Acabei de chega do show dos viad... digo, Angra.
Foi assim. Cheguei no Funchal as 7h30 da noite. Logo fui pegar meu ingresso que ganhei na promoção e por isso não paguei o show. A-ha !!
Não tinha um filho da puta que soubesse me informar direito. Ô saco viu !!
Depois de perguntar até pra Deus onde eu pegava meu ingresso, consegui a informação correta e o peguei. Primeiro problema resolvido.
Então fui dar uma olhada na fila. Meu Deus !! Que era aquilo. Juro, tinha fácil mais de 6 mil pessoas lá, e como eu cheguei meia hora antes de abrirem a casa, eu ia ficar lá no fundão. Sorte que encontrei alguns conhecidos lá e me muquiei no meio, como um bom brasileiro fura-fila que sou.
Entrei no Funchal. No som mecânico tava rolando o
A Tribute To The Priest, mas meia dúzia lá parecia conhecer a obra do sempre magistral Judas Priest. Bando de poser !
Às 9h00 em ponto me entra a banda de abertura, eles mesmos, a banda mais achincalhada do Brasil: o
Thalion Apesar de toda a avacalhação que eu faço nessa banda, resolvi prestar atenção nesse que foi o primeiro show deles (e se Deus quiser, o último) que vi.
Entram logo de cara com uma música que eu não sei o nome (se bem que eu não sei o nome de nenhuma mesmo). Muito ruim. A mina vocalista tava com um paletó vermelho, e vale dizer, é um tesouro viu galera ! Quando ela cantava 'oh oh oh oh' com sua boquinha linda, toda molecada lá teve pensamentos sujos e pornográficos. Ê delícia !!!
Foram mandando as músicas do CD novo e ainda tocaram uma cover pra
Nemo do Nightwish, que ficou horrível. Mas num tocaram a baladinha não.
Vamos ser sinceros: o batera me surpreendeu. O cara é bom, tem futuro, desde que arrume outra banda. Os guitarristas não tocam nada mesmo. O baixista, além de ser um pedrero, vejam só, tocou com a camiseta com os dizeres
Fuck You I'm From Hell (igual do Warrel Dane do Nevermore), logo ele, que eu imaginava ser um... baixista !!!
E a mina, como canta mal. Timbre mais chato do mundo !!!
Então acabou o show do Thalion (aaaaaahhhhhh).
Aí no intervalo, rolaram várias merdas engraçadas, até que lá pelas 10h15 (atraso inclusive anunciado anteriormente por um roadie, que chique) entrou o Angra !
Começou a intro
Gate XIII/Deus Le Volt. Jesus, que treco chato !! É bonita, mas leva uns 5 minutos, mó tortura. Então começou o show, abrindo com
Spread Your Fire, que além de se mostrar uma ótima faixa de abertura, levou o público ao delírio. No final do primeiro refrão, quando todo mundo berrou
Spread your fire, chamas vermelhas se acenderam por todo palco, num efeito muito bonito mesmo. Na seqüencia, sem ser introduzida, veio
Waiting Silence, sem dúvida uma boa música, mas que não é muito adequada pra shows, pois abaixou o ânimo. Ânimo este que voltou com a já clássica
Acid Rain, com o público se esgoelando na intro. Essa música realmente é uma boa pedida pra shows, pois soa muito melhor ao vivo que no CD. Novamente, sem introdução, veio a maravilhosa e clássica
Nothing To Say, que como sempre, obteve uma resposta absurda da galera. Aí, a banda vai toda pra frente, com todos batucando. Claro, viria a longa (porém perfeita)
Carolina IV, uma das melhores músicas da carreira do Angra. Na parte rápida, rodinhas se abriram na pista e o Kiko debulhou nos solos.
Aliás, falemos um pouco sobre os membros individualmente. A dupla de guitarristas, parece cada dia mais entrosada, porém
Rafael Bittencourt me pareceu um pouco mais 'contido' do que em outras oportunidades.
Kiko Loureiro, apesar de ser um autêntico merecedor do rótulo
cuzão, toca uma enormidade. Tem horas que chega a ser difícil acreditar em tamanho virtuosismo sem abandono de feeling. Um guitarrista perfeito.
Felipe Andreoli não e é nunca será carismático, mas tem técnica apurada e deve ter ganho uns 90kgs desde a última vez que o vi.
Aquiles Priester é um convencido. Quer bancar que é um polvo mesmo, já que botou até um em sua bateria (a máscara do Jason Voorhess era bem mais legal), mas é carismático, daqueles que parecem mesmo ser muito gente fina, além, claro, de ser o melhor baterista do Brasil. E
Edu Falaschi (gay, né?), merece créditos, simplesmente por ser um frontman perfeito, carismático (muito mesmo) e por cantar muito, mas muito melhor do que seu antecessor (André Matos), embora seja quase tão gay quanto (aquela calça de couro vermelha, ui).
