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Influência ou erro?

  • Criador do tópico Criador do tópico Goba
  • Data de Criação Data de Criação

Goba

luszt
Em polvorosa eu escrevo pois estou a ler Contos Inacabados. Em meio a minha leitura compenetrada, no início eu me deparo com a seguinte fala de VoronwË, se dirigindo à Tuor em uma caverna onde domiram se escondendo de orcs, no caminho para Gondolin, sobre o rio Sirion:

"-Oxalá estivéssemos lá!"

Essa fala se refere à Dimbar. Porém não entra em questão isso.

O que eu quero saber é o seguinte: o termo em destaque é um deslize de tradução do caro Ronald Eduard Kyrmse ou apenas influência de mais uma cultura nos textos de Tolkien? (Fato que eu acharia estranho. :eek:) Ou será nenhum nem outro?

Alguém que tenha a versão em inglês do Contos já está com as indicações para tirar minha dúvida mais do que bem, portanto, obrigado desde já! E obrigado para qualquer um que tirar minha dúvida! :mrgreen:
 
Não há erro algum. Creio que você pensou em Oxalá como a entidade suprema da umbanda e do candomblé, não? :wink:

Mas não é isso.
Oxalá é um interjeição em português, um tanto arcaica, e daí vem o estranhamento.
O termo vem do árabe in xa Allah.

Em inglês, o trecho do Contos em questão é: "Would we were there!".
Por mais estranho que possa parecer, oxalá é uma tradução acertada da expressão inglesa. Uma versão mais "familiar" a nós hj em dia seria: "Quem dera estivéssemos lá!". O sentido é o mesmo.

Kyrmse foi de certo modo até feliz em escolher esse termo, pois dá um ar mais arcaico que combina com o conto em questão. :wink:
 
Ah não Tilion, só pq eu sabia a resposta dessa hehehehehe... brincadera...

Mas eu estou curioso mesmo com as traduções lusitanas... O comentário geral é de que são bem superiores à da MF... :D
 
Sei lá.. apesar de acertada, eu não deixo de pensar no conteúdo regionalista da expressão... eu não gostei desse Oxalá... fica meio nordestino demais... (nada contra os nordestinos, tenho amigos de lá, mas, sejamos sensatos, seria ridículo o Aragorn chegar pro Boromir, todo flechado e dizer: "Mas bah, tchê, mas como perdeste essa peleja?")..

Sou mais o bom e velho "Quisera" ou "Pudera"...
 
Bom, oxalá é um expressão geral em português, não um regionalismo.
Quando era usada com mais frequência (no mínimo uns 50 anos atrás), ela ocorria em todo o Brasil.

O estranhamento, como eu disse antes, deve acontecer principalmente por uma associação com a divindade de mesmo nome da umbanda e candomblé.
 
Eu concordo com o Skywalker... alías, como será que isso aí tá na tradução portuguesa? Em um outro tópico, estavam comentando justamente que esta tradução é melhor do que da MF...
 
Oxala, quer dizer "que Ala queira", claro que nos não usamos esta expressão para fazer pedidos a Ala mas para dizer esperemos que, mas esta expressão nunca seria usada na Terra Media, era como dizer "Oh Jesus" ou então "pela minha Santinha", acho que o melhor seria "Esperemos que"
 
A tradução portuguesa, pelo que sei, é muito mais fiel à obra original, por manter o aspecto arcaico que o Professor quis passar. Embora não seja perfeita, é bem mais interessante e poética. Li apenas uns trechos, e me apaixonei heheheheheheh.... O problema da Martins Fontes é que em algumas partes eles pecam, principalmente para leitores mais atentos. E eles modernizaram muito o vocabulário, quando deveriam usar palavras mais antigas do nosso Português, como Tolkien fez com o Inglês em muitas partes... :D
 
esse problema das pessoas falaram diferente realmente atrapalham pq saber como uma pessoa fala diz muito sobre ela... só q esses problemas sempre vão existir em traduções, naum importa o esforço....
 
Pra mim a tradução eh perfeita, da pra entender o livro e aproveita-lo bem
Isso é óbvio. Não desmereço o trabalho da Martins Fontes. Mas a questão não é essa. Entender qualquer um entende. Mas Tolkien fez um guia com regras para traduções de nomes e a Martins Fontes não fez TUDO como deveria, mas a Europa-América fez. Há falhas tb, claro, mas está muito mais interessante. E mantém a essência original da obra. só isso... Já disse que li poucos fragmentos da edição lusitana... E são bem mais legais e fiéis ao que Tolkien escreveu :D
 
É exatamento o contrário: a MF é que seguiu muito mais fielmente o Guide to the Names in LotR, ao contrário da Europa-América.

