, são mesmo duas 'liberdades'. Como que vocês opõem liberalismo e autoritarismo sem antes definir de que liberdade e de que autoridade estamos falando? Era a autoridade dos imperadores gibelinos 'autoritária', apesar da autonomia dos príncipes nacionais? Era 'liberal' a revolução bolchevique, contra o autoritarismo czarista (de cunho ocidental, aliás)? Minha concepção de poder e ascese é autoritária? O livre mercado é liberal? Isso é tudo muito discutível e só atesta aquela outra tese muito cara a nós, tradicionalistas, a de que essas dicotomias e dualidades sem sentido concreto presentes e toda discussão ideológica, só terminarão quando substituirmos o entendimento ideológico da política pela discussão filosófico, quando passarmos em vista, realmente, as doutrinas políticas ao crivo da tradição filosófica e teológica, quando se analisar essas ideias para longe dessas prisões normativas e esquemáticas de esquerda-direita, liberal-conservador, socialista-capitalista.

Nesse sentido é que eu, enquanto tradicionalista, digo e defendo que TODO liberalismo é autoritário, a concepção liberal do indivíduo atomizado e escravizaso às suas 'liberdades' amorais ou às suas prisões conceituais e filosóficas é um atentado a toda verdadeira liberdade que presume a presença de forças antagônicas que lutam entre si, que rebaixam ou elevam o homem, e pela qual ele terá de escolher e lutar para se defender. Para mim nada há mais escravizador, autoritário, que o liberalismo. O stalinismo mais absurdo, mais demônico, é menos autoritário que a simples ideia liberal.

Percebem? Eu poderia me definir como anarco-socialista, stalinista contigente, conservador de esquerda, tradicionalista pós-moderno, legionarista, fascista purificado, extrema-direita, e mesmo de extrema-esquerda. Pessoal se escandaliza com essas coisas mas não percebe que não se está inventando moda, mas simplesmente se demonstrando a nulidade dessas esquematizações normativas e normativizantes, a caducidade dessas dualismos. Isso precisa ser pensado e refletido, precisa ser transposto o abismo desses esquemas e sistemas, precisamos compreender os fenômenos políticos e sociais, e não fazê-los serem compreendidos pelas teorias disponíveis.
 
Como que vocês opõem liberalismo e autoritarismo sem antes definir de que liberdade e de que autoridade estamos falando?

No diagrama em questão, autoritarismo tem uma relação com a ideia de impor preferências supostamente conservadoras à população de modo geral. Em outro post eu coloquei uma pesquisa do IBOPE que mostrava o que seria opiniões mais liberais versus conservadoras/autoritárias.

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Antes que você surte falando que conservadorismo não é autoritarismo, vamos olhar o infográfico:

1)"O homossexualismo deve ser desencorajado pela sociedade" - Conservador e autoritário.
2) "A arma legalizada deveria ser um direito do cidadão para se defender" - Eu entendo como uma política de tendência liberal. E de direita, no sentido que questiona o monopólio da violência estatal, pelo menos numa esfera privada ("usar a arma para me defender em casa").
3) As drogas devem ser proibidas pq "toda a sociedade sofre as consequências" - Autoritário. Curiosamente, o argumento é coletivista ("afeta toda a sociedade"), de modo que essa resposta poderia até ser taxada como tendência de esquerda-autoritária.
 
Desencorajar o homossexualismo só é autoritário em uma mentalidade individualista e, olha só, moralmente relativista. Os argumentos contra a condenação moral do homossexualismo NUNCA vão além dessa questão rasa da liberdade individual, dos supostos direitos individuais de certas minorias, como se a questão se reduzisse a afirmar ou negar a mesma liberdade, o mesmo conceito de liberdade.

Da mesma forma, o direito de portar armas, se não estendido a toda sociedade de forma igualitarista a la 'república dos revólveres' tipicamente ianque, mas diferenciado para elites militares, por exemplo, é algo que nada tem a ver com liberalismo. É um direito adquirido pela ascese da guerra, pela formação militar-aristocrática.

Já quanto às drogas, eu concordo, embora seja contra a legalização por razões práticas.
 
