Eu amo esse conto. Não sabia que tinham falado sobre ele no Clube de Leitura. Cheguei a comentar, brevemente, sobre ele, em outro tópico do fórum, e vou copiar e colar o que escrevi aqui.
"Um esqueleto", constrói-se sob a égide do humor perverso. Ele é dividido em "seis capítulos", o que quase lhe confere uma roupagem de novela. Quase. E tem um esquema de encaixe: duas narrativas numa. O conto flerta com o fantástico, embora não permaneça nele após o desfecho, porque, na concepção de Todorov, quando o "mistério" é explicado como que numa retomada de consciência, a narrativa sai do Fantástico e fica no Estranho.
A maneira a partir da qual o elemento que deveria remeter ao insólito é apresentada, isto é, como ela é posta em cena, acaba por causar estranhamento. O insólito reside mais no modo de narrar do que no esqueleto propriamente dito. Reside mais no que aquele esqueleto "esconde" e a narrativa busca desvelar no que no objeto em si.