Voltando ao show, a banda imendou com
Angels And Demons. Das novas, foi a que eu mais curti ao vivo. Ela ficou pesada, bem pesada, com todo mundo cantando o refrão. Mui boa mesmo. Assim como no show do Rio, Edu dedica a próxima música aos fãs do Angra, pega um violão e manda a linda balada
Wishing Well, que vejam só, foi berrada pelo público. Sem intervalo algum, logo entra
Millenniun Sun, sem a parte mais lenta e pianinho da versão original. Nada extraordinário aqui.
Na seqüencia, a maior surpresa na nova tour da banda. A perfeita e maravilhosa
Never Understand. Agora, o que doeu foi ver que além de mim (que sou true metal), mas uma meia dúzia parecia conhecer a música. Pelo visto não deve durar muito no set da banda, além de que, nem soa tão foda ao vivo. Ainda sim, é linda mesmo, pois sua versão original é fudida. E o Edu cantou hoje ainda melhor que o Viado Matos. Foda !
Heroes Of Sand foi a próxima, e todo mundo cantou. A galera parece adorar as baladinhas, ainda mais porque nunca em um show de Metal eu tinha visto tanta muié assim (e muié bonita, o que é muito bom mesmo), mas eu sempre achei essa
Heroes Of Sand (primeiro single com a nova formação, aliás), uma bela porcaria. Quando acabou foi tão bom. Aliás, não foi. Porque tinha muita gente (muita gente mesmo) gritando
Saint Seya desde o início do show (Pedindo a música do Caveleiros do Zodíaco, cantada pelo Edu). Aí o Edu foi lá e cantou a tranquera lá. Bons tempos aqueles em que shows de Metal a gente gritava "toca
Painkiller" e não "toca Cavaleiros do Zodíaco".
Agora vejo que o Edu tá com síndrome de Ripper Owens e faz os mesmos discursos antes das mesmas músicas em todos os shows:
"São Paulo, vocês são o melhor público do mundo. O público de onde o Angra nasceu. Vamos fazer o maior karaokê do mundo ! Essa música tem um significado muito especial pra nós, blá blá blá. Veio então a melhor e mais bonita balada da carreira do Angra:
Rebirth. Edu cantou (se muito) umas três frases em toda música, sendo que foi nessa que o público cantou mais alto. Foi algo realmente emocionante. Em termos de karaokê, sempre preferi mesmo meu amigo bêbado cantando
Robocop Gay do Mamonas Assassinas, mas a audiência de São Paulo foi ainda melhor que ele.
Aí veio a fodida, clássica, linda, magistral, ducaralho:
Angels Cry. Como essa música é boa. Se algum dia desistirem de tocar ela ao vivo, eu perco a fé na banda. Muito boa, pra mim o melhor momento de todo show. Mais uma nova agora, veio
Shadow Hunter. Que era aquilo !! O Edu cantou vestido de Zorro !!!
A música é legal, mas foi o anticlimax do show, pois não soa bem ao vivo nem fudendo. E no meio da música o Edu tirou a camiseta, mostrando seu belo físico de jogador de playstation, além de que se mostrou um ser branquelo, magrelo, e sem pelos, diferente de mim, que sou gordo, peludo, feio, barba ruim e cabelo ensebado. Coisas de True Metal. E tinha menina de 15 anos gritando
gostooooooooso. Ai caramba viu !!! Se ainda fosse o Bon Jovi...
"Pessoal, agora vamos relaxar. Vamos tocar a baladinha mais leve e lenta que a banda já fez.".
Tá, vocês sabem, veio
Temple Of Hate. Coitada da batera do Aquiles, o cara cacetou ela com uma fúria de dar gosto (beirou um 'blasting beat', acreditem se puder !). Se há uma música no disco novo merecedora de ser intitulada um clássico imediato, essa música é
Temple Of Hate
Saíram pro 'bis' e um mané do meu lado falou:
"Mas já ?!? E cadê a Carry On. Ai !
Começou a intro
Unfinished Allegro, imendando com
Carry On (jura !?!). É clássica né ? E é fodida, a única música do Angra que você nunca enjoa. Não importa o show, sempre será legal ouvi-la. E coitados do Shaman. O Angra toca ela mil vezes melhor.
Mais um 'bis', dessa vez bem grande (ô saco). Aí vem, adivinhem:
In Excelsis, a intro de
Nova Era. Meu Deus, foi a música mais cantada em toda noite (mais até que
Carry On). O Aquiles tocou com máscara de polvo, mas como seu burro, não percebi que era um polvo e comentei com o cara do lado:
"Olha lá, ele tá usando uma máscara de Satanás !. Essa música é foda, muito foda, um clássico, mas não é boa pra encerrar shows. Se dão aquelas intermináveis enrolações com todos cacetando seus intrumentos, chovendo faísca no palco, papel picado no público e novamente as chamas vermelhas quando mandam o início de
Raining Blood (que foi fudido) dos kings of thrash metal, Slayer. Então eles se despedem, tiram foto, jogam palheta, baqueta pro público, mas eu fui embora.
Em suma, um show bom. Não paguei nada pra ir, mas sabem, vale a pena pagar sim os 30 reais. E o set-list foi muito melhor do que aquele (decepcionante) show no Credicar Hall perto do Natal (de 2002).