Desencorajar o homossexualismo só é autoritário em uma mentalidade individualista e, olha só, moralmente relativista. Os argumentos contra a condenação moral do homossexualismo NUNCA vão além dessa questão rasa da liberdade individual, dos supostos direitos individuais de certas minorias, como se a questão se reduzisse a afirmar ou negar a mesma liberdade, o mesmo conceito de liberdade.

Esse ponto, Paganus, é um beco sem saída para o nosso debate. Você discorda que adultos vivam de forma consensual suas sexualidades. Como sair desse beco?

Da mesma forma, o direito de portar armas, se não estendido a toda sociedade de forma igualitarista a la 'república dos revólveres' tipicamente ianque, mas diferenciado para elites militares, por exemplo, é algo que nada tem a ver com liberalismo. É um direito adquirido pela ascese da guerra, pela formação militar-aristocrática.

Não entendi a sua posição. Sendo liberado de forma igualitária, não tem a ver com o liberalismo?
 
Achei muito bom o texto abaixo, mas tenho certeza que o @Paganus vai dizer que é uma bosta. :lol:

Não existe liberal-conservador

Por João Luiz Mauad em 20/03/2014
Conheço um monte de gente que se diz “liberal-conservadora”. Geralmente, essas pessoas afirmam ser liberais em economia e conservadores nos costumes. Pretendo aqui tentar esclarecer que a expressão “liberal-conservador” é um oximoro, uma contradição em termos.

Em seu famoso manifesto “Por que não sou conservador”, Hayek imaginou um triângulo eqüilátero no qual, sobre cada um dos vértices, situavam-se liberais, conservadores e socialistas. O triângulo de Hayek visava contrapor a idéia de que os liberais se encontram no meio de uma linha em que os extremos são ocupados, à direita, por conservadores e, à esquerda, por socialistas.

Malgrado existam liberais, conservadores e socialistas de diversos matizes, distribuídos ao longo de cada um dos lados do triângulo, a verdade é que podem ser traçadas fronteiras bem nítidas entre essas três correntes. Assim como os ditos socialistas podem ser mais ou menos radicais (comunistas ou social-democratas), o mesmo ocorre com os conservadores e com os próprios liberais. Entretanto, nenhuma dessas correntes ou ideologias se funde com a outra. Assim como não existe “social-liberalismo”, também não acho adequado falar de “liberal-conservadorismo” ou “social-conservadorismo”.

Embora certos nichos neoconservadores mais radicais ainda prezem o nacionalismo e, por conseguinte, apóiem medidas protecionistas (tanto em relação ao comércio quanto à imigração), além do aumento da tributação para financiar o fortalecimento das forças armadas, de forma geral a doutrina conservadora observa o liberalismo econômico como um valor, ainda que lhe atribuam um peso bem menor que os próprios liberais. Portanto, se você é liberal apenas em economia, mas conservador no resto, você não é “liberal-conservador”, mas apenas conservador. Da mesma forma, a defesa da liberação das drogas, da prostituição, da eutanásia, etc. não o torna um “social-liberal”, mas, pura e simplesmente, liberal.

Por outro lado, muitos liberais autênticos se consideram conservadores pelo simples fato de defenderem valores morais rígidos. Gente que é avessa ao consumo de drogas, à prostituição, à eutanásia, ao aborto, à pornografia, bem como professa valores religiosos e familiares rigorosos, por exemplo, não raro se considera conservadora. Na verdade, você pode ser tudo isso e, ainda assim, ser um liberal radical, bastando apenas que você não defenda o uso dos poderes de polícia do estado para impor aos demais os seus valores ou obrigá-los a rezar pela sua cartilha.

Este que vos fala é considerado por muitos um sujeito bastante careta. Entre outras coisas, está casado há 32 anos com a mesma mulher, não consome drogas, não é chagado à pornografia, nem a prostitutas. Entretanto, defende o direito dos outros de fazer tudo isso e acha que o Estado não tem o direito de impor seus próprios valores aos demais.

Ninguém explicou essa questão melhor do que Hayek. Segundo o austríaco, “Em termos gerais, poderíamos afirmar que o conservador não se opõe à coerção ou ao poder arbitrário, desde que utilizados para fins que ele julga válidos.Ele acredita que, se o governo for confiado a homens probos, não deve ser limitado por normas demasiado rígidas”.

