Pearl
Usuário
Boa noite membros da banca do júri, promotoria e excelentíssimo juiz.
A promotoria inicialmente alega que Maeglin agiu deliberadamente contra a lei de Gondolin, lei que foi responsável injustamente pela morte de seu pai Ëol e de sua mãe Aredhel. Lei que Turgon privou a liberdade de todos do seu povo, e que no caso do pai de Maeglin não via legitimidade para respeitá-la, afinal ele não era um noldor e sim um sindar de Ossiriand. Lei que também foi desrespeitada por Idril ao mandar construir uma passagem através da Cirith Thoronath. Era do conhecimento de Turgon que nem todos os recursos estavam dentro de sua gaiola dourada? Será que ele acreditava realmente que Gondolin não iria necessitar de recursos externos?
A promotoria também insiste em acusar Maeglin de ser o responsável pela derrocada de Gondolin, mas isso não é nada além de inverdade.
Lembremos que o próprio Ulmo apareceu a Turgon e disse-lhe para não nutrir amor excessivo às suas obras, pois tudo que fizesse não seria duradouro. Gostaria de saber a opinião da promotoria sobre o orgulho de Turgon que condenou toda a população de Gondolin.
Maeglin, tendo sido encarcerado e torturado, sendo que a promotoria refuta esses fatos dizendo que não aconteceram, viu o que o Sinistro Inimigo do Mundo pretendia fazer com Gondolin e se dispôs a abrir os portões da cidade para que as hordas de Angband tomassem a cidade sem causar maiores males do que a prisão do rei.
É inaceitável a alegação da promotoria de que Maeglin não sofreu qualquer dano quando fora aprisionado em Angband. Ora, se ele se sujeitou de bom grado a Morgoth, qual foi à necessidade de ser capturado? Só falta a promotoria alegar que os orcs que capturaram Maeglin eram, na verdade, uma escolta enviada por Morgoth.
Haviam duas opções para Gondolin ser salva: Turgon decidir sabiamente abandonar a cidade e tudo que fora feito para embelezá-la ou o rei ser deposto e o reino se tornar vassalo de Morgoth.
Diante da insensatez do rei, das torturas praticadas por Morgoth e deturpação do futuro feita pelo mesmo, Maeglin viu a segunda opção como única plausível, sim.
A promotoria cita ainda, numa atitude infeliz, o exemplo de Húrin Thalion. Pois bem, analisemos melhor esse mortal que, preferindo o ódio de Morgoth sobre sua família, ocasionou vários males, pois Túrin Turambar foi um dos maiores males de Beleriand graças à maldição de Morgoth. Ocasionou a destruição de Nargothrond, matou Beleg Cúthalion, condenou os remanescentes do povo de Hador a uma vida pior do que a que já tinham na condição de escravos ao matar um dos líderes orientais, provocando maior ódio deste povo para com os da casa de Hador. E o próprio Húrin, que a promotoria alega ser um exemplo de bom uso do livre arbítrio, denunciou a localização de Gondolin ao gritar pedindo ajuda a Turgon nas bordas das Echoriath estando sendo seguido por espiões de Morgoth.
Este tribunal já inocentou Túrin que, comparado com Maeglin, causou inúmeros males maiores.
É inaceitável alegar que a corresponsabilidade não deve ser analisada sendo que é a única forma de analisarmos os fatos com imparcialidade. A promotoria quer, na verdade, isolar Maeglin como responsável de traição sendo que os coautores da Queda de Gondolin traíram a cidade muito antes.
Turgon fora avisado de que Ulmo lhe enviaria um mensageiro e ignorou este mensageiro. Tuor, sendo o mensageiro, devia ter insistido no aviso de Ulmo SEMPRE, mas, vendo que ganharia mais ficando em Gondolin, decidiu calar-se. Tuor foi um vendido e todos os que assistem este tribunal podem ter certeza de que não descansarei até trazer estes dois assassinos ao banco dos réus.
Para concluir esta peça, a promotoria usa o artifício de deturpar as palavras da defensoria dizendo que nós, os defensores, aceitamos que Maeglin cooperou com Morgoth por livre e espontânea vontade. Não foi isso que alegamos. Alegamos que Maeglin foi torturado física e mentalmente pelo próprio Morgoth. Nós da defensoria não conhecemos ninguém que, estando sob tortura, tenha agido de livre e espontânea vontade.
Pedimos para que a promotoria faça um trabalho limpo e não use de artifícios do Inimigo para convencer os jurados.