Tenho esse guia aqui e comparei com a edição brasileira e a portuguesa, de modo que não falo por "achismos". :wink:
 
Eu adoro fórum, só tem sabe-tudo! Só tem gente de nível alto, pouca gente com dúvida! Só tem gente que sabe mmmmmmmmuito sobre as obras de tolkien, por isso q eu gosto dele!

Embora eu não saiba quase nada hehehe :lily:
 
Eu sinceramente preferio a versao da MF. Alguns trechos que li da versao em portugues de portugal conservavam nomes proprios em ingles, nao gostei. Os nomes em ingles perdem o brilho para pessoas de outras linguas. Shire?? qual eh graça disso. Strider?? Condado e Passolargo tem mais sentido PARA NÓS e nos aproximam mais da obra do que as mesmas versões em ingles. Pelo menos comigo foi assim.
 
Ah sim... uma falha da Europa-América... (não disse que era perfeita)... Ela utiliza nomes em inglês (alguns)... Mas sei lá... achei mais interessante algumas traduções de poemas, por exemplo.
 
A tradução de portuguesa de SdA não tem todos os nomes em Inglês. Por exemplo Strider é Passo de Gigante (tradução literal do nome). Quase todos os nomes que tem tradução estão traduzidos, alguns simplesmente são intraduziveis. Há algumas diferenças para a tradução brasilira e eu, depois de ver certos nomes da versão brasileira, prefiro a portuguesa.
Só como exemplo:

Valfenda - Rivendell
Laracna - Shelob
Passolargo - Passo de Gigante
Condado - Shire
 
Eu também prefiro a portuguesa, talvez por ter lido essa versão primeiro. Mas mesmo gostando mais, tem coisas muito toscas lá, coisas que eu não entendi quando li. Um exemplo clássico é o da Colina das Antas (colinas dos túmulos). Eu fiquei um bom tempo sem entender o que era isso :lol:
Mas uma coisa que amei na versão portuguesa foi a tradução de Fimbrethil para Faia Esbelta :grinlove: :grinlove: Muito lindo :obiggraz:
 
Penso que esta questão da Colina das Antas é a prova que uma tradução deve conhecer a cultura a que se dirige. Antas são tumulos antigos, do tempo dos celtas, e que abundam em Portugal, mas que n existe no Brasil. Em Portugal esta tradução dá um ar mais misterioso aquela colina do que colina dos tumulos. Para alem disso como nunca li o original não sei se a tradução portuguesa é ou não a mais correcta, talvez alguem me podesse informar disso.
 
Samwise Português disse:
A tradução de portuguesa de SdA não tem todos os nomes em Inglês. Por exemplo Strider é Passo de Gigante (tradução literal do nome). Quase todos os nomes que tem tradução estão traduzidos, alguns simplesmente são intraduziveis. Há algumas diferenças para a tradução brasilira e eu, depois de ver certos nomes da versão brasileira, prefiro a portuguesa.
Só como exemplo:

Valfenda - Rivendell
Laracna - Shelob
Passolargo - Passo de Gigante
Condado - Shire

Tudo bem, mas me diga: como um leitor de língua portuguesa, sem conhecimento de inglês (e, em muitas situações em Tolkien, um conhecimento avançado e específico de inglês) compreenderia o sentido de Rivendell, Shelob e Shire? ("Passo de Gigante" de certo modo foi uma tradução feliz, embora me pareça um pouco... "exagerada")

Tolkien compreendia essa necessidade de deixar explícito o significado dos nomes de sua obra, de modo que recomendou aos tradutores (por meio do Guide to the Names) que traduzissem os nomes ingleses que fossem possíveis.

As traduções da MF foram acertadas pois, dos 3 exemplos que citei, as traduções seguiram o guia de Tolkien e deixam explícito o significado dos nomes.

Aposto que muitos leitores portugueses (deixando claro que me refiro aos sem conhecimento de inglês) perderam informações importantes, no que diz respeito ao conteúdo da obra, por terem uma tradução com a permanência dos nomes originais passíveis de tradução. :|
 

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