Ontem jogou o time do ano passado, mas com o desfalque do Bernard. O São Paulo realmente não fez uma partida brilhante, mas tava com a faca entre os dentes. Nos primeiros 15-20 minutos de jogo, cada jogador do São Paulo corria o tempo todo, adiantando todas as bolas, e rachando em todas as divididas. Eu pensei que eles fossem cansar, que não pudessem manter a mesma pegada durante todo o jogo, e que aquilo logo iria acabar. Mas aí eles se mantiveram daquela forma pelo jogo todo.
Não acho que o Galo tava fora de sintonia. Sem Bernard e Tardelli, ficou previsível marcar o Ronaldinho ou as subidas do Leandro Donizete. O Luan não entrou bem e não ameaçou pela ponta o suficiente pra fazer a defesa do São Paulo se abrir. Sobrou um meio de campo congestionado, e, quando o Ronaldinho pegava na bola, não tinha a velocidade pelas pontas para fazer o passe. Sobrou a ligação direta do Réver com o Jô... Mas era o Lúcio quem tava marcando ele. E o Jô não perdeu várias bolas pelo alto, e, quando ganhou, era uma bola morta, espirrada.
Mesmo assim, o São Paulo não apresentou perigo nenhum no primeiro tempo. Apesar de afoito com a bola, o Luan marcou bem na ala esquerda... a inversão do Serginho e o Marcos Rocha neutralizaram o Osvaldo. Mas acho que o Cuca errou na alteração do intervalo. Ele tirou o Luan, e colocou o Alecsandro. O Richarlyson ficou desprotegido na lateral esquerda, e com cartão amarelo. Daí o Osvaldo foi pra lá, pra ponta direita, onde tinha esse furo na defesa. O mais acertado era fazer uma substituição de manutenção, pra aguentar. Se o Richarlyson já tinha cartão amarelo, que colocasse o Júnior César.
Se o Galo perdeu a chance de eliminar o São Paulo agora, por um lado, por outro ganhou um confronto muito mais interessante nas oitavas. O caminho do Galo pode ser o mais espetacular de todos, até o título. São Paulo nas oitavas, Fluminense nas quartas, Corinthians nas semis e Grêmio na final. Se o Galo passar por cima, em um caminho como esse, terá sido uma Libertadores espetacular, antológica. Prêmio mais do que digno por conseguir a primeira classificação geral na fase de grupos.