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É o arco e flecha uma arma nobre???

Creio que mais uma vez alguns estejam confundindo a questão do termo nobreza.
Um nobre, é, antes de mais nada, alguém com status, a nobreza pode prover da realeza, da classe dominante em si. Não de atitudes honradas ou valorosas.
Esse conceito é idealizado.
Pediria que lessem alguns posts anteriores antes de repetirem demasiadas vezes a mesma colocação vã.

Lobo Nobre, está fazendo um belo trabalho de "história do cotidiano". =]
Acho muito interessante, mas antes disso parto do microcosmo para chegar ao macrocosmo, sendo necessário essas elucidações, além de saborosas.
Porém creio que enquanto tenho como mestre (mesmo não o conhecendo) Jacques Le Goff, você estaria mais voltado a um caráter "pós-moderno" da historiografia, ou seria um tradicional do século XIX?

Abraços.
 
Aracáno Elessar disse:
Lobo Nobre, está fazendo um belo trabalho de "história do cotidiano". =]
Acho muito interessante, mas antes disso parto do microcosmo para chegar ao macrocosmo, sendo necessário essas elucidações, além de saborosas.
Porém creio que enquanto tenho como mestre (mesmo não o conhecendo) Jacques Le Goff, você estaria mais voltado a um caráter "pós-moderno" da historiografia, ou seria um tradicional do século XIX?

Abraços.
Eu não falo historiês, traduza a última parte, por favor.
 
Ah sim, deculpe Calim. =]

Me referia ao trato dos mestres da historiografia, como Marc Bloch e Lúcien Febvre, fundadores da revista das Annales (ramo norteador francês da historiografia), ou do caráter metódico do século XIX, que costumava postular fatos e personagens históricos numa apologia ao Estado, ou de forma que não ofendesse a seu interesse. A típica "história da tia cotinha", onde são apenas datados fatos sistemáticos, sem visão crítica e de forte julgo moralista. Claro, tiveram suas contribuições, principalmente de caráter metodológico (no trato dos documentos, as fontes).

É só isso Calim. Abraços.

Obs: Como afirmou Bloch, e afirma Le Goff: "não cabe ao histotiador julgar, mas compreender".
 
Última edição:
Obs: Como afirmou Bloch, e afirma Le Goff: "não cabe ao histotiador julgar, mas compreender".

Me assustei quando li que o Le Goff desconsidera completamente a Idade Moderna, vc viu Elessar? Ele fala simplesmente que existe uma longuíssima Idade Média, com alterações. Desconsideremos os discursos de negação à essa periodização, é só pra conceituação didática.

Falando do tópico. Ela é feita para matar, nada tem de nobre.
 
De fato Le Goff, assim como Bloch, estando imersos na intenção de criar uma "história das mentalidades" não iriam aceitar a periodização tradicional. Que aliás é insatisfatória, como deve ter notado também
Essa questão de longa Idade Média seria a maior contribuição do estudo medievalista das Annales, que por incrível que pareça (como deve saber) não veio de March Bloc.
Vejo também como de suma importância a questão do termo Renascimento (como instituido por Burckardt) ser negado, e no lugar crer-se em vários renascimentos, mas não de forma relativista, sendo tudo um renascimento. Além do mais, o triunfo da obra de Burckardt ser uma catástrofe, como diz Le Goff, pois influenciou os inflamados nacionalistas do século XX.

Aliás, creio que entendeu bem minha colocação sobre as informações de Lobo Nobre, que tem a me dizer? =]

Abraços.
 
Antes de tudo, não li o tópico todo. Se eu emitir alguma opinião excessivamente repetida aqui, por favor desconsidere.

O termo "Nobreza é exatamente aquilo que você colocou: Não tem nada a ver com justiça, essa somatória foi feita em épocas posteriores. O Nobre é medido pelo seu status quo. Por sua tradição. O Nobre é aquele que detem a retaguarda (antônimo de vanguarda, só pra evitar piadinhas:mrgreen:). Um sociólogo francês chamado Pierre Bourdieu coloca bem isso de vanguarda e retaguarda.

Ele preconiza que o movimento de ideais e idéias é o motor impulsionador dessa constante mudança. O que seria da retaguarda sem a vanguarda? A tradição perpetuada. Um modelo absoluto. Não vou discorrer muito porque não concerne ao tópico.

Falando dos Annales de uma maneira geral, eu fiz uma pesquisa bastante rasa sobre tal movimento na faculdade... Acredito piamente na importância sem igual da escola, até do Dosse com sua "História em Migalhas" nos deu uma nova visão de pesquisa e desenvolvimento histórico, ainda que nossas instituições não a sigam, ainda. :disgusti:

Quero deixar claro que também não me atenho a tal periodização. E a nem a História Factual, sou um "pós-moderno" por natureza! Desejo muito adentar no estudo dos sentimentos e suas mudanças ao longo das épocas.