Como se vê, o que determina se alguém é liberal ou conservador não é, de maneira nenhuma, os valores morais segundo os quais essa pessoa decidiu viver, mas a sua visão sobre os limites dos poderes do estado. Portanto, a diferença não está propriamente nos valores, mas precisamente nos princípios que cada um defende. Mas deixemos que o próprio Hayek sintetize:

Como o socialista, o conservador preocupa-se menos com o problema de como deveriam ser limitados os poderes do governo do que com o de quem irá exercê-los; e, como o socialista, também se acha no direito de impor às outras pessoas os valores nos quais acredita.Quando digo que o conservador carece de princípios, não quero com isso afirmar que ele careça de convicção moral.

“O conservador típico é, de fato, geralmente um homem de convicções morais muito fortes. O que quero dizer é que ele não tem princípios políticos que lhe permitam promover, junto com pessoas cujos valores morais divergem dos seus, uma ordem política na qual todos possam seguir suas convicções. É o reconhecimento desses princípios que possibilita a coexistência de diferentes sistemas de valores, a qual, por sua vez, permite construir uma sociedade pacífica, com um emprego mínimo da força.Sua aceitação significa que podemos tolerar muitas situações com as quais não concordamos.

“Há muitos valores conservadores que me atraem mais do que muitos valores socialistas, porém a importância que um liberal atribui a objetivos específicos não lhe serve de justificativa suficiente para obrigar outros a submeter-se a eles. Não duvido que alguns de meus amigos conservadores ficarão chocados com as “concessões” às opiniões modernas que eu teria feito na Parte III deste livro. Contudo, embora possa não gostar, tanto quanto eles, de algumas das medidas mencionadas e até votasse contra elas, não conheço nenhum princípio geral ao qual recorrer para persuadir os que têm opinião diferente de que tais medidas são inaceitáveis na sociedade que eu e eles desejamos. Para conviver com os outros é preciso muito mais do que fidelidade aos nossos objetivos concretos. É necessário um comprometimento intelectual com um tipo de ordem em que, até nas questões que um indivíduo considera fundamentais, os demais têm o direito de buscar objetivos diferentes.

Fonte: Instituto Liberal
 
Eu até entendo o ponto desse texto, @Grimnir , mas não concordo muito. Ele parece se prender a um único conceito de conservadorismo, que é uma ideia com várias vertentes e nuances.

Por exemplo, ao afirmar que "... o conservador não se opõe à coerção ou ao poder arbitrário, desde que utilizados para fins que ele julga válidos", ele parece não levar em consideração o conservadorismo de Burke. Tem um artigo que trata bem desse aspecto burkeano, aplicando-o ao caso do casamento entre pessoas do mesmo sexo: Not Whether but How: Gay Marriage and the Revival of Burkean Conservatism

Destaque especial para esse trecho:

One could write long treatises trying to define what I am calling Burkean conservatism (and Edmund Burke himself was a complicated figure). But here I will settle for saying that the Burkean temperament—for it is much more a temperament than an ideology—values continuity and tradition because they provide life with stability; appreciates institutions and norms because they provide life with structure; and respects the outcomes of gradual, bottom-up social evolution as revealing more about true human needs and capacities than humans often know themselves. Burkeans are especially wary of utopian social engineering, the characteristic program of the egalitarian left. Aspirations to remake human nature or human society along idealistic or rationalistic lines are doomed to fail at great cost, Burkeans believe. As Karl Popper once put it, “The attempt to make heaven on earth invariably produces hell.”

This is a distinctively conservative frame of mind, but it is not reactionary. For, wary as they are of radicalism, Burkeans are not opposed to change—not even, necessarily, top-down change. The Burkean outlook takes individual rights seriously and understands that social order serves no purpose if its result is oppression, immiseration, or the stunting of the human spirit. It also understands that social stability, far from being endangered by institutional change, positively depends upon it. Burkeans no more believe in a perfect status quo or an idyllic past, a utopian template to be returned to, than they do in a perfect revolution or an ideal human order, a utopian template to be progressed to. For them, the question is not whether society changes but how. The question is, more specifically: does society change in ways which maximally reconcile social order with individual liberty, or in ways which are heedless of either or both? Inherently, to be a Burkean is to perform a balancing act, which is what gives the philosophy both its complexity and its suppleness.