A promotoria inicialmente alega que Maeglin agiu deliberadamente contra a lei de Gondolin, lei que foi responsável injustamente pela morte de seu pai Ëol e de sua mãe Aredhel. Lei que Turgon privou a liberdade de todos do seu povo, e que no caso do pai de Maeglin não via legitimidade para respeitá-la, afinal ele não era um noldor e sim um sindar de Ossiriand. Lei que também foi desrespeitada por Idril ao mandar construir uma passagem através da Cirith Thoronath. Era do conhecimento de Turgon que nem todos os recursos estavam dentro de sua gaiola dourada? Será que ele acreditava realmente que Gondolin não iria necessitar de recursos externos?
A promotoria também insiste em acusar Maeglin de ser o responsável pela derrocada de Gondolin, mas isso não é nada além de inverdade.
Lembremos que o próprio Ulmo apareceu a Turgon e disse-lhe para não nutrir amor excessivo às suas obras, pois tudo que fizesse não seria duradouro. Gostaria de saber a opinião da promotoria sobre o orgulho de Turgon que condenou toda a população de Gondolin.
Maeglin, tendo sido encarcerado e torturado, sendo que a promotoria refuta esses fatos dizendo que não aconteceram, viu o que o Sinistro Inimigo do Mundo pretendia fazer com Gondolin e se dispôs a abrir os portões da cidade para que as hordas de Angband tomassem a cidade sem causar maiores males do que a prisão do rei.
É inaceitável a alegação da promotoria de que Maeglin não sofreu qualquer dano quando fora aprisionado em Angband. Ora, se ele se sujeitou de bom grado a Morgoth, qual foi à necessidade de ser capturado? Só falta a promotoria alegar que os orcs que capturaram Maeglin eram, na verdade, uma escolta enviada por Morgoth.
Haviam duas opções para Gondolin ser salva: Turgon decidir sabiamente abandonar a cidade e tudo que fora feito para embelezá-la ou o rei ser deposto e o reino se tornar vassalo de Morgoth.
Diante da insensatez do rei, das torturas praticadas por Morgoth e deturpação do futuro feita pelo mesmo, Maeglin viu a segunda opção como única plausível, sim.
A promotoria cita ainda, numa atitude infeliz, o exemplo de Húrin Thalion. Pois bem, analisemos melhor esse mortal que, preferindo o ódio de Morgoth sobre sua família, ocasionou vários males, pois Túrin Turambar foi um dos maiores males de Beleriand graças à maldição de Morgoth. Ocasionou a destruição de Nargothrond, matou Beleg Cúthalion, condenou os remanescentes do povo de Hador a uma vida pior do que a que já tinham na condição de escravos ao matar um dos líderes orientais, provocando maior ódio deste povo para com os da casa de Hador. E o próprio Húrin, que a promotoria alega ser um exemplo de bom uso do livre arbítrio, denunciou a localização de Gondolin ao gritar pedindo ajuda a Turgon nas bordas das Echoriath estando sendo seguido por espiões de Morgoth.
Este tribunal já inocentou Túrin que, comparado com Maeglin, causou inúmeros males maiores.
É inaceitável alegar que a corresponsabilidade não deve ser analisada sendo que é a única forma de analisarmos os fatos com imparcialidade. A promotoria quer, na verdade, isolar Maeglin como responsável de traição sendo que os coautores da Queda de Gondolin traíram a cidade muito antes.
Turgon fora avisado de que Ulmo lhe enviaria um mensageiro e ignorou este mensageiro. Tuor, sendo o mensageiro, devia ter insistido no aviso de Ulmo SEMPRE, mas, vendo que ganharia mais ficando em Gondolin, decidiu calar-se. Tuor foi um vendido e todos os que assistem este tribunal podem ter certeza de que não descansarei até trazer estes dois assassinos ao banco dos réus.
Para concluir esta peça, a promotoria usa o artifício de deturpar as palavras da defensoria dizendo que nós, os defensores, aceitamos que Maeglin cooperou com Morgoth por livre e espontânea vontade. Não foi isso que alegamos. Alegamos que Maeglin foi torturado física e mentalmente pelo próprio Morgoth. Nós da defensoria não conhecemos ninguém que, estando sob tortura, tenha agido de livre e espontânea vontade.
Pedimos para que a promotoria faça um trabalho limpo e não use de artifícios do Inimigo para convencer os jurados.