A Fuvest, responsável pela seleção de ingressantes na USP, principal universidade do Brasil, está prestes a fazer história ao introduzir pela primeira vez uma lista de leitura obrigatória composta exclusivamente por obras escritas por mulheres. Essa mudança não apenas afetará o processo de vestibular, mas também terá um impacto significativo no ensino da literatura no país.
A nova lista de leitura obrigatória entrará em vigor a partir da prova que será realizada em 2025, para os estudantes que desejam ingressar na universidade em 2026. Durante um período de três anos, ou seja, de 2026 a 2028, a lista será composta unicamente por autoras, deixando de lado até mesmo Machado de Assis, um clássico nas leituras obrigatórias dos vestibulares.
A partir da prova de 2025, os candidatos terão que ler obras de autoras como Conceição Evaristo, Djaimilia Pereira de Almeida, Julia Lopes de Almeida, Lygia Fagundes Telles, Narcisa Amália, Nísia Floresta, Paulina Chiziane, Rachel de Queiroz e Sophia de Mello Breyner Andresen.
Gustavo Monaco, diretor-executivo da Fuvest e membro do Conselho Universitário da USP, descreve a lista como um ato de “ruptura”, reconhecendo que pode enfrentar resistência, inclusive dentro da própria universidade.
“Obviamente ninguém discute que os autores das listas anteriores sejam grandes nomes, mas a pergunta que se deve fazer é: até que medida essa consagração tem relação com o fato de tantas autoras terem sido silenciadas na história da literatura?”, disse Monaco à Folha.
A escritora Conceição Evaristo
De acordo com um levantamento divulgado há duas semanas, a Fuvest historicamente exigiu menos obras escritas por mulheres em comparação com outras universidades bem classificadas no Ranking Universitário Folha (RUF).
Com essa mudança, a Fuvest está se destacando como pioneira, já que nenhuma das universidades analisadas pelo jornal havia adotado uma lista de leitura totalmente feminina. Até então, o máximo que havia sido alcançado era a paridade de gênero, mantida pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) desde 2020 e pela UFGRS (Universidade do Rio Grande do Sul) desde 2021.
Na lista de leitura divulgada anteriormente pela Fuvest para 2026, havia apenas uma autora e oito autores masculinos. A autora em questão era Ruth Guimarães, que permanece na lista de 2025, mas desaparece no ano seguinte. Além dela e de Machado de Assis, foram excluídos Dyonélio Machado, Eça de Queirós, Gonçalves Dias, Luís Bernardo Honwana, Mario de Andrade e Tomás Antônio Gonzaga.
Fonte: DCM
A nova lista de leitura obrigatória entrará em vigor a partir da prova que será realizada em 2025, para os estudantes que desejam ingressar na universidade em 2026. Durante um período de três anos, ou seja, de 2026 a 2028, a lista será composta unicamente por autoras, deixando de lado até mesmo Machado de Assis, um clássico nas leituras obrigatórias dos vestibulares.
A partir da prova de 2025, os candidatos terão que ler obras de autoras como Conceição Evaristo, Djaimilia Pereira de Almeida, Julia Lopes de Almeida, Lygia Fagundes Telles, Narcisa Amália, Nísia Floresta, Paulina Chiziane, Rachel de Queiroz e Sophia de Mello Breyner Andresen.
Gustavo Monaco, diretor-executivo da Fuvest e membro do Conselho Universitário da USP, descreve a lista como um ato de “ruptura”, reconhecendo que pode enfrentar resistência, inclusive dentro da própria universidade.
“Obviamente ninguém discute que os autores das listas anteriores sejam grandes nomes, mas a pergunta que se deve fazer é: até que medida essa consagração tem relação com o fato de tantas autoras terem sido silenciadas na história da literatura?”, disse Monaco à Folha.
A escritora Conceição Evaristo
De acordo com um levantamento divulgado há duas semanas, a Fuvest historicamente exigiu menos obras escritas por mulheres em comparação com outras universidades bem classificadas no Ranking Universitário Folha (RUF).
Com essa mudança, a Fuvest está se destacando como pioneira, já que nenhuma das universidades analisadas pelo jornal havia adotado uma lista de leitura totalmente feminina. Até então, o máximo que havia sido alcançado era a paridade de gênero, mantida pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) desde 2020 e pela UFGRS (Universidade do Rio Grande do Sul) desde 2021.
Na lista de leitura divulgada anteriormente pela Fuvest para 2026, havia apenas uma autora e oito autores masculinos. A autora em questão era Ruth Guimarães, que permanece na lista de 2025, mas desaparece no ano seguinte. Além dela e de Machado de Assis, foram excluídos Dyonélio Machado, Eça de Queirós, Gonçalves Dias, Luís Bernardo Honwana, Mario de Andrade e Tomás Antônio Gonzaga.
Fonte: DCM