Ainda que eu não seja muito entusiasta dessa teoria de Longa Idade Média, e preferir a primeira fase dos Annales, com o Febvre e o Bloch (e seus reis taumaturgos), o modo ensaístico da escrito do Le Goff é empolgante...
 
Certamente, de fato tenho como meu primeiro "meste" Marc Bloch.
Adoro a obra de Febvre a respeito da Eruropa, incrívelmente perfeito, e pensar que eram "apenas" aulas que ele deu...
Mas bem, creio que a aceitação das idéias das Annales (sim, é feminino o termo em francês annales) ainda não é grande no mundo, muito menos em nosso país. Mas de fato, essa nova geração de historiadores da qual fazemos parte, pode mudar isso. Infelizmente acabamos caindo num modismo certas vezes, ainda mais com a história cultural tratando, por exemplo, da "história da fralda, da chupeta, etc".
Sou adepto da visão de Le Goff (o estudo há um certo tempo) e da "História das Mentalidades", idéia que vem de nosso mestre Bloch.
 
como foi dito anteriormente, acho válido repetir, é o dono que faz a arma ser "nobre" ou não. qualquer arma pode ser nobre.
agora eu pergunto:
a espada negra de turin ( não me lembro o nome ) pode ser considerada nobre?
 
Eu a consideraria, no contexto das três Eras habitadas pelos humanos em Arda, e mesmo na Quarta, sem dela muito termos escrito, que Gurthang seria não só "nobre" mas também é ela detentora do poder de direcionar o destino dos homens, ela é parte integrante da história (claro, história como coloca Marc Bloch, "o estudo da ação do homem no tempo").

Abraços. =]
 
Falaram do Le goff hoje na escola, dèja vu...


Mais uma coisa curiosa, a palavra "papam", que da origem à palavra "papa" significa " o primeiro entre os primeiros" quase igual a Xainxá.

Eu sei que não tem nada a ver com o tópico.:roll:
 
Sim, de fato a Igreja Católica do Ocidente se centra na figura do Papa, e ele seria o primeiro entre os primeiros, aquele sobre qual a instituição da Igreja foi fundada, Pedro.

Não cabe ao tópico, mas é assunto de Idade Média. Interessante para se entender a questão de deus como devir colocada por Le Goff em seu novo livro, deus como sendo uma criação medieval-cristã, e não como algo que (está pressuposto em nossas mentes) sempre existiu. Uma idéia um tanto quanto litiana, mas muito pertinente.
Muitas outras noções medievais perduram até o século XIX de forma clara, e muitas até hoje em civilizações que ainda mantém um certo caráter "subdesenvolvido" (não tenho apreço por este termo, e não digo isso no sentido positivista, meramente ilustrativo), essa é a idéia de Le Goff da Longa Idade Média.

Só por curiosidade, já que tratamos dele, sendo o maior medievalista do século XX, e creio que de todos os tempos, aluno de Marc Bloch (indiretamente), Jacques Le Goff não é cristão, é cético. Infelizmente ao tratar de Le Goff em escolas, ensino médio ou cursos pré-vestibular, colocam uma figura distorcida, mais ao agrado da classe dominante brasileira: a burguesia católica-cristã em geral.

Abraços, e desculpem o off-topic.
 
Não disse que eles postulam a história como factual...
Veja o nome, Apostólica, dos apóstolos, e era a Pedro que eles se referiam, bastaria ler Agostinho. Mas antes disso, criam uma história sem uma análise crítica, de fatos perdidos no tempo, não contextualizados, e cometem esses erros banais.

Constantino cria muitas coisas, difunde os dogmas, discute-os em concílios, como o de Nicéia (325 d.C). Mas, de fato, essa colocação sobre os papas, era meramente factual, e calcada em estudos (não estou criticando seu lado intelectual, nem erudito, apenas seu diria que sei sucesso foi uma catástrofe) de Leopold Von Ranck. O que de fato coloca simplesmente a visão do Poder com relação a história, que tenta legitimar a Igreja, através de um Poder, o Imperator. Essa é a visão da historiografia do século XIX, já batida, e não suficiente para acabar com a sede de conhecimento de intelectuais como Jacques Le Goff.
É muito difícil quando um professor transmite um coinhecimento didático de forma descomprometida, não crítica, e com uma visão que favorece as elites vigentes. É triste. :osigh:
 
Meu professor de literatura leu um livro do Le goff e deu a opinião dele sobre a visita do papa, eu não aceitei tudo, afinal ele é um padre ortodoxo muito bom de oratória, mas deu pra digerir o que eu achei sensato.
 
Esse Papam é legal. Quando o camerlengo chegou na janela da basílica e soltou o berro: "HABEMOS PAPAM" foi muito legal hahaha
 

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