Outro texto que acho bem apropriado para esse tópico e que toca nessas questões é esse aqui: Gramática política
 
Esse ponto, Paganus, é um beco sem saída para o nosso debate. Você discorda que adultos vivam de forma consensual suas sexualidades. Como sair desse beco?

Estabelecendo parâmetros diferenciadores para sexualidade. Sem entrar na questão inútil do homossexualismo ser considerado doença ou não, eu preciso ter parâmetros muito claros de que, apesar de todos terem o direito de exercerem livremente suas sexualidades, nem toda sexualidade é de fato sexualidade. Em outras palavras, apenas a união sexual entre homem e mulher, com fins reprodutivos ou não, é uma união tradicional, portanto, diferenciável e de qualidade absolutamente superior.

Aí existe uma variedade de posições conservadoras sobre o assunto.

Pode-se proibir relações extra-maritais, tendo em mente que o única casamento aceitável pelo Estado é, obviamente, o religioso. Nesse lastro se pode criminalizar a pornografia e a prostituição, e mesmo toda forma de união não-tradicional, como incesto, pedofilia, zoofilia, necrofilia, homossexualismo. Eu não compartilho dessa visão, porque ela não é tradicional, tem mais a ver com uma visão puritana da sexualidade que a noção tradicional de liberdade.

Posições intermediárias seriam criminalizar relações anti-naturais, mas permitir relações extra-maritais. Ou punir adultério pela força de lei (tendo em vista o caráter sacral do casamento E do Estado) e fazer concessões aqui e ali. Pornografia seria proibida, mas não a prostituição. Mais próxima da minha visão.

Porém, a posição estritamente tradicional seria que se deveria punir o adultério (ofensa ao sacramento matrimonial e a sagrada instituição da família, base da sociedade), mas deveriam ser tolerados os pecados da prostituição, banindo porém a pornografia (que traz prejuízos à saúde física, psíquica e espiritual). Relações anti-naturais seriam igualmente toleradas, mas seus praticantes, banidos das esferas religiosas e sociais. Isso parece chocante à mentalidade profana moderna, mas nos tempos antigos, não só havia uma ideia diferenciada de sexos, como havia de classes e instituições. Nem todos participam de tudo, e existe uma verdadeira distribuição dos cidadãos na sociedade e esferas religiosa e iniciática de acordo com seu status moral e espiritual.

Logo, aqueles que incorrem em crimes e faltas rituais e morais mais graves são afastados de algumas dessas instâncias, ou mesmo de todas, como é o caso do sem-casta, o pária. Outro exemplo é a condenação de proibição de participação nos sacramentos na Igreja Ortodoxa, a pena de excomunhão, por faltas de heresia e de pecados contra a natureza (sodomia, zoofilia, necrofilia etc), adultério no clero etc.

Essa é minha posição.

Lembrando apenas que a heresia era considerada crime em Bizâncio e punida com a morte no Ocidente latino. Eu não iria tão longe. Do herege, após examinado em Concílio, considero a interpretação mais justa a exigência de sua renegação da heresia. Se ele se recusasse, iria para o exílio, seria excomungado, banido da Igreja e da sociedade cristã. É mais a posição da Igreja antiga.

Não entendi a sua posição. Sendo liberado de forma igualitária, não tem a ver com o liberalismo?

Não, porque não é liberado de forma igualitária, mas de forma aristocrática. A casta guerreira conquista o direito de portar armas pelo nascimento e pelo treinamento e provas militares.

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Sobre o seu texto, não, não é uma merda, mas coloca como ponto de referência a noção de liberdade conforme a entende o liberal. Em si, nada tem de errado, mas ao contrapor conservadores e liberais, o conservador que ele tem em mente é mais um defensor do capitalismo e do sistema (livre-mercado etc) vigente que possui certas posições conservadoras no âmbito da mera moralidade.
 
Faz um tempinho que eu fiz esse teste pela última vez e é tranquilizador saber que ele ainda representa bem minha interpretação das coisas. E continuo jogado naquele canto que não é bem representado em governo algum :/

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